Em 1993, há mais de 20 anos, saiu o primeiro filme Jurassic Park – Parque Jurássico.
A história é conhecida: na ilha Nublar, um multimilionário quer criar um parque temático com “dinossauros clonados a partir do DNA extraído de insetos preservados em âmbar pré-histórico”. As lacunas no DNA encontrado foram corrigidas com DNA de rãs. Os dinossauros foram todos geneticamente criados para serem do sexo feminino, para assim se prevenir a reprodução natural (sem ser controlada em laboratório).
O filme foi muito bem conseguido, dando lugar privilegiado ao Tiranossauro Rex, Velociraptores, entre outros dinossauros, mas sobretudo os efeitos especiais na altura e a história criada foram um sucesso total no público.
Pessoalmente, eu adorei o filme.
É óbvio que em termos científicos pode-se criticar o filme em vários detalhes (exemplos: processo de clonagem, suposta inteligência e rápida aprendizagem dos velociraptors, a atmosfera ser diferente no tempo dos dinossauros, entre várias outras coisas), incluindo na visão geral do filme que é: tenham cautela quando “brincam” com a natureza. A natureza é mais forte que os humanos; devemos respeitá-la.
Mas é claro que a curiosidade humana levará a que se tente compreender e controlar mais natureza/Universo. É assim desde o início da Humanidade. Afinal, a seleção artificial também nos traz diversidade e várias vantagens para nós, como por exemplo a agricultura e animais domésticos.
Claro que se tudo corresse bem, era um filme altamente aborrecido. Estamos na presença de entretenimento. Por isso é que o filme não é constituído maioritariamente por braquiossauros…
Mas penso que a mensagem principal do filme é: confiem na natureza. A vida é resistente. A vida encontra um caminho para se preservar e evoluir. “Evolution finds a way”. Penso assim que o filme celebra a vida e a teoria da evolução.
Aliás, mesmo no final, quando estão a sair da ilha, o cientista Grant vê um grupo de aves — descendentes dos dinossauros — que voam sobre o mar. O que me pareceu ser uma mensagem clara de Evolução de dinossauros para aves.
Em 1997, 4 anos após os acontecimentos do 1º filme, saiu o 2º filme da saga Parque Jurássico, tendo por título: Mundo Perdido.
Sabe-se que existe uma outra ilha, Sorna, onde os dinossauros têm vivido sem interferência humana. O objetivo passa a ser ir lá buscar alguns dinossauros para os trazer para o Jardim Zoológico de San Diego, Califórnia, EUA.
Apesar de existirem dois grupos de humanos (um para trazer os animais e outro grupo para os salvar) que acabam a lutar pela sua própria sobrevivência, sinceramente a “novidade” do primeiro filme tinha-se perdido. Por isso, não gostei deste filme.
Não sei muito bem como avaliar quando um dos personagens do filme, tenta explicar o Princípio de Heisenberg. Eu percebo o que ele quer dizer no contexto do filme. No entanto, cientificamente, transmitiu algumas conceções erradas: “quando estudamos/investigamos algo, interferimos” (“whatever you study, you also change”). Este é o chamado “efeito do observador“, não o Princípio da Incerteza de Heisenberg.
As únicas partes que gostei foram:
– a equipa de cientistas é o grupo de boas pessoas que querem salvar os animais e preservá-los no seu habitat.
– a mensagem do filme é dita novamente por um dos atores do filme: “life will find a way”. Por isso, penso que novamente o filme transmite uma ideia de celebração da vida e da teoria da evolução.
O 3º filme da saga Parque Jurássico, que saiu nos cinemas em 2001, é “mais do mesmo”.
O cientista do primeiro filme, Grant, “desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento da inteligência dos velociraptores” (em termos sociais e de resolução rápida de problemas) e parte para a ilha Sorna (do segundo filme), juntamente com um casal de milionários em busca do seu filho desaparecido (desapareceu há 8 semanas).
Ao pousarem na ilha, surpresa, são atacados por dinossauros e o filme é, novamente, uma luta pela sobrevivência.
A parte interessante do filme foi uma reflexão do Dr. Alan Grant:
“I have a theory that there are two kinds of boys. There are those that want to be astronomers, and those that want to be astronauts. The astronomer, or the paleontologist, gets to study these amazing things from a place of complete safety. But then you never get to go into space. That’s the difference between imagining and seeing: to be able to touch them.”
Ou seja, existem dois tipos de pessoas: os astrónomos, que adoram estudar/observar as coisas em segurança; e os astronautas, que querem chegar lá, que arriscam para tocar nas coisas.
Neste caso, ele, Dr. Grant caracterizava-se como um astrónomo (que ele compara à profissão dele, de paleontólogo), enquanto ele diz que Billy é um “astronauta”.
E, claro, adorei quando Ellie Degler pergunta ao Dr. Grant o que ele tem andado a fazer, e a resposta dele foi: Evolving. 😀
De resto, para mim este foi o pior filme dos 3.
A 12 de Junho de 2015 sairá um novo filme desta saga, sob o nome Jurassic World.
O filme irá se desenrolar na ilha Nublar (do primeiro filme), com um “novo parque de dinossauros na ilha, realizando o sonho de John Hammond“.
Temo que irá ser “mais do mesmo”… mas esperemos por Junho de 2015.
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http://www.tvi24.iol.pt/503/acredite-se-quiser/steven-spielberg-facebook-matar-dinossauro-parque-jurassico-tvi24/1564013-4088.html
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Sim, eu vi 🙂
Uma imbecilidade… 🙁
(os comentários daqueles que pensam que o dinossauro era verdadeiro…)
[…] Já falei da saga de filmes Jurassic Park, aqui. […]
[…] always find a way” (a vida encontra sempre uma forma… de continuar), tal como em Jurassic Park, é também muito interessante, que pode levar à imortalidade ou à […]