Homens e Mulheres

Homens e Mulheres pensam de forma diferente.
Existem imensos cartoons pela web que mostram as diferenças nos cérebros dos homens e das mulheres.
Assim como existem estudos científicos que provam isso mesmo: os nossos cérebros funcionam de forma diferente.

Gostei bastante deste livro, do John Gray, que explica o porquê de homens e mulheres parecerem ser de planetas diferentes. Ele já tem outros livros do mesmo género.

Gosto dos livros, compreendo-os, percebo as diferenças entre os dois sexos, mas não vou mentir dizendo que compreendo perfeitamente a forma de pensar do “outro lado”. Não compreendo, porque o meu cérebro funciona de forma diferente. Continuo obviamente a pensar com “caixas separadas”, com a “caixa vazia”, com “sistema de pontos“, com “fugas para cavernas“, etc.

Parece-me que os homens especializam os assuntos, dividem-nos, põem em compartimentos/caixas… tal como faz a ciência moderna ocidental, que se tornou na base da industrialização, e que é o que se vê nas escolas (onde não existe integração, mas sim divisão de disciplinas/assuntos).
Já as mulheres pensam de forma mais holística… como se faz nas culturas orientais.

O mesmo é dito pelo Mark Gungor, nesta excelente palestra (legendas em português):

The tale of two brains (Sesion 1) from AFC Family on Vimeo.

The tale of two brains (Sesion 2) from AFC Family on Vimeo.

Defending the Caveman:

Existe também este artigo que explica algumas formas diferentes de homens e mulheres comunicarem:
– as mulheres gostam de falar, os homens gostam mais de estar em silêncio, só falando com um propósito específico, como resolver um problema ou tomar uma decisão. Elas pensam que eles estão a ignorá-las, e eles pensam que elas têm o objectivo de resolver um problema.
– as mulheres conversam para partilhar experiências e sentimentos, enquanto os homens conversam para trocar informação. Se não tiver valor informativo, os homens não dão valor às conversas.
– as mulheres interrompem para mostrar preocupação, enquanto os homens interrompem para controlar a conversa. As mulheres pensam que eles estão a mudar de assunto, enquanto os homens vêem as interrupções das mulheres como um desrespeito (uma afronta ao seu ego) e uma forma de os controlar a eles. As interrupções levam a frustrações de ambas as partes.
– as mulheres argumentam de forma a questionar, enquanto os homens são mais directos e insensíveis. Eles interpretam isso como críticas e censura porque assumem que estão certos (as questões das mulheres são uma afronta ao seu ego), e elas fecham-se emocionalmente.
– as mulheres usam as desculpas para manter a relação, enquanto os homens não pedem desculpa porque isso seria perder poder, e elas ficam ofendidas.
– as mulheres dão elogios mesmo quando não é o que pensam, enquanto os homens fazem avaliações objectivas, dando conselhos que as mulheres não querem ouvir.
– as mulheres querem ouvir elogios, enquanto os homens não os querem dar, porque ficam vulneráveis a críticas que não querem ouvir.
– as mulheres analisam um problema falando dele e procurando alternativas, enquanto os homens olham para os factos e querem tomar atitudes imediatas, querem tomar decisões e menos conversa. Os homens não percebem porque as mulheres não querem resolver rapidamente os problemas e interpretam isso como uma ingratidão para com eles e como manipulação da conversa, e as mulheres ficam frustradas por os homens não quererem saber dos seus sentimentos.

Por mais que eu queira, o meu cérebro nunca vai compreender o das mulheres, porque funciona de forma diferente.
Vou sempre avaliar as situações, com o meu cérebro, que funciona de forma masculina.
Posso entender que existem essas limitações, mas não me posso colocar totalmente no lugar da outra pessoa para compreender exactamente como está a pensar.

Ora, sendo assim, percebe-se que elementos da mesma espécie, que vivem no mesmo planeta, e que pertencem à mesma linha evolutiva, mesmo assim não se compreendem porque os seus cérebros funcionam de forma diferente.

Entre nós e outras espécies, que sofreram linhas evolutivas diferentes, mas que evoluíram no mesmo planeta que nós e têm antepassados comuns connosco, será assim praticamente impossível essa comunicação perfeita – vai ser sempre baseada naquilo que nós interpretamos e não naquilo que é.
Por isso é que não conseguimos comunicar, por exemplo, com formigas. Aliás, as formigas nem sabem quem nós somos.
Como disse o filósofo Ludwig Wittgenstein: “Se um leão pudesse falar, nós nunca o compreenderíamos”. A razão é simples: o cérebro do leão funciona de forma diferente, o que faz com que o leão tenha percepções do mundo ao seu redor que são impossíveis nós compreendermos.

O que me leva, obviamente, aos extraterrestres.
Eu gosto muito de ficção científica, mas ela fica a anos-luz da realidade.
Se nós não conseguimos comunicar efectivamente com seres do nosso planeta, com quem temos antepassados comuns, e nem sequer conseguimos comunicar perfeitamente com outros seres da mesma espécie que nós, que têm o mesmo cérebro que nós (mesmo funcionando de forma ligeiramente diferente), como é que alguém pode pensar que é possível comunicar com seres, de outros planetas, que não partilham connosco qualquer antepassado, que terão certamente cérebros totalmente diferentes dos nossos, e que quiçá até terão outras formas de pensar que não utilizando o cérebro!
Parece-me nitidamente “wishful thinking”, desejos pessoais, de quem vê muita ficção científica, mas que nem se apercebe que essa ficção científica sofre de uma imaginação bastante limitada tendo em conta a vida na Terra quanto mais a vida que poderá existir por todo o Universo.

31 comentários

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    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 02:17
    • Responder

    Bigkax, certo 😉 teremos então de parar de nos inter-mandarmos rever conceitos 😛 ou substituir isso por algo como, “não estás a perceber o que eu queria dizer”. 😀

    Percebo o que queres dizer, mas continuo a achar que há fundamento suficiente para fazer algumas extrapolações.

  1. Pois, mas esse era filme… e com o Data… e eles é que resolveram viver sem a tecnologia.

    O que eu me lembro era um episódio, se não me engano de Voyager, e eles tinham evoluído para lá da tecnologia.

    Estive a ler sobre alguns episódios, e não encontro aquele que me lembro.

    No entanto, cá ficam alguns episódios bem interessantes sobre esta problemática (sem falar dos que aparece o Q):

    http://en.wikipedia.org/wiki/The_Cloud_%28Star_Trek:_Voyager%29

    http://en.wikipedia.org/wiki/Demon_%28Star_Trek:_Voyager%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Thirty_Days_%28Star_Trek:_Voyager%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Bride_of_Chaotica!_%28Star_Trek:_Voyager%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Gravity_%28Star_Trek:_Voyager%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Bliss_%28Star_Trek:_Voyager%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Equinox_%28Star_Trek:_Voyager%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Blink_of_an_Eye_%28Star_Trek:_Voyager%29

    http://en.wikipedia.org/wiki/Wink_of_an_Eye

    http://en.wikipedia.org/wiki/Lonely_Among_Us

    http://en.wikipedia.org/wiki/Skin_of_Evil
    http://en.wikipedia.org/wiki/Conspiracy_%28Star_Trek:_The_Next_Generation%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/The_Child_%28Star_Trek:_The_Next_Generation%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Where_Silence_Has_Lease

    http://en.wikipedia.org/wiki/Civilization_%28Star_Trek:_Enterprise%29
    http://en.wikipedia.org/wiki/Vox_Sola

    http://en.wikipedia.org/wiki/Observer_Effect
    (excelente episódio… excepto a parte final, em que os Humanos têm razão, como sempre!)

    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 01:52
    • Responder

    Ps – não fosse a plasticidade da nossa rede neuronal -que tem limites, contudo- e não poderia existir a adaptação a condições de privação de sentidos ou de sinestesia, por exemplo. Ou a adaptação de pessoas privadas de um sentido durante muito tempo, ao revitalizar desse sentido, que passa obrigatoriamente por um período de reconfiguração neuronal e aprendizagem. Mas essa reconfiguração tem limites, como o provam os casos em que a tentativa de adaptação falhou.

    No entanto, a imaginação tem limites e esses mesmos limites são, ironicamente, impostos pelos sentidos. Eqto não for possível visualizar essa oitava cor (utilizo este termo, e não a especificação técnica maioritariamente por me estar a remeter a um livro juvenil de ficção científica de marion zimmer bradley, “as cores do espaço”, onde esta questão está presente), o cérebro nem a consegue imaginar, mesmo concebendo a sua existência, nem a conseguirá detectar.

  2. @Ana GP
    Os exemplos terrestres não são um bom exemplo pois os exemplos terrestres desenvolveram-se em conjunto connosco e como o Carlos já referiu os supostos ETs não. A partir dai podemos especular e desenvolver hipóteses mas não passam disso.
    Eu não disse que estavas a acreditar em algo se motivo, disse que estavas a interpretar mal os termos.
    Recomendo a leres o meu primeiro comentário e depois a tua resposta a ele para tentares perceber a minha reacção…

    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 01:41
    • Responder

    Carlos, sim e não 😀 Tu, que puxas para o lado da inteligência sem tecnologia e foges ao antropocentrismo, assumes que seja uma adaptação biológica. Eu, que estou deliberamente (:P) a puxar para o lado oposto, assumo que é tecnologia porque está descrito como o sendo 😛 refiro-me, obviamente, e neste caso em concreto, à série star treck. E apoio-me no facto de nós mesmos termos essa tecnologia. Na verdade estava somente a rebater o exemplo que deste como ser que já passou a fase da tecnologia 😛 😀 não a rebater uma fase evolutiva em que o organismo em si possui todas as ferramentas necessárias p que não precise de…ferramentas.

    Não é preciso ir muito longe para ter exemplos de armas biológicas inerentes aos próprios organismos, de facto: a Terra está cheia deles. Não é de todo uma noção incompreensível para nós, mesmo com as limitações a que estamos sujeitos.

    Poderiamos ser formigas para seres desse género, mas continuo a insistir que seres assim teriam igualmente de ter um artificio capaz de nos levar a comunicar com eles. Pois teriam de ser quase omnipresentes e omniscientes…

    Sabes qual é o meu real problema com este conceito? remeter para a ideia de deus. 😛

  3. Evolução biológica não tem de ser restritamente natural, pode ser obtida através de tecnologia, inclusive nos Humanos fazemos-la com vegetais. Na serie V os Vs andam pela galáxia a coleccionar o melhor DNA de outras espécies para melhorarem o seu.

    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 01:26
    • Responder

    bigkax, por acaso temos muitos exemplos para servir de base. Os exemplos terrestres. É uma base. Não digo que seja perfeita, mas é uma base de partida.

    Sugiro que revejas o conceito de base, de “pareces os criacionistas” e que leias os meus comentários outra vez sem assumires que eu assumo isto ou aquilo. Não sei se reparaste que estou só a analisar lados/perspectivas da questão, não a assumir propriamente nada.

    Mas respondo-te ao “assumir que nós descobrimos os ets” (acrescentando-lhe a palavra inteligente. Ets inteligentes. Não simplesmente Ets): porque ainda não descobrimos nenhum até à data.

    Já agora, eu estava a falar da limitação que os nossos sentidos nos impingem e àvolta da qual a nossa arquitectura cerebral se estabelece. Mas, se leres o meu comentário inicial do post, verás que disse exactamente o mesmo que tu…

  4. Em Star Trek: Insurrection deparam-se com uma espécie que decidiu viver sem tecnologia.

  5. Ana,
    “Tá ali, limpinho: t-e-c-h-n-o-l-o-g-y.” <-- não. 😛 Está a nossa interpretação do que vemos. Os Humanos assumiram isso com sendo tecnologia, mas na verdade pode muito bem ser uma evolução biológica incompreensível para nós. Eles interpretaram sob uma referência humana... tecnologicamente humana. bigkax, Invasion of the Body Snatchers, versão de 1978 😉 http://www.astropt.org/2007/08/27/the-invasion/

  6. imdb.de”e de toda a ficção científica (excepto um filme): os humanos ganham sempre,”
    Que filme estas a pensar?? Eu lembro-me do Avatar e Terra(http://www.imdb.de/title/tt0858486/) se bem que acabam por continuar vivos depois de perderem a batalha, não me lembro de nenhum que tenhamos sido aniquilados.

  7. @Ana GP
    Revê os conceitos “especulativo” e “sem fundamento”, não temos nenhum exemplo para ter uma base, pareces os criacionistas a dizer que a teoria da evolução é só uma teoria…
    Tanto pode ser uma bicho de 7 cabeças como a quando do contacto uma das espécies já saiba a linguagem da outra.
    E porque é que assumes que serão os ETs a descobrir-nos e não o contrario??

    Eu quando relaciono as cores ou visualizo as que vejo, imagino em RGB(vermelho, verde e azul AKA cores base de luz que perfazem todas as outras do espectro visível, usadas em ecrãs) ou pelo comprimento de onda(existem pessoas que o comprimento de onde vem primeiro do que a visualização da cor) , existe pessoas que vêem em CMYK(cores base de tinta). Portanto se quiseres falar de luz é uma coisa, mas a parte do espectro visível ao olho humano é uma pequena parte do espectro visível, como o cérebro humanos processaria o resto do espectro não sabemos, nem se sabem se eu vejo as cores da mesma maneira que tu visto que a quantidade de células receptoras de cada comprimento de onda varia de individuo para individuo.

    @Carlos Oliveira
    É verdade que a maioria dos ETs da ficção cientifica são convenientemente humanoides em vários sentidos. E que não precisam de usar som para comunicar, podem muito bem usar luz ou outra forma de comunicação.
    Mas é possível que exista algures no universo uma raça com inúmeras semelhanças a nós, quem sabe… Eu não… Nem tu… A não ser que (introduzir conspiração).

    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 01:07
    • Responder

    :D:D:D

    nananananana, não podes comparar biogenically engineered weapons technology” a carapaças das tartarugas. Tá ali, limpinho: t-e-c-h-n-o-l-o-g-y. 😀

  8. Isso foi a forma que os Humanos arranjaram para explicar… mas essa espécie vem de uma dimensão fluídica… em que existe uma evolução biológica totalmente diferente.
    Os Humanos é que interpretam isso de forma antropocêntrica.

    Exemplo: é o mesmo que dizer que as tartarugas têm uma carapaça que é tecnologia (como os escudos dos gladiadores). Não tem nada a ver, mas é a forma antropocentrica interpretada para podermos explicar essa evolução biológica.

    Quanto ao final, é mais um antropocentrismo de Star Trek e de toda a ficção científica (excepto um filme): os humanos ganham sempre, independentemente de quão superiores os outros forem.

    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 00:58
    • Responder

    Quanto ao Q, já me recordo dele 😀 tinha-o varrido da memória por o detestar a montes 😀 Engraçado como é tão omnipotente e, no entanto, tão caprichoso e humano… 😛 😀

    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 00:56
    • Responder

    “Species 8472 has an extremely dense genetic structure and an extraordinarily powerful immune system; almost anything that penetrates their cells is instantly destroyed, including chemical, biological or technological intruders.”

    ou seja, não têm um sistema imunitário, têm nanomáquinas (moleculares ou não) de movimento perpétuo 😛 😀

    “learned that Species 8472 possesses organic spacecraft and a biogenically engineered weapons technology that was superior to anything known”; “Species 8472 launched a retaliatory strike, sending hundreds of powerful bioships”; “”

    tão, pensava que não tinham tecnologia… 😛

    “with the goal of eliminating all lifeforms from the galaxy”

    não era suposto serem superiores? deviam ter uma alternativa q não passasse pela destruição de tudo o que era vida… 😛 😀

    “The 8472 assault was halted when the U.S.S. Voyager collaborated with the Borg to use new nanoprobe technology the crew had developed, a weapon against which the species had no effective defense”

    tão afinal, não eram mais inteligentes?? e deixam-se levar assim pelas formiguinhas? 😀 😛

    😀

  9. startrek.com…

    Em Star Trek, tens várias espécies sem tecnologia e que são muito superiores a nós.
    Exemplos:
    http://www.startrek.com/database_article/species-8472
    http://en.wikipedia.org/wiki/Q_%28Star_Trek%29
    http://memory-alpha.org/wiki/Q

    E há um episódio em que os humanos encontram uma civilização num planeta, e passam todo o episódio a pensar que ela é menos avançada que a nossa (porque não tem tecnologias).
    No final percebem que é uma civilização muito mais avançada que a nossa. Que já tinha deixado para trás a fase tecnológica.

    😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 10/03/2011 at 00:31
    • Responder

    Carlos, na verdade fiz o inverso 😛 disse q para se ser tecnologicamente avançado tem de se ser inteligente. 😀 Sem inteligência não há capacidade de aprendizagem, nem de fabrico de ferramentas.

    Não conheço essa perspectiva a la Star Treck 😀 Não sou treckie 😀 sou mais Star Wars 😀

    (já sabes que gosto de explorar todos os lados das questões, de ser do contra e de fazer de advogada do diabo :D)

  10. Ana,

    Porque defines inteligência como tendo maior capacidade tecnológica?
    Isso é uma definição com base nos humanos, somente.

    Tendo em conta o tempo de vida da grande maioria das espécies terrestres, a nossa fase tecnológica é uma migalha.
    Eu acho que o facto de ainda estarmos nessa fase tecnológica, poderá ser uma evidência que estamos ainda numa infância em termos de inteligência.
    Para mim, esta fase é passageira (um dos episódios de Star Trek, falava disto).

    E supondo que poderá haver ETs avançados, tendo em conta a idade do Universo, eles poderão estar, por exemplo, 1 milhão de anos mais avançados que nós, e sendo assim já terão passado essa fase tecnológica há muito tempo, e olharão para nós como nós olhamos para formigas (nós não os conseguiremos compreender, tal como as formigas não nos compreendem a nós).

    Querer que eles estejam quase ao mesmo nível de desenvolvimento que nós (tecnologia mais avançada somente 500 anos por exemplo) parte de um pressuposto de geocentrismo temporal… por isso, sou contra.
    😉

    “Um exemplo simples das limitações da nossa própria arquitectura: tentar imaginar uma oitava cor. Por mais que nos esforcemos, é impossivel. não conseguimos. Tudo o que nos sai da mente é sempre uma mistura das sete cores de luz visivel. Sendo este um exemplo simples. Logo, à partida, um ser com uma arquitectura cerebral diferente poderá abarcar conceitos que nós não conseguimos…por muita aprendizagem que tenhamos.”
    Exacto!!!! 😀

  11. mr. shankly,
    Lá está, ela começou a falar de outras caixas 😛

    bigkax,
    A minha crítica foi à falta de imaginação em se pensar disso 😉
    Comparando com espécies terrestres, é indesmentível que em grande parte dos animais é impossível sabermos o que estão a pensar.
    Se pensares em animais “próximos” do Homem, então essa compreensão é maior.
    Mas a maior parte dos animais (será que me atrevo a falar de plantas?) tens que concordar que não temos ideia (ex: formigas, mosquitos, cobras, moscas,…). E mesmo quando pensamos que temos vem-se a provar em estudos seguintes que a interpretação foi antropocentrica (ex: esquilos).
    E no entanto, estamos a falar de vida próxima de nós, com bastantes afinidades connosco, com quem partilhamos o planeta há centenas de milhares de anos, e com quem temos antepassados comuns.

    Certamente que ao pensarmos em vida com quem nem sequer temos essas afinidades, então as diferenças e as dificuldades serão muito maiores.
    Por exemplo, não há qualquer razão para eles “falarem”. Logo, o Universal Translator (Star Trek) ou o Babel Fish (HHGTTG) não fazem muito sentido
    😉

    • Ana Guerreiro Pereira on 09/03/2011 at 23:39
    • Responder

    Bigkax, não concordo. Tem fundamento, mesmo que assente em alguma especulação. Porque, vejamos: para que uma eventual espécie inteligente nos “visitasse” teria de ser tecnologicamente muito mais avançada que nós, para ultrapassar ou contornar a barreira de velocidade e galgar as distâncias astronómicas que nos separam. Pressupõe-se, portanto, que a condição para os recebermos no nosso condomínio terrestre será a de que terão de ser tecnológicamente avançados, ipso facto, inteligentes. Ora, para serem inteligentes, podem ser tanto ou mais do que nós e quiçá menos em alguns aspectos (hipótese incluida só para salvaguardar a honra humana 😀 :P). É um pouco ilusório achar que serão menos inteligentes.

    Portanto, ponto assente, terão de ser inteligentes, preferivelmente mais. Já por aqui se vê que poderíamos ter dificuldade em entendê-los…eles a nós, é uma coisa, claro; nós a eles, já não sei… 😀 podiamos aprender, se eles tivessem a mesma paciencia que eu tive com os meus periquitos para os compreender e ensiná-los (na medida do possível) a comunicar comigo (na realidade é mais eu a tentar comunicar com eles, porque os gajos têm um feitio danado, ahahaha! já perdi a conta às vezes que levei bicadas no nariz por ter tido o desplante de incomodar as excelência numa altura em que não queriam ser incomodados).

    Por outro lado, não se pode partir do principio que terão a mesma arquitectura cerebral que nós. Que viverão no mesmo espaço-tempo que nós. Que serão capazes de nos detectar. Etc, etc,. etc. mas concentremo-nos na questão de não terem a mesma arquitectura cerebral; poderá dar azo a muitos mal entendidos, decerto. 😀 Um exemplo simples das limitações da nossa própria arquitectura: tentar imaginar uma oitava cor. Por mais que nos esforcemos, é impossivel. não conseguimos. Tudo o que nos sai da mente é sempre uma mistura das sete cores de luz visivel. Sendo este um exemplo simples. Logo, à partida, um ser com uma arquitectura cerebral diferente poderá abarcar conceitos que nós não conseguimos…por muita aprendizagem que tenhamos. 🙂

    Daí que, não concordo que seja especulativo, propriamente, ou sem fundamento afirmar que poderemos não conseguir comunicar com ETs. Mesmo podendo aprender. No exemplo do lobo, foi o humano que aprendeu a comunicar com o lobo, não o inverso.

    O que nos leva novamente à questão de que se os ETs são inteligentes o suficiente para aprender a comunicar connosco e ensinar-nos a comunicar com eles. :DDD

    Na verdade não é especulação. É um exercício de lógica que faz todo o sentido até entre nós, mulheres e homens… podemos aprender a comunicar uns com os outros, ou não?… 😛

    • Ana Guerreiro Pereira on 09/03/2011 at 18:13
    • Responder

    Não, um leão e uma formiga não nos poderão compreender a nós (por isso é que eu acrescentei algures “com as suas limitações” :P) devido à sua arquitectura cerebral, “cultura” , etc. Tal como nem nós nos conseguimos entender a nós mesmos 😀 (os neuroquímicos têm uma piada do estilo: se fossemos suficientemente inteligentes para compreendermos o funcionamento do nosso cérebro seriamos…minhocas. :D).

    Queria somente ressalvar que, dentro das limitações possíveis (cá está again :P), a aprendizagem é possivel. Nós não compreenderiamos esses ets evoluidos, mas eles saberiam como chegar até nós e compreender-nos… 😀

  12. Dizer que a comunicação com potenciais ETs será mais difícil é uma afirmação sem fundamento, até há data não registo credível de que isso tenha acontecido nem temos conhecimento do que vai acontecer. Qualquer afirmação é especulativa. Se nos cruzássemos com ETs por acaso sem duvida haveria dificuldades seriam mais difíceis ou mais fáceis do que com espécies terrestres não sabemos, se for com outra espécie racional provavelmente vão ser duas espécies a tentar compreender a outra. Em caso de uma espécie descobrir um planeta com vida(ETs a Terra e Humanos planeta ET) provavelmente vai tentar estudar o planeta e os seus habitantes antes de ter o 1º contacto, seria algo irresponsável simplesmente “bater à porta” de uma espécie em outro planeta sem ter o mínimo de conhecimento de quem a porta é e de como comunicar com o dono da porta.
    Mas isto é especulação, não temos conhecimento de como possíveis ETs pensam.

    Há uns tempos vi um documentário de um senhor que se infiltrou numa alcateia de lobos(em cativeiro) e se tornou o seu líder com objectivo de os estudar. Em termos de comunicação não foi uma coisa de outro mundo, o senhor conseguia comunicar com os outros membros da alcateia.

  13. “Os Aborígenes Australianos tinham uma fala. No entanto, não tinham conceitos como roubar. Não era para eles possível perceberem o que era isso. Devido à sua forma de ver a vida.”

    A questão da Ana é que podem aprender. E desconfio que já aprenderam 🙂

  14. Os Aborígenes Australianos tinham uma fala. No entanto, não tinham conceitos como roubar. Não era para eles possível perceberem o que era isso. Devido à sua forma de ver a vida.

    Os Leões têm um entendimento do mundo à sua volta, através de percepções e formas de funcionamento do cérebro, que não nos permitirá compreender tudo como eles pensam.

    Da mesma forma, uma formiga comunica com outras formigas. Mas uma formiga nunca nos poderá compreender a nós.

    De nós para potenciais ETs será ainda pior…
    😉

  15. Mas não podemos esquecer que com a inteligência vem a capacidade de aprender. E que essa mesma capacidade, dentro dos seus limites, claro, altera o funcionamento da rede neuronal e reconfigura-a fisica, fisiológica e (por conseguinte…?) psicologicamente. O mesmo deverá ser válido para todos os seres vivos com capacidade de aprendizagem. Portanto, é bem possível que com a aprendizagem adequada seja possível reconfigurar o nosso computador molecular para comunicar.

    O leão “fala”. Pode não falar articuladamente, mas terá a sua própria forma de comunicar. Forma essa que o ser humano compreende e, inclusive, levou o leão a compreender. O mesmo, por exemplo, para os psitacídeos e papagaios, cujas capacidades cognitivas são comparáveis às de uma criança de 3 anos…apesar de terem uma rede neuronal totalmente diferente. E a compreensão mútua existe.
    O mesmo com os nossos primos primatas, que se sabe hoje possuirem uma espécie de linguagem com vocalizações. Linguagem essa que começamos agora a decifrar!

    Á luz dos exemplos na Terra, pelo contrário, parece-me bem possível que se aprenda a comunicar. 😀

    (muaahahahaha! agora esta é a parte em que alguns gaijos dizem – vê-se mesmo que és gaja… né?? :D)

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