Descobertos 3 planetas e um objecto estranho

Uma equipa de astrónomos estavam a estudar as estrelas HD 240237, BD 48 738, e HD 96127, quando fizeram descobertas extraordinárias.
As 3 estrelas são gigantes vermelhas – são estrelas no final das suas vidas, e que, como o Sol daqui a alguns milhares de milhões de anos, incharam, ficando muito maiores. Nestes casos, o normal será a estrela “comer” os planetas mais próximos (o Sol irá engolir Mercúrio, Vénus, e provavelmente também a Terra).

Em cada uma dessas estrelas foi detectado um planeta a orbitar a estrela respectiva.
No entanto, ao redor da estrela BD 48 738, além de um planeta foi detectado um objecto misterioso que não se conseguiu identificar. Escusam de pensar em OVNIs :P. As possibilidades são: um outro planeta, uma estrela menos massiva (anã vermelha), ou uma anã castanha.

Provavelmente, ao redor destas estrelas, terão existido outros planetas.
Mas quando as estrelas “incharam”, então os planetas foram engolidos.

Dá para imaginar (pura especulação!) que civilizações avançadas tenham existido no Universo no passado… mas entretanto os seus planetas foram engolidos pelas estrelas 😉

Só mais duas curiosidades:
– esta descoberta foi feita com o Hobby-Eberly Telescope, que é o Observatório da minha Universidade.
– o líder da equipa é o Alex Wolszczan, que foi o descobridor dos primeiros planetas fora do sistema solar. Mas como orbitavam um pulsar, ninguém quiz saber deles 🙁

Leiam aqui e aqui.

11 comentários

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  1. Carlos, uma curiosidade, saberia me dizer onde está a dificuldade técnica de saber qual seria o outro objeto (se confirmaram que um deles é um planeta)? Obrigado

    1. Sinceramente, para esta investigação em particular… não sei.

      No entanto, em geral, é mais difícil saber exactamente o que se está a detectar em sistemas com mais de um planeta.
      É mais fácil detectar um planeta do que detectar mais que um no mesmo sistema.

      Exemplo: o Sol é “puxado” pelos planetas. Olhando de outro sistema para o Sol, então pode-se detectar o planeta Júpiter, por exemplo, devido ao Sol “se mexer”. Mas conseguiria-se detectar, por exemplo, Urano? Talvez não. Porque talvez interpretássemos o “puxão” como um planeta com mais massa que Júpiter, em vez de interpretarmos como 2 planetas.
      Só ao fim de vários anos, detectando os “puxões”, e percebendo que por vezes vai mais para um lado, por vezes vai para outro, por vezes o puxão é menor (sinal que os planetas estavam a puxar em diferentes direcções), etc… é que perceberíamos que estaríamos na presença de 2 planetas… e pela “intensidade dos puxões” perceberíamos o tipo de massa com que estavamos a lidar… e assim dava para perceber que tipo de objecto seria.

      Isto é o que eles terão que fazer agora.
      Terão que continuar a estudar o sistema durante alguns anos até perceberem que tipo de objecto será o outro.

      Não sei se consegui explicar claramente…

      1. Olá,

        neste caso, os autores detectaram um planeta em torno da estrela com um período de 393 dias. As observações da velocidade radial indicam que existe um outro corpo no sistema numa órbita mais afastada. A incerteza deriva do facto de as observações existentes não cobrirem ainda um período completo deste corpo mais exterior. Quando tal for conseguido será possível calcular a sua massa mínima e determinar se se trata de um planeta ou uma estrela de pequena massa. Nada de mistérios aqui 😉

        Ab.

  2. Quanto tempo demoraria pra Terra ser engolida pelo Sol?

    1. Normalmente diz-se daqui por 5 mil milhões de anos.

      Mas isto é um processo gradual…

      Daqui por 2 mil milhões de anos, o Sol já estará tão grande e tão forte que já não haverá vida na Terra nem sequer água. 😉

      Temos que fugir todos para Marte… nessa altura Marte será o planeta “perfeito” para a vida tal como a conhecemos 😛 … ou não 😛

  3. “(…) Mas como orbitavam um pulsar, ninguém quiz saber deles”

    ????????????

    1. E parabéns pra equipe de sua Universidade. Isso prova, mais uma vez, que o que existe no Universo pode ser visível e acessível à todos – desde que tenham conhecimento, tempo e, principalmente, $$$$$ 😀

      😉

      1. A equipe não é da minha Universidade 🙂

        A equipe é da Penn State University 🙂

        Utilizaram foi o nosso observatório 😀

        • Cavalcanti on 06/11/2011 at 20:10

        “(…) A equipe não é da minha Universidade”

        É porque na frase “E parabéns pra equipe de sua Universidade” eu deixei uma mensagem subliminar:

        “(…) por terem disponibilizado o seu Observatório. ”

        😀

      2. LOL 😀

        é normal 🙂

        Os observatórios são utilizados por muitas equipas… logo que tenham projectos credíveis 🙂

    2. Sim 🙂

      Esses resultados foram publicados em 1992.

      No entanto, considera-se que o primeiro exoplaneta foi descoberto em 1995 por Michel Mayor e Didier Queloz, já que orbitava uma “estrela normal” 😉
      http://en.wikipedia.org/wiki/Extrasolar_planet#Confirmed_discoveries

      Para ser historicamente correcto, em 1988, já tinha sido detectado um exoplaneta, mas só foi confirmado em 2003.

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