Realizou-se o III Festival de Astronomia de Vila Nova de Paiva.
O site oficial da organização do festival, onde podem encontrar as mais diversas informações desde restaurantes, locais para dormir, informações relativas aos oradores ou outras informações úteis pode ser visto aqui, programa, os vídeos/trailers com as diferentes palestras aqui.
O poster de divulgação do evento pode ser visto aqui, e o vídeo aqui.
Uma exposição vai decorrer no Auditorio Monicipal Carlos Paredes em Vila Nova de Paiva, tendo como tema “Da Terra aos Confins do Universo: Uma viagem por Imagens“.
No mesmo sitio vai decorrer também uma exposição tendo como tema “O Universo da Astronomia”
Sexta-feira – 12 de Setembro
18:30 – Entrega de documentação aos participantes AMCP*
18:50 – Abertura do Festival
19:00 – Palestra 1 AMCP*
“O Universo a banhos!?” – Alexandre Aibéo – CAUP/ESTV
No seu trabalho, Newton percebeu que fenómenos tão distintos como a queda de um corpo, o movimento dos astros e até as marés eram manifestações de uma mesma força de atracção: a gravitação. O que talvez não suspeitasse é que a razão por detrás das marés teria profundas consequências noutros planetas, noutros satélites e até noutras galáxias.
20:00 – Jantar volante
21:00 – Palestra 2 AMCP*
“Galileu Galilei: a acne Solar e os planetas com orelhas” – Fernando Figueiredo – FCTUC
Em 1610 na Feira do Livro de Frankfurt era anunciado um livro nestes termos: “O mensageiro das estrelas, revelando vistas grandiosas e muito maravilhosas e apresentando ao olhar de todos, mas especialmente ao de filósofos e astrónomos, as coisas observadas por Galileu Galilei, (…) com uma luneta por ele concebida, sobre a face da Lua, inúmeras estrelas fixas, a Via Láctea, estrelas nebulosas e, especialmente, sobre quatro planetas que voam em torno da estrela de Júpiter intervalos e períodos desiguais com maravilhas da presteza; o que, por todos desconhecido até este dia, o autor foi recentemente o primeiro a detectar”
Este livro (de seu título Sidereus Nuncius) e o seu autor ficaram e ficarão para sempre na história humanidade e da ciência. Pretende-se com esta comunicação, evocar e homenagear aquele que foi um dos pais da ciência moderna: Galileu Galilei.
Sábado – 13 de Setembro
09:00 – Oficina A1 AMCP*
Relógios de Sol – Pedro Almeida
Venha construir o seu próprio relógio de Sol, compreender o seu funcionamento e as suas capacidades.
11:00 – Palestra 3 AMCP*
“A vida inteligente noutro espaço, noutro tempo, noutro sofá.” – Mercedes Filho – CAUP
Na nossa procura por vida inteligente fora da Terra, teremos necessariamente de falar de buracos negros e da forma como estes poderão ser utilizados para viajarmos no espaço e, inevitavelmente, no tempo. Falaremos também nos recursos à nossa disposição para procuramos vida inteligente sem sairmos do nosso sofá.
15:00 – Oficina B AD*
Rádio Astronomia – Ricardo Gama – ARARA-ESTGL
Como fazer Astronomia com mau tempo? Uma área cada vez mais interessante e prolífera é a rádio Astronomia. Venha aprender a fazer rádio-astronomia no seu quintal.
17:00 – Palestra 4 AMCP*
“Por que é que o Universo é como é?” – João Barbosa – CFCUL
A teoria cosmológica mais aceite acerca da origem do Universo é a teoria do Big Bang. Trata-se de uma explicação científica que deixa em aberto muitas questões, entre as quais estas duas incontornáveis: por que é que o Universo existe? por que é que o Universo é como é?.
Sendo questões que facilmente tocam na metafísica, alguns físicos tentaram mantê-las dentro do domínio científico, enquadrando-as naquele paradigma dominante da Cosmologia contemporânea. E foi neste curioso esforço que nasceram teorias especulativas em que o ser humano e a consciência acabaram por entrar no vasto e antiquíssimo contexto cosmológico, através de teorias “marginais” como o princípio antrópico ou a crença de que o universo é um gigantesco sistema vivo…
21:00 – Projecção vídeo AMCP* “Um novo imaginário”
“A noite começava e os narizes apontavam ao céu.” Foi o ponto de partida para a viagem mais extraordinária que o Homem alguma vez empreendeu. Uma viagem de ida aos confins do desconhecido e de volta ao reconhecimento do seu lugar. É um espectáculo de vídeo-projecção que sobretudo fascina, estimula e coloca novas questões.
21:30 – Palestra Pública AMCP*
“Missão espacial GAIA: em busca do mapa a 3 dimensões do Universo” – João Fernandes – OAC-FCTUC
Em 2011 será lançada para o Espaço a sonda espacial de nome GAIA. Esta missão, da responsabilidade da Agência Espacial Europeia, vai permitir analisar com uma precisão nunca antes atingida a distância, a posição, a temperatura (e muitas outras características) de um bilião de estrelas pertencentes à nossa Galáxia e outras galáxias vizinhas. Os resultados desta missão darão, seguramente, um contributo extraordinário ao conhecimento do Universo. Nesta palestra descreveremos esta missão e os seus objectivos. Por outro lado, daremos destaque a participação nacional (neste projecto internacional), que envolve perto de uma dezena de instituições portuguesas, numa colaboração entre universidades, centros de investigação e empresas.
Domingo – 14 de Setembro
09:00 – Oficina A2 AMCP*
Relógios de Sol – Pedro Almeida
Venha construir o seu próprio relógio de Sol, compreender o seu funcionamento e as suas capacidades.
11:00 – Palestra 5 AMCP*
“O Ano Internacional da Astronomia 2009” – Pedro Russo – ESA
A União Astronómica Internacional (UAI) lançou 2009 como o Ano Internacional da Astronomia (AIA2009), sob o tema “Descobre o teu universo”. O AIA2009 assinala o 400o aniversário das primeiras observações astronómicas de Galileu através dum telescópio. Será uma celebração global da astronomia e da sua contribuição para a sociedade e para a cultura, com especial ênfase na educação, na percepção pública da ciência e no envolvimento dos mais jovens na cultura científica. As acções do AIA2009 serão realizadas a nível regional, nacional e global durante todo o ano de 2009. O AIA2009 conta já com a participação de 120 países, embora se espere que 140 nações se juntem ao projecto, o que significará que será possível atingir cerca de 97% da população mundial com as acções do AIA2009.
1º Dia do Festival
Chegamos as 18.30 horas e fomos recebidos por elementos da organização, que nos entregaram a documentação, (uma saca de pano que tem um desenho muito bonito alusivo ao festival, o respectivo programa e um diploma de presença), também nos foi entregue um cartão com o nosso nome, para nos podermos movimentar na área envolvente ao festival.
A seguir tivemos a 1ª palestra com o orador Alexandre Aibéo com o título “O Universo a Banhos!?”
Nesta palestra o orador falou das marés. Começou por explicar de um modo muito simples o que é a gravitação, como são exercidas as forças que exercem os corpos uns sobre os outros.
Também nos explicou como os corpos são deformados devido às forças de gravidade, e como a lua influencia nas marés dos nossos oceanos.
Explico que a lua tem uma rotação síncrona, isto é o tempo de transição e o tempo de rotação têm o mesmo valor (27 dias, 7 horas e 43.1 minutos), explicou porque vemos sempre a mesma face da lua, que a duração do dia terrestre esta a aumentar 0.0015 s por século e a lua está a afastar-se 3.8 cm por ano.
No campo do universo esclareceu a consequência que tema as forças gravíticas entre Júpiter e Io. Também nos explicou o porque da formação dos anéis de Saturno, falou sobre o limite de Roche e também sobre os buracos negros e a colisão entre duas galáxias.
Deu-nos a ouvir o som de uma tempestade em Júpiter, som captado em Vila Nova de Paiva pela ARARA, quando lá estiveram com as antenas de Rádio Astronomia.
Depois fomos comer as delícias de Vila Nova de Paiva, gentilmente oferecidas pela Câmara Municipal.
Na 2ª Palestra da noite dada pelo Fernando Figueiredo “Galileu, Galilei: a acne Solar e os planetas com Orelhas.”
Nesta palestra o orador falou sobre a vida de Galileu, mostrou o percurso académico e profissional de Galileu.
Falou de algumas invenções, principalmente de algumas com muito sucesso como o compasso geométrico e militar, sobre as leis do movimento e a procura de Galileu pelo “tempo certo” com as suas pesquisas nos campo dos pêndulos.
Mostrou a história do telescópio, e o uso que Galileu deu a esse instrumento, os desenhos que Galileu fez dos objectos que ia vendo pelo céu. O problema moral que galileu teve quando descobriu que Vénus também tinha fases, porque ia por em causa o Sistema Ptolomaico e ia dar razão ao Sistema Copernicano.
Explicou as 3 fases da vida de Galileu, a fase de professor de matemática, a fase que passou na corte de Médicis e por fim a fase que o ligou a igreja de Roma.
Falou sobre o processo da Inquisição e da sua condenação pela Igreja.
Como podem ver valeu a perna ir ao 1º dia.
2º Dia
O 2º dia começou com um Oficina de Relógios do Sol, onde o Eng. Pedro Almeida, esteve a explicar o conceito de relógio de sol, a sua história e os diversos tipos de relógios.
Depois destas explicações veio a parte mais interessante que foi a construção de um relógio de sol pelos participantes. Para isso usaram os materiais do dia a dia para verem que não é nada complicado e caro a sua construção.
1ª Palestra do dia de Mercedes Filho “A vida inteligente noutro espaço, noutro tempo, noutro sofá”
Nesta palestra a oradora deu-nos a conhecer de uma forma muito simples diversos conceitos. A força da gravidade, a relatividade, a anomalia de Mercúrio, a contracção de Lorentz, “Redshift” e a dilatação do tempo conceitos estes que nos fizeram chegar a relatividade Geral de Einstein.
A seguir falou destes fenómenos relativamente as forças gravitacionais, onde focou a dilatação gravitacional e o atraso do tempo e as ondas gravitacionais. Focou ainda a curvatura da luz, e as lentes gravitacionais.
Na segunda parta da palestra, falou das diversas teorias para viajar no tempo, das Pontes Einstein- Rosen, Buracos de Verme Lorentziano, Maquina do Tempo Thorne, Maquina do Tempo Gott e do Warp Drive. Neste tema focou a impossibilidade técnica que ainda existe para viajar desta forma, devido ao nosso grande desconhecimento do universo. Falou ainda do Paradoxo do Avô e das soluções teóricas para evitar a alteração do passado nas possíveis viagens no tempo.
Na terceira parte da palestra falou sobre a nossas tentativas de comunicar com possíveis outros mundos habitados.
Depois do almoço tivemos um planetário insuflável, uma novidade este ano.
A seguir tivemos a oficina de Rádio Astronomia, onde foi dada uma palestra sobre o que é esta ciência tendo depois a actividade prática que consistiu na construção de rádios pelas pessoas presentes (Rádio Cristal V1.0), uma réplica do rádio que os soldados construíam nas trincheiras durante a 1º Grande Guerra. (Mais outra novidade deste ano)
A 2ª Palestra pelo João Barbosa com o tema “Porque é que o Universo é como é?”
Vou transcrever aqui a apresentação integral que o orador preparou para esta palestra.
Por que é que o Universo é como é? – Algumas ideias estranhas e outros tantos disparates… – João Barbosa – CFCUL — Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa
A teoria cosmológica mais aceite acerca da origem do Universo é a teoria do Big Bang, uma explicação científica que foi sendo construída ao longo de várias décadas do séc. XX.
Depois de vencer a rival teoria do estado estacionário, a cosmologia do Big Bang impôs-se como o melhor modelo explicativo acerca da origem e da história evolutiva do Universo mas deixa em aberto muitas questões, algumas bem profundas e incontornáveis como por que é que o Universo existe e por que é que o Universo é como é?
Sendo questões que facilmente tocam na metafísica, alguns físicos tentaram mantê-las dentro do domínio científico, enquadrando-as naquele paradigma dominante da Cosmologia contemporânea.
Centraremos a nossa atenção especialmente na segunda questão, em particular no que se refere às propriedades físicas mais fundamentais do Universo.
Por que razão as constantes fundamentais do Universo (como, por exemplo, a velocidade da luz e as massas e cargas eléctricas das partículas subatómicas) têm os valores que têm? Por que razão as forças fundamentais (como a gravidade e a força electromagnética, por exemplo) apresentam as ordens de grandeza que observamos?
Vários estudos revelaram que bastaria uma ligeiríssima diferença, naqueles valores para que a formação de átomos e moléculas tivesse sido impossível, assim como a formação de estrelas, planetas, galáxias…
Dito de outro modo, se os valores das grandezas e das forças fundamentais do Universo fossem um tudo-nada diferentes, o Universo tal como o conhecemos não existiria e a vida, a inteligência e a consciência nunca teriam despontado e evoluído. Em particular, nós não estaríamos aqui para pensarmos nisto…
As propriedades mais fundamentais do Universo apresentam uma afinação muito precisa e coincidem exactamente com o que era necessário para que o mesmo pudesse evoluir até nós. É como se o Universo tivesse sido criado exactamente com as propriedades necessárias à nossa existência. Um Universo “feito à nossa medida “ ou “pronto-a-vestir”…
Do esforço para tentar explicar esta coincidência nasceram teorias especulativas em que o ser humano e a consciência acabaram por entrar no vasto e antiquíssimo contexto cosmológico, através de teorias “marginais” como o princípio antrópico ou a crença de que o universo é um gigantesco sistema vivo…
O princípio antrópico cosmológico foi inicialmente apresentado pelo físico norte-americano Robert Dicke em finais dos anos 50 do século passado. Tratava-se simplesmente do reconhecimento de que a história evolutiva do Universo está associada a uma afinação muito precisa das suas propriedades fundamentais (princípio antrópico fraco).
Posteriormente, outros físicos e astrofísicos (Brandon Carter, John Wheeler, John Barrow e FrancK Tippler) alargaram sucessivamente o princípio antrópico com novas versões — princípio antrópico forte, princípio antrópico participativo e princípio antrópico final —, tendo-se tornado numa teoria cada vez mais especulativa e com características que facilmente conduziram à sua marginalização e mesmo ridicularízação no seio da comunidade científica, sobretudo devido à relevância que estas novas versões atribuem à consciência (e, em particular, à consciência humana) na origem e evolução do Universo, num aparente recuo conceptual até à era pré coperniciana (em que ocupávamos um lugar privilegiado e detínhamos um estatuto especial no cosmos).
Como reacção a este regresso conceptual do ser humano à cena cosmológica, surgiu na última década do séc. XX uma teoria que relega a vida (e, em particular, a vida consciente) para um marginal estatuto de subproduto evolutivo do Universo.
Esta teoria, de John Gribbin, é tão ou mais especulativa do que as ousadas versões do princípio antrópico, ao alargar a ideia de Gaia a todo o Universo e ao considerar que este é um organismo vivo acima de tudo empenhado na sua reprodução, numa eco-lógica cósmica que explicaria a afinação precisa dos valores das propriedades fundamentais do Universo.
Tudo isto, recorde-se, para explicar por que é o Universo como é, relativamente às suas propriedades mais fundamentais…
A seguir ao jantar tivemos uma apresentação de um vídeo intitulado “Um novo Imaginário”. Neste vídeo tivemos a apresentação de uma série de imagens tiradas pelo telescópio Hubble.
A 3º Palestra foi dada pelo João Fernandes com o título “Missão espacial Gaia: em busca do mapa a 3 dimensões do Universo”
Esta sonda que vai ser lançada em 2011 na Guiana Francesa vai fazer um estudo muito completo do Universo e vai fazer uma mapa a 3 dimensões do Universo. Vai ter uma missão de 5 anos e vai ter várias aparelhos científicos para encontrar as posições correctas, as paralaxes – distancias muito precisas, os movimentos próprios, as velocidades radiais e os brilhos – temperatura, gravidade, luminosidade, MI de vários objectos celestes. Além destes objectos distantes também vai estudar e seguir vários asteróides. No tratamento de dados que esta sonda vai enviar, vão participar várias instituições e firmas portuguesas: 12 Investigadores (7 centros e 2 companhias) + estudantes – Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa, Centro de investigação em Ciências Geo-Espaciais (Porto), Grupo de Astrofísica da Universidade de Coimbra, Instituto D. Luis – SIM (FCUL – Lisboa), Instituto de desenvolvimento de Novas Tecnologias (Lisboa), Instituto Nacional de Engenharia, tecnologia e Inovação (INETI – Lisboa), Critical Software, SA (Coimbra), Holos, Lda.
Observação
Por fim tivemos uma observação no parque Arbutos do Demo, pelo divulgador José Matos. Como sempre foi muito agradável ouvir a viagem pelo céu tendo como guia o Zé Matos. Antes da observação propriamente dita ouve uma projecção de um vídeo.
A observação correu muito bem porque estava uma noite espectacular (apesar de estar lua cheia).
3º Dia
Começou com uma oficina de relógios de sol, como tinha acontecido no 2º dia.
A palestra do dia foi dada pelo Pedro Russo com comparticipação do João Fernandes e teve como tema “O ano Internacional de Astronomia 2009”
Obs:Ttivemos uma média de 50 pessoas por sessão e mais ou menos umas 30 pessoas na observação.
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