Jun 26

UZ For – os estranhos pares

Duas pequenas estrelas, uma anã branca e uma anã vermelha orbitam-se mutuamente. Estão tão perto uma da outra que uma revolução demora apenas 2 horas. Estão tão perto que as suas órbitas, se estivessem no nosso sistema solar, caberiam dentro do Sol.
Já este facto é extraordinário.
Mas a estranheza não fica por aqui…

Este par tem outros parceiros. 2 planetas gigantes orbitam este sistema binário. Os planetas terão 6 e 8 vezes a massa de Júpiter, e demorarão 16 e 5 anos a orbitar o par de estrelas.

Este sistema chama-se UZ For, e encontra-se na direção da constelação de Fornax – Fornalha (no Hemisfério Sul).

Se pensam que a estranheza fica por aqui… desenganem-se.

A anã branca está tão perto da anã vermelha, que lhe está a roubar material.
O material roubado chega à anã branca muito mais quente (milhões K), fazendo com que todo o sistema (incluindo os planetas) seja alagado com raios-X mortais.

Uma coisa é certa: os planetas por lá não têm vida tal como a conhecemos…

Fico com uma dúvida: o material roubado é suficiente para uma supernova de tipo I ? Vamos ter espetáculo nos céus nos próximos milhões de anos? 🙂

Leiam em inglês, aqui.

Carlos Oliveira

Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.

Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.

Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).

Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.

Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.

6 comentários

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  1. Haja uma fonte de energia e matéria prima, pois quando a poeira assentar, a vida começa a iniciar-se!

  2. Hercobulus e Nibiru os dois juntos estão chegando
    olha ai Carlos…
    kkkk

  3. corrigido 😉

    1. Olá 🙂
      Ainda continuam os “graus kelvin”….
      Deveria ser corrigido para apenas kelvin ou K 😛

      1. Mania de termos leitores atentos 😛 ehehehee 🙂

        CHEERS!!!! 😉

        Obrigado 🙂 já corrigi 🙂

  4. Realmente é muito bizarro 😉
    Apenas uma correção que muitos leitores poderão não reparar, mas que é importante no contexto científico.
    “Enquanto unidade do SI, o kelvin não deve ser precedido pelas palavras grau ou graus ou o símbolo °, como em grau Celsius ou Fahrenheit. Isto acontece porque estas são escalas de medição, enquanto o kelvin é uma unidade de medição.
    (…)
    O símbolo para o kelvin é sempre um K maiúsculo e nunca é escrito em itálico. Há um espaço entre a grandeza numérica e o símbolo da unidade.
    A palavra “kelvin” (nome da unidade) é escrita com inicial minúscula (exceto no princípio das frases), igualmente de acordo com a normas do SI”
    (retirado do wikipédia)

    Abraço 😉

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