2013, e agora?

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Estamos entrando em 2013, e como o mundo não acabou (de novo), só nos resta estimar pelas coisas magníficas e transformadoras que o avanço tecnológico trará no futuro científico. Aí talvez alguém pergunte: porque separar o avanço científico do avanço humano? Simples: no geral, a humanidade infelizmente não está acompanhando o próprio progresso científico e tecnológico.

Basta ver que na época em que damos passos formidáveis no rumo da galáxia, descobrindo um Universo cheio de “extraterras”, ainda há vastos grupos sociais acreditando em céu e inferno, terra-chata, cenários proféticos, planetas apocalípticos e ainda em conspirações de cientistas malvados querendo derrubar a igreja e dominar o mundo. Sinistro…

O fato é que a cada “momento fim de mundo”, como esse 2012 e os outros apocalipses que não aconteceram e outros mais que não vão acontecer, a humanidade leva lições seguidas que talvez um dia aprenda: a sua vida está em suas mãos, e não em textos proféticos e histerias públicas de autores desconsagrados e mídias da desinformação, que infelizmente são atuantes até em canais que deviam ser os da informação e do conhecimento.

Tudo começa pela educação, a educação tirou nações inteiras da ruína, e é nossa melhor e única opção para colocar as próximas gerações no caminho do desenvolvimento intelectual. Aqui somos apenas divulgadores de ciência, mas podemos fazer uma importante diferença ao não ficar apenas limitados ao blog e aos comentários e diálogos locais, minha sugestão é que levemos esses conhecimentos às escolas, às palestras, às conversas com os amigos, enfim, disseminar as curiosidades incríveis e reais que a astronomia apresenta, e que com certeza são muito mais fantásticas que planetas fantasmas e profecias estapafúrdias; não simplesmente por essas curiosidades serem reais, mas por serem muito mais instigantes, e abrirem um vasto leque de mistérios relacionados a serem acompanhados nas novas descobertas, e o jovem poderá crescer sabendo que um dia poderá desvendar ou acompanhar em seu tempo essas novas descobertas. É inegável o fato que a sensação de descobrir algo novo é muito melhor que ter a obrigação de ter fé e aceitar coisas sem sentido que alguma pessoa do passado escreveu profeticamente e disse que é verdade e pronto! E é desse jeito que a ciência legítima vai erradicar dessas mentes as pseudociências.

Ah, as profecias… se eu fosse um sumério ou maia e visse o futuro, o tempo em que vivemos hoje, eu esperaria ver pessoas excepcionalmente instruídas, tendo em suas mãos o aprendizado de milênios à minha frente, tendo respondidas as maiores questões que eu como um homem do passado fiz… mas aí eu vi sensacionalistas malucos e cinemas poderosos fazendo filmes realísticos em 3D inspirado em traduções confusas sobre aquilo que meu povo escreveu. Eu estaria vendo que num século com naves espaciais e uma rede mundial de conhecimento fotônico, as pessoas fazem por sua cultura e seu desenvolvimento sustentável menos que nós aqui com pedras, martelos, madeiras e tinta… não haveria outra coisa a pensar, o mundo evoluiu, e a humanidade não.

O que mais assusta é o poderio crescente de tecnologias como armamentos, engenharia genética, nanotecnologia, e rede mundial nas mãos do subdesenvolvimento intelectual, de mentes fanáticas e o que mais se pode temer: de mentes com interesses mesquinhos. Por isso, considero que quando defendemos a verdade científica, a responsabilidade e a ética ao divulgar e tratar sobre esses temas, assim como quando lutamos para acabar com a disseminação das pseudociências e a atividade da trolagem nos sítios, não estamos apenas defendendo valores do trabalho científico, estamos defendendo o avanço intelectual, estamos ajudando a construir um censo mais científico nas pessoas que buscam a informação. E é claro, a mentalidade intelectual e responsável que ajudarmos a formar saberá viver da maneira certa o mundo tecnológico desse futuro, cada vez mais, um Futuro do Presente.

Abraços, um ótimo 2013 a todos.

2 comentários

  1. A pouco toquei neste assunto (virtualmente), no caso a respeito da evolução moral estar muito aquém da evolução científica.
    Tanto que pediria inclusive aos cientístas mais céticos, darem uma folga na sentença de morte a Deus.

    Porque o temor a Deus ainda é últil, para alguns terem algum freio na hora de cometer crimes.
    (apesar de

    Hoje podemos falar com alguém do outro lado do mundo, instantaneamente, fazemos viajens espaciais, descobrimos os segredos da matéria.
    Mas continuamos matando a nós mesmos, assim como fazíamos a milênios atras, só que agora com mais eficiência.

    1. Não acho que o temor a Deus seja algum freio eficiente ao criminoso por mais devoto que seja, e geralmente não é, assim como o temor aos pais não serve de forma absoluta na educação de uma criança – com ou sem medo, ainda será um pestinha, talvez o medo só agrave tudo, na forma de revolta. Mas em fim, ninguém determina a morte de uma crença quando mais de um terço da raça humana ainda a tem e a conserva. Acho que tudo está na pessoa, se ela é religiosa, essa crença pode despertar o seu melhor, na forma de atos como autruismo e caridade, assim como o seu pior, na forma de preconceito aos que não partilham de sua crença – depende exclusivamente da pessoa. Assim como a propria ciência – ou você salva vidas ou cria a bomba atomica. 🙂

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