Leiam esta pequena história da astrologia, escrita por, penso eu, uma astróloga.
“Desde a época do Rei Asurbanipal até meados do século VII a C. não houve praticamente mudanças na teoria astrológica, até que Kepler realizou os seus cálculos matemáticos das órbitas planetárias há cerca de 350 anos. Os planetas continuaram a ser a força motriz e fundamental da astrologia para que, com base no seu movimento, se continuasse a prever o futuro e a explorar o presente. (…)
Na Grécia, a Astrologia apareceu relativamente tarde. (…) Os gregos adaptaram a astrologia caldeia às suas próprias tradições, tornando-a cada vez mais formal e complicada. Divulgaram um sistema de diagnóstico pela astrologia, reservado até esse momento aos soberanos e desenharam um método para calcular o destino individual baseando-se no momento do nascimento. Atribui-se o primeiro compêndio moderno de astrologia, o Tetrabiblos, ao grande astrónomo, matemático e geógrafo Claudio Ptolomeu, nascido em Alexandria. (…)
Na Roma imperial, os astrólogos chegaram a ser uma moda, apesar de não terem assegurado o seu sustento e de este, muitas vezes, depender dos caprichos e das preferências momentâneas de cada imperador. (…) Com a queda do Império Romano, a Astrologia é temporariamente transformada em superstição. (…)
Na Idade Média os teólogos tiveram de confrontar-se com o dilema de classificar a Astrologia, se como ciência legítima ou como uma arte divinatória proibida. (…) O respeito académico de que goza, a partir de então, a Astrologia, reflecte-se nas novas universidades europeias, nas quais os estudos astrológicos faziam parte do plano de estudos. (…)
Com a chegada do Renascimento, baixou a popularidade da Astrologia (…). Durante o Renascimento, o prestígio da astrologia aumentou consideravelmente, assim como o número de astrólogos. O Renascimento foi uma época conturbada por crises espirituais, perturbações sociais e económicas e conflitos armados. Em épocas de crise, o Homem sente necessidade de procurar no céu a resposta para as suas dúvidas, na expectativa de que os astros facilitem o desenvolver dos acontecimentos. Nesta perspectiva, os astrólogos foram aumentando a sua influência e grandes figuras do Renascimento ficaram intimamente ligadas à Astrologia (…). O interesse manifestado pelos astrólogos do Renascimento pela alquimia, numerologia e outros campos despertou, no público em geral, o interesse pelas revelações do oculto, fazendo dispersar o núcleo do pensamento astrológico. (…)
A cisão entre astronomia e astrologia levou, por um lado, à popularização desta, por outro, a seu patamar mais baixo. A astrologia popular europeia dos séculos XVIII e XIX não pode ser considerada séria. (…)”
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