The Thing

The Thing (A Coisa – Veio do Outro Mundo / O Enigma do Outro Mundo) é um filme de ficção científica de 1982.

Para mim, é um dos melhores filmes de ficção científica de sempre.

É também um excelente filme de terror/suspense.
É um fabuloso thriller psicológico.

Recomendo vivamente este filme!

Um organismo extraterrestre cai na Antárctica.
Milhares de anos depois, cientistas, sem querer, libertam-no.

O extraterrestre pode ficar com a forma de qualquer criatura, como cães ou pessoas.
Assim, a equipa que está na Antárctica passa a desconfiar uns dos outros, já que qualquer um deles pode ser o extraterrestre.

A desconfiança e a paranóia são rainhas neste filme!

A forte componente psicológica aliada à claustrofobia sentida pelas personagens, também ajudam enormemente o desenrolar dos acontecimentos.

O filme começa muito bem: na Antártica, em 1982, vemos um cão a correr/fugir e 2 Noruegueses de helicóptero a perseguirem o cão e a tentarem matá-lo.

O cão chega à base americana. Os Noruegueses pousam o helicóptero e continuam a disparar contra o cão.
Um dos Noruegueses deixa cair uma granada e, sem querer, morre.
O outro Norueguês grita para os Americanos: “Saiam daí. Isso não é um cão. É outra coisa. Está a imitar o cão. Não é real. Saiam da frente idiotas.”
Mas os Americanos não entendem o Norueguês, e protegem o cão daqueles, aparentemente, loucos cientistas.
O Norueguês dispara contra o cão, mas atinge um dos Americanos. Outro dos Americanos dispara contra o Norueguês e mata-o.

Ou seja, começa logo com suspense, com um mistério: porque os cientistas noruegueses estariam a perseguir e a tentar matar um inocente cão?

O cão é adoptado pelos Americanos.

Dois Americanos vão à base dos Noruegueses perguntar o que se passa.
Nessa base, percebem que os Noruegueses desenterraram alguma coisa debaixo da neve, e posteriormente, mataram-se uns aos outros.
Os Americanos encontram também alguns documentos, um corpo bastante deformado, e um vídeo a relatar o que estava a acontecer nessa base Norueguesa (os Noruegueses desenterraram um ser que veio numa nave espacial e que se despenhou na Terra, na Antártica).

Na base Americana, à noite, o cão é colocado com os outros cães. Mas transforma-se num monstro e mata os outros cães.

Eles chegam à conclusão que têm na base um organismo que imita, na perfeição, outras formas de vida.
Este organismo mata o outro ser vivo, absorve-o e molda-se à imagem desse ser.

Apesar de terem matado o cão, percebem que esse mesmo cão andou livre pelo acampamento um dia inteiro.
Por isso, pode ter matado um ou mais seres humanos. E agora o que existem são imitações desses seres humanos.

Assim, um ou mais Americanos na base, já devem estar infectados (são imitações).
Começa, desta forma, a desconfiança e a paranóia a apoderar-se dos humanos na base.

Eles também chegam à conclusão que se o organismo sair da Antártica e chegar à civilização, toda a população mundial irá estar infectada ao fim de 27.000 horas (3 anos).

Consequentemente, o objetivo deles é, agora, identificar quem é a imitação (ou imitações) e matá-lo(s), de modo a que o organismo seja extinto enquanto está na base.

Eles criam um teste de sangue para saber quem é humano e quem é uma imitação.
Alguns eram imitações.

Entre mortos e imitações, restam poucos homens ainda vivos na base.

No final, só MacReady (Kurt Russell) e Childs é que sobrevivem.
E fica-se sem saber se conseguem sobreviver até chegar o resgate.
Também se fica sem saber se Childs (ou MacReady) é o organismo. Ou se o organismo foi definitivamente exterminado.

Adorei o filme.

Adorei o organismo extraterrestre.
É um parasita. Mas um fabuloso parasita.
No organismo, cada parte comporta-se de forma autónoma, tentando sobreviver a todo o custo, independentemente do que tenha acontecido às outras partes que formavam o todo (ser).

Apesar de não ser dito no filme – faltou essa parte -, assume-se que do ponto de vista do organismo extraterrestre, ele não entende porque os humanos o querem matar (a expressão do cão parece mostrar isso mesmo).
Mais uma vez, isto é excelente: os extraterrestres podem não compreender as nossas acções.

O final é fantástico, porque ficam em aberto várias perguntas.
Ficamos sem saber se o organismo escapou ou não; se Childs é uma imitação ou não; se eles vão ser resgatados ou não.

A performance de Kurt Russell é soberba.

Gostei da piada, que é repetida por duas vezes: “Queres mesmo salvar os Suecos?” , ao que o outro respondeu: “Noruegueses”.
Realmente, para os Americanos, e mesmo para muitos de nós, é praticamente igual: é um país do Norte da Europa.

Existem várias semelhanças entre este filme e o filme They Live (Eles Vivem) ou o filme Invasion of the Body Snatchers (Os Invasores de Corpos).
Em todos, existe uma invasão extraterrestre, levando a uma desconfiança e a uma paranóia entre os Humanos, que não sabem se as outras pessoas são humanos ou são cópias feitas por extraterrestres (praticamente impossível de identificar).

Em 2011, saiu um novo filme com o mesmo nome: The Thing – A Coisa.

Este filme é uma prequela do filme de 1982.
O filme mostra os acontecimentos anteriores ao The Thing original.

Um ser extraterrestre despenha-se na Antártica.
Milhares de anos depois é estudado por uma equipa de noruegueses.

O organismo extraterrestre vai-se transformando neles.
A desconfiança e a paranóia instalam-se entre os Noruegueses.

O filme acaba com os dois Noruegueses sobreviventes a tentarem matar o extraterrestre disfarçado de cão.

Mas o cão – ou melhor, o extraterrestre disfarçado de cão – consegue chegar à base americana.
As últimas imagens deste filme são as primeiras imagens do filme de 1982.

Gostei do filme, mas ficou aquém do original.