Pseudociência – o que não pode ser considerado ciência

O nosso leitor Rafael Rodrigues enviou-nos este seu texto, sobre as diferenças da ciência para a pseudociência.
Convido-vos a lerem o texto completo.

A primeira coisa que me chamou à atenção no artigo foi esta imagem:

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Esta imagem é fantástica, por si só, para distinguir a ciência da pseudociência: a característica da previsão.
Todos os dias, milhares de vezes ao dia, fazemos previsões científicas e acertamos em 100% das vezes.
Todos os dias os pseudos dizem que o mundo vai acabar, que descobriram a cura para o cancro, que certa bugiganga traz boa sorte, que os ETs vão aparecer, etc, etc, etc, e é sempre mentira. O que eu não entendo é como em pleno século XXI as pessoas continuam a cair nas mesmas mentiras de sempre. Os vendedores de banha de cobra só existem porque há sempre pessoas que caem nas mesmas vigarices vezes sem conta.

Imaginem que a ciência funcionava dessa forma pseudo.
Vocês dão à chave no carro e esperam que a viatura trabalhe, sempre. Se não trabalhar, sabem que existe um erro, algo que precisa ser consertado. Porquê? Porque a ciência deve funcionar sempre com 100% de sucesso. É assim que vocês estão habituados no dia-a-dia.
Agora imaginem que tinham a mesma mentalidade que têm para a pseudociência: “Não funcionou hoje? Deve ter sido de eu não ter acreditado o suficiente quando dei à chave”. “Não funcionou hoje? Deve ser de eu ter vestido uma camisola vermelha.” “Não funcionou hoje? Não importa, porque amanhã funciona certamente, mesmo sem nada mudar”. “Não funcionou hoje? Não importa, porque todos os dias irei tentar ligar o carro na esperança que dessa vez é que é a tal”. “O carro não funciona? Não importa, porque até morrer vou acreditar que na verdade ele funciona e que eu ando a conduzi-lo pela rua”.

No artigo, também gostei destes excertos:

“(…) a ciência talvez seja a única que precisa constantemente lutar para explicar o que ela é e o que ela não é (…) . Isso acontece porque com grande frequência alegações são feitas e ditas como “científicas”, quando na verdade, não são.
O ponto mais importante a respeito dessa questão é saber que, não importa a opinião: ciência é algo bem definido por regras próprias. Qualquer forma de conhecimento que não segue essas regras, não é ciência; é outra coisa. (…)
(…)
Como o próprio nome já sugere, pseudociência não é ciência. Mas parece. Ou tenta parecer, pelo menos. Pseudociência é tudo o que usa jargões científicos ou usa da credibilidade da ciência para validar posições, mas que não seguem as regras da ciência. (…) a pseudociência engana o mais desavisado fazendo este pensar que uma alegação pseudocientífica passou por todos os critérios e pela rígida metodologia que é característica da ciência, mas que na verdade não passou.
(…)
Realmente, não é fácil distinguir ciência de pseudociência, ou traçar uma linha divisória entre os dois. (…) 1 – Publicações científicas. (…) 2 – Revisão dos pares. Uma das mais eficientes características do Método Científico é que ninguém impõe nada a ninguém; uma vez que uma pesquisa/teoria é apresentada, ela pode ser revisada por diversos pesquisadores independentes que, usando os mesmos critérios, podem concordar ou discordar das alegações. No final, tem-se um consenso se a alegação é válida ou não. 3 – Flexibilidade. (…) 4 – Humildade. Uma ideia sempre é descartada se as evidências provam o contrário e aceita se as evidências a corroboram. Qualquer ideia que resista, mesmo quando as provas a contradizem, não é científica.
(…)
IMPORTANTE: Dizer que algo é pseudociência não é a mesma coisa que DISCORDAR de uma alegação científica. Discordâncias acontecem o tempo inteiro na ciência e são o motor que leva a ciência a progredir e se aperfeiçoar. Pseudociência não é um “xingamento”, é uma classificação: se algo diz que é científico, mas não segue suas regras, então é pseudociência.
(…)

Apesar de alguns erros de gramática, penso que o contexto geral é importante.

Apesar de alguns erros de gramática, penso que o contexto geral é importante.

(…) problema de transparência. Imagine uma pessoa que se vangloria de ter feito 100 mil gols em uma partida de futebol. Aí você descobre que esses mil gols não foram em campeonatos oficiais, que sequer ele jogou contra algum time e que os gols consistiram apenas de “chutes a gol”, estando a apenas poucos metros do gol e de frente para ele, sem nenhum goleiro. Ou seja, o cidadão sequer participou de alguma competição, oficial ou amadora. E, mesmo assim, ele continua insistindo que é o maior artilheiro do mundo e que deve ser reconhecido por isto.

Apesar do exagero da situação, é mais ou menos isso o que acontece com a pseudociência: ela quer a reputação e principalmente a credibilidade da ciência, mas não quer seguir suas regras. E é por essa razão que é fundamental que se saiba separar a ciência da pseudociência, para evitar “levar gato por lebre”, como diz o ditado.
(…)

Artigo completo, aqui.

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