Cometa ISON aproxima-se do periélio

O periélio do cometa ISON é já amanhã, dia 28 de novembro de 2013, às 18h24:57 UT (Hora de Lisboa). Descoberto em 2012, esperou-se um ano por este momento na expectativa de poder ver este cometa a olho nu no céu. Será que o ISON irá sobreviver a sua aproximação ao Sol, ou será que se desintegrará imerso nos ventos solares?

Cometas ISON (o mais brilhante) e Encke entre 19 2 22 de novembro, 2013 vistos a irem de encontro a ventos solares. Imagem via Battams/NRL/NASA-CIOC.

ISON e Encke encontram vento solar” alt=”Cometas ISON (o mais brilhante) e Encke entre 19 2 22 de novembro, 2013 vistos a irem de encontro a ventos solares. Imagem via Battams/NRL/NASA-CIOC.

Imagens das sonda STEREO-A da NASA, capturadas na manhã do dia 23 de novembro, mostram um cometa saudável e intacto mas, no passado dia 25, com o ISON a ficar ofuscado pelo Sol gritou-se a morte daquele que se chegou a nomear por “cometa do século”.

Fotografias que mostravam o cometa a “ganhar asas” (normal num cometa com o núcleo a ser desfeito) e relatórios da ‘campanha para a observação do ISON da NASA (CIOC) a mostrar que a emissão molecular do cometa havia baixado drasticamente enquanto que a produção de poeira havia aumentado, indicavam a fragmentação do núcleo.

Mas, depois de tanta especulação, havendo evidências que mostravam que o núcleo se desfragmentara e outras que indicavam a perfeita saúde do cometa, ao que parece o cometa está, afinal, a aguentar-se.

Sky & Telescope

Karl Battams, cientista do ‘Naval Research Laboratory”, em Washington DC, e responsável pelo ‘Sungrazing Comets Project‘, projecto financiado pela NASA, lembra que “não sabemos o que irá acontecer ao ISON ao passar pelo Sol”, até porque “a última vez que tivemos a oportunidade de acompanhar um objecto como este foi nunca”. À falta de conhecimentos deste tipo de objectos acresce a imprevisibilidade natural dos cometas.

Assumindo que o cometa não se “desfaça em pedaços” quando atingir o periélio, ou seja no momento em que na sua órbita estiver mais próximo do Sol (apenas 1.2 milhões de kms), espera-se que este cometa brilhe com uma magnitude mínima de -4, ficando visível a olho nu e envolto numa fantástica “cabeleira”. Para comparação, Vénus brilha numa magnitude de -4, sendo visível mesmo durante o dia.

Na pior das hipóteses, ISON já pôs meio mundo a olhar para o céu e está a ajudar os cientistas a compreender melhor estes objectos que são atirados a partir da nuvem de Oort para o centro do Sistema Solar, rasando o Sol na sua órbita. Sabemos pouco sobre eles,  o que resulta em toda esperança e especulação em torno do ISON.

De tamanha curiosidade já resultou uma enorme quantidade de registos, dos quais poderá ver alguns aqui: http://earthsky.org/space/best-photos-images-videos-of-comet-ison

Para mais informações, leia este excelente artigo sobre o ISON no público: http://www.publico.pt/ciencia/noticia/ison-um-cometa-sem-destino-tracado-1614039

Acompanhe a posição atual do cometa no sistema solar neste modelo 3D: http://www.cometison2013.co.uk/perihelion-and-distance/

Mais dados em: NASA Comet ISON Observing Campaign / EarthSky / AstroPT

1 comentário

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  1. […] aguardamos pela passagem periélica do cometa ISON, deixo-vos aqui a mais recente observação da tempestade hexagonal do pólo norte de Saturno, […]

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