Planetas em órbita de KIC 05807616 poderão ser um Júpiter partido?

Em Dezembro do ano passado, o CAUP dava-nos esta notícia:
“Esta equipa detetou dois candidatos a planetas à volta da estrela KIC 05807616 (ou KOI 55), uma sub-anã do tipo B. Esta estrela é extremamente quente (com a temperatura à superfície a exceder os 27 450 ºC) e é basicamente o núcleo exposto de uma antiga gigante vermelha.
Os planetas KOI 55.01 e KOI 55.02, com respetivamente 0,76 e 0,87 vezes o diâmetro da Terra, foram detetados através de asterossismologia, uma técnica que mede as oscilações naturais das estrelas (algo semelhante a sismos nas estrelas). Estas oscilações provocam variações no brilho da estrela e tornam possível “observar” a sua estrutura interna. Ao medir estas oscilações, a equipa encontrou duas variações periódicas de brilho, com períodos de 5,8 e 8,2 horas respetivamente, oscilações demasiado lentas para terem origem na estrela em si.
Um dado surpreendente acerca destes candidatos a planetas é a distância a que se encontram da estrela – cerca de 900 mil e 1,14 milhões de quilómetros da estrela (64,5 e 50 vezes mais próximos que Mercúrio está do Sol, respetivamente).
A ser confirmada a existência destes planetas, significa que estes seriam gigantes gasosos, que terão sido atraídos para dentro da estrela na fase de gigante vermelha, mas massivos o suficiente para não serem completamente consumidos. Quando a fase de gigante vermelha da KIC 05807616 acabou, há cerca de 18 milhões de anos, o núcleo sólido desses planetas sobreviveu ainda intacto.”

Agora, um novo estudo sugere que esses 2 planetas serão fracturas de um planeta como Júpiter que se partiu ao aproximar-se demasiadamente da estrela.
Originalmente poderá ter havido um planeta gigante gasoso 5 vezes mais massivo que Júpiter. Ao se aproximar da estrela, perdeu todo o gás, e ficou somente o seu núcleo rochoso. Ao continuar a aproximar-se, esse núcleo partiu-se em vários bocados do tamanho da Terra.
A hipótese também diz que poderão haver outros pedaços de núcleo em órbita da estrela, e por isso será possível virmos a detectar outros pequenos planetas a orbitarem essa estrela.
Mais observações e estudos são precisos…

Leiam este artigo, e o artigo científico.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Verified by MonsterInsights