Hora de Inverno

relogio

Este fim-de-semana voltamos à chamada hora de Inverno.

Hora Legal

A mudança de hora deve-se a uma directiva da UE que determina que os países da União Europeia devem entrar na hora de Verão no último domingo de Março e adoptar a hora de Inverno no último domingo de Outubro, independentemente do fuso horário em que se encontrem.

A mudança de hora resulta de uma directiva comunitária e acontece em toda a União Europeia, continuando a verificar-se as diferenças horárias entre os países dos três fusos horários que atravessam o continente europeu. Os três fusos horários colocam Portugal, Grã-Bretanha e Irlanda na mesma hora do meridiano de Greenwich, enquanto a maioria dos países se regulam pelo meridiano de Berlim, com um avanço de 60 minutos.

Em Portugal a hora legal é regulamentada pelo Decreto-Lei nº. 17/96, de 8 de Março que refere no primeiro artigo que a hora legal de Portugal continental coincide com o tempo universal coordenado (UTC) no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último domingo de Março seguinte (hora de Inverno).
Ou seja, a hora legal em Portugal será atrasada em 60 minutos às 2 horas de tempo legal (1 hora TUC) no dia 25 de Outubro de 2009.
Este Horário de Inverno prolongar-se-à  até Março de 2010.

Decreto-Lei nº. 17/96, de 8 de Março
Artigo 1º.
1 – A hora legal de Portugal continental coincide com o tempo universal coordenado (UTC) no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Outubro e a 1 hora UTC do último domingo de Março seguinte (hora de Inverno).
2 – A hora legal coincide com o tempo universal coordenado aumentado de sessenta minutos no período compreendido entre a 1 hora UTC do último domingo de Março e a 1 hora UTC do último domingo de Outubro (hora de Verão).
Artigo 2º.
As mudanças de hora efectuar-se-ão adiantando os relógios de sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de Março e atrasando-os de sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de Outubro seguinte.

Entre 1992 e 1996, durante o “reinado” de Cavaco Silva, a nossa hora era igual ao do resto da Europa. O objectivo era facilitar as comunicações, os negócios, e os transportes internacionais. Mas houve demasiadas queixas no país, por se estar demasiado desfasado em relação ao Sol. As pessoas saíam de casa às 9 horas da manhã, no Inverno, ainda o Sol despontava no horizonte. No Verão, o céu enegrecia por completo apenas por volta da 1 hora. Havia um maior stress das pessoas, e havia mais miúdos a adormecer na escola. Além disso “uma empresa contratada pela Comissão Europeia mostrou na altura que a poupança de energia que se ganhava ao final do dia se perdia com o aumento do gasto de manhã, porque os trabalhadores esqueciam-se de apagar as luzes nos escritórios, e também pela maior actividade das pessoas ao final do dia, com recurso aos transportes, o que também consumia energia”, revelou Rui Agostinho.
Em 1996, já com António Guterres como primeiro-ministro, a hora passou para o que é actualmente, mais consentâneo com os hábitos e horários dos portugueses.

Na prática, como às 2 da manhã os ponteiros voltam à 1 da manhã, atrasa-se o relógio 60 minutos, e então diz-se que se dorme mais 1 hora.
Em termos legais, também quer dizer que o dia de hoje, 25 de Outubro de 2009, é o dia mais longo do ano, com 25 horas.

time zones

Estudos

Mais uma vez “chovem” estudos sobre o impacto que esta alteração provoca, tanto no espírito humano, como na economia.

Um estudo de 2007 publicado revista Current Biology, sugere que esta mudança de hora representa uma significativa interrupção sazonal que pode ter efeitos em outros aspectos da fisiologia humana.
«Quando implementamos pequenas mudanças no sistema biológico que por si só parecem triviais, os seus efeitos, quando vistos num contexto mais vasto, podem ter um impacto muito maior do que tínhamos pensado»
“Tal como em outros animais, o relógio natural do ser humano usa a luz do dia para permanecer em sincronia com o seu ambiente, quando as estações mudam.
De facto, isto é tão exacto que o comportamento humano se vai ajustando progressivamente ao aumento da escuridão do Oriente para Ocidente, sem contar com as zonas de tempo estabelecidas por lei.
A equipa fez um vasto estudo que examinou os padrões de sono de cerca de 55 mil pessoas na Europa central e concluiu que o tempo biológico de dormir segue a progressão natural do amanhecer, segundo um tempo padrão que não é o estabelecido pela mudança legal da hora.
«Esta aparentemente pequena mudança de hora repete-se todos os dias nas semanas que se seguem», causando um repentino desfazamento no ciclo natural de acordar e dormir.
(…) o seu tempo biológico permanece dentro do padrão do tempo de Inverno, enquanto têm de ajustar as suas agendas sociais ao avanço da hora durante todo o Verão»
Ou seja, o estudo revela que a mudança da hora legal pode ter efeitos prejudiciais na saúde a longo prazo, porque o ritmo biológico não se ajusta imediatamente.

Supostamente, com a mudança da hora estamos a poupar energia, com um melhor aproveitamento das horas de Sol.
Mas durante cinco meses, as noites vão cair mais cedo, o que pode trazer alguns distúrbios aos portugueses, segundo Teresa Paiva, neurologista e especialista em medicina do sono. “O grande problema é os dias ficarem muito pequenos e a exposição solar ser muito baixa”, adiantou.

Outro estudo revela que mais de metade (56%) dos trabalhadores espanhóis manifestam que a mudança horária lhes cria algum tipo de perturbação. 60% dos entrevistados dizem que a mudança lhes afecta o sono, 11% sentem que tal se reflecte no trabalho e cerca de 10% aponta a mudança na hora de almoço como um factor de perturbação.

Outros estudos encontraram sinais de que a mudança da hora poderia reduzir os acidentes rodoviários e o número de depressões relacionadas com a perturbação afectiva sazonal.

Ainda outros estudos referem que no Verão, os relógios deveriam avançar duas horas em relação a GMT, propiciando noites com mais tempo de luz solar, estimulando a indústria do lazer e turismo. Ou seja, mais tempo de luz solar, seria bem melhor.

O atraso dos relógios no último domingo de Outubro marca o regresso à hora média de Greenwich, usada por Portugal e Reino Unido, mas manter a hora inalterada poderia poupar energia, reduzir a poluição, e salvar vidas.
Um estudo da Universidade de Cambridge divulgado esta semana estima que o Reino Unido poderia poupar 885 Gigawatts-hora nos meses de Inverno, o equivalente à electricidade gasta por 200 mil casas durante um ano, e reduzir a emissão de 446,925 toneladas de carbono.
“O uso de electricidade é maior à tarde do que de manhã”, justifica Elizabeth Garnsey, professora de Estudos de Inovação, em declarações à agência Lusa.
O que a académica descobriu, graças a um novo método de cálculo, é que há desperdício de energia durante a manhã e que a eficiência energética seria maior com mais horas de luz solar à tarde. Este é um dos argumentos dos defensores da aplicação do Horário da Europa Central – a hora média de Greenwich (GMT) mais uma hora – no Reino Unido.
Assim, sumarizando, os investigadores defendem a mudança de hora apenas no Verão, e afirmam que os relógios não deveriam ser atrasados uma hora este domingo, de forma a obter mais luz à tarde.
Oiçam a reportagem na Antena 1:

Apesar de ser um estudo com conclusões lógicas, o certo é que há também quem ponha este estudo em causa, dizendo basicamente que o que se ganha num lado gasta-se no outro.
Outros dizem que a ser assim como os investigadores dizem, gastar-se-ia muito mais energia na Escócia, que faz parte do Reino Unido.

Além disso, consultando os dados de 2009 para a hora do nascimento do Sol na página do OAL, facilmente se constata que caso se mantivesse a hora de Verão, que coincide com o tempo universal coordenado aumentado de sessenta minutos, teríamos o nascimento do Sol no fim de Dezembro às 9:00 horas. Se por um lado, poderíamos “ver” o Sol até às 18:06 no mínimo, por outro teríamos as nossas crianças a ir para a Escola de noite. A primeira aula, às 8:15, começaria ainda na total escuridão e estaria muito mais frio do que o habitual.

Como diz o Público:
“Com o atraso dos relógios esta noite, os pais não terão de levar os filhos para a escola de noite e os empresários perderão uma hora para negociar com a Europa.
Este é um assunto em que não parece possível chegar a consenso para saber quem sofre mais: se o funcionário público que sente que o dia já acabou quando chega a casa às 18h e à noite, ou a criança que vai para a escola antes do raiar do sol. Ou seja, o que é que custa mais: continuar a mudar a hora para o Inverno (logo à noite os relógios atrasam uma hora, das 2h para a 1h) ou deixar os ponteiros como estão, para alinhar pelo horário da Europa Central, como já aconteceu na década de 90.”

Relógio Biológico e a Astronomia

Ainda no Público:
“Com o desenvolvimento das sociedades, o pretexto de poupança energética perdeu força e deixou de justificar por si só mudanças no compasso do tempo. Por isso, se hoje quisermos explicar por que muda a hora em Portugal, teríamos de partir de um palavrão – a cronobiologia, ciência que estuda os ritmos biológicos.
“Ao atrasarmos agora uma hora vamos regressar ao ponto mais próximo da hora solar, da qual estamos actualmente desfasados 1h37, devido ao horário de Verão”, explica Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa, instituição responsável pela hora legal do país. Portugal, ao alinhar-se pelo meridiano de Greenwich tal como acontece com a Grã-Bretanha e Irlanda, está sempre pelo menos 37 minutos desfasado em relação à hora solar e é esta pequena diferença que passaremos a ter a partir de amanhã.
“Se agora não fizéssemos a transição para a hora de Inverno, manter-se-ia um desfasamento de 1h37, mas teríamos os relógios alinhados com a restante Europa Central”, que se guia pelo meridiano de Berlim, adianta Rui Agostinho. Isso faria com que só amanhecesse por volta das 9h00 e que sol se pusesse uma hora mais tarde do que amanhã.
Além disso, quando chegasse o Verão e fizéssemos o normal adiantamento da hora, ficaríamos ainda mais desfasados em relação à hora solar (2h37). “Só ficaria céu mesmo escuro à uma da manhã”, resume o director do Observatório.

Localizado no cérebro, o relógio biológico do ser humano dita ao organismo os ritmos que afectam o sono, o apetite, os níveis de energia e atenção e outros aspectos da nossa fisiologia. Mas tem um senão. “O nosso ciclo interno tem mais de 24 horas e, para se manter alinhado com o ciclo de rotação da Terra, precisa de um sinal: a luz solar”, explica Susana Salgado Pires, especialista em cronobiologia.
“Ora, se durante o Inverno acordarmos antes do nascer do sol, fizermos a nossa rotina matinal quase às escuras e chegarmos ao trabalho ainda de noite, dificilmente o nosso cérebro vai aceitar que é de dia”, diz a investigadora.

A contribuir para essa dormência está a melatonina. A chamada “hormona do sono” é segregada por uma glândula cerebral à medida que anoitece, atinge o seu pico na primeira parte da noite (até às duas da manhã) e começa a inibir-se a partir do momento em que a luz aparece.
Ao mudar a hora no Inverno, acrescentamos uma hora de luz a cada manhã, o que, segundo Susana Pires, é “crucial para informar o cérebro de que é dia e, portanto, que deve regular o organismo para fazer face às exigências das 24 horas seguintes”. As crianças e os idosos são as faixas da população mais “escravas” destes ritmos biológicos, pois são as mais fiéis ao seu relógio interno, tendendo a acordar quando o sol nasce e a dormir quando se põe.

Contudo, segundo Mário Durval, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), o impacto de mudar ou manter a hora actual é relativamente pequeno e seria apenas mais uma adaptação, visto que o ser humano já cortou a sua ligação à hora solar. “Neste momento, estamos completamente escravizados pelo relógio e desregulados em relação ao ritmo do nascer e pôr do sol”, constata o presidente da ANMSP.

Também Susana Pires considera que a mudança de hora no Inverno poderia deixar de existir, se houvesse “flexibilidade de horários nas escolas e empresas, de modo a acompanharmos o ciclo solar”. Além disso, alguns países europeus, sobretudo os do Norte, que têm muito menos luz solar diária do que Portugal, encontraram formas de compensar a situação – as chamadas “caixas de luz”. Compostas por lâmpadas que emitem luz com a mesma intensidade de um dia de sol de Primavera, estas caixas são geralmente usadas ao início do dia para fazer uma espécie de terapia solar.

Por outro lado, zonas como a Galiza aprenderam também a contornar o problema de ter os relógios alinhados com a Europa Central. Embora tenham a mesma hora solar de Portugal, os nossos vizinhos galegos tiveram de alinhar com a hora espanhola e, por extensão, com o resto da Europa. Alguns movimentos nacionalistas da região reivindicaram já uma hora igual à portuguesa, mas nada mudou até agora. “As pessoas adaptaram-se e, apesar de o relógio marcar uma coisa, fazem a sua vida em função do ciclo solar, almoçando às 14h ou 15h e fazendo a sesta a seguir”, realça o director do Observatório Astronómico de Lisboa.

Mas se haveria impactos para o organismo, caso Portugal alinhasse a sua hora com a Europa Central, também há problemas que surgem com a mudança para a hora de Inverno. Ao acordamos uma hora antes do habitual, o nosso organismo é apanhado de surpresa e podem surgir sintomas de fadiga, falta de energia e de atenção, e alterações subtis do ritmo cardíaco e da tensão arterial.
Segundo Susana Pires, há vários estudos que mostram que o número de ataques cardíacos, acidentes de trânsito e suicídios aumenta nas semanas seguintes à mudança da hora. Mário Durval reconhece também que o facto de anoitecer mais cedo no Inverno propicia situações de depressão. Contudo, ambos são unânimes em afirmar que se trata de casos excepcionais, que não afectam a generalidade da população. O mesmo parece não ter acontecido quando se ensaiou o alinhamento com a hora central europeia, há mais de uma década atrás, durante o Governo de Cavaco Silva.”

Há uma coisa que não percebo em relação ao Relógio Biológico: então e os astrónomos que ficam acordados de noite? E os guarda-nocturnos? E os polícias? E os bombeiros? E os lixeiros? E os gasolineiros? E as pessoas que trabalham por turnos? etc, etc, etc.
Percebe-se perfeitamente que em termos de evolução, temos a nossa biologia adaptada ao dia e que tendemos biologicamente a ser consistentes. Mas tal como diz o Mário Durval, há muito que já cortamos essa ligação ao Sol, tendo luz artificial toda a noite, e até há países que conseguem simular a luz solar.
Assim, não é assim tão vital esta discussão por causa de somente 1 hora!

Astronomia

Todos estes debates, não passam de discussões sobre convenções humanas.

Este recuo nos ponteiros dos relógios acontece sobretudo por razões civis, uma vez que, do ponto de vista astronómico, apenas faria sentido uma correcção de 37 minutos, explicou à Lusa o director do Observatório Astronómico de Lisboa. Rui Agostinho precisou que a hora do meridiano de Greenwich está desfasada 37 minutos em relação à hora solar, “um número que não é significativo”, considera Rui Agostinho.
Assim, o país deveria até idealmente estar num fuso -1.

Independentemente destes estudos, o período de luz solar não aumenta seja qual for o fuso horário escolhido.
No dia 21 de Dezembro o Sol só estará acima do horizonte 9 horas e 13 minutos, menos 6 horas que no dia 21 de Junho.

3 comentários

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  1. óptimo artigo

      • Maria de Fátima Marinho Coelho de Sousa on 23/10/2018 at 12:47
      • Responder

      Boa tarde:

      Eu acabei de ler tudo o que aqui foi publicado, e sou uma pessoa que desde que nasci me regulei, continuo e continuarei a regular pela luz solar. Tenho tido algumas discussões sobre este assunto com amigos e familiares “acerca da mudança de hora”, mas nunca nada por escrito nem público. O que acontece comigo, é que depois da mudança de hora, levo cerca de um mês a adaptar-me ao novo horário. Acordo à hora de antes, tenho fome à hora antiga e sinto sono à mesma hora antiga. Este desfasamento acontece, quer seja a mudança de Inverno, ou de Verão. O aspecto da alteração, brusca significa que não há uma progressão natural e gradual da alteração da luz do dia/noite, como acontece com o anoitecer e amanhecer de todos os dias, que é feito gradualmente, nada é brusco na Natureza, e tem um ritmo harmonioso. Ora o que eu sinto, é que deveríamos aprender com esse ritmo natural, e não lutar contra ele. Simplesmente, aprender e deixar-mo-nos levar por aquilo que é harmonioso.

  2. “Há uma coisa que não percebo em relação ao Relógio Biológico: então e os astrónomos que ficam acordados de noite? E os guarda-nocturnos? E os polícias? E os bombeiros? E os lixeiros? E os gasolineiros? E as pessoas que trabalham por turnos? etc, etc, etc.
    Percebe-se perfeitamente que em termos de evolução, temos a nossa biologia adaptada ao dia e que tendemos biologicamente a ser consistentes. Mas tal como diz o Mário Durval, há muito que já cortamos essa ligação ao Sol, tendo luz artificial toda a noite, e até há países que conseguem simular a luz solar.
    Assim, não é assim tão vital esta discussão por causa de somente 1 hora!”

    Pois, quanto aos efeitos da mudança ou não mudança de uma hora não sei. Mas em relação às profissões nocturnas, essas provocam muitos mais efeitos nefastos na população do que temos noção. Não sei números de cor, mas sei que pessoas que têm trabalhos nocturnos estão muito mais propícias a sofrerem acidentes de aviação e de vários tipos de doenças.
    O livro “The Power of the Full Engagement” fala bastante sobre isso.
    Pelo que não posso concordar com a história de que “já cortamos a ligação com o sol” (embora eu seja um estudante que tipicamente se deita às uma\duas da manha x) ).

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