Detesto filmes de terror.
Por isso, não gosto deste tipo de filmes como “O Sexto Sentido“.
No entanto, já vi este filme por 3 vezes. Da primeira vez em 1999 quando saiu para os cinemas e mais duas vezes depois disso.
Porquê? Porque é realmente muito bom.
O filme conta a história de um menino de 9 anos de idade, Cole, que consegue ver e falar com os mortos, e do psicólogo infantil que o ajuda, Dr. Malcolm Crowe, que tenta redimir-se de não ter ajudado um paciente anterior.
O melhor do filme é, decididamente, o final.
Será que alguém esperava a surpresa sobre o Dr. Malcolm Crowe?
A frase mais famosa do filme é: “I see dead people” – “Vejo pessoas mortas”.
Na verdade, o que ele parece ver são pessoas que não sabem que estão mortas…
Até consigo perceber porque as pessoas acreditam nestas coisas, de verem espíritos, de falarem com os mortos, de interagirem com os fantasmas.
É realmente uma ideia apelativa… promovida neste caso pelo espírito materialista de Hollywood.
Custa-me mais a compreender como as pessoas podem ser tão egocêntricas, tão egoístas e tão geocêntricas, que, ao acreditarem na vida após a morte, precisam que os seus entes queridos, num Universo gigantesco, continuem presos neste irrisório pedaço de poeira no Universo, em vez de andarem livremente a explorar, em espírito, todo o Universo.
Essa “prisão fantasmagórica” em que precisam colocar os seus entes queridos, diz mais sobre a psicologia dos vivos do que sobre a realidade dos mortos.
Em termos científicos, a ideia de fantasmas como aparecem no filme, também não faz sentido nenhum.
Vejamos:
– como eles pensam? Já não têm cérebro, nem neurónios, nem redes neuronais, nada…
– o psicólogo nunca falou com a mãe do miúdo ou com a mulher durante meses, mas não acha nada estranho. Ou seja, a falta de continuidade não parece ser um problema. O que até é similar aos sonhos (mas aí temos um cérebro, neurónios e redes neuronais a funcionar).
– os espíritos são muito seletivos naquilo que atravessam…
– como é que o psicólogo entra no hospital ou na casa do menino? Ele não consegue abrir portas, não consegue tocar em nada que lhe abra esses locais. Simplesmente aparece mesmo na altura de gravar o filme? Ou atravessa as paredes e nem se apercebe? (o que seria incrivelmente estranho do seu ponto de vista)
– se os espíritos não conseguem interagir com a matéria, atravessando portas, paredes, etc, como é que conseguem sentarem-se em cadeiras, sentarem-se em sofás, andarem sobre a estrada, pegarem em livros, magoar a criança, etc? A verdade é que se não conseguem interagir com nada, então teriam que atravessar a Terra como se nada fosse, e andarem livremente pelo espaço interestelar.
Enfim, são as normais contradições das ideias pseudo-religiosas quando confrontadas com a realidade que nos é dada pela natureza.
9 comentários
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Eu já acredito que temos mais sentidos como o sentido da temperatura..
Acho este tema sobre este filme despropositado. Vou explicar porque: Sou um Homem da ciência e não da fé. Como tal não acredito em histórias de fantasmas ou que existem espíritos, vida após a morte, etc. No entanto gosto de um bom filme de terror ou que meta fantasmas. Porque? Porque apela ou mexe com os nossos medos básicos, o supostamente inexplicável (que é absolutamente explicável), o desconhecido, a histórias de terror que lia quando era miúdo. Se há gente que pensa que a ciência não explica tudo, eu costumo perguntar o que é que não explica. Até ao momento ninguém me conseguiu dizer algo que a ciência não explique. Quando entram na parte de curas milagrosas ou deus, etc, eu costumo responder que a única coisa que a ciência não explica é o que se passa na mente das pessoas. Boa continuação.
Podemos lembrar o paradigma da escola de Copenhaga, que deu origem ao “gato de Schrodinger”.
Era bem possível que Niels Bohr tomasse muita água de bateria.
A história que com os sensores ligados para registo o resultado ser diferente de que quando não existia registo em media, apesar dos sensores estarem ligados, etc. Historieta nada clara!
A engraçado é que com as simples equações de Louis-Victor de Broglie (λ=h/P) e de Einstein (E=h*f), chega-se facilmente a E=m*v²; mas misto é para o efeito fotoelétrico.
Também é possível que não se estivesse a contabilizar todos os jogadores em campo até o eletrão terminar o seu percurso.
Será que na atualidade já se conhece a explicação para a “dualidade” dos resultados observados?
Sou um homem que acredita na ciência mas também tenho fé
Houve uma noite que sonhei que tinha saído de casa e me tinha esquecido do telemóvel e que quando estava a voltar para casa ia ser atropelado mas eu saltava
2 dias depois saio de casa e esqueço me do telemóvel, estou a voltar para trás e sem ter avistado nenhum carro o meu corpo salta sem o meu cérebro lhe ter dado a ordem e vejo o capo a passar por baixo de mim
Já que é cientista gostava que me explicasse isso
Gostava também que me explicasse como prevejo a morte de familiares e pessoas próximas nos sonhos …
Até eu gostava de saber como acontece isto
Author
Na ciência não se acredita. A ciência é real.
Deja Vu:
https://www.scientificamerican.com/article/what-exactly-is-dj-vu/
Quanto a “prever a morte de familiares” é o chamado Erro Tipo I em estatística. Acontece várias vezes ao dia todos os dias. 😉
abraços
Em 1999, ainda o “Bruxo” Willis tinha algum cabelo.
E quanto ao puto, eu gosto do ver mas é no I.A. do Kubrick/Spielsberg.
Sobre os fantasmas, só posso dizer o seguinte:
Tanta gente a fazer sessões espíritas e ainda não se juntou um grupo cientifico para estudar os eventos, nem que seja para testemunhar a sessão, mesmo que a ciência atual não detenha explicação. Apesar de tudo algo acontece ou não acontece!. Para os religiosos era uma mais valia. Caso contrário mais valia ficarem quietos.
Para a minha ignorância, se existir algo, só poderão ser projeções e interações de uma existência mais “dimensional” para 3D; de resto só explicações num bilhete postal…
Author
Já existem alguns testes cientificos a essas sessões… aliás, já existiram alguns candidatos ao prémio de 1 milhão de dólares, se provarem que realmente isso é real.
O problema é que, com cientistas a ver, nunca acontece nada de “sobrenatural”.
O que acontece é facilmente explicado na hora de forma normal. E os próprios vigaristas o reconhecem.
Então qual é a justificação dos vigaristas?
Aquilo só funciona se não existirem céticos/cientistas, porque eles trazem “energias negativas” que faz com que os fantasmas não apareçam…
É a mesma coisa que dizer que o Pai Natal só aparece quando só algumas crianças crentes juram que o veem…
enfim…
abraços
Parece que os cientistas é que assustam os fantasmas…
Author
LOL 😛
[…] sobretudo na feira de ferro-velho. – o ator principal, que faz de David, tem novamente (Sexto Sentido) uma performance […]