Out 25

SDO observa um rasgão na superfície do Sol

No dia 29 de Setembro, o Sol exibiu-nos uma pequena amostra do seu imenso poder. Pelas 22:40 (hora de Lisboa), um filamento de matéria solar com mais de 300 mil quilómetros de comprimento elevou-se da superfície do Sol, deixando para trás o que aparenta ser um gigantesco desfiladeiro de plasma escaldante.

Vejam em baixo as espectaculares imagens deste evento captadas pelo Solar Dynamics Observatory:

 

A erupção do filamento arremessou violentamente para o espaço dezenas a centenas de milhões de toneladas de hidrogénio super-aquecido, o que deu origem a uma ejecção de massa coronal que atingiu a Terra dias depois. Na superfície ficou um emaranhado de arcos magnéticos formados por plasma quente movimentando-se ao longo das linhas do campo magnético solar, entretanto, restabelecidas sobre o local.

Sol_STEREO_A_SECCHI_EUVI304_290913O mesmo filamento observado de outro ângulo, pelo observatório STEREO-A. Imagem obtida pelo instrumento SECCHI a 29 de Setembro de 2013.
Crédito: NASA/STEREO/Helioviewer.

Sérgio Paulino

Sérgio Paulino licenciou-se em Análises Clínicas e Saúde Pública e, mais recentemente, em Biologia. Iniciou o seu percurso profissional por algumas áreas do diagnóstico clínico laboratorial, incluindo o diagnóstico de anomalias cromossómicas. Actualmente realiza numa instituição pública o estudo e monitorização de cianobactérias e toxinas associadas em albufeiras portuguesas. Interessa-se por diversas áreas da ciência, mas nutre uma paixão especial pela Astronomia. Tem um fascínio particular pela exploração do Sistema Solar, pela descoberta de outros sistemas planetários, e pela possibilidade de existência de vida extraterrestre.

3 comentários

    • Manel Rosa Martins on 25/10/2013 at 23:49
    • #
    • Responder

    Que erupção e pêras! 🙂

    Os arcos (proeminências dessa forma, ou loops) estão associados a pelo menos um par de manchas solares (regiões frias e “calmas” do sol) mas a foto-esfera associada às manchas fica afectada por erupções de alta energia.

    Os arcos dançam uma dança aparentemente caótica mas especificamente controlada, quais marionetes chinesas, pelas zonas das manchas, as tais muito calminhas.

    Até que as bases dos arcos, as manchas, se tocam, como que obrigando o arco a torcer-se num hélix.

    Têm polos opostos, o que os pega a sério.

    Para além de os colar, o fluxo dum pólo quer entrar e o oposto quer sair.

    Catrapás Coronal Mass Ejection.

    Fabulosa Heliofísica. 🙂

  2. Essa “rachadura” é algo que ocorre “sempre” ? ou é um fenômeno extremamente raro?

    Quer dizer, claro, agora estamos mais aptos pra observar um fenômeno destes.
    Mas se é algo que ocorre de vez em quando, provavelmente os cientístas já sabiam que acontecia isso, só não conseguiam registrar tão bem.

    Estou curioso.

    1. Olá Xevious,

      Estes fenómenos são vulgares. A diferença é que agora os cientistas dispõem de observatórios espaciais bem equipados que monitorizam o Sol em contínuo. 😉

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