De Micro em Micro todos Evoluímos


Todos nós temos consciência de que os seres vivos a curto, médio e longo prazo evoluem. A curto prazo num único indivíduo, a médio prazo numa população, com alterações quase imperceptíveis e a longo prazo mais acentuadamente.

Muita gente faz confusão e não consegue compreender que microevoluções dão origem a uma evolução, tal como um pingo de água, mais os milhares que já foram depositados no copo, tornam-no cheio. O somatório de microevolução promove uma macroevolução. Parece que os que não acreditam na evolução têm mais vontade de a ver ao vivo do que os que a aceitam, isto porque os cientistas sabem que macroevolução em laboratório em 2h é, convenhamos, impossível.

Existe uma grande vontade de ver um gato transformar-se num cão, de um momento para o outro e num ambiente estável em que está o gato. Ora, a evolução ocorre devido a alterações que obriguem o organismo a adaptar-se ao longo de gerações de acumulação e estabilização de mutações que conferem aos indivíduos uma reprodução diferencial positiva. Não podemos atirar um gato para a água e ver crescer barbatanas. É surreal.

Vários exemplos existem de microevolução rápida em algumas populações:

1 – Numa população de canas de açúcar, existem canas mais rígidas e canas mais flexíveis. Se o ambiente se tornar ventoso as canas mais rígidas irão partir-se e as mais flexíveis irão também partir por flectirem em demasia. Apenas as intermédias irão aguentar os balanços. Assim, ao fim de algumas gerações apenas existirão canas de açúcar meio flexíveis. Isto é uma selecção estabilizadora da curva de Gauss dessa população. É isto que acontece graficamente:

2 – Numa população de tigres existem indivíduos com garras maiores e indivíduos com garras mais pequenas. Num inverno rigoroso é importante ter garras maiores para penetrar na gordura densa das presas para que as consigam caçar. Ao longo do tempo o mecanismo de selecção direccional irá funcionar em prol dos tigres mais bem adaptados a essas condições. Os tigres com garras maiores vão ter uma reprodução diferencial positiva. O gráfico é este:

Existem, ainda exemplos de selecção disruptiva verificáveis em algumas populações e em determinados momentos. Eis um gráfico de um destes exemplos:

No blog Ciência ao Natural encontrei um post engraçado sobre as árvores filogenéticas. O autor apresenta uma árvore de acordo com quem gostaria de ver um gato a transformar-se num cão em três quartos de hora só porque está sol, e outra árvore que mostra a realidade do mundo, uma evolução impercetível e gradual ao longo do tempo. Este é o gráfico:

1 ping

  1. […] processo de resistência prova que há evolução. Num grupo de bactérias há aquelas mais aptas (de acordo com as curvas de Gauss), as mais aptas poderão sobreviver a um antibiótico. Quando uma pequena população resistente […]

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