Hoje foi o grande dia. Como devem imaginar todos aqui no CERN estavámos contentes e satisfeitos.
Em particular também sinto que contribui um pouco, assim como milhares espalhados pelo mundo, para este marco histórico, ao emprestar tempo do meu computador para correr dados usando o LHC@home.
O que hoje foi dito é que de facto existe ali uma partícula nova.
Nos anos 60 do século passado, independentemente, Peter Higgs, Francois Englert, Robert Brout, Gerald Guralnik, Dick Hagen y Tom Kibble, propuseram precisamente, que o universo estava cheio dum campo, mais tarde chamado Campo de HIGGS. As interacões das partículas com este campo faz com que adquiram massa. Podemos imaginar o espaço cheio destas partículas virtuais (bosões de Higgs) que ao interagir com as partículas provoca “dificuldade” para moverem-se. O que significa que as partículas adquirem inércia e massa. Mas não podemos medir o bosão directamente. Logo, temos de recorrer à colisão de partículas para o observar. Para isso temos de ter um grande número de eventos e resultados estatísticos significativos, pois tudo se passa rapidamente nos detectores do LHC. As partículas após a colisão irão decair rapidamente em outras. Um dos decaimentos é a formação de um par de fotões. O que aconteceu agora foi a detecção de esse par com uma significância estatística de cinco desvios padrão (mais do que o esperado pelos cientistas que era de 4,7 desvios padrão). |
A região onde poderia estar o bosão de Higgs foi delineada em 2011. Veja-se o pico na região dos 125 GeV nas figuras seguintes:
Veja-se agora os resultados obtidos em 2012:
Agora a combinação dos dois decaimentos (2011+2012):
Agora que foi vista uma cara familiar ao longe é necessário ver de perto se é de facto a pessoa que estávamos a pensar. Por isso, isto não é o fim, apenas o começo.
Mais informação que pode ser consultada:
- Artigo do Público (em Português).
- Press release CERN (em Inglês).
- Artigo no LHC-closer (em Espanhol).
1 comentário
Obrigada pela partilha…apesar de difícil de “visualizar 🙂