Horton Hears a Who

Neste excelente filme, um elefante descobre um mundo num grão de pó e tenta proteger esse mundo (e a civilização que lá existe) de todos os potenciais perigos.

Curiosamente, os habitantes desse mundo pensavam que todo o Universo era o local onde viviam – eles não sabiam que existia todo um Universo “lá fora” (fora do seu mundo).

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Em Horton Hears a Who! (Horton e o Mundo dos Quem!), uma civilização inteira vive num pedaço de pó e não faz ideia que o seu mundo faz parte dum universo gigantesco.

Tal como nos filmes MIB – Homens de Negro, deixa no ar a pergunta: e se o nosso Universo fôr somente um pequeno pedaço de pó de um Universo muito maior?

A última cena do filme mostra precisamente que tal como o Mundo dos Quem está todo num pequeno pedaço de pó à deriva pelo ar, também a Terra é somente um pequeno pedaço de pó (juntamente com vários outros) flutuando pelo Cosmos.

Tal como nós assumimos que a Terra foi sempre assim e que o Universo foi sempre o mesmo (ambas as assumptions são erradas), também os habitantes do Mundo dos Quem pensam que o seu Universo foi sempre assim e sempre será assim – durante toda a história das centenas de gerações dos Quem, o seu mundo foi sempre igual (porque o pedaço de pó estava depositado numa flôr que existia numa caverna).
No entanto, recentemente, a flôr sofreu um empurrão que fez com que o pedaço de pó viajasse para fora da flôr e foi levado ao sabor do vento (provocando muitas alterações no Mundo dos Quem).

A ovelha negra dos Quem é JoJo, o jovem introvertido que é o mais inteligente dos Quem.

Ser diferente é vantajoso para a sociedade.

Horton pode ser considerado um Deus para os Quem: o elefante Horton é um ser invisível no céu dos Who, que cuida do mundo dos Who.

A canguru diz que quando não se consegue ver, ouvir ou sentir algo, então é porque não existe.
Ela estava errada, porque eles existem.
No entanto, isto pareceu-me um daqueles argumentos que os pseudos fazem aos cientistas: que os cientistas acham que só existe aquilo que vêem ou ouvem. Mas isto é absolutamente errado. Os cientistas investigam – não chegam às conclusões com base em nada.
Por outro lado, os cientistas não se limitam a ver ou ouvir; eles utilizam instrumentos para detectarem objectos ou seres noutros comprimentos de onda.
E quando nada se detecta em nenhum comprimento de onda, então obviamente o objecto ou ser não existe. Senão, seríamos todos internados como loucos. Afinal, ninguém no seu juízo perfeito vai opinar que tudo (incluindo um carro parar por falta de gasolina) é devido à existência de unicórnios voadores invisíveis… (ou outra treta qualquer que se invente).

A canguru também diz que o Horton faz as crianças questionar a autoridade.
Isto é precisamente o que os cientistas fazem: estão constantemente a questionar o conhecimento, daí estarem sempre a descobrir coisas novas.
Mas é preciso não confundir as coisas: são os especialistas que detém o conhecimento. E os especialistas baseiam-se nas evidências das experiências. O argumento de basear-se na autoridade de alguém não é válido.

A canguru também é contra a imaginação – o despertar da imaginação nas crianças.
Ora, ao contrário do que é dito pelos pseudos, os cientistas são as pessoas mais imaginativas do mundo. Sem eles, nunca existiria a internet entre milhares de outras coisas “mágicas” que utilizamos no dia-a-dia.
Os cientistas são aqueles que mais despertam a imaginação.

Também vi uma representação política no discurso da canguru. Ela utiliza a demagogia para vender o populismo do status quo, ameaçando de que se não fizerem o que ela diz, o caos vai-se instalar na sociedade.

O confronto entre a Canguru e Horton, fez-me lembrar o julgamento que a Inquisição (religião) fez a Galileu (ciência). Horton também se tinha que retratar no que disse, senão iria sofrer consequências nefastas. Horton recusou-se a negar o conhecimento.

Gostei bastante da cientista no Mundo dos Quem.
A mensagem dela é que o grão de poeira (todo o seu Mundo) precisa de estabilidade, de equilíbrio, de forma à civilização dos Quem conseguir sobreviver.

Esta mensagem estende-se a todos os habitats terrestres, nomeadamente àqueles onde os humanos querem sobreviver.

O filme foi celebrado pela sua mensagem de inclusão: “A person’s a person, no matter how small” – uma pessoa é uma pessoa, não importa o seu tamanho.
Esta é obviamente uma frase que passa a ideia de que devemos abraçar pessoas de outros lugares e de outras culturas. Eles não são menos que nós só porque vêm de outros locais.

O filme foi criticado pela sua mensagem sexista: Ned McDodd tem 96 filhas e 1 filho. Curiosamente, dá muita mais atenção ao filho. E é o filho que salva o Mundo dos Quem.

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  1. […] – Filmes: District 9. Knowing. K-PAX. Contacto. Gattaca. Animação. Horton Hears a Who. Apollo 18. Star Trek Into Darkness. Avatar: filme, plantas, ciência, […]

  2. […] de espaço é que é enganadora – serão as ligações a 3 dimensões, objectos únicos enormes a 4 dimensões espaciais? Seja como fôr, parece que tudo está […]

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