Helix é uma série do canal Syfy que começou no início do ano e entretanto acabou a primeira temporada.
Há quem compare esta série à série Lost, mas desta vez passada no Ártico.
Para mim, parece-me uma mistura de zombies de Walking Dead, com The Thing, Enigma de Andromeda, X-Files e Lost (sobretudo na parte de ser confusa).
Uma equipa de cientistas encontra-se no Ártico a estudar uma epidemia viral.
A pessoa infetada tem sangue negro, transformando-se em algo que não se sabe muito bem o que é.
A equipa tenta conter a epidemia na base, enquanto simultaneamente tenta encontrar uma cura (e uma vacina) para ela.
No entanto, os cientistas fazem isto sem saberem exatamente com o que estão a lidar e qual a causa desta epidemia.
Por outro lado, o vírus está constantemente a sofrer mutações, o que mais uma vez é péssimo para os cientistas, mas além de ser realista, promove o suspense e o fator desconhecido.
Os cientistas percebem que existem 2 variantes do vírus: uma delas mata imediatamente e não tem cura, enquanto a outra variante infecta as pessoas transformando-as em zombies (que são chamados Vectors) que têm por função infetar as outras pessoas.
A variante das pessoas como zombies tem cura. Algumas pessoas infetadas foram curadas. Algumas das pessoas curadas têm depois o poder de controlar os outros infetados… além de terem olhos prateados… que a dada altura da temporada parecem ser quase todas as personagens principais (Julia, Sarah, Hatake, Constance, etc).
Tal como no início da série, chegamos ao final da temporada e continuamos confusos na tentativa de compreender o que se passa.
A série parece ser bastante realista nos procedimentos científicos e racionais.
A história é passada no presente ou num futuro próximo, o que é excelente para nos podermos relacionar com ela.
Existe bastante secretismo na equipa de cientistas e informações limitadas a “need to know”. Isto promove as ideias conspirativas e uma desconfiança constante, como em X-Files.
A série tem uma excelente premissa, que abre muitas avenidas que podem ser exploradas de modo a criar uma série excecional.
É uma série com um enorme potencial.
Provavelmente o grande tema da série seria sobre brilhantes cientistas que tentam desenvolver o mundo, que tentam o progresso no conhecimento a todo o custo, apesar dos custos para a Humanidade (à custa das pessoas que vão morrendo pelo caminho).
Infelizmente, a execução da história é péssima, os atores são aborrecidos, os diálogos são absurdos, e o desenvolvimento dos episódios por vezes é bastante chato (demasiado parado).
A história é muito confusa, demasiado errática. Além de estar constantemente a mudar de direção, deixa inúmeras questões em aberto sem nunca as resolver antes de passar ao próximo desafio. Existe um demasiado mistério que nos aliena da série.
Devido a isto, por vezes, é muito difícil seguir a história.
Os episódios têm demasiados absurdos… e o final não faz qualquer sentido.
Uma série que poderia ser fabulosa, torna-se na verdade incrivelmente frustrante, incoerente e ridícula.
É uma desilusão…
Ao longo da temporada, algumas hipóteses para o que estava a acontecer foram defendidas em alguns fóruns:
– será o vírus uma arma biológica criada pela empresa Ilaria ?
– será que é um vírus extraterrestre?
– será que existe um UFO debaixo da base?
– será que a empresa Ilaria está a criar uma raça de super-macacos?
– será que Julia e vários outros são clones?
Como todas as séries, também esta tem episódios maus e episódios bons.
Os melhores personagens da série são Julia e Hatake.
Os piores personagens são Alan e Sarah.
Um personagem importante que não consigo decidir: Balleseros.
Não entendi a “evolução” dos zombies: no início eram simples zombies, depois eram resultado de experiências de engenharia genética feitas na base, depois passaram a ser como vampiros com olhos prateados, depois já se uniam para objetivos comuns, depois passaram a ser como uma força militar, seguidamente são o próximo passo na evolução dos virus… enfim… muito confuso.
As ligações românticas entre as personagens não fazem qualquer sentido: não desenvolvem em nada as personagens ou a história.
Não entendo porque criaram uma nova personagem importante (Constance) para a matar em 2 episódios. Era uma personagem com bastante potencial, porque fez com que Hatake deixasse de ser o “mau da fita”, mas para que perder tempo com essa personagem se existe por tão pouco tempo?
Não entendo como criaram (Sarah) uma vacina tão rápido para os infetados – em poucas horas.
Não entendo no final como Alan encontra a cabeça de Constance e porque a atira para o helicóptero. Não faz sentido…
Não entendo como Sarah espera ter o filho/a.
Tal como ela, também o filho/filha vai ficar para sempre na mesma idade com que está (feto)?
Não entendo como Peter tem um papel tão fraco nos diálogos e como ninguém quer saber dele quando fica curado.
Supostamente Hatake estava a proteger a filha. Mas porque não disse a verdade à filha, sem que a corporação soubesse dela?
Peter e Julia trabalham para a empresa? Não faz qualquer sentido…
Gostei de alguns cientistas principais morrerem.
Infelizmente, foi só um: a Doreen.
Mesmo assim, cria um excelente clima de suspeição e paranoia.
Adorei o facto do virus produzir alucinações na Julia.
Será que o virus pode ser simplesmente um elemento criado artificialmente para produzir imagens mentais falsas, ilusões criadas quimicamente no cérebro?
Adorei no final, o tema ser da imortalidade.
Realmente, pode ser uma bênção para a Humanidade mas também ser problemática.
Infelizmente, este é mais um tema, como todos os outros, que não é explorado devidamente pela série.
O tema da vida eterna, da imortalidade, de existirem 500 imortais no mundo (que foram infetados com o virus), etc, é incrivelmente interessante. O virus dá a vida eterna à pessoa.
Com um tema tão interessante, porque a série se torna chata e inconsequente?
Talvez porque quem é imortal vê as coisas sob uma outra escala temporal, com muito tempo para passar. Ou talvez não. A série não dá explicações.
Adoro quando Hatake diz: “Eu não acredito em milagres. A minha fé está na ciência. Faço tudo pela ciência.”
Hatake fez coisas em nome da ciência que se podem considerar terríveis. No entanto, Sarah tranquiliza-o: Edward Jenner infetou uma criança de 8 anos com varíola para provar a sua teoria. Podia ser acusado de homicídio, mas salvou milhões de pessoas com as vacinas.
Gostei também quando Hatake diz: “Life is an experiment.” – A vida é uma experiência (científica).
A série vai voltar no final do ano de 2015.
Tendo em conta as confusões e consequente frustração da 1ª temporada, não planeio perder mais tempo a ver esta série…
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[…] A parte de Species é interessante, porque ligando ao facto de Yasumoto sair de uma camera do género de Stargate e ligando ao facto dele só ter 102 dias de vida, faz pensar que eles (a empresa) podem estar à procura da imortalidade (como em Helix). […]