Mars Reconnaissance Orbiter fotografa a descida do Curiosity!

A descida do robot Curiosity vista pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter.
Crédito: NASA/JPL/University of Arizona.

Espectacular! A Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) conseguiu fotografar o Curiosity pouco depois de ter aberto o seu gigantesco paraquedas! Em 2008, a MRO já havia conseguido obter uma imagem da Phoenix durante a sua descida até às planícies de Vastitas Borealis. 4 anos depois, a venerável sonda da NASA repete a proeza, desta vez retratando a chegada do mais recente visitante do planeta vermelho. Que dia magnífico!

15 comentários

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    • Flávio Silva on 07/08/2012 at 12:12
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    Eu ultimamente tenho recebido criticas sobre esta missao a marte e sobre os seus custos,,,o que podemos dizer ás pessoas sobre isto?

    1. Olá Flávio,

      Esta missão teve um custo total de 2,5 mil milhões de dólares. É sem dúvida a mais cara missão da NASA. Ainda assim corresponde a cerca de 1/40 do que os americanos gastaram na Guerra do Golfo entre 1991 e 1992, e a menos de 1/450 do total gasto em operações militares desde o atentado de 11 de Setembro até 2010 (fonte: http://www.fas.org/sgp/crs/natsec/RS22926.pdf).
      Se considerarmos que toda a missão foi paga pelos americanos (o que não é verdade porque houve a contribuição de outros países, incluindo o Canadá e Espanha), então coube a cada cidadão uma despesa aproximada de 8 dólares. Tendo em conta o retorno em termos científicos e culturais que esta missão terá, parece-me que esta factura é irrisória. 😉

    2. Flávio, essa é uma boa pergunta e pensei numa resposta que expandiria a visão dos questionadores a respeito das consequencias dos investimentos, mesmo em pesquisas muito específicas, de resultados com benefícios questionáveis, como essa.

      Diga a eles que missões como essa empregam muitas pessoas, pessoas muito especializadas, que têm boa renda e pagam muitos impostos. Nos próximos dois anos dessa missão, que pode durar dez anos, 750 pessoas da NASA vão se revezar, em grupos, para controlar, gerenciar, estudar a gerar conhecimento a partir dos dados de todos os sistemas da sonda. Que para projetá-la e montá-la, os mais de dois bilhões de dólares não foram “incinerados”, pagaram projetos de empresas, equipamentos, desenvolvimento de novas tecnologias, ou seja, todo investimento foi usado aqui mesmo na Terra. Mais, a tecnologia produzida para criar a sonda quase certamente formará mais empresas e produtos, isso é praxe de acontecer, que por sua vez vão gerar mais empregos, rendas, impostos.

      Há o uso do dinheiro que foi previsível (citado), mas há um bom lado imprevisível, também. Nesse caso, cite a eles o caso mais clássico, a internet e o CERN. Jogar muito dinheiro no CERN durante décadas para estudar como a matéria funciona é um exemplo semelhante, muitos questionam, “para que colocar bilhões de dólares no CERN, no LHC para algo sabe-se lá que aplicação real terá?”. Mas foi no CERN, de uma necessidade própria do CERN, que saiu algo imprevisto e que o mundo inteiro usa agora, a tecnologia e conhecimento que criou a internet. Internet que, muito básica quando foi criada no CERN em 1989, para atender a necessidade só do CERN, de distribuir os dados coletados pelos experimentos entre os pesquisadores, virou uma aplicação mundial e, meros 20 anos depois, agora são milhões de empregos em muitas áreas, desde design, produção de software, de sistemas computacionais, de hardwares, e fez aparecer centenas de milhares de pequenas empresas que dão suporte e educação na área, inclusive de serviços que hoje barateiam os custos operacionais das empresas. Há ainda os benefícios indiretos, a internet democratizou a informação e conhecimento, escancara problemas ideológicos e de mal uso de poder de governantes, através dela se pode cobrar melhorias sociais e transparência pelo poder de expressão não só de organizações civis, mas por um único individuo, que na ação dele em blogs pessoais ou em rede sociais podem provocar mudanças que repercutem positivamente na vida de todos. Qual o valor disso? Intangível.

      Tudo isso adveio de uma grana alta investida no CERN, e que não custou em si quase nada, mas investimentos no CERN muita gente questionou, a agora se vê que se pagou só com o advento da internet, alguém duvida disso? Se formos medir o impacto em renda, empregos, impostos, negócios, aumento de consciência das pessoas, a internet exponenciou e expandiu o investimento feito no CERN. Muita gente hoje, de todos os lugares do mundo, vive de renda como fruto de uma invenção que foi paga por dinheiro público de muitos países, indiretamente, num projeto que é muito específico e teve como “sobra” a internet. No caso da sonda pode-se esperar algo não exatamente nessa dimensão, mas com certeza algum benefício indireto haverá, sempre tem. Agora, o uso dos recursos aqui mesmo, para construí-la, em salários, tecnologia e no conhecimento que advirá, já foi um bom uso, não foi “incinerado”.

      Se é preciso relativizar os investimentos com outras situações para saber onde melhor investir, o Paulino deu uma dica, só os EUA gastam o valor de duas sondas POR MÊS no Afeganistão, quer mal uso maior?

      http://questoesdaciencia.tumblr.com/image/28933787340

      Já outros políticos gastam em estádios de futebol bilionários ao invés de hospitais, outros em corrupção, outros escondem os olhos para a ineficiência energética, por exemplo. Qual o custo pelo impacto ambiental do uso de chuveiros elétricos no Brasil? Alto em relação a outras soluções já existentes. Qual o custo das Olimpíadas (uma competição de elite) ou da Formula 1? Geram empregos, patrocinadores, movimentam economias, mas peguemos o caso das Olimpíadas, não seria melhor investir o dinheiro em situações de melhoria da condição saudável das pessoas de TODO um país ao invés de investir em pessoas que têm um DNA de elite para ganhar algumas dúzia de de medalhas? O que vale mais para uma sociedade de um país, a falta de investimentos em uma política pública de saúde, gerando 60% obesos e 40 medalhas de ouro pelo investimento em atletas de elite, ou um país de 90% de pessoas que praticam uma atividade física básica se mantendo saudáveis e sem nenhuma medalha? (Esse não é o nosso, infelizmente, não temos as medalhas e já temos alto nível de obesidade).

      Enfim, a discussão é boa porque os recursos são sempre escassos, mas é difícil que não haja bom retorno sempre que se investe na expansão do conhecimento, a sonda vai aumentar nosso conhecimento e exigiu a criação de mais conhecimento para levá-la até lá. Já os investimentos “incinerados” sempre advém do mau uso deles pela ignorância (falta de conhecimento), incompetência ou pela má intenção.

        • Kelvin Paul on 17/08/2012 at 21:49

        O comentário do Jonas merecia conversão para um post dedicado [além dos outros 2 que foram publicados recentemente] 😀

        Realmente foi uma análise muito boa!

      1. Concordo. 😉

        Já andei a colocar este link do comentário dele nos outros posts… poderia converter em post 😉

      2. Feito 😉

        http://www.astropt.org/2012/08/17/custos-do-curiosity/

        Obrigados, Jonas pelo comentário e Kelvin pela dica 😉

  1. De louvar o que aconteceu ontem.
    Partilho também aqui um video de cair o queixo:

    http://www.nasa.gov/multimedia/videogallery/index.html?collection_id=18895&media_id=149974611

  2. Espírito, Oportunidade e agora, Curiosidade… Difícil não lembrar da sensação que tive no fim de 2004 com a chegada da Cassini em Saturno e Huygens em Titã. Nesse ano revivi com a Dawn chegando a Vesta, mas em Marte a questão é outra: É um laboratório super-sofisticado pousado lá, na superfície, e a expectativa mundial em torno dessa máquina é uma sensação única…
    Muitos dizem, a conquista não é nossa, é dos americanos… soube que há até americanos que dizem: a conquista não é nossa, é da Nasa.
    Mas eu descordo: – Essa conquista é de todos nós, é a nossa geração que vive essas jornadas e usará seus dados para estudos por décadas, passando esses dados adiante via novas gerações. Essa conquista é nossa porque a agência espacial generosamente compartilha isso com todos, gratuitamente esses dados são mostrados, e não algo pra “se mostrar capaz”, nem uma “campanha publicitária”, é uma questão de humanidade. Uma aventura espacial é algo que vale pra todos nós, é uma obra humana que está indo lá, como os jogadores da nossa seleção para uma copa do mundo. E independente de publicidades e orçamentos, mas por uma razão muito maior, a Nasa compartilha isso porque é de acordo com esse pensamento, de que essa conquista é de todos nós para todos nós.
    É o que eu penso 🙂

      • Alex Romualdo on 07/08/2012 at 23:52
      • Responder

      Pois é exatamente da mesma maneira que penso!
      Parabéns a humanidade!

    1. Eu lembra-me de ser muito mais novo e ver a chegada do Soujourner, a Marte, em 1997.
      A internet na altura era um bébé e não a tinha em casa. Mas vi na televisão, que a RTP fez uma emissão durante toda a noite, com essa missão. Estive toda a noite acordado, colado à TV 🙂

  3. Não posso deixar de pensar na famosa seqüência de abertura do filme de Stanley Kubrick , “2001, A Space Odyssey”!

  4. 1. Bóson de Higgs encontrado;
    2. Lista de planetas extrasolares potencialmente habitáveis aumentada;
    3. Pouso fantasticamente executado da Curiosity em Marte

    Mal posso esperar o que ela vai encontrar lá ಥ_ಥ

    Obrigado, Ciência, por me fazer alguém mais feliz em saber como a natureza e o Universo orquestram sua ópera!

    1. Este ano parece que vai ser bom… 🙂

      só falta o mundo acabar em dezembro 😛 ehehehe 🙂 Just Kidding! 😉

  1. […] paraquedas do Curiosity foi o maior alguma vez utilizado numa descida até ao planeta vermelho. Inteiramente aberto na atmosfera marciana, o seu diâmetro ultrapassava os 15 metros, o suficiente para abrandar a descida do robot de 899 kg […]

  2. […] escrevi sobre este assunto, aqui e aqui. E o Marco Filipe escreveu este post.Mas após esta pergunta do leitor Flávio: “Eu ultimamente tenho recebido criticas sobre esta missão a Marte e sobre […]

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