Ficção Científica tem agora um avaliador científico

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Já pensaram na quantidade de vezes que lêem uma história de Ficção Científica ou vêem uma série ou um filme na televisão, a pensar que será um tempo passado de excelente forma, e depois percebem que afinal foi uma perda de tempo porque aquilo era demasiado disparatado e sem ciência nenhuma?

Mesmo aqui no AstroPT de vez em quando fazemos avaliações a filmes que vemos e histórias que lemos.

Agora existe mesmo um avaliador oficial: Washington Academy of Sciences – Academia Nacional de Ciências de Washington.
O grupo que se formou em 1898 com o cunho de Alexander Graham Bell vai introduzir um selo de credibilidade quando as histórias forem credíveis de um ponto de vista científico.
Ou seja, basicamente os autores podem submeter as suas histórias em livro ou filme, e eles vão passar por uma “avaliação por pares”, neste caso de cientistas, tal como se faz a avaliação dos artigos científicos. Se passar com nota positiva por essa avaliação, então recebe o selo de credibilidade científica.

Este programa de certificação científica está em actividade desde Junho de 2012.

Leiam aqui e aqui.

Selo de Credibilidade Científica

Selo de Credibilidade Científica

10 comentários

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  1. Bom, somente auto-reflexão…

    1) Uma agência avaliadora oficial científica para avaliar… FICÇÃO científica? Os critérios adotados não seriam, já de início, rigorosos para avaliar uma coisa que é somente ficção? Ficção científica é estória que pode conter elementos de história. Ciência, nesse caso, é pura história. Ficção científica não.

    2) Se leio um conto sobre vida inteligente em Marte , após minha imaginação deixar minha razão ser a bola da vez, o mínimo de sensatez é perguntar à qualquer astrofísico ou astrobiólogo se de fato existem marcianos lá. Estupidez é sair por aí que agora existe marcianos verdes com anteninhas como se isso fosse uma verdade – e pior, acusando todos os cientistas de estarem escondendo os mistérios do Universo. Claro, todos os anos vemos o quanto a Ciência está errada e estes pseudos estão corretos. Se existir vida inteligente por essa vastidão, não será nenhum mistério. A surpresa seria existir vida inteligente – num pálido ponto azul (Carl Sagan) ou pontinho verde-azulado (George Calin) – a que chamamos de planeta Terra. O que me remete ao tópico 3.

    3) Acredito que isso acabará com aquilo que é o mais belo em contos: a não-limítrofa criatividade, assim como a imaginação, permitindo uma maior capacidade em criar estórias. Penso que não cabe a criação de um órgão oficial avaliador em ficção científica. Quem tão somente deveria avaliar são os leitores que, ao final de uma estória, se sentirem maravilhados ou não – mesmo que fossem inverdades contidas num contexto maior que seria a verdade. Penso que isso não é fazer comunicação científica e levar a Ciência ao maior número de pessoas que pudermos. Infelizmente, os pseudos até nisso atrapalham: vêem filmes como Impacto Profundo, por exemplo, onde contém inverdades em meio à realidade de um dia outro asteróide se chocar novamente com a Terra e, posteriormente, de um modo completamente irresponsável, ficam publicando textos fomentando pânico infundado às pessoas, fazendo associações imbecis como o Elenin-Ocultação-do-Governo-Fim-do-Mundo-Iminente, como se tudo fosse conspiração da Ordem Illuminati – onde acabam por serem as maiores ferramentas destes.

    De resto, se um cidadão fica maravilhado com uma estória de ficção científica, o mínimo que se espera (tratando-se de um adulto ponderado; as crianças já questionadoras por natureza e, dada a sua maior inocência, qualquer pergunta vinda destas não podem ser consideradas com sendo imbecis) é, antes de tudo, perguntar àqueles que estão claramente na área científica (já agora o mundo real) se tal fato que viu ou leu é realidade ou não. Porém, direcionam seus desejos mais íntimos em tragédias e catástrofes de todo tipo no mesmo saco porque não reconhecem que não conseguem mudar o mundo individualmente (com o deboche e os egos nas alturas), estando todos eles no mesmo patamar do que eles adoram chamar de “gado”: a grande maioria da população – que vive com desinteresse pelas coisas da Ciência.

  2. Gosto da ideia, mas penso que é importante manter a capacidade de se ver as coisas com as devidas “nuances” ( Nuance is a small or subtle distinction ) http://fr.wikipedia.org/wiki/Nuancier

    Por exemplo, que nota teria a viagem á Lua de Mélies? http://en.wikipedia.org/wiki/A_Trip_to_the_Moon
    Quanta matemática correcta existe neste livro ( http://en.wikipedia.org/wiki/From_the_Earth_to_the_Moon ) do Júlio Verne?

    In his 1903 publication on space travel, Konstantin Tsiolkovsky refuted Verne’s idea of using a cannon for space travel.
    However, he was nevertheless inspired by the story and developed the theory of spaceflight.
    http://en.wikipedia.org/wiki/Space_gun#Acceleration

    A National Academy of Sciences também tem algo semelhante…

    Sugestão: http://www.forum-mergulho.com/index.php?/topic/21864-the-science-entertainment-exchange-ligando-os-filmes-com-a-ciencia-e-tecnologia/

    Link: http://www.scienceandentertainmentexchange.org/

    Site: http://www.nasonline.org/

    The National Academy of Sciences (NAS) is an honorific society of distinguished scholars engaged in scientific and engineering research, dedicated to the furtherance of science and technology and to their use for the general welfare.
    The NAS was established by an Act of Congress that was signed by President Abraham Lincoln on March 3, 1863, at the height of the Civil War, which calls up the NAS to “investigate, examine, experiment, and report up any subject of science or art” whenever called upon to do so by any department of the government. Scientific issues would become more complex in the years following the war, and to expand the expertise available to it in its advisory service to the government, the NAS created the National Research Council under its charter in 1916. To keep pace with the growing roles that science and technology would play in public life, the National Academy of Engineering was established under the NAS charter in 1964, and the Institute of Medicine followed in 1970.

    Since 1863, the nation’s leaders have turned to these nonprofit organizations for advice on the scientific and technological issues that frequently pervade policy decisions. Most of the institution’s science policy and technical work is conducted by its operating arm, the National Research Council (NRC), which was created expressly for this purpose and which provides a public service by working outside the framework of government to ensure independent advice on matters of science, technology, and medicine. The NRC enlists committees of the nation’s top scientists, engineers, and other experts, all of whom volunteer their time to study specific concerns. The results of their deliberations have inspired some of America’s most significant and lasting efforts to improve the health, education, and welfare of the population. The Academy’s service to government has become so essential that Congress and the White House have issued legislation and executive orders during the years that reaffirm its unique role.

    The Academy membership is composed of approximately 2,100 members and 380 foreign associates, of whom nearly 200 have won Nobel Prizes. Members and foreign associates of the Academy are elected in recognition of their distinguished and continuing achievements in original research; election to the Academy is considered one of the highest honors that can be accorded a scientist or engineer. The Academy is governed by a Council consisting of 12 members (councilors) and 5 officers, elected from among the Academy membership. Dr. Ralph J. Cicerone is the president of the National Academy of Sciences.

  3. Acho muito bem, bem mais útil que os ratings das “sucursais” da GS.
    O filme Prometheus não sei se passava.
    90% da programação do canal SciFi, era reprovada garantidamente.
    A adpatação dos tempos de crise em Portugal para o cinema, sofriam a classificação de “Ficção Económica-e-Pouco Cientifica” entrançado com o estilo “Suspense e Terror”, como no filme “Event Horizon”.
    O Trailer já está em avaliação: OE 2013.

  4. Se entendí, não é obrigatório a submissão dos textos/roteiros ao selo. Porém aqueles autores que quiserem utilizá-lo como um filtro para dar credibilidade à sua produção, tudo bem, mas não significaria necessáriamente que aqueles textos que não passarem pela revisão deverão ser evitados como a peste (hehehe), mas lido com moderação. Usando a seguinte imagem: Ficção (“F” maiúsculo) científica para aqueles trabalhos que buscassem ressaltar o lado fantasioso de um tema, por exemplo: um super-homem que voa ao espaço, ignorando a gravidade terrestre; e aqueles trabalhos de ficção Científica (“C” maiúsculo) para trabalhos que devido a natureza da trama precisam aterem-se ao que é possível, por exemplo, o personagem MacGyver (bem, foi o melhor exemplo que estava agora à mão).
    Não sei se me fiz entender. Acho que esse texto não passaria nem pelo crivo da minha professora primária! 🙂

  5. Carlos, não tem como adicionar um botão de “curtir” aos artigos do blog?

  6. Coitados dos contos do Arthur C Clarke! Vou mas é acabar de ler o livro, antes que alguém os classifique… Não há vida em Marte, por exemplo, nem condições para nós lá respirarmos!… 🙂

    • Hélio Martns on 10/01/2013 at 17:26
    • Responder

    agora é que se vai a acabar com a ficção cientifca. se forem analisar todos so filmes que ja se fizeram nenhum deles tem o minimo de ciência.

  7. E com 100% de certeza, o filme “2012” foi…..[#som dos tambores#]….REPROVADO 😀 LOL

    Existe alguma lista já com os que foram aprovados, Carlos?

    1. Até agora 4 contos receberam o selo de aprovação.

      Infelizmente, não consegui saber quais… 🙁

  8. Ups, acho que sei quem vai ter os filmes todos chumbados na avaliação…

  1. […] Feitos de Carne. Terra Média. Melhor Criatura Alienígena do Cinema. Cientificamente correcto. Avaliador Científico. Star Trek (características, ciência, scanadu). Star Wars (características, Princesa Leia, […]

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