Steve Jobs – o não-cientista

Tal como em Star Wars, todas as pessoas têm um “lado de luz” e um “lado negro”.
E ao longo da vida vamos escolhendo o lado que preferimos, sendo que podemos escolher um lado diferente para diferentes situações.
Um exemplo perfeito desta situação é o de um dos maiores cientistas de todos os tempos: Newton. Newton era um cientista perfeito na sua procura da compreensão da gravidade, mas ao mesmo tempo acreditava na alquimia, acreditava que o mundo tinha sido feito em 4004 AC, etc.
Todos nós somos assim. 99% da nossa vida é feita a seguir as verdades lógicas do pensamento científico; mas por vezes resolvemos cair nas garras dos pseudos.

Steve Jobs não era diferente.
Enquanto revolucionava o mundo com a sua visão de uma tecnologia mais sofisticada e mais adaptada às necessidades do consumidor, Steve Jobs também tinha algumas crenças pseudo seguindo algumas paranóias “new age” (normal na geração “woodstock“).

Ao contrário das mentiras já propagadas por alguns sites pseudos de que foi a ciência médica que matou o Steve Jobs (uma autêntica parvoíce de quem tem por único objectivo vigarizar as pessoas com “produtos naturais”, quando esses produtos muitas das vezes são menos “naturais” que os dados pela Medicina, e outras vezes são simplesmente Placebos que manipulam as pessoas), o que pelos vistos aconteceu foi que Steve Jobs recorria demasiadas vezes a “alternativas”. Desde acreditar que uma dieta quase vegetariana lhe poderia resolver o problema, passando por crenças religiosas no Budismo, e acabando em dietas “alternativas” (ele disse a amigos que também seguia tratamentos homeopáticos).

Uma das consequências de tudo isto, foi ele esperar 9 meses para fazer a operação na esperança de que não a tivesse que fazer e que as “alternativas” funcionassem. Nesses 9 meses, o cancro progrediu, e pode ter estado aí uma das causas principais da sua morte.
Para quem pensa que não há mal nenhum as pessoas terem crenças infundadas em ideias pseudo… sugiro que pensem neste caso.

Leiam sobre isto, aqui e aqui.

Leiam este artigo:
“The median survival is about a decade, but it depends on how soon it’s removed surgically. Steve caught his very early, and should have expected to survive much longer than a decade. Unfortunately Steve relied on a diet instead of early surgery. There is no evidence that diet has any effect on islet cell carcinoma. As he dieted for nine months, the tumor progressed, and took him from the high end to the low end of the survival rate.
Why did he do this? Well, outsiders like us can’t know; but many who avoid medical treatment in favor of unproven alternatives do so because they’ve been given bad information, without the tools or expertise to discriminate good from bad. Steve was exposed to such bad information, as are we all.
Eventually it became clear to all involved that his alternative therapy wasn’t working, and from then on, by all accounts, Steve aggressively threw money at the best that medical science could offer. But it was too late.”

O Daily Mail também faz notar as palavras do Dr. Ramzi Amri:
“Let me cut to the chase – Mr Jobs allegedly chose to undergo all sorts of alternative treatment options before opting for conventional medicine. Given the circumstances, it seems sound to assume that Mr Jobs’ choice for alternative medicine has eventually led to an unnecessarily early death.”

O Dr. Ramzi Amri, é cirurgião oncológico da Harvard Medical School, e tem estudado formas do cancro que afectou Steve Jobs.
Podem ler todo o artigo deste médico, aqui.
“Jobs was a hippie back in the day, and a conventional medicine skeptic now. His reaction to the disease gave the disease time to spread. Many mainstream media, including CNN, stated that Mr. Jobs might have spent as long as two years without proper (conventional) treatment. While Mr. Jobs was trying all sorts of alternative mumbo-jumbo I won’t even bother to go through as their failure is now sadly irrefutably proven, his tumor grew, and grew, and grew… and then it somehow grew beyond control.
Now Mr. Jobs always was a free thinker, a strong believer in spirituality, a vegetarian and a known skeptic of conventional medicine. He chose to reject conventional medicine altogether for a while. He’s not alone in that. We come across many people like this and we all know someone in our midst that uses homeopathy or has this known fear of anything “chemical” (to those I always say that everything is chemical, if you think dihydrogen oxide sounds scary you should stop drinking water). Individual freedom of thought and choice is a cornerstone of our modern society and the medical world makes no exception.
It’s always an ethical puzzle if a patient choses alternative treatment that we know from fact will not work. Yet, as long as the person is mentally sane, we cannot force them to choose a working treatment, even if it means their death. Sadly, even for one of the greatest personalities of the last 100 years, there will be no exception, and badly treated cancer is just as deadly for him as for anyone else…”

Para um artigo muito mais informativo de outro médico, cirurgião oncológico, Dr. David Gorski, que também ataca fortemente as “alternativas” (que nada têm de medicina ou de alternativa), leiam aqui.

30 comentários

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  1. “Acupuntura age em áreas do cérebro envolvidas com a dor, sentimentos e cognição”

    “Pesquisadores do Instituto Médico da Universidade Charité, na Alemanha, debruçaram-se sobre mais de 100 estudos sobre acupuntura para produzir mapas do cérebro de pacientes que receberam aplicações de agulhas em 18 diferentes pontos do corpo. As imagens em vermelho correspondem às regiões cerebrais estimuladas durante a prática. Os pontos em azul mostram partes do órgão que foram desativadas pela prática. Os resultados mostram que o estímulo provocado pela acupuntura age sobre uma ampla rede, responsável não apenas pelo sistema sensorial somático (aquele que dá a percepção do mundo pelo tato e temperatura), mas também afetivo e cognitivo.”

    blogs.estadao.com.br/ciencia-diaria/acupuntura-age-em-areas-do-cerebro-envolvidas-com-a-dor-sentimentos-e-cognicao/

    È a ciência provando que algo realmente acontece com a colocação das agulhas. Logo saberemos do que se trata com mais profundidade.

    1. Não há ligação entre os locais da acupunctura e curar doenças.
      Não há qualquer evidência que tenha que ser feita com agulhas.

      abraços

        • Jonas on 15/04/2012 at 05:33

        Acho que você está bem desinformado de ciência nessa área, Carlos. 😉

        A Organização Mundias de Saúde diz no relatório seguinte que acupuntura funciona, baseado em PESQUISAS CIENTIFICAS que ela estudou.. Repare o item 4 do relatório que mostra os resultados das pesquisas.

        “Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials”

        http://apps.who.int/medicinedocs/en/d/Js4926e/

        Para quem não é bom em inglês, alguém traduziu as tabelas do relatório aqui:

        http://acupuntura.pro.br/oms/doencas-trataveis/

        Querem mais? É só procurarem nas bases de dados de pesquisas científicas.

      1. Jonas,

        O que você enviou é uma Literature Review…. diz no Abstract.

        Eu posso lhe enviar uma Literature Review de todos os livros que dizem que pessoas viram extraterrestres… isso não prova que as pessoas viram extraterrestres.

        De qualquer modo, continuo a dizer-lhe o que lhe disse antes:

        “Não há ligação entre os locais da acupunctura e curar doenças.
        Não há qualquer evidência que tenha que ser feita com agulhas.”

        Nada do que aparece nessa Literature Review põe em causa essas duas minhas frases 😉

        abraços

  2. http://gawker.com/5851835/steve-jobs-regretted-wasting-time-on-alternative-medicine
    “Steve Jobs Regretted Wasting Time on Alternative Medicine.
    Everyone else wanted Steve Jobs to move quickly against his tumor. His friends wanted him to get an operation. His wife wanted him to get an operation. But the Apple CEO, so used to swimming against the tide of popular opinion, insisted on trying alternative therapies for nine crucial months. Before he died, Jobs resolved to let the world know he deeply regretted the critical decision, biographer Walter Isaacson has told 60 Minutes.”

    1. Aqui em português: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Tecnologia/Interior.aspx?content_id=2071533

      “Steve Jobs morreu a cinco de Outubro, vítima de cancro. Budista, adepto das dietas macrobiológicas, foi diagnosticado com cancro do pâncreas em 2003 e preferiu tratar-se com sumos de frutas, acupunctura e remédios de medicina tradicional que encontrava na Internet.

      “Não queria que abrissem o meu corpo, que me violassem dessa forma”, disse Jobs, segundo o biógrafo, num excerto revelado da entrevista do autor da biografia do fundador da Apple, Walter Isaacson, ao programa “60 minutes”, da CBS.

      Pressionado pelas súplicas da mulher, irmã e filhos, o fundador da Apple aguentou nove meses até recorrer à medicina tradicional, mas já era tarde e terá desperdiçado tempo precioso. “Pensava que se ignorasse algo, se não quisesse que existisse, podia fazer magia com a mente. Antes já tinha funcionado. E arrependeu-se”, contou Walter Isaacson, no vídeo difundido pela CBS, que antecipa a biografia de Jobs.”

    • José Magalhães e Costa on 20/10/2011 at 14:26
    • Responder

    Voltando ao S. Jobs, assunto inicial.

    Eu acho que o que está aqui em causa não é só a cura, se é que se pode dizer a uma pessoa que está doente de cancro no pâncreas, que ela vai ser curada? Mas sim a qualidade de vida e os valores em que acredita e que a fazem feliz! Se calhar, para o Steve, era mais importante que respeitassem a sua opinião e as suas crenças do que lhe imputarem uma cura baseada em matemática! Trata-se de algo que todos nós temos, um resto de orgulho…
    A verdade é que eu sou matemático, não acredito muito nas medicinas alternativas, já estive internado três vezes ‘na convencional’, uma delas para me reconstruirem a mão esquerda após ter sido esmagada por uma pinça hidráulica e está aqui a funcionar como nova, já passaram 10 anos. Podia ter recorrido à religião, para que me nascesse uma mão nova! Com todo o respeito! Mas se o tivesse feito, do outro lado da moeda, não gostaria de ser criticado.
    Abraço.

    1. Olá,

      Sugiro o meu 1º comentário:
      http://www.astropt.org/2011/10/14/steve-jobs-o-nao-cientista/#comment-47108

      Não se critica o Steve Jobs pela resolução tomada, de um ponto de vista emocional, subjectivo, e de qualidade de vida.
      Critica-se somente a partir de uma perspectiva racional.

      abraços

  3. Olá Marco, Carlos e a todos.

    Mais uma vez agradeço a atenção. Acho que chegamos a um ponto em que a discussão deixa de ser produtiva.

    Grande Abraço a todos (as), na esperança que consigamos trabalhar para um mundo mais pacífico!

    Marson

    1. Concordo.

      De um lado estão os resultados de estudos científicos.
      E do outro lado estão interpretações “especiais” desses estudos, imaginando coisas que não estão lá.

      Se o exemplo da acupunctura não lhe permite perceber a interpretação correcta dos estudos, eu sugiro que imagine que está a falar da sua área: matemática.
      Onde diz acupunctura, imagine que diz matemática.
      Sem a parte emocional subjectiva, perceberá certamente que o Marco lhe está a dizer que 2 + 2 = 4 (toda a gente aceita baseado em todos os estudos realizados) , enquanto o Marson tem defendido que 2 + 2 = 7 , baseado em artigos que não dizem nada disso 😉

      abraços

  4. Olá Marco!

    Obrigado pela atenciosa resposta!

    Comentários:

    1) Em sua indicação do artigo na Nature temos: “These observations indicate that adenosine mediates the effects of acupuncture and that interfering with adenosine metabolism may prolong the clinical benefit of acupuncture.”

    Se as observações indicam que a adenosina media os efeitos da acupuntura, quer dizer que a acupuntura TEM EFEITOS POSITIVOS, não?

    2) Para uma análise sistemática de artigos científicos ligados à eficácia da acupuntura no tratamento de insônia, veja:
    http://www.unifesp.br/dneuro/neurociencias/neurociencias_v15_n3.pdf

    Esse estudo reuniu 180 artigos, dos quais 31 preencheram o processo de inclusão. Copio aqui a conclusão do apanhado de artigos:

    “Conclusão. Os resultados encontrados sugerem que a acupuntura pode ser uma intervenção eficaz para insones, no entanto trabalhos com melhores e mais rigorosos métodos, como ensaios clínicos randomizados, controlados, simples-cego, e com amostras maiores devem ser realizados para determinar melhor a eficácia da acupuntura no tratamento da insônia.”

    Por esses motivos, reafirmo: A ACUPUNTURA TEM RESULTADOS CIENTÍFICOS! Eles podem e devem ser aprofundados (se depender da ganância da industria farmacêutica, vai demorar!), mas não há mais como negá-los!

    Grande Abraço!

    Marson

    ps: por favor aprove este para eu receber notificação por e-mail! Obrigado.

    1. Marson,

      Não percebo as suas conclusões.

      Quanto ao seu 1º ponto, o Marco Filipe já explicou. Tem que ler o que ele escreve, antes de comentar.

      Quanto ao seu 2º ponto, a conclusão de que fala é explicíta: este não foi um trabalho em que se possa tirar conclusões, mas é uma simples Literature Review (qualquer aluno pode fazer isso). Não é um estudo científico. Daí eles dizerem que é preciso haver estudos científicos sérios e rigorosos.
      A conclusão é explícita… mas pelos vistos, vocês querem interpretar de forma errónea.

      Quanto à “ganância da indústria farmacêutica” é um argumento sem sentido. É uma falácia anti-ciência.
      Por um lado, a acunpunctura não é grátis… logo, eu poderia referir a vossa ganância.
      Por outro lado, se desse certo, então a indústria farmacêutica aproveitava logo esse conhecimento para fazer milhões. O facto de não o fazer, é mais uma evidência dos estudos que existem contra essa técnica.

      abraços

    2. Olá novamente,

      O mecanismo da adenosina, que eles explicam no artigo, acontece devido à agressão mecânica da agulha de acupunctura. Ora, qualquer agressão mecânica em principio terá o mesmo efeito e independentemente do ponto onde se espeta a agulha. Isto indica uma possível via para novos estudos, especialmente na área da modulação da dor, mas não prova a acupunctura, nem tão pouco as asserções de que existem energias místicas a fluir pelo corpo humano. Para provar a acupunctura é necessário comparará-la a um controlo negativo, um placebo, normalmente acupunctura simulada em que as agulhas são espetadas nos sítios errados. Se funcionar melhor do que o placebo é bom sinal, mas ainda assim não é o fim do processo. Depois é preciso que vários grupos de investigadores consigam reproduzir os mesmos resultados. É porque em medicina existem muitos efeitos que podem distorcer os resultados, quantos mais investigadores confirmarem um resultado maior é a probabilidade de ele ser real.

      A título de exemplo, houve um estudo em que o grupo que recebeu acupunctura a fingir chegou a relatar melhores resultados do que o grupo que recebeu acupunctura a sério (http://journals.lww.com/clinicalpain/pages/articleviewer.aspx?year=2008&issue=03000&article=00005&type=abstract). Ora isto é absurdo, vai contra o senso comum, no máximo deveriam ter relatado resultados iguais. O que se passou é que o grupo que recebeu a acupunctura a fingir simplesmente sentiu que foi melhor tratado do que o outro grupo. Chama-se a isto o efeito placebo. O efeito placebo não cura nada, tem a ver com a percepção do paciente. Acreditando que o tratamento é eficiente o paciente sente-se curado. O poder da sugestão é fantástico e ninguém é imune a ele. É também devido ao efeito placebo que não se pode simplesmente aceitar o testemunho de pessoas que foram ao acupunctor e se sentiram melhor. Temos de usar testes desenhados para eliminar o efeito placebo da equação.

      Este tipo de estudos têm de ser muito rigorosos (infelizmente nem todos os que são publicados o são). Para viciar os resultados obtidos, basta por exemplo que os investigadores, mesmo que inconscientemente, tratem melhor os pacientes que vão receber a acupunctura real. E é bastante fácil disso acontecer se eles próprios acreditarem na eficácia da terapia e se os pacientes souberem em que grupo estão. O que nos leva à segunda parte…

      Eu estive a ler a revisão, tal como o Carlos disse, o que eles fazem é uma revisão da literatura. Eu acho que a frase “no entanto trabalhos com melhores e mais rigorosos métodos, como ensaios clínicos randomizados, controlados, simples-cego, e com amostras maiores devem ser realizados para determinar melhor a eficácia da acupuntura no tratamento da insônia” é perfeitamente auto-explicativa, eles detectaram uma correlação “a acupuntura PODE ser uma intervenção eficaz para insones”, mas ainda estão longe de PROVAR a causalidade, mais estudos e sobretudo estudos mais rigorosos são necessários. E foi bastante honesto da parte deles terem admitido isso, uma vez que a maioria dos estudos que citam foram retirados de revistas como a “Journal of Traditional Chinese Medicine” e “Shanghai Journal of Acupuncture and Moxibustion”, revistas cuja imparcialidade deixa um pouco a desejar tendo em conta o tema que estamos a tratar. Olhando para os estudos, contei pelo menos 18 que não possuem sequer grupo de controlo, e dos que usam nem todos são os mais correctos. Apenas um dos estudos utilizou acupunctura a fingir (SHAM), sendo que aqui nem sequer nos dão os dados, dizem simplesmente que foi significativo. Os autores da revisão fizeram muito bem em afirmar que mais estudos são necessários, porque estas não são evidências rigorosas o suficiente.

      Pode parecer que eu estou a “inventar desculpas”, mas o que estou a fazer na realidade é a aplicar o método científico, tentar sempre falsear as hipóteses, tentar derrubar teorias para ver se elas se aguentam em pé. Os antigos chineses podiam realmente ter tropeçado em algo útil, assim como nós tropeçamos nos antibióticos, mas as evidências actuais não são satisfatórias, pelo contrário, muitos estudos nesta área têm falhas graves e são contraditórios.

      Eu vou partir do princípio que o Marson é alguém que já experimentou acupunctura e teve bons resultados, o que é óptimo. Mas isso não é suficiente para a ciência pelas razões que expliquei em cima. Espero que tenha compreendido o porquê dessa posição. Se e quando a acupunctura for finalmente vindicada de forma científica, ela deixará de ser uma medicina alternativa para passar a convencional.

      Abraço

  5. Acupuntura tem resultados científicos:

    http://tinyurl.com/23ht3qz

    Ao menos a Unifesp e o Hospital Israelita Albert Einstein acreditam nisso…

    Abraços, na esperança de um mundo melhor!

    Marson

    1. Olá Marson,

      Esse estudo tem sido publicitado em vários sítios como tendo provado a acupunctura, mas a verdade é que se olharmos com mais atenção para o próprio estudo essa é uma conclusão que é muito forçada. Para começar o estudo nem sequer foi feito em humanos mas sim em ratos. E depois o que eles fazem é basicamente explicar o mecanismo de supressão natural da dor. O estudo em si não é mau, o que é está errado é a conclusão que muitas pessoas estão tirar dele. Este estudo em nada prova a existência de energias metafísicas (Qi), meridianos, desequilíbrios energéticos e outras afirmações da acupunctura.

      Para chegar a uma conclusão temos de olhar para todo o corpo de evidências. Vários outros estudos indicam que nem sequer interessa o sítio onde se espeta as agulhas, o efeito é o mesmo, logo a teoria por detrás da acupunctura não parece fazer muito sentido. De tempos a tempos surge um estudo que sugere que talvez exista algo de interesse na acupunctura, é normal. Mas não podemos ignorar a pilha de outros estudos que diz que não existe um efeito superior ao do placebo. E sobretudo, temos de ver o próprio estudo para nos certificarmos de que não possui nenhum erro ou de que não tira conclusões para as quais não tem evidências. A revisão de pares elimina muitos dos maus estudos, mas escapam sempre alguns…

      Aqui está o estudo original: http://www.nature.com/neuro/journal/v13/n7/full/nn.2562.html
      E aqui uma análise do estudo: http://cronicadaciencia.blogspot.com/2011/08/nem-tudo-o-que-acontece-depois-de.html

      Abraço

  6. Tb ainda hoje recebi um mail, que é um perfeito disparate.
    http://eu2000.posterous.com/anona-ou-chirimoia-melhor-remedio-k-a-quimiot)

    A medicina não é perfeita, ainda há muitas doenças que não têm tratamento, algumas ainda nem sequer estão sequer nomeadas. Mas é o melhor que podemos ter, e se um dia conseguirmos cura para elas todas é com a medicina e não com “banhas da cobra”.

    http://www.manualmerck.net/?id=130&cn=1100

    Este link (e é apenas um exemplo, há mais) é de um manual da Merk, nele pode-se encontrar tudo (ou quase tudo) sobre as patologias, diagnóstico, tratamento, prognóstico. O interessante é que está acessível a toda a gente, portanto não há desculpas para a ignorância. Quem culpa a medicina da morte do Steve é um ignorante, e quem defende o uso de alternativas no tratamento de doenças é um “filisteu” da pior espécie.

    1. Mas não se pode confiar na Merck, pertence ao Big Pharma, É tudo uma conspiração para nos manterem doentes de propósito 😛 (isto foi sarcasmo)

  7. É criminoso o que alguns promotores de disparates andam a fazer para ganhar dinheiro à custa do Steve Jobs. Vários sites pseudo já estão a usar o caso de Steves Jobs como “prova” de que a medicina convencional não funciona. Recomendam às pessoas para não confiar nos médicos e especialmente na quimioterapia, e em vez disso, seguir dietas milagrosas e suplementos vitamínicos, que convenientemente, vendem nos sites deles. E é claro, deixam de fora o pormenor de que Steves Jobs tentou a medicina alternativa durante 9 meses e viu-se forçado a optar pela medicina convencional. A medicina convencional ainda não tem cura para tudo, mas a questão permanece, a medicina alternativa tem cura exactamente para quê?

    Esses 9 meses perdidos podem realmente ter feito alguma diferença, mas a verdade é que não se pode saber com certeza. O que revolta mesmo é o aproveitamento do caso.

    Deixo aqui uns links interessantes sobre o cancro do Steve Jobs e do aproveitamento do caso pelos pseudos para venderem banha da cobra, os textos são escritos por um médico:

    http://scienceblogs.com/insolence/2011/10/steve_jobs_neuroendocrine_tumors_and_alt.php
    http://scienceblogs.com/insolence/2011/10/nicholas_gonzalez_on_steve_jobs_if_only.php

    • duarte josé seabra on 14/10/2011 at 20:46
    • Responder

    Olá, Carlos.
    Concordo com o último post de Frajuca, do ponto de vista dos conhecimentos médicos actuais, oito anos de sobrevida a um cancro do pâncreas até é muito bom..mas o desfecho…o carcinoma do pãncreas tem outra característica terrível, “esconde-se” dos nossos meios de diagnóstico, de modo que, por exemplo, os rastreios que fazemos, na população de risco, do cancro da mama, do cólon e do recto, do colo do útero, não são, neste momento da ciência, viáveis, para o do ca. pâncreas. parece-me…
    Este “quase anunciado” falecimento de Steve Jobs teve uma consequência na minha consulta quotidiana (sou G.P., ou seja, médico de família) apareceram-me vários doentes, e, mesmo agora, há bocado, uma colega minha, (…) a pedirem-me para lhe serem pedidos exames auxiliares de diagnóstico (imagiologia, análises…) para despistar eventual existência do dito ca… A minha colega, que, provavelmente, sabe mais que eu, tem conhecimento de que esses testes poderão não servir muito, mas “impressionada com o S. Jobs”, e como “vai fazer por estes dias o rastreio do ca. do colo do útero” (nos USA: “pap.smear”) e da mama, solicitou que eu lhe pedisse alguns exames… Está preocupada… porque nós todos somos, de certo modo,copycats….

    Quanto ao uso exagerado, ou imoderado, das medicinas alternativas, subscrevo inteiramente a opinião do Carlos Oliveira.
    São um risco grave, se usadas exclusivamente.
    Sem confirmação científica, proveniente de ensaios clínicos, validados, não se iniciam terapêuticas cegas, e a ciência exige discussão, diálogo, não existem “cientistas loucos” a trabalhar sozinhos – grande erro, no qual persiste repetidamente Hollywood – a ciência é um acto colectivo em que um dado é verdadeiro até ser refutado por provas aceites na comunidade de pares..
    Por esse motivo, a Medicina tenta (e consegue) criar protocolos de actuação validada e adequada de modo a conseguir melhor prognóstico em várias patologias, assim como na prevenção das mesmas – exemplo, a vacinação, palavra, que, como sabem, vem de “vaca”, vacas doentes, de onde Jenner tirava pústulas de “cow-pox” para imunizar humanos contra a varíola… há mais de 200 anos… Experiência… Método científico…
    Trabalho desde 1978… Não existia (quase) ecografia, não existia TAC, ou RMN, ou PET scan; coisas que nós agora “take for granted”…
    E no tempo dos nossos avós?
    A diabetes era uma doença mortal (rapidamente) antes de Banting e Best, e isso foi nos anos 20 do século passado…descobrirem a insulina…e regressamos ao pâncreas…

    O paciente é um sujeito activo, tem direito de recusar tratamento, claro, ou fazer o que deseja….

    Actualmente usamos nos actos médicos o paradigma do consentimento informado, a terapia deve ser discutida com o paciente, e este tem todo o direito de aceitar, ou não, o tratamento proposto….

    Citando um professor meu (João Marques Teixeira,psiquiatra e investigador em neuropsicologia): “a minha fé é no progresso da ciência”…

  8. Boas,

    Começo por dizer que não é facil tecer comentários/opiniões com dados tão vagos, e os que temos não sabemos até que ponto serão de confiar.
    Na minha opinião se de facto o Steve optou pelas alternativas não condeno a sua atitude. Julgo que não terá feito de animo leve, antes pelo contrário. Podem achar que não bato bem, que sou crédula, etc…
    Passo a explicar,
    os tumores do pâncreas (na grande maioria) são devastadores e com uma progressão rápida. Até acho que ele se aguentou muito bem, oito anos.
    Mesmo com cirurgia a quimioterapia e radioterpia é efectuada. Normalmente a radioterpia é efectuada antes da cirurgia na tentativa de reduzir o tumor, a quimio depois. Ambas são desvastadoras para a corpo, matam as celulas más mas tb destroiem as boas, debilitam o corpo, provocam queda de cabelo, náuseas, vómitos, etc um rol de desgraças. Que até podem ser “um mal menor” se as hipoteses de cura foram boas, o que não acontece com a grande maioria dos cancros do pancreas. O Steve como pessoa da ciencia e ligada as tecnologias de certaza que fez pesquisa. Prefiriu uma qualidade de vida melhor por menos tempo, do que prolongar o sofrimento por mais tempo.
    Claro que isto é apenas uma suposição.
    Eu até concordo com esta atitude em parte.
    Numa situação semelhante, acho que tb não aceitaria passar por ciclos de quimio e rádio, que não me deixariam aproveitar o resto de tempo que teria para viver.
    Isto não é uma situação inédita, Bob Marley tb morreu porque não deixou que lhe amputassem um dedo. Prefiriu viver o tempo que lhe restava “inteiro”.

  9. Boa tarde, acabei de ler o seu post e realmente nós (médicos) passamos por essas situações, pessoas que teimam em recorrer a medicinas alternativas, levam tempos a perceber que elas não as podem ajudar, voltam e infelizmente já vêm numa fase tardia e nada ou quase nada se pode fazer, levando precocemente à morte.

    Para mim é desolador ver pessoas que não acreditam em nós, quando o lema é salvar vidas e não destruir. Perdoem-me pelo que vou dizer, mas por vezes penso: ” Bem feito, eu avisei…” é um comentário triste mas passa-me pela cabeça. Teimosia em excesso vira um defeito devastador na vida de alguém.

    Como postei anteriormente, há situações inexplicáveis, mesmo para a ciência, concordo que a ciência é provar fatos inexplicáveis, é uma busca incansável mas nem sempre consegue.. .

    Uma das medicinas alternativas que me deixam intrigadas é a acupuntura, já tive o prazer de receber, apesar de estar com um medo horrível, foi algo do outro mundo, uma sensação formidável. Apesar de haver factos ciêntificos que as agulhas são colocadas em sítios específicos para deixar tal sensação, ainda assim me intriga…

    Desta mais recente leitora, deixo os meus mais sinceros cumprimentos
    Mónica A.

    1. Penso que se deve muitas vezes às pessoas não entenderem as diferenças entre conhecimento e crença (acreditar), e caem em falácias de apelo à ignorância e apelo à antiguidade.

      Quando se vai ao médico, não se vai porque se acredita no médico. Não é uma questão de acreditar. Mas sim uma questão de conhecimento – o médico tem conhecimento que eu não tenho.

      Não é uma questão de acreditar no médico em vez de no meu vizinho que é trolha e que diz que cura tumores no cérebro à martelada… a questão é que o médico tem conhecimento e o meu vizinho, diz que tem conhecimento, mas só afirma disparates.

      O Apelo à Ignorância (a medicina não sabe tudo e por isso X é verdade) é uma falácia já que pode ser aplicada a toda a ciência.
      Por exemplo, a Gravidade não é totalmente conhecida. Há demasiados buracos na Teoria da Gravidade e demasiadas coisas que não compreendemos. Mas será que devido a isso, então isso quer dizer que se saltarmos do topo de um prédio de 20 andares, não vamos cair cá em baixo? Claro que não. Não sabemos muito sobre a gravidade, mas sabemos o suficiente para ter o conhecimento de que se saltarmos de um topo de um prédio caímos cá em baixo.
      É indiferente se não sabemos tudo sobre a Gravidade, e é mentira o que uns pseudos possam dizer… a verdade é só uma: a Gravidade funciona se saltarmos do topo de um prédio.
      O mesmo se passa para todas as áreas da ciência, incluindo na Medicina. Não é por não sabermos algo, que isso quer dizer que não sabemos nada ou que sabemos menos que X.

      O Apelo à Antiguidade (conhecimentos milenares: civilizações antigas, sobretudo orientais porque têm aquele sentido de misterioso, tinham conhecimentos que agora não compreendemos) é mais uma falácia que não faz qualquer sentido.
      Essas eram civilizações que tinham uma esperança de vida de 30 anos, em que muitos bébés morriam porque não havia cuidados médicos, em que as doenças eram tratadas como “males sobrenaturais”, em que se matavam pessoas para apaziguar “os deuses”, em que não havia computadores, em que não havia vacinas, em que não havia televisões, em que não havia telemóveis, em que pensavam que as estrelas eram deuses, etc…
      Esse é o tipo de civilizações que os “alternativos” dizem que sabiam mais do que nós.

      Por isso, a escolha que temos é clara:
      – OU o conhecimento dado pelos médicos.
      – OU a crença em alguém que diz que cura tudo com “mezinhas” imaginadas por civilizações que achavam que o sarampo era sinal de alguém estar possuído pelo diabo.

      abraços

    2. Mónica A:

      Se pensas isso acerca dos teus pacientes fico intrigado porque é que te sugeitaste a acupuntura. Não estou a perceber o raciocinio por trás.

      “Como postei anteriormente, há situações inexplicáveis, mesmo para a ciência, concordo que a ciência é provar fatos inexplicáveis, é uma busca incansável mas nem sempre consegue.. .”

      Tal como o Carlos reparou esta afirmação não diz nada acerca da verdade de nada. Apenas que há coisas que não se sabem e o que não se sabe não é de repente verdadeiro.

        • Mónica A. on 14/10/2011 at 23:48

        Sr. João

        Como eu disse, fiz um comentário triste de um pensamento que por vezes tenho em relação a alguns pacientes, lamento mas não sou hipócrita e simplesmente o disse pois já passei pelo desgosto de perder dois paciêntes por acreditarem em “mezinhas” e quando voltaram para mim foi tarde demais.

        Sou médica à muito pouco tempo, e realmente estou ainda a aprender a gerir todo o tipo de sentimentos que me invadem, os meus colegas dizem-me que não posso salvar toda a gente, mas era o que eu gostaria de puder fazer, por vezes ouço histórias que talvez o sr nunca venha a ouvir na sua vida e choro/sofro com isso, como me dizem : “ainda está muito verde” e não aprendi ainda a ser fria e transparecer que não tenho sentimentos como alguns colegas meus.

        Quanto à sua pergunta porque me sujeitei à acupuntura, respondo-lhe apesar de não ter de o fazer, para tratar de uma grave tendinite, que por sinal desapareceu.

        Se não sabe eu digo-lhe que a acupuntura é uma medicina tradicional chinesa, reconhecida como especialidade médica no tratamento de dores crónicas, apesar de se ainda enquadrar na lista das medicinas alternativas.

        Não consigo perceber o porquê da sua hostilidade quanto à frase que proferi:
        “Como postei anteriormente, há situações inexplicáveis, mesmo para a ciência, concordo que a ciência é provar fatos inexplicáveis, é uma busca incansável mas nem sempre consegue.. .”

        Onde está o erro no meu pensamento? Acha que a ciência consegue explicar tudo, é isso?
        Realmente fiquei sem perceber a sua observação, mas aceito a critica como o sr tem de aceitar a minha opinião. Talvez erros na minha dicção fizeram-no entender mal o meu raciocínio.

        O que penso é que: a ciência tem como objetivo observar, formular hipóteses e testar essas hipoteses em diversas situações, mas que existem situações em que nem a ciência consegue explicar e dar uma resposta…Será que a minha dicção agora foi entendida???

        Não estou aqui para refutar com quem quer que seja, estou aqui para aprender uma area que me fascina.
        Um sitio onde vi pessoas serias a falar de assuntos serios. Agora se é para participar e ser hostilizada por algum pensamento ou gafe da minha parte, penso que ainda não encontrei o sitio certo para me poder instruir.

        Cumprimentos
        Mónica A.

      1. A Mónica é médica mas também é humana. Tendo ela passado grande parte do seu tempo a estudar medicina, é apenas normal que não lhe tenha restado muito tempo para se informar sobre a pseudomedicina e o seu marketing. Nós podemos resolver isso 😛

      2. Olá Mónica,

        Não me parece que houve hostilidade 😉

        Penso, e posso estar enganado, que as dúvidas do João Coutinho foram:

        – se a Mónica pensa que os seus pacientes fazem mal ao seguir as alternativas, então porque a Mónica também se sujeitou a isso? 😉 Penso que é uma pergunta legítima, certo? 😉 Pode ter sido só curiosidade sobre o que era, pode ter sido para um estudo científico, pode ter estado muito doente, pode ter sido outra coisa qualquer… mas penso que a pergunta do porquê de ter feito algo que não concorda nos seus pacientes é lógica 😉

        – o facto da ciência não explicar algumas coisas é a definição de ciência. A ciência é um acumular constante de conhecimento. Como tal, tem que haver sempre coisas desconhecidas para a ciência estudar e compreender ;). O facto disso ser a definição de ciência – ser intrínseco à ciência -, não pode ser usado como razão a favor das “alternativas” ou sequer como uma das desvantagens da ciência. Pelo contrário. Essa é a razão de existir ciência 😉 .
        Ou seja, essa frase nada diz sobre a eficácia das alternativas nem é uma desvantagem da ciência. Penso que foi só isto que o João quiz dizer 😉

        abraços

    3. Olá Mónica.

      Deixe que lhe recomende dois blogs, mantidos por médicos, onde se fala frequentemente das evidências para as medicinas alternativas (ou da falta delas). Não são apenas artigos de opinião, aqui discutem-se também os artigos científicos da área.

      http://www.sciencebasedmedicine.org/
      http://scienceblogs.com/insolence/

      Eu não sou da mesma opinião da Mónica em relação a acupunctura, aliás, quanto mais estudos saem mais me convenço de que não passa de um disparate. Segundo os estudos nem sequer interessa o sítio onde se coloca as agulhas, ou se utilizam palitos em vez de agulhas. O efeito da acupunctura simulada é exactamente o mesmo da acupunctura real, isto é, efeito placebo. Os antigos chineses poderiam realmente ter tropeçado em algo que resultasse, mas o conjunto das evidências não parece corroborar essa tese. É claro que isso não impede que a acunpuctura seja mais popular do que nunca, graças a testemunhos anedóticos e publicidade gratuita por celebridades e media… Mas as pulseiras do equilíbrio, cujos fabricantes acabaram por admitir que não faziam nada, também eram muito populares, tive pessoas a jurar a pés juntos que um pedaço de plástico mágico as tinha curado de várias doenças. O poder da sugestão é fascinante e ninguém é imune a ele, somos todos humanos 😉 Daí serem necessários os estudos controlados.

      Cumprimentos

      1. Sobre as Pulseiras:
        http://www.astropt.org/2010/08/01/pulseiras-quanticas/
        http://www.astropt.org/2011/01/05/pulseiras-do-equilibrio-admitem-ser-uma-vigarice/

        Mas há mais em termos de saúde… no dia-a-dia… vejam os artigos do David Marçal sobre a Danone:
        http://www.astropt.org/2010/12/23/danone-activia/

        abraços

  10. Apesar de não se saber todos os detalhes:
    http://theness.com/neurologicablog/index.php/the-complicated-legacy-of-steve-jobs/

    Gostei do comentário do ccbowers:

    “His death made me think about 2 things:
    1. That a single person can make a big difference
    2. A very gifted and intelligent person in one area can make bad decisions in other areas of life.

    I understand that many details are missing due to the level of privacy that he preferred to maintain, but I can’t imagine a senario in which I would wait ~9 months for the surgery in the situation described.

    I hope that these details do eventually come out (or are confirmed) since they may have very important lessons that the general public could benefit from. It is not just about entertainment at all, these are life lessons that must be learned vicariously.”

  11. Notem que eu não critico o Steve Jobs por ter tido a esperança de resolver o assunto sem técnicas intrusivas (operação).
    Eu provavelmente tomaria a mesma atitude, já que me sinto mal em hospitais, ao ver sangue, e a pensar que seria aberto (eu desmaio só com vacinas).
    Por isso, entendo perfeitamente a pressão psicológica do Steve Jobs e não o condeno por isso.

    Só digo que a minha atitude é irracional. E a dele também o foi.

    É a diferença entre a objectividade e a subjectividade.

    A ciência pode curar. Mas as pessoas têm medos irracionais, que podem colocar em risco a sua própria vida (e mais vezes do que se pensa, esse risco concretiza-se da pior maneira).

  1. […] escrevemos sobre Steve Jobs ter morrido devido ao tempo que passou com tratamentos alternativos, neste post. Como o próprio Steve Jobs disse, com arrependimento, numa entrevista antes de morrer: “Eu […]

  2. […] bem (sem entenderem o que é o efeito placebo), pode acontecer aquilo que por exemplo aconteceu ao Steve Jobs: uma vítima famosa entre tantas outras não tão famosas das crenças […]

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