Experiências com espectros

Finalmente houve um fim de semana de céu limpo.

Por isso, no sábado a concentração na Atalaia esteve à altura de uma noite de lua nova.

Recinto cheio, actividades variadas, muito convívio, em temperatura amena, sem humidade, mas com céu algo turbulento e pouco propício à observação visual. Por lá estiveram umas 25 pessoas.

Por sugestão do José Ribeiro, para mim e para ele, a noite foi de experiências.

Ele teve a ideia de, através do Obsession, fazer alguns espectros de estrelas e de nebulosas. A ideia era tirar partido da abertura do telescópio.

Para o efeito usámos o seu espectrógrafo, com a rede de difracção de 300 linhas, fenda removida, e com uma Canon 350D aplicada directamente no espectrógrafo.

Este equipamento permitia registar espectros das estrelas ou nebulosas, como uma vulgar imagem de câmara digital.

Encontrámos várias dificuldades: – A primeira foi a focagem. Só com uma barlow se conseguiu foco e, como era preciso uma com saída de 2 polegadas, tivemos de usar uma powermate 4X, ficando o conjunto a f18, com a consequente perda de luz.

Outra dificuldade foi o peso do equipamento no focador, tornando difícil manter a posição de focagem. Isto resolveu-se com uma ideia do Filipe: -Com uma estrela brilhante bem focada bloqueou-se o focador com o uso de uma pera macia de borracha. O focador – um feather touch – tem um movimento muito suave, mas não tem um parafuso de bloqueio.

Quanto à focagem, a solução será um conjunto de varas de alumínio (trousses) um pouco mais curtas, de forma a dispensar o uso de barlow.

Após os preparativos e experiências iniciais, conseguimos obter alguns belos espectros de estrelas, incluindo a WR 140. Na nebulosa de Orion obtivemos belos espectros, ricos de informação, não só das estrelas – trapézio icluído – como da própria nebulosa. É curioso verificar que a nebulosa é perfeitamente visível no verde e no vermelho e praticamente ausente no azul.

Espectro em baixa resolução e sem fenda do coração de M42. As estrelas emitem um contínuo de luz, enquanto a nebulosa só emite determinados comprimentos de onda. O grupo de estrelas de baixo é o Trapézio. Notar a discreta diferença na forma da nebulosa em Halfa e O[III]. AF, FA, JR

Para mais imagens, ir a http://www.atalaia.org/encontro.php?id=304

Para melhores resultados temos de funcionar a aproximadamente f10, o que iremos fazer em breve.

Tinha algum receio do comportamento do telescópio com todo aquele peso. Pois foi uma surpresa. Funcionou quase na perfeição. No entanto, nas próximas tentativas, vou aplicar algum contrapeso para facilitar a actuação de motor de altitude.

Este foi um trabalho de equipa de: Alberto, Filipe Alves, José Ribeiro.

Alberto

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