Ainda estou para ver qual será reacção americana, quando os iranianos lançarem para o espaço um satélite usando um foguete de fabrico próprio?
É óbvio que qualquer coisa que o Irão mande para o espaço será sempre criticada em Washington, como aconteceu no passado dia 17, quando o Irão lançou o foguete Safir com uma carga de teste a bordo.
Mas talvez o comentário mais acertado sobre esta questão tenha vindo do director da agência espacial israelita, Yitzhak Ben Israel, que disse claramente que “o Irão tem ainda um longo caminho a percorrer em matéria de satélites” e que “exagera os sucessos espaciais”.
É certo que os iranianos gostam de exagerar as suas capacidades, mas convém também dizer que provavelmente estarão muito próximos de conseguir o lançamento bem sucedido de um pequeno satélite usando o Safir.
Tal feito será obviamente explorado até exaustão por Teerão e não deixará de ser algo de notável para um país como o Irão.
Mas Ben Israel sabe bem que o perigo não está aí, mas sim numa futura capacidade nuclear de Teerão.
É claro que o acesso ao espaço por parte dos iranianos terá também consequências futuras.
Em primeiro lugar, permitirá desenvolver a sua tecnologia de mísseis balísticos, associada aos lançadores espaciais.
Depois abrirá o campo espacial a Teerão, que até poderá vender serviços no mercado dos lançamentos.
Mas o responsável da agência israelita tem realmente razão no que disse.
As capacidades espaciais iranianas estão ainda no começo e para já não representam ameaça alguma para quem quer que seja.
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