Mais rápido que a luz?

A BBC noticiou hoje que particulas subatómicas podem ter-se deslocado a uma velocidade superior à da velocidade da luz. Bem, para já não deite fora os livros de física. De facto, algo de estranho e sem precedentes está a acontecer no CERN, que poderá desfazer grande parte do Modelo Padrão, e não tem nada a ver com colisões de partículas no LHC ou com a partícula de Higgs. Ao realizar  uma experiênica de rotina com neutrinos, entre Genebra (CERN HQ) e o laboratório de Gran Sasso, na Itália, a sensivelmente 732 quilómetros de distância, os cientistas descobriram que seus neutrinos parecem viajar mais rápido que a velocidade da luz.

Neutrino Interactions. Credit: CERNcourier.com

Este resultado é potencialmente enorme. Mas, como mencionado acima, ainda não é hora de derrubar toda a física moderna e começar tudo de novo. Concretamente eis o que se passa: os físicos do CERN dispararam neutrinos – que não interagem com a matéria normal e, portanto, pode passar direto através da terra – em direção a um detetor na Itália. O objetivo aqui era testar a frequência das oscilações, assim a equipe de Genebra enviou um feixe de neutrinos muônico para Gran Sasso, e no Gran Sasso a equipe gravou quantos destes acabaram por chegar como neutrinos tauônicos.
A estranheza residiu no facto dos neutrinos do CERN aparecerem no Gran Sasso alguns bilionésimos mais cedo que o previsto – em outras palavras, eles pareciam estar a deslocar-se da Suíça para a Itália mais rápido do que a luz seria capaz de percorrer essa mesma distância.
Esta não é uma anomalia isolada, mas já se arrasta há anos. A equipe tem agora medido cerca de 15.000 lotes de neutrinos vindo através dessa distância, e eles dizem que já chegou a um ponto onde começa a ter grande significado estatístico. Contudo, por mais que tentem, não conseguem explicar o que está a acontecer e é por isso que os dados estão abertos ao escrutínio da comunidade científica. Basta agora esperar e ver se é possível reproduzir esses mesmos resultados ou chegar a algum tipo de explicação para os neutrinos que parecem estar a violar uma lei física fundamental.

Ler mais aquiaqui, aqui e aqui.

Artigo no arXiv.


Entrevista com o Porta-Voz Antonio Ereditato e o Investigador do CNRS, do OPERA, Dario Autiero

63 comentários

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    • Ana Guerreiro Pereira on 24/09/2011 at 12:24
    • Responder

    Ok, é algo q li já não sei onde, por isso não tenho referências: a hipótese de o neutrino ser uma partícula que pode transportar informação. Logicamente q não será informação como aquela q o fotão transporta. Ou o electrão.

      • Ana Guerreiro Pereira on 24/09/2011 at 13:54
      • Responder

      Esqueçam… quais neutrinos, quais quê. Taquiões. Eram taquiões, os bichinhos. O que eu li referia-se a taquiões…

      Bah, Ana GP, desde 1977 a fazer mesclas…originais.. bah 🙁 desculpem a burricite aguda.

    • Manel Rosa Martins on 24/09/2011 at 02:37
    • Responder

    Num comentário anterior escrevi: “As minhas objecções prendem-se com o facto do túnel ter sido submetido ao Terramoto de Aquila, pelo facto de não estar aser calculado qualquer efeito electro-magnético…”

    Uma simples busca sobre o tremendo terramotop de 6 de abril de 2009 que devastou a cidade de Aquila e várias aldeias em redor revela que:

    Luminous phenomena
    Many people reported seeing peculiar sightings of light glows, flashes, lightning, flames and fireballs, all of which were considered candidates for earthquake light.[36] 241 luminous phenomena were collected including photos and videos. At least 99 of such phenomena occurred before the main shock and other strong events of the seismic sequence, whereas globular lights, luminous clouds and diffused light were more frequent before the quakes. Flashes were mostly observed during the main shock. Electrical discharges and flames were observed principally after the main shock. Many luminous events were observed before and after the main shock without the ground shaking and were very similar to those reported about two centuries ago.”

    http://www.nat-hazards-earth-syst-sci.net/10/967/2010/nhess-10-967-2010.html

    Ora a experiência refere que “The high-accuracy time-transfer GPS receiver allows to continuously monitor tiny movements of the Earth’s crust, such as continental drift that shows up as a smooth variation of less than 1 cm/year, and the detection of slightly larger effects due to earthquakes. The April 2009 earthquake in the region of LNGS, in particular, produced a sudden displacement of about 7 cm, as seen in Fig. 7. All mentioned effects are within the accuracy of the baseline determination. ”

    Ora não posso concordar, de forma alguma, com as expressões
    1) “smooth variations, dada a extrema complexidade da bacia do Tirreno e das suas interacções com os movimentos das placa Euro-asiática e Africana.

    2) “slighly larger effects due to earthquakes. Só se tinha registado o raro fenómeno das luzes de termores de terra 200 anso em Itália, um país com muita frequência de tremores de terra. Mais, este tremor de terra, cmo já referi, foi tanto numa abordagem estatística (em função das de dezenas de pré-choques e de réplicas e da sua inusitada magnitude em ambas as situações (antes e depois do choque principal) e das suas muito peculiares características electro-magnéticas: “Some preliminary considerations on the location of the sightings suggest a correlation between electrical discharges and asperities, while flames were mostly seen along the Aterno Valley.”

    É uma hipótese que pode explicar erros de experimentação. Em todo o caso afigura-se-me algo displicente, de acordo com a informação disponível, desclassificar estas ocorrências como “slighty larger (geodesic) effects, ignorando olimpicamente quaisquer fenómenos electro-magnéticos associados, apara mais com a raridade, com a intensidade e com os registos da sua ocorrência repetida. O parênteses com “geodesic” é de minha responsabilidade.

    Esta secção do relato já me tinha chamado a atenção em primeira leitura e assinalei e anotei em troca de impressões totalmente informal que estava a denotar fragilidade linguística ( o que é extremamente subjectivo) no texto do relator.

    Agora com mais tempo de reflexão e com imparcialidade (pelo menos com essa tentativa) levanto as mais sérias objecções a este detalhe e ao emprego destas expressões. Isto, permitam-e repetir, de acordo com os dados disponíveis.

    Objectivamente retiro que:
    a) foram levados em conta estes fenómenos mas não foram expostos no relato.
    b) não foram levados em conta e foram desclassificados com expressões linguísticas que considero desadequadas num trabalho objectivo.

    Para terminar, de novo este comentário não é uma revisão nem uma negação (nem uma subscrição) dos resultados. São simples objecções porventura relevantes. Ou irrelevantes.

    O futuro o dirá.

    • Marília Peres on 23/09/2011 at 23:34
    • Responder

    Neutrino apanhados em excesso de velocidade!
    Mais rápidos que eles, só mesmo o astroPT a divulgar notícias. 🙂

    1. LOL 😀

  1. Uma possibilidade é que estas partículas, que foram detectadas, não são realmente neutrinos, mas talvez algum outro tipo de forma exótica da matéria até agora desconhecida e que tem propriedades semelhantes aos neutrinos … semelhante o suficiente para ser detectado pelo detector OPERA.
    Talvez a forma exótica de matéria seja regida por outras regras, de algum modo desconhecido. É apenas uma idéia.

    1. Taquiões!!!! 😀

        • Ana GP on 24/09/2011 at 20:02

        isso não é o q se responde qd não se sabe o que é? 😛 😛 😛

    • Manel Rosa Martins on 23/09/2011 at 21:46
    • Responder

    A partícula que transporta informação não é o neutrino, é o fotão. ((Ana Margarida)
    O spin define-se pelo momento angular intrínseco, e o jogo do pião serve para ilustrar grosseiramente a sua dinâmica.

    Tenho várias dúvidas em relação a este trabalho, sobretudo, claro, no seus resultados, que tenho a maior dificuldade em aceitar. O alcance e o significado dos mesmos pois prefiro nem comentar, este trabalho segue agora, aliás a pedido expresso dos seus autores, para a mais aturada revisão. Eles também fizeram questão de não retirar qualquer conclusão ou formular qualquer hipótese teórica.

    A partícula em questão é o Tau Neutrino, que não tem carga eléctrica, tem uma massa de <15.5 MEV (mais de 30 vezes a do electrão) tem quiralidade da mão esquerda, spin de 1/2 como todos os fermiões,, é de III (3ª) geração ( o que é a massa mais pesada) de Fermiões, do grupo dos leptões.

    Esta partícula não é observada directamente, o que são observadas são as sua interacções com o anti-Tau, a anti-partícula do Tau (III geração de electrões. ou electrão-tau. O principio da Incerteza assim obriga.

    As minhas objecções prendem-se com o facto do túnel ter sido submetido ao Terramoto de Aquila, pelo facto de não estar aser calculado qualquer efeito electro-magnético e pela medição do GPS, apesar de extremamente cuidadosa, não permitir uma medição exacta do trajecto.

    Todas estas preocupações foram no entanto tidas em conta, calculadas, e classificadas como não causadoras de qualquer anomalia no resultado final.

    Não verifico em qualquer lado o calculo do facto da experiência estar de correr num planeta chamado Terra, que tem um campo electro-magnético próprio, vários !spins" próprio não consagrados e decorreu num túnel onde são previamente lançados mesões, que ao decaírem, emitem tau-neutrinos, electrões tau e as respectivas anti-partículas. Neste particular do anti-tau vejo-o pela notação, mas isso é pouco firme e posso estar errado. O facto de ter decorrido no nosso planeta contradiz os resultados, como aliás sucedeu com experiência semelhante do NIMOS, dos resultados dos neutrinos medidos duma emissão dum supernova, bem de acordo com a Teoria Especial da relatividade, nomeadamente a equivalência Energia/ Massa, que Einstein publicou em 3 páginas de aditamento, a famosa E=MC^2.

    Este tipo de objecção constructiva a experiências deste tipo na Terra é aliás uma "dama" pela qual se batem há anos os Físicos da "escola" da mecânica Digital, uma abordagem que prefiro por ser muito mais exigente, no sentido de mais abrangente. Não se deve interpretar com "desmazelo" ou incúria de calibragem ou da medição do túnel ou de erro de experimentação por menos cuidado. O estudo é aliás quase draconiano nos cuidados e na nomeação das entidades independentes envolvidas, por exemplo no GPS ou na medição dos efeitos do tremor de terra de Aquila.

    Por isto tudo, esta experiência deverá ser replicada (quando o foi no NIMOS) o desvio-padrão era inaceitável, e neste caso não se verifica nenhuma anomalia estatística ou sistemática significativa.

    Ou seja, há que ser céptico mas também justo, o resultado, caso se verifique pelo processo de revisão como correcto, terá que ser aceite.

    Um comentário totalmente especulativo que me surgiu nestas simples reflexões ( que não são uma revisão nem têm esse intuito) é que é possível que seja produtivo replicar esta experiência no espaço, como aliás os autores advogam. Ou pelo telescópio Planck ou, pela minha especulação assumida, pelo AMS-02. Neste último caso a replicabilidade afigura-se-me teoricamente possível mas há que referir que está fora dos objectivos desta missão.

    E claro, posso estar totalmente equivocado, ter cometido um engano, como se diz no Brasil. Afinal isto não passa duma mera opinião confrontada com os melhores físicos de Humanidade.

    Em todo o caso, tenho por correcto concluir que não é a nossa vida, nem a Terra, nem o Universo, que mudam. O que muda, caso seja confirmado este resultado "completamente louco," é apenas uma coisa pequena e bastante humilde: a nossa compreensão sobre o Universo em que vivemos.

    1. Uma das coisas mal que tenho notado em vários jornais é a porem em causa a Relatividade de Einstein.
      Mas algum dos jornalistas utiliza GPS, por exemplo? 😛 enfim…

      A velocidade da luz é uma barreira, não um limite.
      Em lado nenhum é dito que eles ultrapassaram a barreira…

  2. Isto parece ser uma notícia excepcional!! 😀
    Já agora, não estarão a dar demasiada importância à queda do satélite? Aparece em todo o lado, como que a espalhar o medo e o pânico…
    Abraço!

  3. Lembrei de algo.

    Pra colocar mais lenha na fogueira deste assunto, um cara intitulado Jonh Titor disse num fórum de discussão em 2 de novembro de 2000 que que os fundamentos da viagens no tempo seriam desvendados no CERN. Bem, errou a data: disse que a descoberta que permitirá a tecnologia de viagem no tempo ocorreria em 2001.

    Pelo menos já pode escrever algum livro. Sobre estes assuntos polêmicos que mexem com o imaginário humano, rende um bom dinheiro. 😀

  4. Oi pessoal, sou um amante das ciências e curioso do assunto, por isso me desculpem se estou falando baboseiras, mas seguindo o comentário do Carlos, se viajassemos para Alpha Centauri em uma viagem que duraria dois anos, e tivessemos um telescópio ou algum meio de ver um planeta com vida neste sistema desde o começo da viagem, veríamos tudo se mover mais rápido, pois estamos indo mais rápido que a luz nos alcançando. E ao contrário se olhassemos para a Terra, veríamos o tempo andando para trás, inclusive veríamos a nossa nave voltando, e pessoas que morreram voltando a vida, etc. Não sei se estou conseguindo fazer me entender…

    1. O telescópio não vê mais rápido que a luz, logo o que víamos no telescópio era o sistema há 4 anos atrás.

      Não percebo o porquê de se nos movermos mais rápido que a luz, faz com que objectos que nada têm a ver connosco se movam mais rápido…

      abraço

  5. Artigo científico:
    http://arxiv.org/abs/1109.4897

  6. http://www0.rtp.pt/noticias/?t=Cientistas-captam-neutrinos-a-viajar-a-uma-velocidade-superior-a-da-luz.rtp&article=481564&visual=3&layout=10&tm=94

    “(…) os autores da descoberta mostram-se muito cautelosos: “Tentámos encontrar todas as possíveis explicações para isto”, disse à BBC Antonio Ereditato, um dos autores da descoberta. “Queríamos encontrar um erro – erros triviais, erros mais complicados ou efeitos esquisitos -, mas não conseguimos”.

    Segundo Albert Einstein e a sua teoria da relatividade, nada no universo pode ultrapassar a velocidade da luz, pelo que a descoberta agora anunciada põe em causa as mais importantes bases da Física moderna. Até este momento, nunca foi observada qualquer partícula que conseguisse exceder a velocidade da luz.

    A BCC diz que a experiência de Antonio Ereditato e dos seus colegas dura há mais de três anos e que foram feitas mais de 15 mil medições da velocidade dos neutrinos disparados no acelerador de partículas do CERN. Foi durante estas experiências que, de uma forma estatisticamente significativa, os neutrinos pareciam aparecer uma fracção de segundo antes do que seria esperados.

    “O meu sonho é que haja outra experiência independente que descubra a mesma coisa – então ficaria aliviado”, disse Ereditato à BBC. “Para já não estamos a afirmar nada, apenas queremos ser ajudados pela comunidade para percebermos estes resultados loucos – porque são loucos”.”

  7. Para complemento deste cenário, o que ainda torna mais interessante a noticia é que temos uma massa, por muito pequena que seja ou por muitissimo pouco que interaja com o espaço- tempo, possivelmente por não ter momento angular e carga electrica para além do envelope “neutrino”, que consegue deslocar-se a uma velocidade maior que C! Será?!!!
    É tempo de Sci-Fi!

    1. Se se confirmar….não é sci fi 😀 é realidade. 😀

  8. Há uns anos largos, nos fins da década de 70, ou inicio da década de 80, não me recordo bem, ouvi uma notícia que informava que a marinha dos EUA estavam a iniciar testes com transmissão de neutrinos para comunicar com os seus submarinos. Agora como é que é provocada a emissão dos ditos neutrinos e em que modulação é feito o envio e como é que são detectados e convertida a sua interacção em sinais eléctricos é que não sei!
    Fact or Fiction?!
    Em relação a V>C, não tenham problemas, continuamos a viajar para o futuro!
    Um senhor chamado Eugene Podkletnov, andava a “brincar” com pulsos electromagnéticoas produzidos com tensões na ordem dos milhões de Volts e umas modestas centenas de amperes e pelo que se conta, efeito produzido para além de partir paredes e pedras, também tem uma velocidade de propagação superior a C!
    Se tudo isto fôr verdade, então o Porfessor João Magueijo pode ter um trunfo a apoiar a sua VSL (Variable Speed of Light). Por mim chamo “Velocidade Variável da Propagação da Radiação Electromagnética no Espaço-Tempo; ou “VSL” for short!
    Um bom dia de Ficção Cientifica para todos!

    1. Não me parece que isto tenha a ver com a VSL

      O que o Magueijo defendia era que a velocidade da luz poderia ter mudado ao longo do tempo do Universo.

      Esta experiência nada tem a ver com isso – não põe em causa a velocidade da luz (constante).
      Esta experiência parece mostrar que algo (neutrinos) pode ultrapassar essa velocidade da luz.

      😉

      abraço

      1. perfeitamente plausível em termos lógicos! ( “a velocidade da luz poderia ter mudado ao longo do tempo do Universo”)

        Concordo com o Carlos. A não ser q a v da luz tenha mudado entretanto 😛

        • Paulo on 23/09/2011 at 17:51

        Não directamente, só pode “derrotar” o limite absoluto de C!
        Mas também não se mediu a velocidade da luz para os lados de Andrómeda, ou perto do centro da Via Láctea, por isso também não podemos ter muito a certeza que C é igual em todo o lado!
        Um “hug”.

      2. Não. O C continua a ser C.

        Simplesmente, poderá haver partículas que poderão viajar a mais do que isso. Em lado nenhum é dito que elas atravessaram a barreira.

        Nós vemos a luz muito para lá de Andrómeda…

        • Paulo on 23/09/2011 at 23:47

        Sem sombra de dúvida! A luz já teve tempo para sair do “Trazeiro de Judas” e chegar à Terra.Tal não implica que ao longo do trajecto até nós ela não sofra variações de velocidade! Se por exemplo a luz entre Andrómeda e a Via Láctea propagar-se a C/3 por 70% do trajecto e depois a 2,5C durante 5% do trajecto seguinte e chegando à orla do sistema Solar, mete a mudança abaixo, reduzindo para a velocidade C até à Terra! Se passar perto de um buraco negro, então apanha a hora de ponta até se safar da 2ª Circular! Se algo parecido acontecer, a astronomia tem as contas todas “lixadas”. Esperemos que não! É só a minha e ignorancia e criatividade “entrópica” a transbordar!
        Assume-se que C é uma constante e que também era a máxima velocidade possivel para todas as condições. Sabe-se que pela nossa vizinhança C tem o valor que acima posto em placa, mas pode não ser assim em todo o espaço tempo! Ahhh que bronca!
        Como eu já disse é tempo de Ficção Cientifica…

      3. Já se sabe há muito tempo que C é uma barreira e não um limite… até porque o Universo expande-se a velocidades superiores a C.

        Nada neste paper põe essa noção de barreira em causa. 😉

        Se houvesse essas velocidades todas diferentes aqui “perto”, penso que já teríamos detectado 😉

        • Paulo on 24/09/2011 at 00:18

        “…o Universo expande-se a velocidades superiores a C.”
        Caro Professor Carlos Oliveira, agradeço a informação, a qual deixa-me de ânimo mais ligeiro!
        Um grande fim de semana para todos!
        Amen!

      4. Fui procurar um link sobre isto 😉
        Expansão do Universo:
        http://curious.astro.cornell.edu/question.php?number=575

    • Paulo Cardoso on 23/09/2011 at 09:21
    • Responder

    Não sendo eu cientista, apenas um curioso sobre o que se passa neste mundo e arredores, sempre me fez confusão as afirmações perentórias no mundo científico, em especial no que a limites diz respeito. Basta olharmos para a história para verificarmos que muitos dos limites que muitos cientistas diziam serem inultrapassáveis, vieram a ser batidos logo que o conhecimento científico atingiu patamares mais elevados. Acho que perante esta possibilidade e, tal como já referi, os ensinamentos da história, qualquer cientista deverá ter a humildade de reconhecer que a sua teoria pode antever um limite tendo em conta a tecnologia que se domina no momento. Os avanços tecnológicos vão fazendo desaparecer alguns desses limites. A pergunta que acho que se deve colocar é: haverá limite para tudo, alguns conceitos e realidades não têm limite ??
    De um humilde curioso.

    1. Olá Paulo,

      Não é o seu caso, mas já vi comentários pela net, sobretudo em sites pseudos, de pessoas a dizerem basicamente o mesmo, e a serem levados pelos vigaristas a pensarem essas coisas.
      A verdade é que o que disse é errado… fruto da generalidade das pessoas ter concepções erradas da ciência.

      Vou colocar por pontos:

      1 – Esta descoberta foi feita pelos cientistas e com base na ciência.
      Este tipo de descobertas PROVAM que os cientistas e a ciência não são fundamentalistas. Provam também que os cientistas têm a mentalidade aberta o suficiente e têm inteligência para fazerem estas descobertas.
      Criticá-los por eles demonstrarem inteligência e abertura, não faz sentido.

      2 – Há coisas impossíveis.
      A Teoria da Gravidade irá certamente mudar nas próximas centenas de anos, no entanto isso não quer dizer que Newton estava errado. As coisas não deixam de ser impossíveis só por se compreender melhor outras coisas.
      Ex: se o Paulo fizer a experiência do Dawkins e se atirar do topo de um edifício de 20 andares, vai sempre cair cá em baixo. Seja ontem, hoje ou amanhã. Não é por a teoria mudar que o Paulo deixa de cair.

      3 – As pessoas não entendem as diferenças entre o impossível coloquial e o extremamente improvável em termos científicos.
      Se o Paulo fôr tentar atravessar uma parede de cimento, eu vou dizer que o Paulo não está bom da cabeça, porque é impossível atravessá-la sem se magoar. Ou seja, coloquialmente é impossível.
      Cientificamente, o Paulo consegue atravessar a parede de cimento. Demora é alguns biliões de anos a tentar e a dar com a cabeça na parede. Mas não é impossível, só muitíssimo improvável.
      As pessoas assumem que impossível e improvável são a mesma coisa… e depois acusam a ciência e cientistas com críticas injustas e falsas.

      4 – A ciência já considerava há muito tempo a possibilidade de haver partículas a viajar mais rápido que a luz.
      Assumindo que a experiência não teve erros, ninguém disse que elas atravessaram a barreira de C. Isso é outra história.
      Parece-me que as pessoas metem tudo no mesmo saco, e depois criticam “no ar”.
      Curiosamente, este é um ponto em que critico vários jornais que já li. Os artigos jornalísticos, na sua maioria (dos que li), disseram várias asneiras sobre isto.

      abraços

  9. Lembrei-me de uma sérieapresentada pelo Carl Sagan faz algum tempo falando das viagens no espaço e no tempo, caso fossem concretas para nós. É muitíssimo interessante! Pra quem é fascinado pelo tema, vê a cada dia as impossibilidades de viajar no tempo serem corroboradas. Só resta ter esperanças na Teoria dos “Wormhole’s”.

  10. Ainda é cedo para reacender a probabilidade das viagens no tempo?

    1. Sim 🙂

      Ao contrário dos conceitos populares, viajar mais rápido que a luz não é viajar no tempo 😉

      Exemplo:
      Proxima Centauri está a 4 anos-luz.
      Vamos supôr que viajamos mais rápido que a luz e chegamos lá em 2 anos.
      Ou seja, viajamos mais rápido que a luz, mas mesmo assim ficamos 2 anos mais velhos 😉

      abraço

        • Cavalcanti on 23/09/2011 at 04:58

        É o tal do “Paradoxo dos Gêmeos”. Pra mim, seria uma “falsa” viagem no tempo. Em tese, viagens temporais seriam se pudéssemos viajar nos “Wormhole’s”.

      1. O Paradoxo dos Gémeos… ambos envelhecem… nenhum deles viaja para o seu passado 😉
        http://www.astropt.org/2009/01/31/teoria-da-relatividade-dilatacao-do-tempo/

        Viagens para o passado têm outros paradoxos (do avô) e até restrições de liberdade de escolha.

        abraço

        • Cavalcanti on 23/09/2011 at 07:45

        Perfeito, Carlos.

        Não sei se aí existe este tipo de brincadeira entre vocês, mas aqui no Brasil dizemos que nós, professores, nunca erramos. Cometemos enganos. 😉

        Portanto, foi um ledo engano (risos).

        Obrigado pela explanação e abraço. 🙂

      2. Mas, Carlos, a velocidades superiores à da luz o tempo vai passar mais devagar para o viajante que viaja à velocidade da luz. Passam dois anos para ele, mas na Terra passarão mais.

        O Sr Tompkins é quem o afirma 😀

      3. Ah, sorry, eu queria dizer velocidades próximas à da luz (por serem velocidades enormes e por a velocidade da luz ser, até ver, um limite prático para a maior velocidade que algo pode atingir no universo – até ver! eu disse para velocidades superiores á da luz pq era disso q se estava a tratar, e se a velocidades proximas da da luz o tempo anda mais devagar, imagine-se se se andar a velocidades superiores…).

        De qq das maneiras houve uma “viagem” no tempo 😛 o viajante que vai a velocidade próxima ou superior à da luz, acaba por ir para o futuro dos objectos e seres q se deslocam a velocidades inferiores.

        Interessante é o neutrino ser uma particula q hipoteticamente transporta informação…. pois…

      4. Sim, Ana, mas ambos os “gémeos” viajam para o seu futuro. Um mais depressa e outro mais devagar, mas ambos na mesma direcção (para o futuro).
        Nenhum deles viaja para trás no tempo…

        http://www.astropt.org/2009/01/31/teoria-da-relatividade-dilatacao-do-tempo/

        😉

      5. E se eu andar num carrossel a uma velocidade próxima da luz? Encontro-me comigo próprio no passado 😛

      6. Claro, nem me estava a referir a isso propriamente pq não conhecia essa cenas dos gémeos 😀 tenho de ir ler então. 😀 cromos… 😛 BRIGADA! 🙂

    • Manel Rosa Martins on 23/09/2011 at 01:53
    • Responder

    O website da experiência OPERA

    http://operaweb.lngs.infn.it/spip.php?rubrique40&lang=en

    Remete-nos para esta entrada em inglês na Wiki, que naturalmente terá sido criada e revista pelos Físicos do CERN.

    http://en.wikipedia.org/wiki/Neutrino#Speed

    Portanto teremos que aguardar pelo resultado exacto incluindo o padrão de incerteza que lhe foi calculado.

    Nota: Um critério seguro para os estudantes é usar a Wiki como ENTRADA dum tema mas depois irem sempre verificar por segundas fontes credíveis e/ou pelas fontes originais, só “copy-paste ” da Wiki costuma ser insuficiente para um trabalho do Liceu ou da Universidade, olhem que os Professores topam:)).

    1. Topam e bem. Já chumbei metade de uma turma por copy paste descarado. 😛 É muito, mas muito fácil detectar copy paste!!

    • Manel Rosa Martins on 23/09/2011 at 01:14
    • Responder

    Segundo o “The Guardian,”

    “Since the speed of light is 299,792,458 metres per second, the neutrinos were evidently travelling at 299,798,454 metres per second.”

    O que daria uma diferença de +5.996 metros por segundo.

    Mas, a fazer fé no comunicado da Lusa, teremos:

    Velocidade alcançada na experiência em Gran Sasso:
    300.006.000 metros por segundo
    299.792.458 metros por segundo
    213.542 metros por segundo mais rápido.

    Há que verificar com cuidado depois com a publicação da literatura científica.

      • Manel Rosa Martins on 24/09/2011 at 12:24
      • Responder

      Consoante prometido, pela Publicação Científica, tenho:

      20/1.000.000 = 0.000 02

      0.000 02 x 299 792 458 = 5.9958492 m/s

      Acima da veloc. da Luz, de c.

  11. Isso deve dar uma multa valente 😉

  12. Eu só digo: Oh My Aliens!!! É desta que vamos ter Star Trek 🙂

    Ricardo, porque dá mais força à Teoria das Cordas?

      • Manel Rosa Martins on 23/09/2011 at 02:20
      • Responder

      As 5 versões da Teoria das Cordas foram unificadas na Teoria-M. Qualquer versão da Teoria das cordas ou a Teoria-M têm como propriedade essencial uma corda vibratória com o comprimento de Planck. O comprimento de Planck é por sua vez uma unidade baseada no limite da velocidade da luz no vácuo. A ser verificado, este resultado não confirma nem reforça, na minha opinião, e pelo acima exposto, qualquer das versões ou a Teoria-M.

  13. A notícia na página da Nature:

    http://www.nature.com/news/2011/110922/full/news.2011.554.html

    Ainda é preciso esperar por amanhã pelo paper no arXiv, e depois, por uma verificação independente.

    A se confirmar, ganham mais força as inumeras teorias multidimensionais, como a teoria de cordas.

    1. Fui-me deitar excitadíssima, ontem 😀 esqueci-me totalmente do satélite a cair e tudo 😀

      • Manel Rosa Martins on 24/09/2011 at 01:47
      • Responder

      Por dever de lealdade para com este comentário do Ricardo Reis, tenho que o informar que está em muito boa companhia nesta hipótese de reforço das Multi-dimensões, já que o conhecido Físico Brian Cox deu uma entrevista à BBC em que especula poder tratar-se disso, caso o resultado seja confirmado. Cox não foi mais específico, mas como tem o Ricardo Reis e todos os leitores o direito de estarem o melhor informados que nos for possível, junto link da entrevista. Continuo a manter a minha opinião, assim como outros têm todo o direito, sobretudo quando são Físicos (já que se trata de Física de partículas) , a terem as suas. Mais importante do que a minha opinião é sempre os leitores estarem informados de todas as perspectivas.

      http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-15034852

  14. Agora podemos testar a velocidade da astroPT: quem chegou primeiro? 😉

    1. Fui eu, ora 😛 😀

  15. Este é o comunicado da Lusa:

    “Os neutrinos, partículas elementares da matéria, foram medidos a uma velocidade que ultrapassa ligeiramente a velocidade da luz, considerada até agora como um “limite intransponível”, anunciaram hoje físicos de um centro de investigação francês.

    Caso seja confirmado por outras experiências, este “resultado surpreendente” e “totalmente inesperado” face às teorias formuladas por Albert Einstein poderá abrir “perspetivas teóricas completamente novas”, sublinha o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS, na sigla em francês), em França.

    As medições efetuadas pelos especialistas com experiência internacional desta investigação, a que se chamou Opera, concluíram que um feixe de neutrinos percorreu os 730 quilómetros que separam as instalações do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN), em Genebra, do laboratório subterrâneo de Gran Sasso, no centro de Itália, a 300,006 quilómetros por segundo, ou seja, uma velocidade superior em seis quilómetros por segundo à velocidade da luz.

    “Por outras palavras, para uma corrida de 730 quilómetros, os neutrinos cruzaram a linha de chegada com 20 metros de avanço” sobre a luz, caso esta tivesse percorrido a mesma distância terrestre, exemplifica o CNRS.

    “Longos meses de investigação e de verificações não nos permitiram identificar um efeito instrumental que explique o resultados das nossas medições”, reconheceu o porta-voz da investigação Opera, Antonio Freditato, que se mostrou “ansioso” por comparar estes resultados com outras experiências.

    “Tendo em conta o enorme impacto que tal resultado poderá ter na Física, são necessárias medições independentes para que o efeito observado possa ser refutado ou então formalmente estabelecido”, sublinha o CNRS.

    “É por isso que os investigadores do projeto Opera desejam abrir este resultado a um exame mais amplo por parte da comunidade de físicos”, acrescenta.”

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