Já tínhamos escrito sobre o plano espacial da administração Obama, que inclui missões a asteróides, e quiçá ter no ano 2030 humanos a pousar em asteróides, como propôs a Comissão Augustine.
Entretanto saíram artigos fomentando uma missão deste género, como a que é conhecida como Plymouth Rock, para explorar asteróides próximos da Terra.
E agora, a empresa privada Planetary Resources pretende mesmo fazer isso dentro de 10 anos.
Com investidores como James Cameron (realizador dos filmes Avatar, Titanic, entre outros) e Larry Page e Eric Schmidt, da Google, a empresa pretende extrair água, metais preciosos (platina, ouro, etc) e minerais raros de asteróides na órbita da Terra.
Segundo um dos fundadores da empresa:
“Se olharmos, do ponto de vista histórico, para aquilo que levou a Humanidade a fazer os seus maiores investimentos na exploração e transporte concluímos que foi a procura de recursos, sejam eles as especiarias no caso dos europeus ou a corrida ao ouro, petróleo, madeira ou terras na América. Tudo aquilo a que damos valor na Terra – metais, minerais, energia, água – existe em quantidades quase infinitas no espaço.”
Leiam este artigo do Phil Plait com os diferentes passos que planeiam percorrer.
O primeiro passo será dado já em 2014, com o lançamento do primeiro de uma série de telescópios que vão procurar asteróides ricos em recursos minerais.
Assim, o espaço será aberto ao sector privado e para efeitos comerciais.
Tendo em conta que a Google pretende dominar o mundo em diversos sectores, e tendo em conta que James Cameron já demonstrou ser um sucesso comercial e ser bastante paciente (esperou uma data de anos para ter a tecnologia desenvolvida para o Avatar), então parece-me que não devo duvidar do objectivo das pessoas que constituem a empresa.
Quiçá o objectivo desta empresa abrirá finalmente o espaço a todos…
Leiam em português, no Público e BBC Brasil.
O Jon Stewart fez um segmento engraçado sobre isto, onde até entrou o Neil DeGrasse Tyson:
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Eu apoio incondicionalmente a exploração do Universo, do ponto de vista do seu conhecimento cada vez mais avançado. Mas a exploração de minérios em asteróides,francamente, não basta já o que se faz no nosso Planeta?!!! Um exemplo bem próximo. Em nome de ideais(que ideais?), faz-se uma guerra no MALI cuja causa primeira, penso eu, é a existência de ouro e urânio sob as areias do deserto.
Um abraço.
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Links sobre isto:
http://www.state.gov/www/global/arms/treaties/space1.html
http://www.oosa.unvienna.org/oosa/en/SpaceLaw/index.html
http://www.astropt.org/2011/05/05/direito-espacial/
E a nossa thread:
http://www.facebook.com/astropt/posts/368450993190394
Carlos,
Estou sempre de olho numa sugestão ou outra de livros sobre astropolítica no blog da Vera Gomes, mas essa indicação, brasileira, realmente me chamou a atenção, não apenas porque é em português, mas porque é uma perspectiva brasileira. Sempre tentei conciliar o curso de direito pelo interesse por astronomia em geral, livros como esse certamente me são muito valiosos 😀
Obrigado!
Author
Excelente 🙂
Fico feliz por ter ajudado na integração de 2 áreas de que gosta 😉
Ui…se o direito espacial está dependente das Nações Unidas…já todos sabemos os resultados que vão sair daí…
:p
Mas obrigada pela informação! 😉
Estas explorações têm sempre duas perspetivas. Levará a um grande avanço na astronáutica e engenharia, elevará a civilização a um novo patamar, uma civilização espacial.
Mas, por outro lado, trás o problema da legalidade. A quem pertencem os minerais e os asteroides? Têm algum direito, estas empresas, de explorar o que, na verdade, pode pertencer a todos nós? Por que razão devem ser elas a lucrar facilmente e não outro qualquer? Mesmo que sejam aplicados impostos aos produtos, quem deverá receber esses impostos? Os EUA? Ou todo o mundo, já que o espaço, a meu ver, não é norte-americano? São alguns problemas ainda por resolver.
Apesar de tudo, fico contente que esse passo seja dado e que o seja em asteroides. Não asteroides emblemáticos ou planetas-anões (muito menos em planetas), mas nesses asteroides, com pouco interesse, basicamente, pedaços de rocha.
O comentário do Filipe vai no sentido do que eu tenho vindo a pensar ao ler as notícias relacionadas com este tema nos últimos dias…
Por um lado, meu instinto “explorador” e científico fica entusiasmado com a perspectiva dos avanços tecnológicos que este empreendimento vai trazer.
Por outro lado, o meu instinto ético fica a pensar como é que esta actividade vai ou deve ser regulada? A quem pertencem os corpos celestes para serem explorados?
Author
Bem, sinceramente penso que essa questão não se põe 😉
Da mesma forma que o Oeste Americano, ou a Austrália, etc… eram de quem? Eram de quem chegasse lá primeiro para explorar 😉
E quem é que lá chegou primeiro?
Não foram os “exploradores” europeus…as terras não estavam inabitadas! E todos sabemos os “belos” resultados dessa exploração (palavra bem aplicada).
Queremos continuar com essa (falta de) ética?
Em princípio, aqui não há outros seres a ter em conta, por enquanto…mas ainda assim acho que é uma questão de ética válida.
Acredito que o benefício das explorações minerais em asteróides seja ligado a explorações espaciais mesmo.
Com a tecnologia correta, seria mais barato confeccionar naves e estações espaciais com metais retirados já do espaço, doq contrui-las aqui, com metal daqui e leva-las ao espaço.
Trazer para cá, metais do espaço acho pouvo viável, afinal aqui ainda tem muito metal, novas tecnologias poderão encontrar metais em locais mais profundos da Terra, e estes seriam mais “baratos” doq os espaciais.
Mas algum material raro na Terra, pode sim ser extraído do espaço com vantagens econômicas.
Author
Preocupações na nossa thread no Facebook 😉
http://www.facebook.com/astropt/posts/368450993190394
Espero que isso poupe o nosso planeta, e que haja uma ética de exploração (asteroides nem precisa, mas de planetas…)
Os benefícios científicos estão intrínsecos. Acredito que nem os fazem expô-los aqui neste comentário.
Entretanto, “pseudologicamente” falando, não veria com bons olhos outras implicações:
1) Li, recentemente, no sítio “Tecmundo”, que a comissão da Casa Branca, pretende estimular empresas privadas (assim como já está exposto em teu artigo, Carlos 😉 ) atraírem asteróides pequenos (até 10 toneladas) próximos à órbita terrestre (leia-se: estações espaciais). A pergunta que penso ser feita é: suponhamos que este projeto seja um sucesso no que se refere à pequenos corpos celestes. Posteriormente, surge um asteróide de 1km de diâmetro, dos quais apenas 10% deste seja rico em metais preciosos. caso não esteja em rota de colisão com a Terra, vamos deixá-lo seguir seu curso ou nossa voracidade e por muitas vezes, gananciosa, falará mais alto e arriscaremos atrair um trambolho deste pra cá? Refiro-me dessa forma porque penso (posso estar equivocado 😉 ) que a mesma tecnologia para atrair um asteróide de pequeno porte não seria a mesma para atrair um de 1 km de diâmetro.
O que pensas, Carlos (e o pessoal)?
Abraços.
Author
Pessoalmente, tenho a mesma opinião do Kelvin Paul: qualquer falhanço é um sucesso tremendo :). O que conta é inspirar as novas gerações 😉
Mas sinceramente, tendo em conta os investidores, eu não duvido do sucesso deles 😉
Quanto a mudar asteróides de órbita e pô-los em direcção à Terra… seria um “twist” giro no objectivo de exploração… 😛 … quiçá o James Cameron ainda nos vai pôr a todos com uma “nota de resgate” 🙂 ehehehe 🙂
Cavalcanti, não dê ideias de filmes ao Cameron 🙂 ehehehe 🙂 seria mais um sucesso de bilheteira 🙂
Fico feliz com o “apoio”, Carlos =D
Olha, agora vocês tiveram umas ideias legais. Não vou me surpreender se os próximos filmes do Cameron apelarem descaradamente para a publicização de histórias que mostrem a importância da exploração espacial, consciente, do espaço. Para um cineasta que tem os dois filmes que mais renderam na história, e que foi um dos pouquíssimos a descer na Fossa das Marianas, não me admira que o marketing da Planetary Resources vai ser um dos mais criativos dos próximos anos 😀
Conforme li em outros sites e artigos, já no dia que a PR anunciou publicamente sua existência, a MoonExpress também anunciou os planos dela para minerar a Lua. Essa foi a parte mais legal disso tudo, mostra que a concorrência existe; um estimulo para novas empreitadas e ideias.
O que teremos nos próximos anos será uma maior discussão dos tratados internacionais de exploração do espaço e dos corpos celestes, nesse caso, acredito que a situação citada pelo Cavalcanti será mais rigorosamente regulada, conforme ela certamente passará pela mente dos investidores mais gananciosos e mesquinhos.
Esses caras deveriam ganhar o Nobel da Paz, ou similar, quando os primeiros bons resultados aparecerem; porque eles vão falhar, e muito.
Mas mesmo que possa vir a ser um enorme fracasso financeiro, a Planetary Resources já nasceu como um grande sucesso inspiratório. Pela primeira vez na história um grupo de pessoas teve coragem de dizer que é possível e, acima de tudo, que VÃO fazer isso, vão minerar asteróides.
O próprio Eric Anderson, CEO, disse na comitiva que eles vão falhar, mas não vão desistir…não vejo qualquer desmotivação em anunciar para o público e os investidores que eles terão muito mais problemas que o normal; eu vejo realismo, coragem e determinação de serem pioneiros em algo que sempre pareceu um sonho distante de uma geração que se quer ainda existe.
Vou aplaudir de pé cada falha e sucesso que eles alcançarem =D
[…] Lua canceladas, plano, aprovado. Don Nelson. Robot. Visão. Missão a Asteróides: Plymouth Rock. Planetary Resources. […]
[…] por vezes mostram humanos-mineiros a recolher recursos em asteróides. Como sabem (artigos 1, 2, 3), existem empresas privadas a querer ser as primeiras a conquistarem esses novos […]
[…] Há cerca de 8 meses atrás, a empresa privada Planetary Resources anunciou que iria colocar em prática este plano em 10 anos. Com investidores como James Cameron (realizador dos filmes Avatar, Titanic, entre outros) e Larry Page e Eric Schmidt, da Google, a empresa pretende extrair água, metais preciosos (platina, ouro, etc) e minerais raros de asteróides na órbita da Terra. Leiam aqui. […]