WASP-12b: descoberto em 2008. Tem uma massa 41% superior a Júpiter, tem um raio 79% superior ao de Júpiter, e um período orbital de 1 dia.
Em Dezembro de 2008, foram publicados os detalhes sobre o WASP-12b, um planeta anunciado em Abril de 2008 pelo projecto WASP (Wide Area Search for Planets).
Este planeta, com 1.4 vezes a massa de Júpiter, tem a particularidade de ter o período de translação mais curto conhecido (1.09 dias) orbitando a estrela hospedeira a uma distância de apenas 0.023 ua. A dita estrela, uma anã de tipo espectral F9V, irradia fortemente as camadas superiores da atmosfera do planeta as quais deverão atingir uma temperatura de 2500 Kelvin. Nestas condições espera-se que a atmosfera do planeta seja algo dilatada relativamente a um planeta “normal” com a mesma massa. No entanto, o raio observado para o WASP-12b é de 1.79 vezes o de Júpiter, muito para lá do previsto para o efeito provocado pela radiação estelar na atmosfera do planeta. Para explicar o volume invulgar do WASP-12b os astrónomos estudam a possibilidade de, para planetas neste regime de temperaturas, nas camadas mais elevadas da atmosfera, existirem nuvens de óxidos de titânio e de vanádio que absorvem fortemente a radiação estelar e de que parte desta energia alimente a dilatação da atmosfera.
Na realidade a foto-química associada aos óxidos de titânio e vanádio está na base de uma dicotomia proposta para os “hot jupiters“. Numa classe temos os “hot jupiters” mais quentes que têm grandes assimetrias de temperatura entre os seus lados diurnos e nocturnos, isto é, as suas atmosferas parecem ser pouco eficientes na redistribuição do calor recebido pela estrela. Nestes planetas os óxidos de titânio e vanádio estão presentes na atmosfera na forma de gás, tal como nas estrelas de tipo espectral M, absorvendo fortemente na região do vermelho e infravermelho. Nos “hot jupiters” menos quentes, por outro lado, a assimetria acima referida é muito menos intensa ou mesmo inexistente, o que implica que as atmosferas destes planetas devem transportar eficientemente o calor recebido da estrela, por exemplo, através de “jet streams” com velocidades de vários milhares de kilometros por hora. Nestes planetas, a temperatura é já suficientemente baixa para os óxidos referidos se encontrarem no estado sólido e portanto “chovem” para o interior do planeta.
Esta diferença deverá ter consequências dramáticas na forma como a energia proveniente da estrela é absorvida e consequentemente na dinâmica atmosférica dos planetas. Leiam o artigo.
Planeta mais quente de sempre!
O planeta extrasolar denominado WASP-12b já está no livro dos recordes.
Este exoplaneta foi descoberto pelo projecto SuperWASP – 2 observatórios (Canárias e África do Sul), cada um com 8 telescópios, que procuram planetas extrasolares quando eles transitam em frente da sua estrela.
O WASP-12b , está a cerca de 800 anos-luz de nós, é cerca de 40% mais massivo que Júpiter, e tem um raio cerca de 80% superior a Júpiter (apesar de não haver certezas – como o planeta está muito próximo da estrela, a atmosfera pode estar a evaporar-se do planeta fazendo-o parecer maior do que realmente é).
O WASP-12b está pertíssimo da estrela-mãe; está cerca de 40 vezes mais próximo dela que nós do nosso Sol!
O recorde de temperatura pertencia até agora ao exoplaneta HD149026b, que com uma superfície negra escaldava com cerca de 2040 ºC. O WASP-12b bateu esse recorde tendo uma temperatura de 2250 ºC (ao nível das estrelas mais frias). Uma temperatura… infernal!
Bateu também o recorde de velocidade! O WASP-12b completa uma órbita ao redor da sua estrela (o que chamamos de ano) em somente 1 dia.
Quando se começou a descobrir planetas gigantes muito perto da sua estrela, teve que se adaptar a teoria da formação planetária. Planetas gigantes (como Júpiter e Saturno) devem-se formar longe das suas estrelas – daí que os nossos planetas gigantes continuam lá longe. Mas como explicar a proximidade de muitos dos exoplanetas à estrela-mãe?
Então criou-se um modelo de migração. Os planetas formam-se longe, mas depois migram para órbitas perto da sua estrela.
O que leva a algumas perguntas importantes: será que Júpiter vai fazer o mesmo? E fazendo-o, a Terra sairá da sua órbita? Ou será que a solução encontrada não é a melhor?
O certo é que este planeta está tão perto que põe em causa essas adaptações. Não só isso, mas a proximidade deste planeta mais as adaptações, poderá levar a pensar que se terá que redefinir um novo modelo de formação planetária…
Leiam mais sobre isto aqui em português, e aqui e aqui em inglês.
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