De 24 a 29 de Setembro, na Índia, teve lugar o 58º Congresso Internacional de Astronáutica.
Este é todos os anos um dos congressos espaciais mais esperados, já que congrega milhares de especialistas internacionais nas mais variadas áreas ligadas ao espaço.
Mais de 1300 trabalhos de investigação vão ser apresentados em 138 sessões paralelas.
Temas como transportes espaciais, satélites de comunicações, observação da Terra, exploração do espaço profundo, exploração dos planetas do nosso Sistema Solar, viagens espaciais tripuladas, métodos de detecção de planetas extrasolares, leis espaciais, agências espaciais, indústrias ligadas ao espaço, programas de detecção de asteróides e cometas, a saúde humana no espaço, os mercados futuros abertos pela exploração espacial, a Estação Espacial Internacional, etc; todos estes temas são debatidos no IAC 2007.
Decorreu em Hyderabd na India o 58º Congresso Internacional de Astronautica. O tema de este ano era “Touching Humanity”.
Pelo que vi do programa, os papers apresentados este ano não me despertaram tanto interesse como os do ano anterior. Como no final de Agosto houve uns atentados na cidade, o congresso este ano teve apenas cerca de 2500 participantes (no ano passado rondaram os 6000). A organização indiana responsavel pelo congresso este ano foi bastante criticada por todos os participantes. Ocorreram inumeras falhas durante os dias: ou os computadores não funcionavam, ou alteravam horários e não avisavam ninguém, ou prometiam mundos e fundos e depois in loco não acontecia nada do que tinham compromtido a fazer.
O Simpósio de História, onde apresentei o meu paper (“O lançamento do Sputnik em Portugal – o que disseram os jornais”) correu muito bem, houve uma grande receptividade dos presentes e fizeram muitas perguntas sobre o assunto. Apesar de ter sido a última apresentação do dia, a sala estava quase cheia, o que foi muito bom tendo em conta que a apresentação anterior a mim, um Professor da Universidade do Alabama, além de ter passado a manhã a dormir, quase que adormecia durante a apresentação dele.
Em relação à viagem, aprendi algo muito importante: na India tudo pode acontecer. Desde lagartixas no quarto de um hotel 4 estrelas, a não conseguir comer durante dois dias porque a comida era demasiado picante, não há carne nem peixe (viva o pizza hut, unico sitio com pizza e carne, entenda-se frango) e não conseguir voltar a casa quando era suposto por não ter voo, tudo é possível neste país. O trânsito é caótico, nem sei como sobrevivi, conduzem com os ouvidos e não com os olhos e daí estarem sempre a buzinar, quando chove é torrencialmente durante uma hora e a chuva é quente. A cidade, apesar de ser uma das maiores da India, tem muito menos organização do que um bairro de barracas. Urina-se e defeca-se quando dá vontade e mesmo ali na berma da estrada; os taxis parecem Piagos e transportam tudo possível e imaginável; e sobretudo, não estão habituados a ver ocidentais o que implicou para mim a para a minha amiga que me acompanhou, uma “escolta” de três indianos que trabalhavam para a organização do congresso e que conhecemos no dia em que chegamos ao aeroporto e o hotel se esqueceu de nos ir buscar…
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