Spore

Sporebox

O fantástico jogo Spore (aqui em português) está à venda.

É dos melhores jogos de computador, para quem gosta de estratégia e de ciência.
O título do jogo, SPORE, é baseado na noção biológica de esporos.

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O jogo baseia-se no que se sabe em termos de astrobiologia.
Interessante é ter também várias influências de jogos míticos (e até filmes!) do passado, dependendo da fase de evolução em que a criatura estiver.

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Este jogo tem sido muito aguardado por quem gosta de ciência, já que lida com Evolução, e no último nível até se vai para o espaço.

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Até podemos criar a nossa própria criatura extraterrestre!

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O jogo é excelente e está a ter excelentes críticas. Poderá até passar as vendas do Sims, o jogo mais vendido de sempre!

Leiam mais sobre ele aqui, em inglês e em português.

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Podem também ler estes artigos na Space.com, no SpaceMart, no Daily Texan, e no New York Times aqui e aqui.
Também há artigos que discutem a ligação do jogo à ideia de Design Inteligente, já que o jogador é um “deus”. Podem ler aqui, aqui, e aqui.

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Vejam este excelente documentário sobre o jogo, evolução, e genética. Vejam estes clips do documentário que falam de moscas, elefantes, humanos, evolução, e o Spore.

Vejam este vídeo engraçado do Robin Williams, e o que ele cria.
Vejam aqui o sucesso fantástico do Spore.

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Vejam esta entrevista onde se salienta a ciência subjacente a este jogo:

Vejam este trailer:

parte do jogo:

um filme:

uma demonstração:

Criem as vossas criaturas:

Tentativa Humana:

TV ad:

Por outro lado, quando já há quem pense fazer vida que transforma o dióxido de carbono (cada vez um maior problema terrestre pela abundância) em combustível (outro problema, pela falta dele), a equipa do SETI formou um grupo no SPORE e convida-nos a fazer parte da sua tribo, dos estranhos seres que eles criaram, e dos seus fóruns onde debatem os próximos passos na evolução dos seus seres.

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O membro da nossa comunidade, Paulo Aguiar, escreveu um texto bastante completo sobre este mesmo jogo, a partir da sua própria experiência.
O excelente texto está aqui (com imagens e emoticons), e ele deu-nos autorização para reproduzir as suas palavras na nossa comunidade astroPT.

SPORE – quão perto da realidade?
Tenho andado meio ocupado, a jogar o jogo SPORE que saiu há alguns dias. Sinteticamente, o jogo começa com a ideia de que a vida foi trazida para um planeta através de um cometa. É nossa missão fazer evoluir essa espécie desde uma forma primitiva inicial, quase celular, através de vários estágios e chegar ao nível da exploração espacial.
Para além do divertimento, e de todos os pormenores sobre a jogabilidade, gráficos e essas coisas mais habituais nas críticas a jogos, e como ultimamente tenho tido um banho de mails do AstroPT sobre vida nos outros planetas e evolução, aproveitei para olhar para o jogo de um ponto de vista mais crítico, verificando até que ponto é comparável à realidade tal como a conhecemos.

Evolução natural?
A julgar por algumas das raças de ETs que já vi no jogo, apesar de um número limitado de “peças”, as potencialidades de as combinar para criar seres são ilimitadas. Tal e qual como no nosso planeta. Curiosamente, alguns dos seres do meu próprio planeta são bem mais estranhos que muitos seres de outros sistemas. Mas se se comparar um ser humano com uma aranha ou um peixe, se calhar chega-se à mesma conclusão na vida real (não temos é nenhum ET para comparação).
Há algumas diferenças grandes relativamente à evolução na Terra – no jogo não se encontra uma verdadeira selecção natural. Pode-se até considerar que vamos seleccionando as características que tornam a nossa espécie mais apta para continuar, mas o resto do ambiente não se altera durante a mesma fase do jogo – e esta é uma grande diferença.
Outra diferença reside no facto de que estamos a olhar para a evolução natural a partir do fim – a nossa criatura é a que sobrevive. Na natureza real, há muitas experiências evolutivas – umas acertam mas muitas outras falham.
No jogo apenas há o conceito de extinção de outras espécies provocado por nós, não pela desadequação ao meio ambiente (mas também, pouca gente ia querer jogar um jogo em que na maioria das vezes não conseguisse chegar ao fim).
Talvez fosse interessante criar um Universo de jogadores, tipo WoW (World of Warcraft), onde os jogadores competissem efectivamente entre si para tornar a sua espécie melhor que as outras… mas eu desconfio que, da mesma forma que antes do SPORE apareceu o Creature Creator, para os jogadores se irem ambientando, há ainda alguns trunfos que esta equipa tem para tirar da manga.

Evolução da Mentalidade
O conceito chave do jogo é a evolução. Ao longo do jogo fica-se efectivamente com uma ideia de evolução. O facto de termos que fazer mudanças à espécie para melhor se adaptar e conseguir continuar com os objectivos do jogo é um exemplo.
Mais ainda – a evolução não é apenas fisiológica (essa acaba logo na 2ª fase do jogo). A partir da 3ª fase há sobretudo uma evolução dir-se-ia tecnológica que surge muito naturalmente como consequência das anteriores e passa-se a controlar não um indivíduo mas sim um grupo deles. A partir da 4ª fase deixa-se de controlar criaturas e passa-se a controlar veículos e, na 5ª fase uma nave espacial.
Comparando com a realidade acho que, da mesma forma, a nossa visão de nós próprios também mudou bastante – de visão individualista, no início da humanidade acrescentou-se uma visão familiar ou de tribo; uma visão comunitária (com indivíduos que podem não nos ser nada mais do que vizinhos); hoje em dia fala-se em globalização e muitos vêem-se facilmente enquanto parte de um país, continente ou mesmo planeta, uma parte de um todo do qual conhecemos apenas uma pequena parte.
Quando conhecermos vida noutros planetas, quem sabe?
No entanto, ao contrário do que acontece no jogo, estes vários pontos de vista não se substituem uns aos outros, mas funcionam mais como novas camadas que se adicionam às anteriores.

Genérico ou enviesado para a evolução humana?
Ao contrário do que eu inicialmente temia não há uma fixação muito forte às ideias da evolução humana. Por exemplo, embora o jogo sugira a criação de pernas quando se sai dos charcos para terra firme, é perfeitamente possível continuar sem elas (arrastamo-nos tipo cobra ou algo do género). Mas acho que é bastante difícil chegar ao fim só com o único elemento obrigatório (uma boca). Eu, por exemplo, assim que posso ganho logo asas, é muito mais fácil deslocarmo-nos enquanto não se inventam os carros.
Como já referi há muitas formas de jogar e a forma como se evolui vai tendo algum impacto no futuro.
E se há partes do corpo que servem algum propósito útil para o jogo, outras há que são meramente decorativas (será para impressionar o sexo oposto?).
Mesmo assim num ponto todos são iguais – todos nascem a partir de ovos – não há mamíferos neste jogo, portanto nunca haveria lugar para humanos. Ou seja, são mesmo todos diferentes de nós.

Estratégias de jogo
Tal como na vida real, a nossa forma de jogar afecta também o nosso futuro e a nossa evolução.
Um herbívoro terá determinado tipo de capacidades especiais a que um carnívoro não terá acesso e vice versa. Uma criatura violenta, que ataca os outros animais terá oportunidades diferentes das que são mais sociáveis. Uma raça mais militarizada joga de forma diferente de uma raça religiosa ou económica, etc.
No entanto, é possível dar saltos drásticos em termos evolutivos – de uma fase para a outra tanto se pode fazer pequenas alterações de pormenor como criar uma criatura completamente nova, desde que se tenha fundos para isso.
Esta capacidade quebra um pouco a ideia evolutiva, uma vez que não nos compromete completamente com as decisões evolutivas passadas.
Mas no fundo, acho que a ideia de evolução passa para o jogador.

Astronomia
Saltando para a fase final (do espaço) gostei muito da forma dir-se-ia quase natural como a nave se desloca no espaço.
A transição entre as várias escalas (planetária, sistema solar, grupo de estrelas local e galáxia) está muito bem conseguida e usa-se naturalmente.
Quase todos os sistemas solares têm cometas (que não são importantes para o jogo, mas não deixa de ser interessante terem pensado nestes detalhes), planetas de várias dimensões e composição diferentes, gigantes com anéis, luas, etc.
Outro pormenor engraçado foi o facto de me ter habituado a ver as luas a nascer, enquanto me ia desenvolvendo no planeta e, ao atingir a fase espacial, de repente ter descoberto que apenas uma era efectivamente uma lua – o outro era um gigante gasoso a orbitar o Sol a alguma distância do meu planeta – lembrei-me dos tempos de Galileu e Copérnico em que se aprendia e revia a mecânica dos corpos do sistema solar.

O caminho das Estrelas?
Não consegui chegar ainda a essa fase do jogo mas dá-me a ideia que se pode chegar a um ponto em que se usa a galáxia inteira como palco de jogo.
Pelo menos é possível jogar vários jogos em paralelo, uma vez que há vários pontos na galáxia que podem ser usados como pontos de início e onde se podem ir formando impérios em paralelo.
Não me admirava que, nalgum ponto no tempo, se conseguisse chegar a esses outros impérios (pelo menos os níveis de zoom isso sugerem).
Ao que eu não me consigo habituar é a usar o mapa do espaço. Quer dizer, enquanto no planeta, os mapas 2D são suficientemente claros. No caso do mapa estelar fico todo baralhado. O mapa é um mapa 3D, que se pode rodar sob todos os eixos e mais alguns. Naturalmente nem sempre as estrelas que parecem estar perto efectivamente o estão. Quando se roda o mapa para ter a noção de perspectiva ou profundidade, a posição relativa das estrelas muda radicalmente. Resultado, passo imenso tempo, perdido, a tentar encontrar o meu caminho de volta para casa (há vistas sobre os mapas mas nem sempre ajudam).
Este problema será real um dia, quando chegarmos a viajar para outras estrelas – embora eu diga que os computadores é que vão ter o trabalho todo e não um mero navegador que faça tudo a olho (a menos que seja treinado com o SPORE… já estou a ver, daqui a uns anos os putos vão usar naturalmente estes mapas e eu sentir-me-ei um cota autêntico).

E os ET’s?
Todos os que têm teorias malucas sobre extraterrestres vão vê-las realizadas neste jogo.
Muitas missões passam por ir a outros planetas estudar formas de vida. Ou então “raptá-las” e trazê-las para outros planetas.
Curiosamente, vi a primeira nave espacial enquanto estava na fase tribal (bem longe de chegar ao espaço, portanto). Quer dizer, acho que era uma nave espacial, pelo menos ainda não tinha visto nada a voar àquela altitude… pronto, pelo menos OVNI era, visto que nem sequer sei do que se tratava.
E doutra vez, quando recomecei o jogo para fazer algumas experiências genéticas e estava ainda na fase de simples criatura vi uma outra espécie ser raptada mesmo à minha frente – (mas não vi a nave – só sei que vi um raio vermelho e a espécie voou e desapareceu no ar – como eu já tinha feito isso antes, quando cheguei a essa fase do jogo, reconheci o efeito).
Portanto eles “andem” aí já há mais tempo do que pensamos, só que não se revelam!

Exploração Espacial
Há ainda missões de “terraforming” que vão desde o simples colorir da atmosfera a alterações radicais que permitam a fixação de vida trazida de outros planetas.
Ainda não tive muito tempo para explorar esta parte mas o sistema parece ser complexo, deixando claro que há que manter o equilíbrio do ecossistema; introduzir plantas antes de começar a pensar em meter animais; e garantir a temperatura e humidade dentro de certos limites antes de poder introduzir espécies mais complexas.
Tudo à custa das espécies colocadas no planeta e de alguma maquinaria também.
Questões como o aquecimento global, controlo de epidemias, níveis de humidades, sustentabilidade das espécies, e outras questões ecológicas ou ambientais são trazidas para o jogo (de forma simplificada, claro).

Categoria de Jogo
Eu tenho-me referido ao jogo, mas não é só um jogo, são 5 jogos diferentes – tantos quantas as fases da evolução, unificadas num fio condutor.
Embora dividido em 5 fases distintas, as primeiras fazem-se relativamente depressa (algumas horas bastam, embora não haja um limite temporal estabelecido – pode-se ficar em cada fase tanto tempo quanto se queira) e a fase espacial é, sem dúvida, o grosso do jogo (embora, uma vez mais, se possa optar por não chegar lá sequer).
Há imensas formas de jogar nesta última fase – pode-se optar por seguir as missões definidas pelas raças que vamos encontrando, pode-se optar por explorar o Universo por conta própria, pode-se optar por fazer de Deus e ir alterando os planetas à vontade e mudando as espécies de um lado para o outro.
O que não se escapa é de encontrar e ter que lidar com vida noutros planetas, algo que espero, seja também idêntico ao que se passará na realidade, um dia.

Há quem classifique este jogo na categoria de estratégia.
Nas primeiras fases ninguém diria, acho que outros estilos se adequam muito mais para classificar o jogo.
Mas há uma estratégia transversal a todo o jogo (que provavelmente só se percebe quando se chega ao fim) e cada uma das fases tem uma componente cada vez mais vincada.
Na fase final o jogo torna-se um jogo de estratégia puro (com excepção de algumas batalhas de superfície contra outras naves espaciais), pelo que é capaz de se tornar maçador para alguns. Felizmente para mim, é justamente o tipo de jogos que mais gosto!

Conclusão
Em resumo, há muitos pormenores que acho bem pensados no jogo.
Alguns deles espanta-me mesmo como é que alguém se lembrou de os incluir sequer (sobretudo os relacionados com a astronomia, sou parcial neste campo, claro).
Acho que, até certo ponto, consegue fazer passar alguns conceitos de evolução e de ecossistema e de astronáutica e de interrelacionamento entre as espécies e de sei lá mais o quê.
Noutros casos falha redondamente.
Mas é preciso não esquecer que se trata apenas de um jogo, há muita coisa que teve que ser simplificada ou adaptada de forma a manter o interesse do jogador.
A evolução da vida na Terra levou 4 mil milhões de anos – ninguém teria pachorra para jogar durante tanto tempo!

E claro, o próprio jogo pode evoluir também!

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5 comentários

2 pings

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    • Otávio Augusto on 08/05/2014 at 18:01
    • Responder

    Joguei muito isso quando mais novo, me estimulou bastante a me aproximar mais da ciência, e ficaria muito feliz se fizessem o Spore do mesmo jeito só que mais bonito, para que as novas gerações de crianças possam aprender se divertindo!

  1. http://simpians.com/

  2. porfavor alguem poderia me enviar o jogo ou seu instalador por favor…eu ficaria muito grato…por favor…

    1. http://thepiratebay.se/torrent/4375709/Spore-RELOADED_(.iso) (basta baixar ele pelo utorrent e não precisa instalar e só clicar no lauch ele ira iniciar o jogo ! conteúdos extras como expansões devem ser baixadas .

  3. mt manero cara,mais,tem um CD que tem as cinco fases ou cada cd é uma fase??

    Parabens pelo Post =D

  1. […] – Jogos: Spore. Astronaut. […]

  2. […] no passado falamos do fabuloso jogo Spore, aqui. O “pai” do Spore, é o E.V.O.: Search for […]

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