Halo Solar em Lanzarote

Há 3 meses atrás, houve um Halo Solar em Fátima. Nessa altura escrevi um post a explicar o que eram Halos Solares e de como eram fenómenos normais. Nesse post, crentes fundamentalistas, de forma contrária aos ensinamentos da Igreja, resolveram comentar de forma completamente absurda. Na altura, apaguei literalmente dezenas de comentários onde eu era insultado de tudo e mais alguma coisa, como se eu tivesse dito algo que lhes matava a fé. O post está aqui.
Curiosamente, um dos nossos colaboradores, que tem por costume observar o céu, também comentou dizendo que viu esse Halo Solar no dia anterior e no dia seguinte, incluindo fora de Fátima. Foi uma semana que teve condições atmosféricas propícias à formação de Halos Solares, daí que vários apareceram praticamente todos os dias e podiam ser vistos em diversos locais de Portugal. Ao contrário daqueles que raramente olham para o céu e quando olham ficam histéricos, aqueles que olham frequentemente para os céus percebem que esses são fenómenos normais que acontecem frequentemente. No entanto, o simples facto do nosso colaborador ter simplesmente dito que tinha visto halos solares nessa semana em sítios diferentes, levou logo a uma série de comentários a insultá-lo, que tive obviamente que bloquear.

Hoje trago-vos um Halo Solar em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
A foto foi feita por “Astrohans“, Hans Schremmer.

Crédito: 'Astrohans'

Não consta que alguém tivesse gritado milagre…

4 comentários

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    • Dinis Ribeiro on 27/08/2011 at 18:13
    • Responder

    Certo tipo de “halos” são ainda mais comuns, mas é necessário subir acima da superfície da terra, para ver as coisas de outro ponto de vista.

    Quando estamos a voar, se nos colocarmos de maneira a poder projectar a sombra da nossa aeronave sobre as nuvens que estamos a sobrevoar, podemos gerar este tipo de fenómeno: Halo de Ulloa

    Ver: http://www.springerlink.com/content/p00245j13862n4k5/fulltext.pdf

    (encontrei o pdf sob a letra U neste documento online: A Dictionary of Hallucinations –
    Jan Dirk Blom) http://www.springerlink.com/content/978-1-4419-1222-0/#section=625472&page=1

    An individual looking at his shadow on a cloud may see a series of from one to five colored rings around the shadow’s head, called a glory or Ulloa’s halo, after the 18th century Spanish astronomer Antonio de Ulloa. http://en.wikipedia.org/wiki/Antonio_de_Ulloa

    Neste outro URL (http://www.earthfacts.net/atmosphere/atmosphericillusions/) encontrei uma boa imagem:

    These circles are formed, much like coronas, by the diffraction of light rays in the cloud.

    The same effect can often be seen by passengers in an airplane flying between the Sun and a cloud. The plane’s shadow is usually surrounded by at least one colored ring.

    Os planadores só voam quando existe um mínimo de condições de visibilidade, http://en.wikipedia.org/wiki/Visual_meteorological_conditions VFR (Visual Flight Rules) e muitas vezes existem as nuvens brancas que se chamam Cumulus.
    http://en.wikipedia.org/wiki/Cumulus_cloud / http://pt.wikipedia.org/wiki/Cumulus que são gerados pelas Térmicas: http://en.wikipedia.org/wiki/Thermal

    Lembro-me de alguns voos, em que eu ia a pilotar e me separei do avião de reboque a cerca de 600 metros de altura e em que o sol estava alto e haviam nuvens (cumulus) que pareciam mesmo castelos de algodão e que tinham a base aos 300 metros de altura e o topo por volta dos 500 metros.

    Ao voar entre as nuvens por vezes vemos a sombra do planador projectada sob uma nuvem que está “ao lado e por baixo” de nós, e houve algumas vezes em que vi esses halos á volta duma espécie de “ponto cinzento” que era a sombra do planador .

    Também já vi o fenómeno em voos nos aviões comerciais de passageiros, mas só quando a distância entre o tapete de nuvens e a aeronave era relativamente pequena, (qual a geometria exacta?) durante o início das descidas da altitude de cruzeiro e no início das aproximações para a aterragem, com a grande desvantagem de não poder alterar a trajectória da aeronave para poder ver melhor esse fenómeno.

    Mais info: http://pt.wikipedia.org/wiki/Voo_a_vela / http://en.wikipedia.org/wiki/Gliding

    Junto mais algumas imagens dum site que desconhecia até o descobrir através do AstroPT:

    1) http://www.atoptics.co.uk/fz509.htm – Já vi Halos destes

    2) http://www.atoptics.co.uk/fz501.htm – Também destes

    3) http://www.atoptics.co.uk/fz520.htm – Esta é muito boa!!!

    4) E no mesmo link há várias de sombras de aeronaves:

    a) Foi isto que eu vi: http://www.atoptics.co.uk/fz332.htm

    b) Sombra de avião comercial: http://www.atoptics.co.uk/fz282.htm

    c) Ver diagrama: http://www.atoptics.co.uk/fz237.htm

    d) Num balão: …” Glories always surround your shadow, or at least that of your camera.

    Balloonists at a meet wanting to estimate drift and rate of climb often use the glory to identify which balloon shadow is theirs.

    Halo causado pelo balão: http://www.atoptics.co.uk/fz109.htm

    Por último, dois comentários finais:

    1) A ignorância dos princípios básicos da aerodinâmica leva muita gente a ter medo de voar. As ideias intuitivas por vezes estão erradas. Se abrirmos uma torneira e colocarmos a parte arredondada duma colher de sopa no fluxo, a colher é sugada para o centro do fluxo de água e não é empurrada para longe. A parte de cima das asas é arredondada e é isso que acontece com o ar.

    2) Quanto ás auréolas: On a morning when shadows are long and the grass is dew wetted, look at the shadow of your head. With luck it will be enveloped by a sparkling white glow. This is the ‘heiligenschein’ or ‘holy light’. http://www.atoptics.co.uk/droplets/heilig.htm

    The glow is centered on the antisolar point and so, like the glory, each has their own. When I moved the camera from my eye out to arms length, its heiligenschein moved with it.

    3) Por causa de estar a rever isto com algum detalhe encontrei um simulador de Halos que pode ser útil em projectos educacionais:

    Este diagrama é muito bom: http://www.atoptics.co.uk/droplets/light2.htm

    http://www.atoptics.co.uk/droplets/iris.htm

    IRIS uses Mie scattering theory to produce accurate simulations.

    Formulated by Gustav Mie in 1908 for scattering by a sphere, it derives without compromise from Maxwell’s equations of electromagnetism.

    However, Mie calculations are so lengthy and complicated that they were not really practicable until large mainframe computers were developed.

    Even then, their tabular output did not allow the computed glories or coronae to be easily visualised.

    Now, everyone’s PCs can do the arithmetic quickly and display the results in full colour.

    Ver também: http://en.wikipedia.org/wiki/Mie_scattering

    4) Por fim, sugiro vivamente estes links sobre as auréolas, que me fizeram “ver a luz” pois agora começo a compreender melhor alguns aspectos geométricos:

    a) http://en.wikipedia.org/wiki/Glory_(optical_phenomenon) – Qualquer um pode “parecer” um santo, pois pode fotografar a sua sombra com uma “auréola”…

    b) Fico agora a saber que existem os “pontos antisolares”: http://en.wikipedia.org/wiki/Antisolar_point

    c) As auréolas existem em registos “antigos” e “tradicionais” em diversas culturas: http://en.wikipedia.org/wiki/Aureola

  1. Vai-se a ver e também apareceu por lá uma nossa-senhora qualquer, virgem e tudo.

    1. Grunho,

      Lá está. Sou contra este tipo de comentários também.
      Parece-me que não vale a pena chamar outros assuntos que nada têm a ver com o Halo Solar.
      É a mesma crítica que fiz àqueles que comentaram dizendo que eu estava a colocar em causa os “segredos de Fátima”, quando o meu post não refere nada disso.

      Para mim, as coisas são simples: olha-se para o fenómeno, percebe-se que é um halo solar, e sabe-se que é um fenómeno frequente e perfeitamente explicável.
      É só 😉

        • Joca on 28/08/2011 at 15:02

        Eu, pessoalmente não tenho pejo em avacalhar certas crendices, em particular as que nos são trazidas por padres, aiatolas, pastores e rabis que trazem os seus deuses na barriga e os tentam impor a toda a gente.
        As piores memórias que tenho da infância foram provocadas por esse tipo de crenças.
        Mas evito insultar alguém ou dizer palavrões.
        Por outras palavras: respeito os crentes mas não tenho nenhum respeito por essas crendices.

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