Apollo 13 (Do Desastre ao Triunfo) é um filme de 1995, dirigido por Ron Howard, com Tom Hanks no papel principal.
Na verdade é um docudrama histórico. Ou seja, é um documentário que narra um acontecimento histórico e que inclui alguma dramatização dos eventos para efeitos cinemáticos.
O filme narra a história real da missão Apollo 13, em 1970.
Os astronautas Jim Lovell (comandante da missão), Jack Swigert e Fred Haise tinham por missão pousar na Lua, mas devido a uma explosão na sua nave, ficaram sem grande parte do oxigénio e eletricidade, levando a que a missão fosse abortada. O objetivo passou a ser: fazer chegar os 3 homens sãos e salvos à Terra.
A 11 de Abril de 1970, cerca de 9 meses após a missão Apollo 11 colocar homens na Lua pela primeira vez, a NASA lançou a missão Apollo 13. A Apollo 13 partiu às 13h13m13s.
A 13 de Abril (às 21h08m de Houston), um dos tanques de oxigénio explodiu, ficando a tripulação sem grande parte do oxigénio e sem um lado do módulo de serviço.
O “13” fez jus ao mito: 3 dias antes do lançamento, um dos astronautas foi afastado (Ken Mattingly tinha suspeita/probabilidade de sarampo); durante os testes de abastecimento do foguetão Saturn V, houve um incêndio; durante a missão, uma explosão impediu que a missão tivesse êxito e colocou os astronautas em perigo de vida.
“Durante os testes, o gás liquefeito não saía do tanque na quantidade devida. (…) O motivo da explosão é que, entre os testes e o lançamento, os construtores aumentaram a voltagem do aquecedor elétrico que forçava o oxigénio a sair do reservatório. Com isso, a temperatura passou largamente dos 25,5°C previstos, chegando a mais de 500°C, porque o controle automático também pifou, e o oxigénio expandiu-se até explodir o tanque. Num primeiro momento, os astronautas não perceberam a gravidade do caso: no vácuo o som não se propaga e eles ouviram a explosão como se fosse apenas a batida de uma porta. Até que Jim Lovell olhou por uma janela e falou: “Alguma coisa está vazando… É algum tipo de gás”. Era oxigénio. Que não servia apenas para respirar: misturado com hidrogénio, gerava eletricidade. Também gerava água para beber e para a refrigeração.”
“Para os náufragos do espaço, a única chance de sobrevivência era buscar refúgio no “bote salva-vidas”, o módulo lunar. Lovell, Haise e Swigert desligaram os equipamentos e saíram do módulo de comando Odyssey. Depois deveriam voltar, pois só o Odyssey era reforçado o bastante para aguentar a reentrada na atmosfera terrestre. Por isso, as suas baterias de emergência, suficientes para os momentos finais do regresso, foram poupadas. O módulo lunar da Apollo 13 (conhecido como Aquarius) tinha oxigénio em quantidade suficiente para os três. Mas a energia elétrica e a água haviam sido planeadas para duas pessoas e teriam que ser economizadas. Cortou-se, assim, o suprimento diário de água para menos de um copo por pessoa e a temperatura interna da nave foi reduzida para perto de 4°C. A falta de oxigénio havia sido reparada, mas a respiração continuava a preocupar: os homens poderiam morrer sufocados pelo dióxido de carbono que expeliam dos pulmões. O módulo tinha sido planeado para duas pessoas, não três, e os filtros do Aquarius não davam conta do recado. A saída era aproveitar os filtros do módulo Odyssey, mas eles precisavam ser adaptados. Isso foi feito com o que se tinha à mão: fitas adesivas, papelão e sacos plásticos, que serviram para confecionar um objeto apelidado de “caixa de correio”: um filtro improvisado.”
“Depois disso, começaram a pensar no obstáculo mais difícil: como voltar. Inverter o movimento da nave com a força dos jatos para colocá-la na direção da Terra era inviável. O combustível não era suficiente. A alternativa era colocar a nave numa trajetória de retorno livre. Ou seja: a Apollo daria uma volta na Lua e entraria numa órbita que a levaria à Terra. Houston decidiu que os foguetes do Aquarius seriam usados para a impulsão. Para executar essa manobra, normalmente, os astronautas percebem a posição das estrelas. Mas, desde a explosão, a visão das estrelas estava impossibilitada pelos detritos que saíam da nave. Houston sugeriu usar uma estrela que não poderia deixar de ser vista: o Sol. Às três horas do dia 14, Lovell levou a nave à posição certa, descoberta por Haise com o auxílio de filtros para não ser cego pelo Sol. A Apollo 13 já estava no caminho de volta.”
No entanto, no documentário utilizaram a visão da Terra para marcar a direção do módulo.
Ainda existia mais um perigo: os astronautas não sabiam se a proteção térmica do Odyssey estava intacta. Se tivesse qualquer problema, acontecia-lhes o mesmo que aconteceu depois aos tripulantes do vaivém espacial Columbia: seriam incinerados.
Também não sabiam se os para-quedas estavam bem. Se os para-quedas não abrissem devidamente, eles cairiam a toda a velocidade no “chão”.
Felizmente, 3 dias após iniciarem o caminho de volta, caíram no Oceano Pacífico, próximos à ilha de Samoa. Após os momentos de silêncio rádio, os astronautas avisam que estão bem.
Estavam Salvos!
Apollo 13 é um documentário fabuloso.
Recomendo fortemente este excelente documentário/filme.
Assistem a história humana, a um bom filme de entretenimento, e a um documentário bastante científico: é 3 em 1.
Com a assistência técnica de astronautas da NASA, Ron Howard conseguiu criar um filme tecnicamente brilhante e bastante próximo da realidade… e sem perder o entretenimento próprio dos filmes.
Mesmo os diálogos no documentário são exatamente os mesmos que os astronautas tiveram na realidade entre eles e o centro de controlo da NASA.
Adorei a cena em que Jim Lovell, no quintal da sua casa, olha para a Lua, e eclipsa-a com o seu dedo.
Lembro-me que na sala de cinema, fiz a mesma coisa… e depois cá fora fiz o mesmo. Ficou-me na memória.
Gostei de ver algumas imagens reais da programação televisiva americana da altura.
Gostei de ver um pouco dos sentimentos das mulheres dos astronautas – normalmente, não se pensa no que a família sente, em terra.
Uma das coisas que precisa de mais divulgação, que é preciso salientar muito mais, é o resto da equipa que fica em terra durante as missões Apollo.
Normalmente só damos relevância aos 3 astronautas…
Existiram inúmeros heróis anónimos em Houston (e não só) que tornaram possível quer as missões Apollo quer o salvamento da Apollo 13.
Uma das situações deploráveis que o filme retratou é que os jornalistas televisivos transmitiram o lançamento da Apollo 11 e 12, mas quando chegou a Apollo 13, já não quiseram saber. Diziam que as missões Apollo tinham se tornado rotina por isso já não tinham interesse.
Um acontecimento incrivelmente perigoso e que tem como único objetivo fazer progredir a Humanidade… não tem interesse para as televisões. Os concursos, as telenovelas, e as vendas de mesinhas da treta, são certamente mais interessantes… enfim…
Em parte, é o mesmo caso das vacinas: a ciência consegue ter tanto sucesso, que os idiotas depois acham que não tem interesse.
Outra situação deplorável relacionada com a anterior, é o facto dos políticos quererem cortar os fundos às missões Apollo. E conseguiram, porque só existiram mais 4 missões depois da 13.
Os EUA já tinham chegado à Lua primeiro que os Soviéticos, e era só isso que interessava aos políticos.
Ou seja, já existia o sucesso, por isso não lhe davam mais crédito.
A frase que carateriza esta missão é: Um Falhanço de Sucesso. ou um Fracasso bem sucedido. Sucessful Failure.
Porquê esta frase? Porque não pousaram na Lua (falhanço), mas conseguiram voltar sãos e salvos à Terra após tantos problemas graves (sucesso).
Outra frase famosa é de Gene Kranz: o falhanço não é uma opção. Failure is not an option.
E, claro, provavelmente a frase mais famosa é: Houston, temos um problema. Houston, we have a problem. Primeiro foi dita uma frase parecida por Jack Swigert, ao comunicar o problema ao centro de controlo de Houston, e quando lhe responderam: Daqui Houston, por favor, repita o que disse; nessa altura, Jim Lovell disse a famosa frase.
Gostei de ouvir Jim Lovell dizer que vivemos num mundo em que alguns humanos já foram à Lua, e não foi por magia ou milagre, mas sim devido ao conhecimento científico.
E acrescento eu, foi através da ciência e com soluções criativas. A ciência tem muita criatividade!
Achei também interessante quando Marilyn Lovell pergunta: Porquê 13?; e Jim Lovell responde: Porque vem a seguir ao 12. Ou seja, Jim não acreditava nas tretas supersticiosas.
Bastante interessante é quando a nave fica a depender da gravidade da Terra e Jim Lovell diz: Colocamos Sir Isaac Newton a pilotar a nave. 😀
Por fim, achei curiosa a reação de uma das pessoas que viu o filme. Após ver o filme, a pessoa disse: este é um filme típico de Hollywood, com drama e um final feliz, mas se fosse na vida real isto nunca se passaria porque certamente eles morreriam no espaço.
Ora, o filme é baseado numa história real. O final feliz aconteceu mesmo assim… na vida real.
2 comentários
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Filme excelente.
Do melhor que já vi. Depois de ver o filme quis rever os documentários com os intervenientes para não confundir os rostos dos verdadeiros astronautas com os actores (aliás, excelentes). O James Lovell veio cá depois desse evento à inauguração do planetário, creio eu. Ofereceu uma pequena rocha lunar ao planetário que mais tarde foi roubada (como tantas outras no mundo). Isto foi-me contado pelo saudoso amigo Joaquim Garcia, conferencista do planetário por mais de 20 anos e astrónomo amador. Fez um telescópio com um espelho primário de 40 cms de abertura. Durante anos foi quem mais publicou trabalhos de astronomia em Portugal. Um ilustre desconhecido cá dentro (por ser amador) e alguém muito respeitado no estrangeiro.
[…] sobre a explosão do vaivém/ônibus espacial Challenger em 1986. Em parte, faz-me lembrar o filme Apollo 13, porque também é um docudrama histórico. Ou seja, é um documentário que narra um acontecimento […]