Um texto, em português, no Portal do Astrónomo, escrito pelo Luis Fé Santos, sobre a especulação científica que constitui a ideia do Multiverso. Algumas frases:
“A Cosmologia é talvez simultaneamente a ciência mais controversa e que mais alarga os nossos horizontes.”
Também considero ser a secção científica mais controversa, mas se realmente alarga os nossos horizontes, isso também me parece uma frase controversa, daí que não me parece que seja a que mais alarga.
“as teorias Cosmológicas têm ultrapassado em muito a criatividade dos autores de Ficção Científica”
Essa é que é essa! Realmente… totalmente verdade.
“uma nova perspectiva do Mundo. Este seria, de acordo com algumas teorias, não um Universo mas antes um Multiverso, conjunto infinito de Universos paralelos.”
É a verdade. Faz-me lembrar o filme Mario Bros. Com universos paralelos.
“Já Anaximandro, 600 anos antes de Cristo, defendia que quando uns mundos acabavam outros apareciam, numa sequência infindável de nascimentos e ocasos.”
Isto já não é Multiversos… mas sim sucessão de mundos (ele referia-se à Terra) no mesmo sítio ao longo do tempo, e não existindo simultaneamente (como no caso dos Multiversos).
Isto é mais uma ideia de Universos Cíclicos, de “mundos oscilatórios”, mas que na realidade não é Multiversos, mesmo que na wikipedia e noutros sítios, coloquem tudo no mesmo sítio.
“Mas talvez a primeira ideia de Multiverso tenha surgido com Giordano Bruno, o famoso monge italiano queimado na fogueira pelas suas ideias demasiado avançadas para a sua época. Bruno defendia, no século XVI, a existência de um conjunto infinito de Universos distintos entre si.”
O mito de Bruno persiste. Bruno não morreu pelas suas ideias avançadas. Bruno foi morto pela Igreja por negar a divindade de Cristo e por defender ideias obscuras de seitas Egípcias. Foi morto pelas suas ideias religiosas (como muitos outros foram na altura) e não pelas suas ideias científicas.
“Temos assim, quatro grupos relativamente à ideia de Multiverso”
Espaço Infinito (Universo Observável), Universos-Bolha (Teoria das Super-Cordas), Buracos Negros, Universos Paralelos (Mecânica Quântica).
Algumas destas ideias confundem-se umas com as outras, e não há uma clara distinção entre alguns destes 4 tipos.
Por outro lado, não sei se o 1º caso considerava dentro de Multiversos. Pela definição de Universo, não faz muito sentido considerar Multiversos só para este tipo, já que ele também contém elementos de outro.
De resto, penso que falta um pormenor bastante importante subjacente à ideia destes Multiversos: o Princípio Antrópico. É preciso não esquecer que estas especulações no nosso tempo (século XX) nasceram porque se assumiu um geocentrismo, com constantes cosmológicas, forças e números físicos precisamente feitos para os Humanos, etc.
Não se aprendeu nada com a História, e com o uso de argumentos falaciosos, e continua-se a pensar que o Universo é feito pra nós. Após assumir-se isso, então teve que se criar uma ideia em que os Humanos não fossem o centro. Até que alguém se lembre de imaginar que o nosso Universo é o mais especial de todos.
Ou seja, enfim, é, na minha opinião, um rol de disparates atrás de disparates.
Os disparates não são a ideia de universo-bolha, ou de universo infinito, mas sim a forma como tudo isto foi construído, com base em disparates consecutivos baseados em suposições/concepções geocêntricas.
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[…] A primeira grande parte é o Tour pelo Universo, o passeio espacial, de modo a nos mostrar as escalas espaciais no Universo. Pessoalmente, penso que a viagem cósmica teria mais impacto com um Powers of Ten. Além de ficarmos a perceber a nossa morada cósmica, o nosso endereço cósmico, as nossas coordenadas no Universo, o objetivo desta parte é mostrar que a Terra é completamente insignificante no Universo. Não temos qualquer posição especial no Universo. Não há assim qualquer razão para termos extraterrestres sempre a nos visitarem ou deuses muito interessados em nós. Infelizmente, esses mitos continuam, porque as pessoas continuam mentalmente no passado, sem noção da grandeza do Universo. Pessoalmente, adorei as escalas e a beleza do Universo. Gostei também de se falar nas Voyager e da inclusão de música do disco das Voyager. Adorei ter visto o Porto na série. Detestei a representação da Cintura de Asteroides, da Cintura de Kuiper e da Nuvem de Oort. Apareceram todas demasiado densas, com demasiados objetos muito próximos uns dos outros. Na realidade não são assim. Apesar de Tyson ter dito que a distancia entre objetos na teórica Nuvem de Oort é maior que a distância entre a Terra e Saturno, penso que a maior parte das pessoas nem “ouviu” isso, porque o que fica na memória é a representação… errada. Detestei o segmento sobre os planetas-órfãos. Diz Tyson que planetas invisíveis à luz visível aparecem de repente quando se vê em infravermelho. O que ele diz está certo. No entanto, a forma como foi apresentado este facto promoveu as parvoíces pseudo daqueles que acreditam sem evidências no chamado Nibiru. Tyson dá a entender, inadvertidamente, que os planetas podem “aparecer de repente” sem os notarmos anteriormente. Isto é mentira, claro, até pelo que Tyson diz (vemos em diferentes comprimentos de onda), mas foi pessimamente comunicado e promove as conspirações idiotas. Detestei a especulação sobre o Multiverso. A parte de que o nosso Universo Observável é somente uma bolha, num infinito número de bolhas é pura especulação baseada numa interpretação antropocêntrica do Universo. […]
[…] Detestei a representação da Cintura de Asteroides, da Cintura de Kuiper e da Nuvem de Oort. Apareceram todas demasiado densas, com demasiados objetos muito próximos uns dos outros. Na realidade não são assim. Apesar de Tyson ter dito que a distancia entre objetos na teórica Nuvem de Oort é maior que a distância entre a Terra e Saturno, penso que a maior parte das pessoas nem “ouviu” isso, porque o que fica na memória é a representação… errada. Detestei as palavras dele sobre os planetas-órfãos. Diz Tyson que planetas invisíveis à luz visível aparecem de repente quando se vê em infravermelho. O que ele diz está certo. No entanto, a forma como foi apresentado este facto promoveu as parvoíces pseudo daqueles que acreditam sem evidências no chamado Nibiru. Tyson dá a entender, inadvertidamente, que os planetas podem “aparecer de repente” sem os notarmos anteriormente. Isto é mentira, claro, até pelo que Tyson diz (vemos em diferentes comprimentos de onda), mas foi pessimamente comunicado e promove as conspirações idiotas. Detestei a especulação sobre o Multiverso. A parte de que o nosso Universo Observável é somente uma bolha, num infinito número de bolhas é pura especulação baseada numa interpretação antropocêntrica do Universo. […]