Mistério da antimatéria no Tevatron ganha peso

O Modelo Standard do Big Bang diz que quantidades iguais de matéria e antimatéria foram formadas no início do Universo. No entanto, em 2010 investigadores da experiência DZero no Fermilab, anunciaram ter resultados preliminares que mostravam um pequeno aumento de matéria em relação à antimatéria na colisão de partículas no Tevatron (ver aqui), o que poderá ajudar a explicar porque o Universo observável aparenta ser praticamente constituído apenas por matéria.

Segundo a BBC:

“A equipa submeteu um artigo mostrando que esses resultados são agora mais sólidos.”

“As colisões de protões-antiprotões criaram um número diferente de partículas, e a equipa a operar o detector DZero do Tevatron observou primeiro uma discrepância no decaimento de partículas denominadas B mesons. Estas decaíram em pares de partículas chamadas muons juntamente com pares das suas versões de antimatéria, os antimuons […] existindo um notável excesso de 1% de partículas de matéria. “

“[…] Os investigadores possuem agora 50% mais dados com que trabalhar, e tentaram fundamentar a hipótese de que o seu resultado inicial veio de facto dos decaimentos de partículas que propuseram inicialmente. Como relataram nesta Terça-feira, eles reduziram a incerteza na sua experiência para um nível de 3,9 sigma – o equivalente a 0,005% de probabilidade de o efeito se dever ao acaso.”

“Mas a física de partículas tem uma definição restrita para o que se pode chamar de descoberta – o nível de certeza de 5 sigma, ou cerca de 0,00003% de probabilidade de o efeito não ser real – o qual a equipa tem de demonstrar antes de poder afirmar ter resolvido o mistério de longa data da matéria/antimatéria.”

Update: Explicação do significado dos sigmas aqui.

11 comentários

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  1. Já agora e para terminar, um pequeno acrescento ao assunto que começou a ser discutido nestas respostas.
    No meu livro aquilo que se entende por matéria e energia escuras é algo novo que proponho e que é fundamentalmente diferente da conhecida noção de matéria e energia escura divulgadas publicamente.
    Trata-se de uma existência material que eu supus real no próprio espaço sideral e á qual decidi dar estes nomes já conhecidos porque entre outras coisas podem ajudar a explicar aquilo que hoje está associado a essas duas desconhecidas entidades, a existência de massa adicional e a expansão do Universo.
    A partir destas supostas existências e da sua relação íntima com os estados materiais resultou também a conclusão de que a matéria e a antimatéria não são apenas opostas mas também teriam de ser qualitativamente diferentes, e essa diferença teria de ser confirmada no acto da sua formação.
    Ora, é precisamente isso que se está agora a confirmar, com um grau de certeza já bastante elevado, tendo em conta as ultimas divulgações acerca deste assunto.
    Espero que agora possa ter dissipado alguma confusão gerada com aquilo que eu afirmei.
    Exceptuando os três primeiros capítulos, que servem como introdução e alguma informação de conhecimento já divulgado, todos os restantes abordam propostas novas e concretas para uma explicação alternativa de alguns assuntos importantes nesta área do conhecimento.
    Pode-se concordar ou discordar com essas propostas, mas isso já é um assunto diferente.
    Agradeço esta oportunidade.
    Artur Oliveira.

  2. Lamento que ainda não tenha atingido o cerne da questão.
    O que eu afirmei e que está na minha obra publicada é uma explicação quantitativa e qualitativa para esta constatação que agora está prestes a confirmar-se como descoberta.
    Ou seja, eu propus uma explicação alternativa para o porquê das partículas de antimatéria não terem conseguido uma formação estável de existência, ao contrário da matéria nossa conhecida.
    Isso é algo que ainda hoje estamos a tentar perceber porquê e essa resposta concreta ainda não existe publicada. Aliás, como pode confirmar pelo próprio título do post.

  3. Bem, para já foi você que começou por atacar o meu comentário de forma não construtiva, e reafirmo o que disse que talvez precise de óculos (no bom sentido entenda-se), senão vejamos os seguintes trechos dessa página que lhe indiquei com a melhor das intenções:
    «…terá resultado um excedente importante de matéria normal em detrimento da antimatéria.»
    «Parte da matéria não se autodestruiu, porque parte da sua massa sobrava sempre, no processo de autodestruição com a antimatéria»
    Nota: esta massa sobrante terá permitido a criação de mais matéria normal do que antimatéria o que terá fomentado a criação de um cosmos essencialmente material e não antimaterial.
    E continua no capítulo seguinte a mesmo assunto.
    Agora diga-me com sinceridade, a notícia não trata de uma discrepância aparentemente constatada da quantidade de formação de matéria em relação á antimatéria?
    E eu estou a falar do quê?? De pasteis de nata??? Por favor meu caro, poupe-me.
    Já agora, onde é que está escrito que você já terá previsto esta diferenciação na formação de partículas de matéria em relação á antimatéria? Já agora gostava de saber para ir lá aprender mais qualquer coisa!
    Por outro lado, a Ciência não é um campo de actuação restrito de um determinado número de pessoas, é uma realidade intelectual que pertence a todos nós e na qual todos podem contribuir com a sua cota-parte. Se não é esta a sua ideia de Ciência, lamento.
    Vejamos agora a sério este diferendo;
    Na verdade eu não publiquei um comentário para entrar em conflito consigo, porque isso não nos leva a lado algum, mas apenas para divulgar que isto que agora está prestes a provar-se cientificamente já tinha sido previsto por mim na obra que publiquei á quase dois anos, apenas e só.
    Reafirmo que para se perceber bem o contexto das possibilidades que coloco no meu livro ele terá de ser lido desde o início. Eventualmente saltando a parte da introdução histórica que no seu caso julgo que não será necessária.
    A situação de não se concordar com as minhas ideias e com o que lá está escrito, já é uma questão completamente diferente e que eu aceito perfeitamente.
    Mas caso tenha interpretado mal a sua primeira resposta, peço-lhe desde já as minhas desculpas.
    Um abraço.

    1. “…terá resultado um excedente importante de matéria normal em detrimento da antimatéria.”
      “Parte da matéria não se autodestruiu, porque parte da sua massa sobrava sempre, no processo de autodestruição com a antimatéria”

      Isso já se sabe há muitos anos, e, tal como eu disse, nada tem a ver com este artigo.
      O que este artigo faz é tentar perceber um pouco daquilo que aconteceu.

      Da mesma forma que a 1ª pessoa que caiu no chão, provavelmente um antepassado dos humanos, não pode vir dizer que pensou na teoria da gravidade quando Newton a publicou.

      Uma coisa é a descrição e outra a explicação.
      O que o Artur faz é uma descrição, que já se sabe há muitos anos (tal como cair no chão sempre se soube).
      Este artigo é uma tentativa de começar a explicar o fenómeno (o que o Artur não faz).

      “Por outro lado, a Ciência não é um campo de actuação restrito de um determinado número de pessoas, é uma realidade intelectual que pertence a todos nós e na qual todos podem contribuir com a sua cota-parte. Se não é esta a sua ideia de Ciência, lamento.”
      Ninguém disse nada disto. Está a inventar.
      Eu disse, e repito pela 3ª vez, que a imaginação vê-se dentro da ciência, e não fora como o Artur escreveu.

      “mas apenas para divulgar que isto que agora está prestes a provar-se cientificamente já tinha sido previsto por mim na obra que publiquei á quase dois anos, apenas e só.”
      E eu repito que o Artur não previu nada.
      Limitou-se a escrever algo que já é conhecido há muitos anos.

      abraços

      1. Errado, isto não se sabe á muitos anos!

        O que se supunha é que o Universo se terá formado com a mesma quantidade de matéria e de antimatéria, mas com um pequeníssimo excedente de natéria. Depois, no processo de autodestruição foi esse pequeníssimo excedente de matéria que formou o Universo que hoje conhecemos.

        O que está prestes a ser concluido é que a própria formação de matéria e antimatéria através do choque de partículas produz a formação real e pontual de um excedente de matéria.
        São coisas completamente distintas como deverá saber.

        Por isso lamento informa~lo mas eu não fiz no meu livro nenhuma descrição porque aquilo que lá proponho não está descrito em lado algum. Aconselho-o a lre o livro do princípio com mais atenção para que o possa constactar.
        O que consta no meu livro é precisamente uma tentativa de explicar este fenómeno a que se refere este post, e não só.

        «Eu disse, e repito pela 3ª vez, que a imaginação vê-se dentro da ciência, e não fora como o Artur escreveu.»
        Afinal este seu comentário quer dizer exactamente o quê?
        O que é que considera ao dizer “dentro da Ciência”?

        Se está a querer dizer que só os cientístas podem fazer ciência, desengane-se, porque não poderia estár mais errado quanto a isso.
        Mas já percebi que quer ficar por cima a todo o custo, pois bem, vamos ficar por aqui com as nossas opiniões diferenciadas respeitando-as mutuamente, porque, tal como referi, isto não nos leva a lado algum.

        Mais um abraço.

      2. As experiências de que fala foram reportadas há mais de 1 ano, sendo que já andam a ser faladas, obviamente, há mais tempo, mas só agora tivemos tecnologia para isso.

        Repetindo o que já tinha posto no meu comentário (basta lê-lo):
        Artur: “o que lhe dá uma liberdade diferente para, digamos, ir mais além na sua imaginação de como os processos poderão funcionar na realidade.”
        Carlos: Isto é o que se faz na ciência… e não áparte dela.

        “Se está a querer dizer que só os cientístas podem fazer ciência, desengane-se, porque não poderia estár mais errado quanto a isso.”
        Se eu tiver que fazer uma cirurgia ao cérebro, espero que seja um cientista-neurocirurgião a fazer-me essa cirurgia, e não um trolha qualquer que acha que sabe muito de cirurgias só porque leu uns livros…

        abraço

    2. Este artigo diz mais do que o Artur, e já tem mais de 1 ano:
      http://scienceblogs.com/startswithabang/2010/03/the_greatest_story_ever_told_-_4.php

      Este artigo diz mais que o Artur e já tem 3 anos:
      http://www.universetoday.com/13377/why-theres-more-matter-than-antimatter-in-the-universe/

      Este fórum diz mais que o Artur, e já tem quase 10 anos:
      http://www.physicspost.com/physicsforums/topic.asp-ARCHIVE=&TOPIC_ID=3970.htm

      Como vê, não pode prever coisas que se sabe já há muitos anos… isso não é prever.

  4. Será certamente uma novidade importante na investigação, mas não me espanta em nada esta conclusão anunciada, antes pelo contrário.
    Há cerca de dois anos que tenho alertado para esta possibilidade em particular, e isso pode ser constatado no livro que publiquei gratuitamente no meu site http://anewgravity.net/ , nomeadamente no capítulo matéria versus antimatéria.
    Reconheço que sendo um completo desconhecido do mundo da investigação científica, sem as credenciais mínimas exigíveis nessas áreas, dificilmente me poderiam levar a sério em algumas propostas arrojadas que apresento no meu livro.
    No entanto julgo que seria importante que pudessem dar o benefício da dúvida á voz do simples cidadão comum que, como ser pensante que também é, pode dar uma contribuição importante ao desenvolvimento do conhecimento.
    Têm pelo menos uma certa vantagem de não estar “agarrados” a certas regras impostas pelas teorias no processo de investigação, o que lhe dá uma liberdade diferente para, digamos, ir mais além na sua imaginação de como os processos poderão funcionar na realidade. E não são raras as vezes que se acerta na mouche por essa via.

    Artur de Oliveira.

    1. “E não são raras as vezes que se acerta na mouche por essa via.”
      Por acaso é raro, muito raro até… quase inexistente.

      “o que lhe dá uma liberdade diferente para, digamos, ir mais além na sua imaginação de como os processos poderão funcionar na realidade.”
      Isto é o que se faz na ciência… e não áparte dela.

      Por outro lado, não vi nada no seu texto que tenha a ver com esta notícia…

      1. Tem a certeza que não precisa de óculos???

        Pag. 322, os três últimos parágrafos.

        Repare, no entanto, que o que está escrito nesse capítulo vem no contexto de tudo o que está escrito antes. Como não leu o que está escrito atrás é natural que possa não estar a perceber o contexto da matériai e energia escuras neste capítulo.

        Mas já agora diga-me; Ainda é dos que acredita que a humanidade consegue evoluir, seja no que for, sem um pouco de imaginação (construtuva, é claro)???

        Posso assegurar-lhe que essa linha de pensamento já era há muitos anos, como se costuma dizer.

      2. Eu não preciso de óculos… mas o Artur precisa aprender a ler.

        Eu nunca disse que a imaginação não era necessária.
        Eu disse, e repito, que essa imaginação vê-se dentro da ciência, e não fora como o Artur escreveu.

        Sim, eu li o seu “livro”. Nada do que lá diz, incluindo nessa página, é similar a esta notícia.
        Ou agora só por se escrever algo sobre antimatéria, pode-se logo dizer que está de acordo com as investigações dos cientistas?
        Se fôr assim, então eu já previ estas investigações 300 vezes 😛

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