Há numerosas anãs marrons nas vizinhanças do Sistema Solar? Pesquisa do Spitzer indica que sim

O telescópio espacial Spitzer realizou um novo estudo sobre anãs marrons, concentrando-se em uma região da constelação de Bootes. Entre os diversos objetos encontrados, 14 destes apresentavam temperaturas variando entre 450 e 600 Kelvin.

Esta concepção artística mostra os dados simulados que indicam a existência de centenas de estrelas falhadas, ou anãs marrons, que o observatório espacial Wide Field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA irá adicionar em breve à população de objetos estelares conhecidos em nossa vizinhança solar. O nosso Sol e outras estrelas conhecidas aparecem em branco, amarelo ou vermelho. As anãs marrons previstas estão em vermelho escuro. A pirâmide verde representa o volume pesquisado pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA - um telescópio infravermelho projetado para focar em áreas específicas em profundidade, ao invés de fazer a varredura do céu inteiro como WISE está fazendo. A região dentro de 25 anos-luz do Sol está marcada pela esfera azul. Crédito: NASA/JPL

Esta concepção artística mostra os dados simulados que indicam a existência de centenas de estrelas falhadas, ou anãs marrons, que o observatório espacial Wide Field Infrared Survey Explorer (WISE) da NASA irá adicionar em breve à população de objetos estelares conhecidos em nossa vizinhança solar. O nosso Sol e outras estrelas conhecidas aparecem em branco, amarelo ou vermelho. As anãs marrons previstas estão em vermelho escuro. A pirâmide verde representa o volume pesquisado pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA - um telescópio infravermelho projetado para focar em áreas específicas em profundidade, ao invés de fazer a varredura do céu inteiro como WISE está fazendo. A região dentro de 25 anos-luz do Sol está marcada pela esfera azul. Crédito: NASA/JPL

As 14 anãs marrons do Spitzer

O telescópio espacial Spitzer realizou um novo estudo sobre anãs marrons, concentrando-se em uma região da constelação de Boötes. Entre os diversos objetos encontrados, 14 destes apresentavam temperaturas variando entre 450 e 600 Kelvin. Estes são objetos frios em termos estelares, na verdade são tão frios como alguns dos planetas que encontramos ao redor de outras estrelas. Lembramos que 450 K é o mesmo que 177º C, ou seja, é a temperatura de um forno moderadamente quente.

Na verdade, isto nos dá uma pausa para refletir que a maioria dos assados que estamos acostumados a preparar requerem temperaturas acima de 180º Celsius, ou seja, mais quentes que a mais fria destas anãs marrons pode apresentar. A maioria dos novos objetos deste estudo do Spitzer está associada aos anões da classe espectral T, a categoria conhecida mais fria entre as anãs marrons, definida como inferior a 1.500 K (1.226º Celsius). Contudo, indo mais além, uma das anãs descobertas é fria o suficiente para pertencer à classe hipotética chamada de anãs Y, parte de uma nova classificação proposta por um co-autor do artigo, Davy Kirkpatrick (Caltech).

Com relação ao sistema de classificação das anãs marrons, Kirkpatrick sugere que a missão WISE (Wide Field Infrared Survey Explorer) faça uma validação:

“Os modelos indicam que pode haver uma classe inteiramente nova de objetos estelares lá fora, os anões Y, que ainda não encontramos. Se esses objetos elusivos realmente existem, o programa WISE irá encontrá-los.”

Tyche? Onde está?

Os pensamentos de Kirkpatrick sobre o projeto WISE são propriamente fascinantes, uma vez que ele é também um membro da equipe científica do WISE. Por exemplo: há muito que se especula que um objeto frio, talvez uma anã marrom, poderia residir no espaço interestelar próximo, perto o suficiente para causar transtornos na Nuvem Oort de cometas. Kirkpatrick informou que sua equipe denominou este suposto objeto de Tyche, uma benevolente contrapartida para o hipotético objeto apocalíptico chamado de Nêmesis. Kirkpactrick disse que o WISE é poderoso o suficiente encontrar Tyche ou descartá-lo, provando que ele inexiste. O cientista Peter Eisenhardt (JPL) da missão WISE afirmou:

O “WISE está olhando em toda parte, assim as anãs marrons mais frias vão surgir em todas as direções ao nosso redor. Podemos até encontrar uma anã marrom fria mais perto de nós do que Próxima Centauri, a estrela mais próxima conhecida… Nós estaremos estudando esses novos vizinhos em pormenor – um dos quais poderá conter um sistema exoplanetário mais próximo ao nosso.”

É válido ter em mente que WISE está estudando um volume de espaço 40 vezes maior do que foi rastreado no trabalho recente do Spitzer. Embora todos os quatorzes dos objetos descobertos neste levantamento estejam a centenas de anos-luz de distância do Sol (invisíveis aos telescópios que operam na luz visível), sua presença implica que há uma centena ou mais anãs marrons dentro da esfera de 25 anos-luz em volta do Sol, perto o suficiente para serem confirmados por espectroscopia. A equipe de Spitzer vai tão longe a ponto de se especular que o WISE pode encontrar mais anãs marrons nessa esfera de 25 anos luz ao redor do Sol do que o número de estrelas conhecidas que lá existe.

O artigo científico que trata este tema foi assinado por Eisenhardt et al.: “Ultracool Field Brown Dwarf Candidates Selected at 4.5 ?m”, Astronomical Journal, Vol. 139, nº 6 (maio de 2010).

Fontes e referências

Centauri Dreams: Numerous Nearby Brown Dwarfs?

Astronomical Journal: Ultracool Field Brown Dwarf Candidates Selected at 4.5 ?m

The Daily Galaxy: NASA’s Infrared Eye Yields “Nemesis” Objects -The Coldest Known Stars in the Universe

JPL:

AstroPT: 14 Anãs Castanhas

._._.

21 comentários

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    • Carlos Oliveira on 18/07/2010 at 19:42
    • Responder

    Ricardo,

    As frases escritas com letra grande são escusadas.
    Nota-se que estás nervoso, e que pensas que por “falares” alto, isso te dá razão. Mas simplesmente dá a entender uma falta de “netiqueta”… ou falta de educação na net.

    Tu resolveste agora te concentrar na frase no final dos posts.
    Vou assumir que tudo o resto então concordas comigo, incluindo nas diferenças de língua de vários países, nas tuas não-sugestões, e nos erros que cometeste para trás.

    Tu dizes que está tudo nas palavras que se escolhem e estão no ecrã.
    Eu retiro estas escritas por ti:
    “mas então sugeria mudarem o nome para “Astro BR”, por exemplo (… obviamente que não estou a falar a sério).
    Se eu for ler um site do Brasil, não estou à espera que eles escrevam em português de Portugal.”
    Podes vir depois dizer que era um problema de expectativas, mas o que dás a entender, quer estejas a brincar ou não, é que queres uns do lado e outros do outro.
    Vais a um site brasileiro, é português do Brasil; vais a um site português, é português de Portugal.
    Na tua mente, nem consegues imaginar sequer poder haver uma integração, e coexistirem perfeitamente os dois “sabores”.
    Podes dizer que é uma questão de expectativas. Mas o que te digo é que é uma expectativa que tem intrínseca uma ideia de segregação, de separação.
    É o mesmo quando me dizem que “não acreditam” que existam carros pequenos europeus nos EUA. A expectativa, devido aos filmes, é verem as chamadas “banheiras”. Logo, ficam com a ideia que marcas europeias vê-se na Europa, e marcas americanas vê-se nos EUA. Nem por um segundo põem a hipótese que podem chegar aqui e ver carros pequenos europeus.

    Quando eu concordo contigo, quando eu te escrevo que algumas das coisas que escreves penso que são compreensíveis, e tu dizes que de *todas* as vezes que sugeres algo, és atacado, então estás obviamente a mentir.
    Quando eu te digo que concordo com algumas das tuas críticas e tu respondes que *cada* crítica tua é recebida com insultos, então obviamente estás a mentir.
    Isto são factos. Mais do que a lei da gravidade até…

    Quando dizes que foste “acusado de ser segregacionista, mentiroso, nazi, racista e idiota”, estás obviamente a mentir.

    Se eu te perguntar quanto é 2 + 2, e tu respondes que é 4, então estás certo.
    Nota que isso não quer dizer que estás *sempre* certo, nem sequer que és uma *pessoa certa*.
    Simplesmente, neste caso estás certo. É só.
    Penso que tendo tu tido matemática avançada, deves perceber estes exemplos simples.

    Da mesma forma, se tiveres uma grande ideia, e eu te disser isso, não te estou a dizer que tens *sempre* grandes ideias, ou que és um gajo de grandes ideias. Simplesmente a ideia que tiveste naquela altura foi genial.

    Se fores jogar futebol e marcares um golo, isso não faz de ti um grande goleador. Simplesmente marcaste um golo, e tens mérito nisso. Para seres grande goleador precisas de mostrar muitos mais atributos que só um golo.

    Da mesma forma, o Bush, por exemplo, teve exemplos de política internacional que mais pareciam algumas das estratégias nazis (ex: invasão sem provocação). Ou seja, um dos comportamentos dele fez lembrar um dos comportamentos nazis. Mas o Bush não era nazi (até era o oposto, em termos de política interna, ou de ajuda humanitária).

    Da mesma forma, disseram que o teu comentário é idiota, não disseram que TU és idiota.
    Disseram para teres cuidado com a xenofobia, não te acusaram de xenofobia.
    Disse-te que uma das frases me fez lembrar o racismo nos EUA, não disse que TU eras racista.
    Disse-te que outra frase me fez lembrar os comportamentos nazis, não disse que TU eras nazi.
    Há muita gente que defende o nacionalismo, e isso não os faz fascistas.
    Quanto ao mentir, já te expliquei várias situações em que mentiste… como se pode ler para trás.

    Eu não faço a mínima ideia donde vens, mas pelo que dizes, parece-me que estás psicologicamente afectado por isso.
    Mas isso é indiferente para aqui.

    O que não me parece indiferente, é que tu não entendes o português… de Portugal.
    *****Não percebes as diferenças entre criticar certo tipo de comportamento ou frase, e criticar a pessoa em si.*****

    Parece-me sinceramente que a única vez em que houve um ataque pessoal, foi quando tu decidiste trazer para a discussão exemplos da minha vida que nada tinham a ver com a discussão em causa.
    De resto, tudo se limitou ao que fomos escrevendo por aqui… sem acusações pessoais, simplesmente com avaliações dos argumentos (e esses podem ser assim-assim, ou idiotas, ou óptimos, ou então podem fazer lembrar outras coisas).

    A minha sugestão para não continuares com as paranóias de te sentires atacado pessoalmente (na pessoa), é dormires sobre o assunto.
    Vais ver que no dia seguinte, relendo as coisas, essa “raiva” de te teres que defender pessoalmente, perde força… enquanto a racionalidade, a auto-estima, e a ponderação ganham força.

    😉

  1. Caro Carlos…
    vou fazer um último comentário, da forma mais simples e inequívoca que consigo:

    – NÃO SOU CONTRA TEXTOS ESCRITOS POR BRASILEIROS, OU POR AUTORES DE QUALQUER OUTRA NACIONALIDADE, ETNIA OU TAMANHO DE SAPATO!

    – NÃO SOU CONTRA TEXTOS ESCRITOS EM PORTUGUÊS DO BRASIL, DE ANGOLA, CABO-VERDE, TIMOR-LESTE, OU ATÉ MIRANDÊS!

    – No entanto, como acho que há uma expectativa de encontrar apenas textos em português de Portugal no Astro PT, acho que deveria haver um aviso a indicar quando os textos não forem escritos em português de Portugal.
    Para uma explicação mais detalhada, ler a seguir à linha de asteríscos abaixo.

    – NÃO SOU A FAVOR DE SEGREGAR, EXCLUIR OU SEPARAR SEJA QUEM FOR.

    – NUNCA DISSE OU INSINUEI “BRASILEIROS FORA!” OU “BRASILEIROS PARA UM LADO E PORTUGUESES PARA O OUTRO”, OU QUALQUER OUTRA EXPRESSÃO COM SIGNIFICADO SEMELHANTE.

    – QUALQUER TENTATIVA DE INSINUAR O CONTRÁRIO É FALSA, CALUNIOSA E DIFAMATÓRIA!

    – DISSE REPETIDAMENTE QUE SOU A FAVOR DA DIVERSIDADE E MULTICULTURALIDADE.

    É o mais claro que consigo ser.

    *****************************************

    – Toda esta minha questão tem a ver com o declínio do uso do português (de Portugal) correcto. Tu não lidas quase diariamente com miudos (como eu), e se calhar até nem estás no país tempo suficiente, para notar que o português escrito e falado em Portugal está em rápido declínio.

    Não é por acaso que agora até há, na TV pública, um programa chamado “Cuidado com a Língua” e uma outra pequena rúbrica chamada “Em Bom Português”.

    O astro PT acaba por funcionar como um orgão de comunicação social, e como tal, tem uma obrigação (quanto mais não seja moral), de formação social. E isso inclui o uso do português correcto.

    Os miúdos que acedem ao Astro PT não sabem a diferença entre o português de Portugal e do Brasil. Logo, aprendem o que, em Portugal, é considerado português incorrecto.

    Não sou contra, como disse anteriormente, que tenham autores e/ou textos “brasileiros”… mas não vejo mal nenhum que haja um aviso a indicar esse facto para quem não sabe reconhecer a diferença.

    .
    – Quanto a ter sido repetidamente insultado:

    – “…ou melhor, completamente idiota.” -> Logo “a abrir”, chamam-me de idiota
    – “Digo ao Ricardo Reis que tenha cuidado com a xenofobia… ” -> acusação de xenofobia
    – “…(faz lembrar os conflitos raciais nos EUA nos anos 60). ” -> insinuação de racismo
    – “…enveredares por defesa do nacionalismo” -> insinuação de ser fascista
    – “…defendes que tem que haver uma segregação…” -> acusação de segregacionista
    – “…veio-me à cabeça os Nazis…” -> insinuação de ser nazi
    “…Porque aí já estás a mentir…” ; “…mas se mentes…” ; “…preferes mentir nos teus comentários…”, etc… -> Se contei bem, 6 acusações que estou mentir, só no teu último comentário.

    Estes são só os que achei numa rápida procura pelo comentários acima. Qualquer um deles, mesmo insinuado, é um insulto gravíssimo, alguns dos quais roçam mesmo a difamação.

    Se considero que estivemos “civilizadamente a discutir assuntos”, depois de ter sido acusado de ser segregacionista, mentiroso, nazi, racista e idiota?

    Eu posso vir de uma cidadezinha do interior do país, que tem fama (imerecida) de ser “atrasado”, mas a minha ideia de discutir civilizadamente não envolve chamar nazi ou mentiroso à outra pessoa.

    Não era essa a tua intenção? Torna-se cada vez mais difícil para mim em acreditar nisso. É que se há coisa que não podes negar é que as palavras estão escritas e foram escritas por ti!

    Tiveste de parar para pensar no que querias escrever, escrever as palavras no ecrã, olhar para elas, e foram essas as palavras que escolheste usar…

  2. Caro Felipe,

    Relembro-lhe apenas que, em relação a si, reagi à sua insinuação de xenofobia, que considerei extremamente ofensiva. Se me diz que não foi a sua intenção, então só tenho de acreditar na sua palavra e aceitar o pedido de desculpas, acrescentando também um pedido de desculpas se fui demasiado agressivo.

    Quanto ao resto, neste momento faço divulgação de astronomia profissionalmente há 12 anos. Se tem realmente curiosidade em saber o meu curriculum, ou saber o que faço no dia-a-dia, basta pedir ao Carlos que lhe envie o meu e-mail e terei muito gosto em partilhar o que faço consigo.

    Não o faço aqui porque não me parece o local (ou a discução) ideal.

    • Carlos Oliveira on 18/07/2010 at 01:20
    • Responder

    Ricardo,

    1 – Eu percebo a tua preocupação com a preservação daquilo que tu consideras ser o “bom português”… de Portugal.
    Eu espero que leias este meu comentário SEMPRE com esta ideia por base.

    Ou seja, eu percebo as tuas críticas, no sentido que tens certas *expectativas* de ver as coisas escritas só de uma forma, e “levas” com uma forma de escrever 1 vez por semana ligeiramente diferente, e ficas totalmente confuso.
    Apesar do ROCA escrever pouco, e de veres 5 posts em 100 escritos dessa forma, eu percebo que *tu* aches que isso já é demais, e um “abuso” em termos de expectativas goradas.

    Ou seja, apesar de achar que estás a concentrar-te negativamente numa minoria, quando devias olhar para a maioria, também percebo que queiras ver uma “consistência” por todos os posts, que nalguns não aparece.

    Concluindo, espero que leias este meu comentário, sempre com este ponto 1 por base – de que eu percebo as tuas críticas. Também espero que percebas as razões da linha editorial, e que queiras saber das explicações em vez de parecer que te tamos a insultar ao dar-te explicações (“Aceitem-nas se quiserem”).

    2 – “Disse, repeti e volto a afirmar que fiz sugestões. Aceitem-nas se quiserem.”

    <—- Isto é mentira.

    Tu deste UMA sugestão: Colocar no final a dizer que é uma tradução integral. E eu achei que é uma boa sugestão e concordei contigo. Por isso, não percebo qual é o teu problema de teres ficado chateado com a tua sugestão ter sido aceite.

    Tu tinhas uma dúvida, estavas confuso, sobre os destinatários do astroPT. Aí foi-te explicado. Se não queres saber de explicações, porque te mostras confuso então? O teu objectivo é não saber as respostas? Não percebo como podes ficar chateado por te explicarem aquilo que não percebes.

    De resto, começaste por dizer que o autor não estava identificado. Isso não é uma "sugestão. Isso foi um erro da tua parte.

    E também começaste por dizer que o post estava com vários erros, quando afinal simplesmente estava com português do Brasil… sem erros.
    Aqui há 2 questões:
    a) não devias ter "atacado" o ROCA por erros que afinal não o são; devias sim ter enviado o comentário dirigido a quem de direito a perguntar o porquê de textos em português do Brasil (e aí a responsabilidade não é do ROCA). E eu explicava-te, como o fiz. Nada tem a ver com o ROCA.
    b) Se tivermos um autor dos Açores, para ti vai ser considerado português de segunda, com um texto cheio de erros (já que como deves saber, há palavras e expressões que são típicas de lá). Da mesma forma, se eu contratasse o Camões para escrever aqui neste blog, tu comentarias que o Camões não estava identificado, que está cheio de erros por todo o artigo, e que utiliza palavras e expressões que não se usam em Portugal (tal como criticaste no ROCA).
    Para ti, Camões não escreve "bom português".

    Para mim, isso é uma falta de percepção da língua em todos os seus "sabores", quer sejam históricos ou culturais, que vem de não se entender que a língua portuguesa é dinâmica e evolui, e ainda bem!

    Felizmente percebo bastante bem o que o ROCA diz, porventura por me dar tão bem com brasileiros aqui. Não preciso de dizer que tenho amigos ou família no Brasil. Basta aceitá-los e compreendê-los. Como eles a mim.

    3 – "Disse, repeti e volto a afirmar que não sou a favor, nem nunca o disse que “cada um deve estar no seu canto”."

    <— "mas então sugeria mudarem o nome para “Astro BR”, por exemplo (… obviamente que não estou a falar a sério)."

    Ricardo, tu podes dizer que "não estás a falar a sério", mas o ataque aos supostos erros do ROCA (em vez de teres perguntado à linha editorial do astroPT o porquê dos textos em português do Brasil) demonstram precisamente o contrário.
    Tu claramente por todo o teu comentário quiseste dizer que o astroPT deveria, em tua opinião, conter só textos em português de Portugal. Enquanto os textos em português do Brasil, em tua opinião, não deviam estar aqui mas sim noutro sítio.
    Isso, quer queiras quer não, é dividir, e querer que cada um esteja no seu canto.

    Tu dizes:
    "Não sou sectarista nem nunca fui e agradecia que acabasses com tais insinuações. São insultuosas."

    Mas Ricardo, por todos os teus comentários és a favor de o astroPT só conter textos em português de Portugal (sendo que os brasileiros que vão para outro lado), OU então de se colocarem labels a definir bem quem são os textos em português do Brasil (podes achar que o que me vem à cabeça não faz qualquer sentido nenhum, mas agora quando escrevi isto, veio-me à cabeça os Nazis escreverem Judeu nas casas e lojas que pertenciam aos Judeus).

    Isto para mim é dividir em sectores; ou seja, é ser sectarista.
    Podes dizer que não, mas em todo o teu comentário defendes isso.

    O próximo passo imagino que será colocar lá em cima no blog uma parte a dizer: "Português de Portugal", e outra a dizer "Português do Brasil", como se fossem línguas diferentes, e cada qual entrava no portal que quisesse… e lia posts diferentes accordingly.

    Para mim, isto é algo que não faz sentido, estas divisões, que considero mesquinhas, quando se deveria abraçar todos os sabores e riqueza do português em todo o seu esplendor.

    Tu achas que o astroPT deveria ter só Português de Portugal.
    É a tua opinião, e concordo que deves ter a tua própria opinião. E deves defendê-la.
    Mas não venhas agora dizer que essa não é a tua opinião. Porque aí já estás a mentir.

    4 – "Continuas a insistir na comparação entre o inglês dos EUA e do Reino Unido, quando a diferença entre eles é profundamente menor que entre o português de Portugal e do Brasil."

    <— lá está Ricardo. Tu tens direito às tuas opiniões, mas se mentes, é óbvio que vais ser chamado à razão.

    Nota que quem falou em 1º lugar disso foste TU:
    No comentário 8 disseste:
    "O inglês dos EUA é diferente do inglês do Reino Unido e da Austrália".

    Eu só te respondi a esse TEU comentário. Peguei no teu exemplo, e basicamente expliquei-te que não sabes do que falas.

    Não me referi aos teus outros exemplos do espanhol na América do Sul, ou do francês no Quebec, porque não tenho conhecimento directo do assunto.
    Mas do inglês da UK e dos EUA tenho, daí que posso falar sobre isso.

    Assumo que para teres falado nisso, é porque tens conhecimento dessas diferenças todas de linguas nos teus exemplos. Porque assumo que não irias "inventar", mandar "bitaites". Logo, já deves ter ido a vários países da América do Sul, ao Quebec, à Suiça, etc, para saber se realmente falam diferente ou igual à Espanha, França, etc.
    Mas eu sou-te sincero, não te consigo fazer essas comparações (só México – Espanha).
    (sei que existem várias, porque falo com muita gente do Chile, do México, da Argentina, etc, que me dizem que existem várias diferenças em termos de palavras e expressões, daí que assumo que eles sabem melhor do que tu daquilo que falam, mas eles também me dizem que é tudo espanhol, por isso não há problema em se compreenderem).

    Mas quanto ao exemplo que tu deste dos EUA-Inglaterra, estás redondamente enganado.
    Mas fazes-me lembrar os americanos que dizem que o português do Brasil e de Portugal é exactamente igual. Ou seja, eles não têm conhecimento directo do assunto, e por isso "ouvem ao longe" e assumem que é tudo o mesmo.
    Tu ao falar de tantos "sabores" de línguas em países diferentes, ou cometeste o mesmo erro de inventares sem saber (e continuas a fazê-lo), ou então não sabes o que dizes.

    Há imensas expressões e palavras que eu utilizava em Inglaterra, que aqui não existem ou nem compreendem (assim de repente… Cheers… Return Ticket……).
    E mesmo aqui nos EUA vai mudando até de estado para estado. Vês blogs com "Y'all" escrito por tudo quanto é lado. Enquanto se fores a alguns estados aqui, ao Canadá, ou à Inglaterra, não conhecem essa expressão.

    5 – Repito o que já disse anteriormente sobre o valor educacional de se perceber línguas e sabores diferentes:
    "Não só não vejo problema em ter diferentes “sabores” de português, mas penso que até é culturalmente vantajoso perceberes (todos que nos lêem) que há diferentes formas de dizer as coisas, e perceber a língua materna em toda a sua complexidade e “sabores”."

    Tu que te dizes defensor da diversidade, deverias concordar com estas minhas palavras.
    Não basta dizer que se concorda com a riqueza da diversidade. Deveria-se defendê-la e fazer por ela.
    Mas o que tenho notado pelos teus comentários é que teoricamente dizes-te a favor dessa diversidade, mas na prática pensas que devemos continuar "orgulhosamente sós", não deixando entrar outros sabores no nosso "reino" (astroPT), porque isso só leva a confusões e às pessoas não perceberem as notícias.

    Ou seja, parece-me que há desfasamento entre a teoria e a prática.

    6 – "Continuas a insistir que “onde eu vou ninguém avisa que vou falar isto ou aquilo” (…) Tu achas que não há a expectativa, eu acho que há. As pessoas que vêm ao planetário não esperam ouvir falar “brasileiro” e sim português. E eu mantenho que os professores ficariam incomodados se não fossem avisados."

    <— eu acho que tu andas a misturar grelos com maçãs.

    Eu nunca disse que não havia expectativa.
    Aliás, o que eu disse foi que "ahhh agora é um problema de *expectativa*. Pronto, aí até posso concordar."
    Logo, eu disse que se o problema é de expectativa, então posso concordar contigo. Isto é português de Portugal. E mesmo assim OU não percebes OU preferes mentir nos teus comentários.

    Como se vê pelas tuas interpretações de algo que eu escrevo directo (concordo se o problema é expectativa), o teu problema não me parece que é se o português é de Portugal ou do Brasil… parece-me que é um problema mais profundo que isso…

    Uma coisa é a expectativa. É algo que eu concordo contigo. É algo que TU te deverias dirigir à linha editorial, e não ao ROCA a dizer que ele está cheio de erros.

    Outra coisa totalmente diferente são "labels". Que é o que TU queres colocar nos textos do ROCA (e a seguir nos meus, porque está visto que não percebes também o que eu escrevo…).
    E labels NUNCA vi em lado nenhum.
    Nunca me puseram em mim quando aqui nos EUA falava em inglês de Inglaterra. Nunca me puseram em mim por falar com sotaque de Portugal. Nunca puseram no Pedro Mendonça na CNN. Nunca puseram no Martin Rees aqui por ele falar com Inglês de Inglaterra. Nunca puseram no meu professor de História da Astronomia, por ele falar com forte sotaque alemão e com algumas palavras enviesadas de Inglaterra (tinha chegado aos EUA há menos de 1 mês). Nunca puseram naquele artigo que te enviei. etc, etc, etc, etc.

    7 – "Não queres por um aviso, não ponhas! Eu mantenho que o aviso seria uma mais valia."

    <—- Novamente te digo que o teu problema não é o português do Brasil. O teu problema é o português. Ponto final.

    Volto a repetir o que eu disse:
    "Quanto a escrever uma frase no final, realmente pode ser um caso a pensar. Isto se se puder colocar para *todos* os posts, e não só para alguns, que seria fomentar uma descriminação desnecessária."

    Ou seja, se o pessoal concordar que é uma mais-valia colocar labels em todos, coloca-se. Assim classifica-se o que é de "um lado" e o que é "de outro".

    Por outras palavras, EU sou contra labels, que não vejo em lado nenhum, e já te dei imensos exemplos disso.
    Mas se a maioria achar que é uma mais-valia, então coloca-se.

    Agora, o que sou absolutamente contra é colocar label em só uma pessoa, descriminá-lo em relação às outras.
    Ou coloca-se em todos, ou não se coloca em ninguém.

    8 – "Eu interpretei que me estavas a criticar por não trabalhar para ti de graça."

    <— para mim é indiferente se trabalhas de graça ou não. Eu não tenho nada que falar das opções que tomas, porque aliás nem as conheço.
    O que te digo é que o melhor trabalho que fiz até hoje foi trabalho voluntário… de graça. E foi antes de vir para os EUA.

    O que a mim me demonstra ignorância é continuares a pensar que há pessoas a trabalhar para mim.
    Podes perguntar a qualquer colaborador do blog se trabalham para mim.
    Ou seja, para mim, afirmaste coisas sem pensar, e que são mentira.

    9 – "Também interpretei como sendo uma maneira de desvalorizar o que faço"

    <— não me lembro de alguma vez ter colocado em causa o que tu fazes.
    O que tu fazes é lá contigo, e nada tem a ver com esta discussão ou o astroPT.
    Só passa a ter, se quiseres dar notícias de astronomia para o astroPT, ou quiseste entrar como colaborador, ou algo do género. Aí sim, vou precisar de saber o que tu fazes e como serias uma mais-valia para o projecto.
    Senão, não vejo qual é a relevância do que tu fazes para esta discussão.

    10 – "De todas as vezes que decidi sugerir algo, fui fortemente atacado."

    <—- como se pode comprovar pelos meus pontos anteriores, o que tu acabas de dizer é uma tremenda mentira.
    A vários níveis!

    Basta ler o meu ponto 2, neste comentário.

    Tu deste UMA sugestão, que até concordei contigo. Eu CONCORDEI contigo e tu vires dizer agora que foste atacado, é uma MENTIRA.

    Tu estavas confuso quanto à linha editorial do astroPT. Tinhas umas certas expectativas, que, como te disse, são COMPREENSIVEIS.
    Expliquei-te as nossas razões. Dizeres que a minha explicação é um ataque, é uma MENTIRA.

    Tu falas em colocares frases no final dos posts a avisar que é um texto "diferente".
    Expliquei-te que isso me faz lembrar a segregação, e dei-te vários exemplos semelhantes em que isso NÃO acontece.
    Novamente, houve uma explicação e não um ataque.
    (podes é não querer explicações… e aí o problema já não é do astroPT, mas sim um problema de personalidade)

    Tu atacaste o ROCA dizendo que o texto dele estava cheio de erros, quando afinal está é em português do Brasil. Isso não é uma sugestão. Da mesma forma que dizer que o Camões escreve cheio de erros NÃO é uma sugestão.

    Tu disseste que o autor não estava identificado, quando está claramente identificado. Novamente, isto NÃO é uma sugestão, mas sim um erro da tua parte.

    11 – "Aqui não é um espaço de debate, porque cada crítica é recebida como um ataque pessoal, recebida com insultos."

    <— as tuas críticas foram-te explicadas.

    O que é para ti um “espaço de debate”?
    Um sítio onde TU podes criticar e os outros têm que ouvir e calar, porque tu não podes ser criticado?

    As tuas sugestões, umas foram aceites, outras não.

    Peço que me digas onde é que recebi alguma critica tua como um ataque pessoal (a não ser quando trouxeste à baila o meu trabalho, quando nada tinha a ver para o assunto).

    Peço-te igualmente que me digas que se isto que estamos os 2 a fazer não é um debate, uma discussão, uma troca de ideias, então é o quê?

    Se me responderes às 2 perguntas dizendo que a única coisa ke temos feito entre os 2, é insultar-nos… então dou-te razão na frase em cima que isto não é um local de debate.

    Se achares que temos civilizadamente discutido os assuntos, e que te tenho explicado as situações e o porquê de teres algumas expectativas goradas, então espero que te retractes na tua frase em cima, porque assim, neste caso, ela seria uma MENTIRA.

    12 – "Eu sei que é duro ouvir, depois de ter tido imenso trabalho, que o que fizemos não está bom, não está como devia, não serve para o propósito, ou simplesmente, “não gosto”. Acontece! É a vida"

    <— espero sinceramente que assimiles esta tua frase.
    Eu sei que tu pensas que todas as tuas opiniões, sugestões e críticas são óptimas. E é duro ouvir que algumas não fazem sentido. Acontece. É a vida…

  3. Ricardo Reis,

    Eu sei muito bem o significado de Xenofobia, e pouco me importa se tens família e amigos no Brasil, ou se trabalha com gente de toda parte do mundo e de todas opções sexuais. Não me interessa conhecê-lo e muito menos acusá-lo. Mas ao julgar pelo teu primeiro comentário a impressão que dá é que você tem aversão ao povo brasileiro, e que gente do Brasil e textos do Brasil não são bem-vindos nesse blog, que a julgar, nem é seu.

    De qualquer forma, entendi o que você quis dizer nesses outros comentários mais recentes, que não se trata de xenofobia, ou aversão aos brasileiros. Mas julgo sim uma grande besteira a tua preocupação, eu entendo equipa como equipe no Brasil em Portugal, ou até em Marte ou nos confins do Universo. Creio que é muito mais importante a divulgação da Ciência do que as ponderações sobre as diferenças entre o português de Portugal e o português do Brasil. Mesmo o português de Portugal eu compreendo sem problema algum, e por isso estou sempre visitando este blog. Assim penso que os portugueses devem entender muito bem o português do Brasil, penso eu…

    Enfim, se lhe ofendi, sinto muito, eu não lhe acusei de xenofobia, apenas disse para você tomar cuidado com ela.

    E que os portugueses sejam bem vindos nos blogs brasileiros com seus textos portugueses (de Portugal). O que vale é divulgação da Ciência em minha opinião, seja qual for a linguagem empregada.

    Finalizando, eu pergunto a você. Ricardo Reis: onde está o seu blog pessoal científico? Onde você escreve? Qual a sua contribuição para a divulgação científica? Mostre a nós!

    abs
    EYE

  4. Disse que não ia perder mais tempo, mas não admito que ponhas palavras na minha boca.

    – Disse, repeti e volto a afirmar que fiz sugestões. Aceitem-nas se quiserem.

    – Disse, repeti e volto a afirmar que não sou a favor, nem nunca o disse que “cada um deve estar no seu canto”.

    – Continuas a insistir na comparação entre o inglês dos EUA e do Reino Unido, quando a diferença entre eles é profundamente menor que entre o português de Portugal e do Brasil.

    – Continuas a insistir que “onde eu vou ninguém avisa que vou falar isto ou aquilo”. Se for ouvir um estrangeiro a falar, não espero que ele fale português com sotaque de Coimbra. E eu continuo a insistir que, se por exemplo um professor de português de secundário desse aulas em português do Brasil, se calhar os pais não gostavam.

    Tu achas que não há a expectativa, eu acho que há. As pessoas que vêm ao planetário não esperam ouvir falar “brasileiro” e sim português. E eu mantenho que os professores ficariam incomodados se não fossem avisados.

    Tu, claramente, não ficarias incomodado com esse facto. É a tua opinião… vale tanto como a minha.

    – Não queres por um aviso, não ponhas! Eu mantenho que o aviso seria uma mais valia.

    – Assim como insistes em interpretar mal as minhas palavras, também eu (pelos vistos) interpretei mal as tuas. Dito isto, louvo quem quer (ou pode) trabalhar de graça. Eu não me posso dar a esse luxo e nem espero que os outros o façam. Dei-te o exemplo do teu curso exactamente por isso… ninguém está à espera que os outros trabalhem de graça. Interpretei o que escreveste como uma sugestão do contrário.

    Eu interpretei que me estavas a criticar por não trabalhar para ti de graça. Também interpretei como sendo uma maneira de desvalorizar o que faço, só porque não colaboro convosco. Interpretei mal? Tu dizes que sim, eu só posso acreditar na tua palavra.

    Agora, agradecia era a mesma gentileza da tua parte. Não sou sectarista nem nunca fui e agradecia que acabasses com tais insinuações. São insultuosas. Admito interpretatres mal à primeira, talvez à segunda… a partir daqui, passa a provocação.

    – E não, não vou perder mais tempo a dar sugestões. De todas as vezes que decidi sugerir algo, fui fortemente atacado. Aqui não é um espaço de debate, porque cada crítica é recebida como um ataque pessoal, recebida com insultos.

    Eu sei que é duro ouvir, depois de ter tido imenso trabalho, que o que fizemos não está bom, não está como devia, não serve para o propósito, ou simplesmente, “não gosto”.

    Acontece! É a vida.

    Nem toda a gente tem a mesma opinião ou sensibilidade. E, também como já disse, ainda bem!

    • Carlos Oliveira on 17/07/2010 at 09:03
    • Responder

    Ricardo,

    1 – ahhh agora é um problema de *expectativa*. Pronto, aí até posso concordar.
    É um facto que o astroPT começou por ser pela e para a comunidade portuguesa.
    E nunca imaginamos (eu pelo menos nunca imaginei) que pudessemos ter crescido tanto, ou seja, haver tanta gente interessada em assuntos de astronomia.
    A partir do momento em que falamos entre nós (olha, ainda no encontro/jantar do ano passado coloquei este assunto à discussão na mesa), e percebemos que não há mais sítio para crescer em Portugal, obviamente que nos temos que abrir à comunidade global. Porque ou evoluímos ou estagnamos e morremos. Entre essas 2 hipóteses, penso que a resposta óbvia é não querer “morrer”.
    Por outro lado, quer queiramos quer não, temos imensas pessoas a entrar no blog a partir do Brasil. Logo, vamos agora dizer que “não queremos brasileiros”? Claro que não. Não faz qualquer sentido. Temos que abraçá-los e colocar conteúdo também para eles.

    2 – Quanto a escrever uma frase no final, realmente pode ser um caso a pensar. Isto se se puder colocar para *todos* os posts, e não só para alguns, que seria fomentar uma descriminação desnecessária.
    Mas olha, a mim NUNCA me colaram frases antes ou depois de falar, a dizer “Carlos is going to speak with a portuguese accent”.
    Suponho que faças palestras em inglês, até em conferências internacionais, e duvido que tenha sido preciso colocarem-te esse “label” antes ou depois de falares.
    O Pedro Mendonça apresentou durante 5 anos o noticiário World Sports na CNN, e não me lembro de alguma vez ter havido uma frase no final do ecrã a avisar a audiência que o sotaque dele era diferente.
    No Reino Unido, sou-te sincero e nem me dava muito conta disso, mas aqui há uma variedade impressionante de sotaques (que se traduz em maneiras diferentes de falar, por vezes até com expressões diferentes que vêm de estados e países diferentes), e ninguém anda com “warnings” ou “frases no final” a avisar que aquela pessoa veio de certo sítio.
    Simplesmente são todos tratados por igual.
    É essa a filosofia do astroPT.

    3 – “Mas acho que os professores ficariam bastante incomodados se, em vez de eu lhes dar a sessão em português, lhes aparecesse o ROCA a dar a sessão em “brasileiro”, sem que ninguém os avisasse previamente.”

    Eu dou aulas aqui. Nunca ninguém avisou os alunos previamente que eu era português.
    Quando estava no Reino Unido, vim para os EUA trabalhar temporariamente num Planetário. Nunca ninguém avisou a audiência que o meu inglês era de Inglaterra.
    No ponto anterior também te dei o exemplo do Pedro Mendonça.
    Numa das conferências a que fui aqui nos EUA, estava lá o Martin Rees com o seu forte sotaque inglês. Fez a palestra dele, e ninguém teve que avisar a audiência que ele estava a falar “inglês da Inglaterra”. Também nunca vi nos papers dele em journals americanos aparecer a referência que há expressões típicas de “inglês da Inglaterra”.
    E de resto, deixo-te novamente a pergunta: em conferências internacionais, as pessoas são avisadas antecipadamente que o teu inglês tem um sotaque e expressões diferentes?
    Se isso não acontece com os outros, porque é que defendes que para o ROCA as regras têm que ser diferentes?

    4 – “Como disse acima, é uma questão de expectativa. Estás a imaginar o telejornal ser apresentado por alguém com sotaque do Brasil?”

    Não, não estou. Porque em Portugal, em muitas coisas continuamos “orgulhosamente sós”.
    Vês a CNN, por exemplo, e vês um vasto misto de sotaques.

    5 – Por outro lado, se calhar no telejornal em Portugal, há portugueses que querem apresentá-lo.
    No astroPT, e em muitas outras coisas, os portugueses não querem se “chegar à frente”. Já os brasileiros estão dispostos a fazerem isso – neste caso a trabalhar na divulgação pelo astroPT.

    6 – “A língua oficial do sítio onde trabalho é o inglês, não o português. (…) Mesmo as notícias que publicamos têm titulo e resumo em inglês (…)”

    Precisamente! A minha pergunta é: será que já falaste com a direcção donde trabalhas sobre não fazer sentido uma Instituição Portuguesa, em Portugal, com um nome Português, ter incluído uma língua que não é Português de Portugal?
    Uma instituição portuguesa, em Portugal, com um nome que tem incluído até que é do Porto, tem certamente uma expectativa que os seus conteúdos sejam portugueses.
    Mas, como tu dizes, a língua oficial é inglesa.
    E porquê? Devido em parte à globalização, e em muito maior parte devido à vossa audiência ter a língua inglesa em comum. Se vocês só trabalhassem para “consumo interno”, obviamente que não iam a lado nenhum.
    Se conseguires reconhecer isso no CAUP, então obviamente tens ke reconhecer isso no astroPT.

    Até pode aparecer um outro “Ricardo Reis”, a dizer que o CAUP é do Porto, e por isso a expectativa é de que se fale português (até com expressões portuenses).
    Mas certamente que o CAUP não iria passar a falar português, só porque esse “Ricardo Reis” tem essa sugestão. O CAUP tem que olhar é para a audiência que tem.

    E nota que ao contrário do CAUP, a nossa língua oficial é o português, e o português é o de Portugal. Daí que a grande maioria dos posts é precisamente na língua que se fala em Portugal. E aqueles que não são, toda a gente os percebe bem, porque é português na mesma.
    Quem se poderia queixar, poderiam ser os brasileiros, já que a grande maioria dos posts está numa língua que não é o português do Brasil.

    7 – “Mas é uma perda de identidade.”

    Ou seja, o CAUP também perdeu a identidade.
    Tu, que tens um nome português, que vives em Portugal, e que trabalhas em Portugal, quando falas em inglês, perdes a identidade, certo?

    8 – “em vez de “Fontes e referências”, no caso de textos traduzidos na integra, talvez não fosse descabido usar, em alternativa, “Texto original disponível em:””

    Tal como na parte da expectativa, também aqui te dou razão.
    Acho que é uma boa sugestão para o ROCA.

    Mas nota que esta sugestão vem do sítio onde trabalhas, e não propriamente por isto ser relevante.
    Tenho a certeza que para a grande maioria dos nossos leitores isto são preciosismos sem sentido.
    Isto são características mais “científicas”, do que estás habituado por estares numa área da investigação científica, mas que a grande maioria dos nossos leitores não está. Daí que dizer “texto traduzido na íntegra”, ou dizer “fonte”, vai dar ao mesmo.

    Eu também fico um bocado com o pé atrás quando vejo posts sem qualquer referência.
    Mas lá está, eu vejo isso porque estou habituado a notar isso. É só. Para o normal das pessoas, é indiferente.

    9 – Quanto a Fontes e Duplicações: tu se fores ver as notícias de Público, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, etc, vês que muitas vezes as notícias são repetidas na sua totalidade (por vezes enviadas pela Lusa), e na grande maioria nem sequer há referências/fontes.
    Tanto eu como o ROCA colocamos fontes.
    Daí que sugiro veres essas partes positivas, em relação ao que é a normalidade em Portugal.

    10 – “Quanto à última parte do teu comentário, considero-o profundamente ofensivo.”

    Bem, eu também considerei profundamente ofensivo quereres separar o astroPT de um hipotético astro-BR onde punhas os brasileiros.
    Fez-me lembrar a segregação racial nos EUA, além de que me parece poder se incluir uma opinião dessas nas plataformas neonazis.
    Nota que não estou a dizer que o és. Não sei qual é a tua côr política, nem quero saber, nem é isso que tá em causa.
    O que tá em causa é que deste uma opinião que é semelhante a essas plataformas divisionistas. Podes nem te dar conta disso, e podes nem ter percebido a consequência daquilo que defendes, mas foi dessa forma que interpretei o que escreveste.

    11 – “só se colaborasse com o Astro PT é que utilizava o meu tempo de forma produtiva, estás a insinuar que o resto do meu tempo é gasto de forma inútil.”

    Sugiro que leias de novo as minhas palavras:

    “Penso, e isto é só a minha opinião, que terias mais credibilidade se dissesses:
    “Não gosto de ver um site português, com português de Portugal e português do Brasil misturado. Sendo assim, ofereço-me como colaborador para converter alguns textos ao estilo de Portugal. E como por vezes até põem partes de texto em inglês, ofereço-me assim para converter o que não estiver como português de Portugal para português de Portugal. Aceitam?”
    Assim sim, porque utilizavas o teu tempo de forma produtiva.”

    Ou seja, penso que qualquer bom entendedor percebe que me estou a referir SOMENTE ao tempo que tens criticado o ROCA.
    Esse tempo que passas a escrever aqui esses comentários, seria melhor empregue se TU escrevesses uns posts para o blog, da forma que preferes (com português de Portugal).
    Foi só isso.

    Imaginares que ando a falar do que fazes com o resto do teu tempo é não saber ler português (e olha que neste caso é português de Portugal).
    Por mim, tanto me faz que passes o dia a nadar, a fazer observações solares, a trabalhar nas obras, ou a dormir. Para mim, isso é totalmente irrelevante para este assunto.

    O que está em causa neste caso, é o tempo que passas nestes comentários.
    Ou seja, em termos de produtividade de divulgação, seria muito mais produtivo seres colaborador, do que dizeres coisas como “o autor não está identificado”, etc.

    Penso que tu fazes actividades no planetário, assim como o Filipe Pires fazia/faz.
    Pergunto-te: és mais produtivo para os miúdos que estão nas sessões de planetário, quando TU estás a fazer a sessão, OU quando te lembras (supondo que o fazes) de ires ver as sessões do Filipe e te lembras de dizer: “Filipe, diz isto desta maneira”, “Filipe, não faças as coisas assim”, “Filipe, não fales com sotaque da terra X”, etc ?

    12 – Da mesma forma, para mim é-me totalmente irrelevante se tens provas dadas nisto ou naquilo. Podes ser o Presidente da República, ou um dos lixeiros da Câmara do Porto. É-me absolutamente irrelevante.
    O que contam são os teus argumentos aqui, e não o que andas a fazer durante o dia.
    Daí que te escusas de tentar defender com o teu CV. Se queres discutir, utiliza argumentos racionais, e não baseados em atributos que não fazem qualquer sentido para o tema.

    13 – Com isto, não venhas agora imaginar que te estou a tentar “diminuir”, ou o que seja.
    Sei muito bem o que tens feito. E tens todo o mérito nisso. Ninguém te está a tirar mérito nenhum naquilo que fazes e fizeste.
    Simplesmente, essa faceta não tem qualquer relevância para este caso.

    14 – “Dei sugestões em como, no meu ponto de vista, se podia melhorar. E fi-lo à custa de tempo perdido, que podia ter gasto com a minha família.”

    E nós agradecemos as sugestões.
    Como já te disse em pontos anteriores, há sugestões que podem ser casos a pensar; há outras que não fazem qualquer sentido.

    Mas nota que tu não deste só sugestões. Tu cometeste erros de avaliação, e até já reconheceste.

    Dar sugestão seria: “Vocês não querem meter um aviso a dizer que este texto tem palavras que não se usam em Portugal?” (o que é basicamente o mesmo que dizer que não está escrito no “Português de Portugal”)

    Mas tu começaste por dizer que o autor não estava identificado, que o texto é repetido (como se nem estivessem lá as fontes), etc.

    E todas essas críticas foram-te respondidas, penso eu.

    15 – “Prometo que não volto a perder tempo a sugerir seja o que for por aqui.”

    Não percebo.
    Queres apontar erros e não queres que te apontem os erros de lógica dos teus argumentos?
    Estavas à espera de criticar, mas que as críticas não te fossem atendidas?

    Posso fazer como muito se faz em Portugal, que é ignorar as tuas críticas e sugestões.
    É isso que esperas? É essa a tua expectativa?

    Juro que não percebo qual é o teu problema agora…

    16 – “Fico ansiosamente a aguardar os teus próximos cursos de astrobiologia GRATUITOS. É que não me lembro de, quando me contactaste para dar o teu curso, tenhas sugerido apresentá-lo gratuitamente. No entanto, estás à espera que trabalhem de graça para ti.”
    “Os que têm de trabalhar para ganhar dinheiro deviam era usar o tempo de forma produtiva… trabalhando de graça para ti.”

    Deixei isto para o fim, porque obviamente esta é a parte pior de todos os teus comentários.
    Deixaste de comentar os posts do blog, para disferires um ataque pessoal, bastante ofensivo, e claramente baseado em pura ignorância.

    a) Usar o tempo de forma produtiva é fazer algo positivo, independentemente de ser pago ou gratuito. Estares a misturar tudo no mesmo ou é ignorância ou é má-fé.

    b) Tal como me foi pedido, fui fazer uma palestra gratuita ao CAUP. São o tipo de palestras pequenas, que vocês aí fazem todos os meses (?), entre vocês. O que é normal.
    Também as faço aqui na minha Universidade. Acho que são normais, e é óbvio que aqui também são gratuitas.

    Mas nota que quando me convidam aqui para ir a outras universidades fazer essas mini-talks, pagam-me.
    Da mesma forma, sei de portugueses aqui que vão a Portugal fazer essas mini-talks e são pagos pelas respectivas universidades que os convidam.
    No meu caso, pessoalmente acho que não tenho ainda o estatuto para isso, além de que para mim, não faz muito sentido. Estava em Portugal, estava de “férias”, dei um salto ao CAUP, e fiz isso. Não me custou nada, e penso que terão gostado.

    Também não imagines que “fui enganado” ou tinha outras expectativas. Não, foi combinado assim entre nós (entre mim e a pessoa responsável que amavelmente me convidou). Eu aceitei o convite, e acho que fiz muito bem.
    Aliás, não fiz só com o CAUP. Tenho dado imensas palestras de graça em Portugal, em várias instituições, incluindo nas astrofestas até. Enquanto outros são pagos pelo mesmo e por vezes até por menos.
    Aliás, pelo número de actividades que há em Portugal, eu devo ser a pessoa que mais palestras gratuitas dá em Portugal… e no entanto, passo a maior parte do tempo cá.

    Não me tou a queixar; pelo contrário, acho absolutamente normal eu fazer isso.
    Mas isto só é importante, para comparar com outros que não fazem as coisas gratuitas, assim como eu fiz e faço.

    Logo, acusares-me de não fazer coisas gratuitas com o CAUP ou outra instituição em Portugal (e se fosse outro nem fazia) é absoluta ignorância, e extremamente injusto da tua parte.

    c) Obviamente que um curso completo, da forma que combinamos, é uma coisa diferente.
    É óbvio que é a pagar.
    Não foi por “carolice” como as palestras ou aqui o blog.
    É algo que demorei anos a criar, e é trabalho meu (os copyrights).
    Por outro lado, não é como as palestras que fiz porque estou na altura em Portugal. Foi praticamente ao contrário. Eu podia ter ido em Julho ou Agosto a Portugal, e não fui, porque nessa altura era altura de férias, e não daria para um curso, já que ninguém quereria saber de cursos nessa altura.
    Logo, “atirares” que eu deveria fazer cursos gratuitos, não é só ignorância, parece-me uma opinião já a roçar o irracional.

    d) Penso que as pessoas que trabalham para o CAUP /Planetário são pagas.
    Penso que TU és pago.
    Logo, penso que é totalmente inqualificável (ou se calhar só é qualificável com alguns adjectivos menos próprios) tu quereres ser pago para estares nessa instituição a trabalhar, mas estares agora a dizer que outros (eu) deviam trabalhar para essa instituição gratuitamente.

    e) Mais, nem sequer foi o CAUP que me pagou.
    Da forma como vejo as coisas, quem me pagou foram os alunos.
    O CAUP foi o intermediário que tornou a “transação” (neste caso, o curso) possível.

    Realço este ponto, porque no curso do CAUP a audiência pagou.
    Já por exemplo nas astrofestas, a audiência não paga para assistir às palestras.

    f) Eu espero que trabalhem para mim?
    As pessoas do astroPT são todas voluntárias, que trabalham gratuitamente em prol de um projecto.
    Incluindo eu.
    Em nenhum momento alguém do astroPT recebeu $$. Pagamos anualmente para ter o astroPT, mas não recebemos $$ nenhum, nem sequer financiamento de ninguém para o projecto.
    Por outro lado, eu não sou o director do projecto. No máximo, seria o Nuno Coimbra, já que ele é que tem o controlo de todo o site.
    Eu sou um autor de posts, como todos os outros.
    Logo, imaginares que “trabalham para mim”, é mais uma demonstração da tua ignorância.

    Se eu e todos os outros trabalham gratuitamente para o projecto, é normal que mais colaboradores que venham não sejam pagos (ninguém é pago, nem sequer se recebe $$ para o circular e pagar a alguém). Mas pareceu-me que tu agora quiseste dizer que se TU fosses pago (ao contrário dos outros) já consideravas a colaboração… mas gratuitamente já não te apetece. Posso estar enganado, mas pareceu-me ver aí um sintoma de superioridade, que querias mordomias que os outros não têm.

    g) Provavelmente imaginaste que eu seria o “director” do projecto porque sou o autor que mais escreve.
    Penso que já tens idade suficiente para te aperceberes que na maior parte das vezes os que mais fazem não são os directores.
    Ou seja, o dizeres que “trabalham para mim”, é uma demonstração de ignorância, ou então má-fé.

    • Carlos Oliveira on 17/07/2010 at 06:25
    • Responder

    Olá Ricardo,

    Deixa-me só acrescentar mais algumas ideias.

    1 – Vou-te pedir para olhares mais para o conteúdo, para o que é importante na notícia, e não tanto para o estilo – onde incluo diferentes “sabores” de português, e diferentes maneiras de traduzir (livre / literal).
    Cada autor tem o seu estilo, e cada qual tem a liberdade de ter o estilo que quiser.
    Tu podes gostar mais do estilo X que o de Y, como é normal. Toda a gente tem preferências.
    Não faz é sentido quereres impôr o que tu gostas aos outros, sobretudo numa comunidade diversificada como é a do astroPT.
    Esta é a filosofia do astroPT: dar liberdade aos autores dessa forma.

    2 – Penso que a tua menção ao “astro_br” foi do mais relevante do que disseste, porque demonstra a tua forma de pensar.
    Basicamente o que tu queres dizer é: eu até tenho amigos brasileiros (e de outras nacionalidades e religiões), mas eles que se mantenham no seu canto.
    Ou seja, dás a entender que defendes haver “uma fonte para brasileiros”, e “uma fonte para portugueses” – uma divisão em que cada qual tem um espaço diferente sem se imiscuirem.
    Daí eu ter-te dito que me fazias lembrar os conflitos raciais nos EUA. Certamente que sabes que havia amigos no “outro lado”, mas esses tinham que ir “beber” ao seu canto.
    Tu, mesmo que não te dês conta, defendeste aqui algo semelhante.
    Ou seja, o que me parece é que defendes que tem que haver uma segregação. Cada qual no seu canto. Portugueses no “astropt”, brasileiros no “astro_br”.

    3 – Isto leva-me a pensar que em tua casa, tal como no astroPT, não deixas falar ninguém que fale diferente do “teu português”, porque senão tá a “levar na cabeça”, ou seja, terá que se uniformizar ao “teu português”.
    E mesmo na tua casa profissional, o CAUP, devem fazer o mesmo. Todos falam português, e correcto como se fala em Portugal, senão não são bem-vindos. Ou seja, nem deve haver palestras em inglês nem nada… porque isso não é “português de Portugal”. Nota que o CAUP é do “Porto”, logo a expectativa é que a língua defendida seja a portuguesa.
    Assumo que fazes isso, porque assumo que sejas consistente. E não que estejas a defender uma coisa para o astroPT, quando na tua “casa” (pessoal e profissional) fazes uma coisa diferente…

    4 – Imagino também que quando aprendeste Camões, por exemplo, em vez de dares relevância ao conteúdo, só criticaste o estilo e o “mau português” segundo as tuas normas actuais.
    Mais, deves ter passado o tempo a dizer que aquilo estava cheio de erros e a apontares os erros.
    Podes não achar este exemplo relevante, mas penso que é bastante relevante.
    É que o “brasileiro” é mais fácil de entender que esse português de outrora. Se tens problemas com o “português do Brasil actual”, imagino que para seres consistente tenhas dito que não lias nada com aquele “português macarrónico” do Camões. Ele que ficasse no seu canto, que na “tua casa” não entrava esse tipo de português diferente.
    Pela mesma ordem de ideias, também deves ser defensor daqueles que está contra o “português dos telemóveis” e assim.
    Tal como no exemplo com o Camões, os defensores de “línguas puras” esquecem-se que, tal como tudo, também as línguas evoluem.
    Logo, não só não vejo problema em ter diferentes “sabores” de português, mas penso que até é culturalmente vantajoso perceberes (todos que nos lêem) que há diferentes formas de dizer as coisas, e perceber a língua materna em toda a sua complexidade e “sabores”.

    Pelo menos, esta é a minha opinião.

  5. Carlos,

    1 e 2 – Eu não recomendo uniformização. Apenas tenho uma certa expectativa, em parte gerada pela frase que vocês têm escrito logo no cimo de “Sobre o Astro PT”:

    “O astroPT é um projecto de astronomia em Portugal.”

    Está escrito “em Portugal”, não “em português”.

    Há a expectativa que vou encontrar conteúdos em português de Portugal. Posso estar a interpretar mal, mas é essa a minha interpretação, e sou livre de a fazer.

    O que não quer dizer que não apareçam conteúdos em português do Brasil, se essa é a decisão editorial do Astro PT. Mas não é isso (na minha opinião), que alguém que acede ao Astro PT está à espera de encontrar.

    Eu não quero (nem tenho nada que querer) que o ROCA escreva “no nosso” português. Só acho que, devido a essa expectativa que se gera, um aviso não fazia mal nenhum.

    E realmente não percebo qual é o grande problema de por no fim do texto uma frase que só constata um facto. Se há alguns jornais que incluem “escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico” nas suas notícias, qual é o problema de adicionar no final dos textos em português do Brasil qualquer coisa como “escrito em português do Brasil”? Por acaso é ofensivo para alguém?

    – “Não me parece que tenhas outros sites em português a oferecer a variedade de notícias diárias que nós temos apresentado.”

    EM quantidade, que eu conheça em Portugal, não há. E em português, só se forem sites brasileiros.

    – “Mais, eu parece-me que vocês quando fazem actividades internacionais (o blog pode ser considerado dentro dessa categoria), também certamente têm textos em inglês para as pessoas perceberem. Será que deixam de ser de Portugal só porque têm textos de outro país?”

    A língua oficial do sítio onde trabalho é o inglês, não o português. Só as actividades de divulgação feitas exclusivamente para portugueses é que são unicamente em português. Mesmo as notícias que publicamos têm titulo e resumo em inglês, com indicação de que o resto da notícia só está disponível em português.

    De resto, é um instituto de nível internacional, em que todas as informações institucionais, como bem sabes, estão sujeitas a avaliações e concursos internacionais, que obviamente têm de ser compreensíveis para pessoas de qualquer parte do mundo. Nos dias de hoje, isso significa escrever em inglês.

    Por isso, não percebo a lógica da tua pergunta.

    – “Quanto à tradução, sim, o ROCA muitas vezes traduz textos, com a Fonte original bem expressa, porque nem toda a gente sabe ler inglês.”

    Acho bem louvável a tradução e aplaudo o esforço e disponibilidade do ROCA.

    Só discordo do “Fonte original bem expressa”. Não estamos a falar de uma adaptação original com base em várias fontes, mas de um texto traduzido na integra.

    Quando escrevo notícias, posso basear-me em várias fontes, mas o texto é original, escrito por mim. Mas não é este o caso. Pode ser uma questão de semântica, e talvez passível de várias interpretações. O que quero dizer é que, em vez de “Fontes e referências”, no caso de textos traduzidos na integra, talvez não fosse descabido usar, em alternativa, “Texto original disponível em:”, seguido nome do site de onde foi retirado, com respectivo link.

    – “Quanto à duplicação, o astroPT sempre disse aos seus colaboradores que não pretendia acabar com os blogs individuais. Logo, é normal as pessoas porem aqui e também porem no seu “cantinho pessoal”. Não percebo qual é o problema.”

    Não é problema nenhum… como disse, achei estranho porque, assim como não espero encontrar a mesma notícia, palavra por palavra, em dois jornais diferentes, também não o espero em dois blogs diferentes. Mas, também como já disse, se vocês não têm problema com as duplicações, eu não tenho nada a ver com isso.

    – “Quanto aos visitantes que temos tido fora de Portugal, é um facto.”

    É bom sinal.

    – “E como qualquer comunicador te diz (e tu até sabes isso, porque também fazes essas actividades), uma das mais importantes características é conhecer a tua audiência…”

    Absolutamente de acordo.

    – “… e adaptares o que dizes a ela. Logo, devias ver esta adaptação como um sinal de inteligência, e não como um defeito. E só por se adaptar algo, não quer dizer que percamos a identidade, como quiseste insinuar com o “astro_br”.”

    Nunca disse que era um defeito, nem tampouco insinuei falta de inteligência. Sem dúvida que é uma evolução. Se para melhor ou para pior, só o tempo o dirá. Mas é uma perda de identidade (novamente, “…projecto de astronomia em Portugal”).

    Claro que independementemente de ser bom ou mau, é uma decisão que vos cabe a vocês, não a mim. Eu só posso expressar a minha opinião e foi o que fiz.

    Mesmo assim, continuo a não ver mal nenhum em por o aviso que sugeri atrás…

    – “Só porque tu falas para os miúdos no planetário de forma diferente da forma como comunicas numa conferência internacional, não passas a ser chamado de João.”

    Pois não… mas acho que os professores ficariam bastante incomodados se, em vez de eu lhes dar a sessão em português, lhes aparecesse o ROCA a dar a sessão em “brasileiro”, sem que ninguém os avisasse previamente.

    – “Parece-me que tu queres separar as águas, queres dividir as coisas.
    Dizes que as diferenças são uma riqueza… mas para ti, cada qual no seu canto.”

    Nada disso. Como disse acima, é uma questão de expectativa. Estás a imaginar o telejornal ser apresentado por alguém com sotaque do Brasil? No entanto, apesar da comunidade brasileira em Portugal ser das maiores comunidades de imigrantes, nem por isso tens segmentos do telejornal em português do Brasil.

    Mas se a vossa decisão é essa, eu não tenho voto na matéria. Expressei a minha opinião em como tal se poderia processar de maneira mais eficiente.

    – “Os portugueses não se “chegam à frente”, não querem avançar, e continuar o trabalho que estamos a fazer. Há brasileiros que querem, querem divulgar mais conhecimento e chegar a cada vez mais pessoas. E tu criticas os brasileiros por isso? Por quererem contribuir, comparando com o resto dos portugueses que não quer?”

    De todo! É exactamente o contrário! Como já disse, acho bem louvável que haja quem queira ter esse trabalho, independentemente do local de origem.

    – Quanto à última parte do teu comentário, considero-o profundamente ofensivo. Ao dizer que só se colaborasse com o Astro PT é que utilizava o meu tempo de forma produtiva, estás a insinuar que o resto do meu tempo é gasto de forma inútil. Em resposta, digo apenas isto:

    Tenho provas dadas na divulgação da astronomia, em Portugal e até no estrangeiro. Não te devo explicações sobre como uso o meu tempo, profissionalmente ou pessoalmente.

    Fico ansiosamente a aguardar os teus próximos cursos de astrobiologia GRATUITOS. É que não me lembro de, quando me contactaste para dar o teu curso, tenhas sugerido apresentá-lo gratuitamente. No entanto, estás à espera que trabalhem de graça para ti.

    Os que têm de trabalhar para ganhar dinheiro deviam era usar o tempo de forma produtiva… trabalhando de graça para ti.

    Para finalizar queria apenas acrescentar que nada do que disse teve intenção de ser ofensivo, apenas de melhorar um espaço que considerava bom. Dei sugestões em como, no meu ponto de vista, se podia melhorar. E fi-lo à custa de tempo perdido, que podia ter gasto com a minha família.

    Prometo que não volto a perder tempo a sugerir seja o que for por aqui.

    • Carlos Oliveira on 16/07/2010 at 21:20
    • Responder

    guardian.co.uk…
    Ricardo,

    Vou só responder à parte final, que tem a ver com a administração do blog.

    Parece-me que tu queres separar as águas, queres dividir as coisas.
    Dizes que as diferenças são uma riqueza… mas para ti, cada qual no seu canto.
    Sinceramente, é essa ideia que dás. E, como deves concordar, é uma imagem bem negativa (faz lembrar os conflitos raciais nos EUA nos anos 60).

    Eu vejo as coisas ao contrário. Eu sempre fui a favor da integração. Se calhar é essa a razão de estar em astrobiologia – que integra diferentes disciplinas.
    A ideia deste blog sempre foi de integração, de união, seja de culturas, seja de backgrounds.

    Podes não querer isso, mas quanto a isso não posso fazer nada.

    Eu não espero ir a um site espanhol escrito em Português, porque não faria sentido. É uma questão de audiência. Penso que com as actividades que fazes, devias saber isso. Mas, pelos vistos, continuas a bater na mesma tecla.

    De resto, mostro-te este blog, da UK:
    http://www.guardian.co.uk/world/richard-adams-blog
    Escrito em “inglês dos USA”, e sem qualquer “disclaimer”, porque obviamente as pessoas percebem.

    Por fim, continuo a não perceber a razão destes teus comentários.
    Estás contra a “linha editorial” do astroPT?
    Como tenho dito várias vezes por aqui, estamos aberto a colaborações.
    Os portugueses não se “chegam à frente”, não querem avançar, e continuar o trabalho que estamos a fazer.
    Há brasileiros que querem, querem divulgar mais conhecimento e chegar a cada vez mais pessoas.
    E tu criticas os brasileiros por isso? Por quererem contribuir, comparando com o resto dos portugueses que não quer?

    Penso, e isto é só a minha opinião, que terias mais credibilidade se dissesses:
    “Não gosto de ver um site português, com português de Portugal e português do Brasil misturado. Sendo assim, ofereço-me como colaborador para converter alguns textos ao estilo de Portugal. E como por vezes até põem partes de texto em inglês, ofereço-me assim para converter o que não estiver como português de Portugal para português de Portugal. Aceitam?”

    Assim sim, porque utilizavas o teu tempo de forma produtiva.

    Agora, gastares o teu tempo para criticar alguém que gratuitamente converte textos de inglês para português (seja donde fôr, porque se percebe) de forma a difundir cada vez mais a astronomia pelo mundo que fala português… parece-me bastante errado da tua parte, e, mesmo que não seja esse o teu objectivo, é certo que deixas uma imagem de alguém que gosta de promover divisões.

  6. Caro Felipe,

    naturalmente que, sendo brasileiro, não encontrou erro nenhum… já que a questão é mesmo a diferença do português de Portugal para o Português do Brasil.

    Como já disse acima, não estou à espera de encontrar português de Portugal num site brasileiro, e também não espero encontrar português do Brasil num site português.

    E não sei se sabe o que quer dizer “xenofobia”, mas tenha cuidado quando acusa pessoas que não conhece de lado nenhum… senão ainda se arrisca a que lhe chamem “ignorante”.

    Aposto consigo que tenho muito mais família e amigos brasileiros (tanto em Portugal como no Brasil) do que você tem portugueses (conhece algum português sequer?).

    Além de ter também familiares negros e mulatos… e de trabalhar todos os dias com amigos Iranianos, Indianos, Peruanos, Brasileiros, Alemães, Gregos… e de ter amigos Cristãos, Muçulmanos, Judeus, agnósticos e ateus… homossexuais e heterossexuais… casados, solteiros, divorciados, viúvos e em união de facto… e em todos os continentes do planeta (excepto Antárctica… embora conheça uma pessoa que esteve no Dome C).

    Os mais a Norte estão na Islândia e os mais a Sul na África do Sul. Os mais a Oeste estão na Flórida e os mais a Este na Nova Zelândia.

    Pode dizer o mesmo? Aposto que não. Por isso, claramente ou não me conhece, ou então não sabe o que quer dizer xenofobia.

    O que chama “besteiras entre culturas diferentes” eu chamo diferenças entre culturas diferentes… e que, no meu entender, não têm nada de ser iguais! São essas diferenças que nos tornam únicos e que enriquecem a diversidade. Não somos autómatos para sermos todos iguais.

    Não acredito que hajam brasileiros que queiram ser iguais aos portugueses… e ainda bem! É que se assim fosse, o Brasil enquanto país composto por uma diversidade de culturas desaparecia, e isso seria uma terrível perda para o mundo. E o mesmo pode ser dito em relação a Portugal, ou ao Japão, ou à Austrália, ou em relação a qualquer outro país do mundo.

    Acabo apenas com uma pergunta, que no fundo foi a razão por trás do meu comentário inicial, que gerou toda esta confusão…

    Estão à espera de ir a um site espanhol e encontrar textos em português? Ou um site brasileiro escrito em português de Portugal? Então porque é que esperariam encontrar um site de Portugal escrito em portugês do Brasil?

    • Carlos Oliveira on 16/07/2010 at 20:38
    • Responder

    Ricardo,

    Eu percebo a tua preocupação com a língua portuguesa. E concordo contigo em parte.
    No entanto, os argumentos que usas, para mim, não fazem qualquer sentido 😉

    Exemplos:

    1 – dizes que é na diferença que está a riqueza das duas culturas, mas recomendas uniformizar a escrita neste blog a só um estilo. Estás-te a contradizer.

    2 – dizes “nem nós somos brasileiros, nem os brasileiros são portugueses, então porque é que havemos de querer à força que ambos escrevam o português exactamente da mesma maneira?”, mas queres que o ROCA escreva da mesma maneira que os outros… com “português de Portugal”. Estás-te a contradizer.

    3 – dizes que o inglês dos EUA é diferente da Inglaterra. Hás-de então ir aos sites americanos ver se têm lá escrito “english from USA”, ou hás-de ir aos sites ingleses ver se têm escrito “english from UK”. Não vês. E são diferentes. Nunca vi o Jon Stewart, por exemplo, colocar um “disclaimer” a dizer “Cuidado. Aqui nos EUA não se fala da forma que ele vai falar” (quando tem os “enviados” inglês, indiano, etc). No entanto, é isso que queres que se ponha aqui no blog.

    Como vês, os argumentos que utilizas na 2ª parte do teu comentário, são contra aquilo que defendes na 1ª parte do teu comentário.
    Tu próprio estás a dizer que não concordas contigo 😉

    O AstroPT é astronomia em português, e com sede em Portugal.
    Não percebo onde está o problema.
    Não me parece que tenhas outros sites em português a oferecer a variedade de notícias diárias que nós temos apresentado.

    Mais, eu parece-me que vocês quando fazem actividades internacionais (o blog pode ser considerado dentro dessa categoria), também certamente têm textos em inglês para as pessoas perceberem.
    Será que deixam de ser de Portugal só porque têm textos de outro país?
    Não me parece.

    Quanto à tradução, sim, o ROCA muitas vezes traduz textos, com a Fonte original bem expressa, porque nem toda a gente sabe ler inglês. Não percebo qual é o problema.

    Quanto à duplicação, o astroPT sempre disse aos seus colaboradores que não pretendia acabar com os blogs individuais. Logo, é normal as pessoas porem aqui e também porem no seu “cantinho pessoal”. Não percebo qual é o problema.

    Quanto aos visitantes que temos tido fora de Portugal, é um facto.
    E, como qualquer biólogo te diz, a característica principal para a sobrevivência é saber-se adaptar às condições. Quem não se adapta, estagna e morre.
    E como qualquer comunicador te diz (e tu até sabes isso, porque também fazes essas actividades), uma das mais importantes características é conhecer a tua audiência, e adaptares o que dizes a ela.
    Logo, devias ver esta adaptação como um sinal de inteligência, e não como um defeito.

    E só por se adaptar algo, não quer dizer que percamos a identidade, como quiseste insinuar com o “astro_br”.
    Só porque tu falas para os miúdos no planetário de forma diferente da forma como comunicas numa conferência internacional, não passas a ser chamado de João. Não perdes a identidade. Era assim que devias ver este caso também, em vez de enveredares por defesa do nacionalismo 😉

    abraço!

  7. Caro ROCA,

    antes de mais, se há alguém que foi grosseiro foi você. Limitei-me a apontar erros que me pareceram legítimos. Se achava que não eram bastava ter-me contactado e apresentado os seus argumentos. Mas em vez de argumentar preferiu partir para o insulto…

    Chamei-lhes erros de tradução, para começar, exactamente porque o artigo é claramente uma tradução do artigo original da Centauri Dreams.

    E interpretei-os assim porque algumas das palavras que usou na tradução não existem no diccionário (de português de Portugal), ou pela existência de expressões que me pareceram traduções literais, que não fazem sentido (em português de Portugal). Admito que façam todo o sentido em português do Brasil, mas eu não entro num site português à espera de ver textos escritos em português do Brasil.

    Como me desafiou a enumerá-los, ficam abaixo os que detectei (embora, novamente, reconheça que para um brasileiro o que vou escrever abaixo provavelmente não fará sentido nenhum):

    – “Equipe”
    Equipe em Portugal é o presente do conjuntivo (ou o imperativo) do verbo equipar. Aqui escreve-se “Equipa”.

    – “Os pensamentos de Kirkpatrick sobre o projeto WISE são propriamente fascinantes…”
    A expressão “propriamente fascinante” não faz grande sentido aqui. Por cá dir-se-ia algo como “…fascinantes por direito próprio…”

    – “…provando que ele inexiste.”
    “Inexiste” não é palavra que faça parte do diccionário, pelo menos aqui em Portugal. Nesta frase eu usaria “…provando que ele não existe.”

    – “A equipe de Spitzer vai tão longe a ponto…”
    Uma tradução do literal do original “The Spitzer team goes so far as to…”, uma expressão que em Portugal ficaria algo do género “a equipa do Spitzer chega mesmo ao ponto de…”

  8. Carlos,

    o que disse em relação ao autor, comentei exactamente porque sei que os artigos normalmente estão identificados, e não associei “ROCA” a um autor (pensei que era uma sigla de alguma instituição). Aqui admito que foi falha minha.

    Mas a minha questão nem era essa…

    O artigo é uma tradução do artigo da Centauri Dreams, e a menos que o original tenha sido escrito pelo ROCA, a tradução não o torna autor do artigo – apenas tradutor. Não o disse explicitamente porque achei que não era preciso…

    Fico esclarecido em relação ao porquê da duplicação ipsis verbis no site brasileiro. Confesso que achei estranho porque não é comum o mesmo texto estar reproduzido na integra em vários sítios. Ora, se para vocês da AstroPT não há problema em terem textos duplicados, obviamente que eu não tenho nada a ver com isso.

    Quanto a estar escrito em português do Brasil, percebo que se têm assim tantos leitores brasileiros, queiram adequar o conteúdo… mas então sugeria mudarem o nome para “Astro BR”, por exemplo (… obviamente que não estou a falar a sério).

    Se eu for ler um site do Brasil, não estou à espera que eles escrevam em português de Portugal. Pela mesma razão, não estou à espera de encontrar textos em português do Brasil num site português. Uma solução talvez seja assinalar claramente: “Este texto está escrito em português do Brasil”.

    Digo isto porque, graças aos inúmeros sites brasileiros que há na internet, em Portugal cada vez se escreve pior. Um miúdo com acesso ao google facilmente encontra sites em português do Brasil, mas não tem capacidade para saber a diferença entre os dois. É por isso que cada vezes mais, no ensino básico, se encontram trabalhos de miúdos escritos em português do Brasil, cheios de expressões ou palavras que não existem em português de Portugal.

    Ora, torna-se difícil ensinar-lhes a diferença quando até em blogs portugueses se começa a escrever em português do Brasil.

    Mesmo com o novo acordo ortográfico (do qual discordo profundamente, mas isso é só a minha opinião pessoal… vale o que vale), o português de Portugal e do Brasil são diferentes, e não há nenhuma razão lógica para não o serem.

    – O inglês dos EUA é diferente do inglês do Reino Unido e da Austrália
    – O espanhol da América do Sul é diferente do da Espanha
    – O francês do Canadá é diferente do de França e do da Suíça

    Se nem nós somos brasileiros, nem os brasileiros são portugueses, então porque é que havemos de querer à força que ambos escrevam o português exactamente da mesma maneira?

    É na diferença que está a riqueza das duas culturas!

  9. Não achei um erro sequer no texto do ROCA.

    Eu, sendo brasileiro, entendi completamente o que foi escrito. Também não vi erros de tradução, acompanhei o artigo no site da NASA logo que ele foi publicado. Digo ao Ricardo Reis que tenha cuidado com a xenofobia…

    O mundo anda cada vez menor, não deve haver espaço para besteiras entre culturas diferentes.

  10. OK, Carlos, você está certo.

    Vamos deixar como está, justamente para que tudo isto fique plenamente esclarecido.

    abs
    🙂

  11. ROCA,

    Sendo que o post é seu, os comentários também ficam ao seu critério 😉

    Se você quiser que eu remova os comentários todos, eu removo.
    Se você os quiser remover, então remova todos os comentários aqui.
    Não há qualquer problema.

    No entanto, penso que da mesma forma que eu deixo ficar muitos comentários no post sobre 2012, e a seguir lhes respondo de forma racional, com argumentos que todos compreendem, a demonstrar os erros dos comentários feitos pelos outros, penso que isso também se aplicou aqui. Foram feitos comentários desajustados que tiveram a resposta que penso que é a correcta: a demonstrar o erro desses comentários.
    Daí ter aprovado esses comentários.

    Mas fica ao seu critério 😉

    abraço!

  12. Ricardo Reis,

    Eu sou brasileiro e fui convidado pelo Carlos Oliveira a escrever aqui no AstroPT, justamente por haver muitos leitores brasileiros que lêem este excelente blog, sanando assim uma lacuna.

    Seu comentário é ao meu ver totalmente inoportuno, ou melhor, completamente idiota.

    Se há erros de tradução, então eu o DESAFIO a apontá-los. Vamos lá, seja honesto.

    Carlos, a você, como moderador, parece-me que comentários grosseiros como estes deveriam ser removidos.

    É lamentável esse tipo de crítica. O Português é uma língua GLOBAL e como tal pode ser plenamente entendido por todos.

    É lamentável esta sua participação aqui, Ricardo.

    [ROCA]

  13. Olá Ricardo,

    Não me parece que estejas a ser justo nessas tuas críticas.

    O autor está identificado: é o ROCA.
    Podes ver quem ele é em Colaboradores.
    E lá até tens a referência ao blog dele.

    Todos os posts aqui no Blog têm a identificação do autor. Já devias saber isso.

    O autor é brasileiro, daí que é normal que haja expressões em brasileiro.
    Nota que o blog está actualmente a ser lido por muitos brasileiros, logo é natural que alguns autores também sejam de lá.

    Sim, o artigo é repetido.
    Fui eu que pedi ao ROCA para colocar esse artigo aqui também.
    Não vejo qual é o problema.
    E nada foi escondido: nota que ele tem como fonte, o meu post sobre isso, e nesse meu post vês a ligação para este post, e para o post dele. Logo, está tudo perfeitamente claro. É escusado imaginares conspirações…
    😉

  14. Também acho curioso que o mesmo artigo, ipsis verbis (com erros e tudo), estar disponível em:

    http://eternosaprendizes.com/2010/06/29/ha-numerosas-anas-marrons-nas-vizinhancas-do-sistema-solar-pesquisa-do-spitzer-indic-que-sim/

  15. Mesmo ignorando os óbvios “brasileirismos” (e mesmo erros de tradução) espalhados por todo o artigo, alguém podia ter avisado autor (que não está identificado, diga-se), que em Portugal o termo correcto é “Anã Castanha”.

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