O João Magueijo apresenta uma série para o Science Channel, chamada “João Magueijo’s Big Bang“. Podem ler mais sobre a série, aqui.
Vejam o programa dividido em 5 partes de 9 minutos:
O que me apraz dizer do programa?
1 – uma das primeiras coisas que notei foi o sotaque do Magueijo… parece-me meio estranho… talvez pela 1ª linguagem dele não ser a inglesa, ou talvez porque o sotaque inglês a que estou habituado é diferente. Mesmo sem notar, eu também tenho um sotaque estrangeiro, por isso…
2 – a explicação do Problema do Horizonte é simplesmente genial.
3 – as diversas analogias utilizadas ao longo do programa são fenomenais.
4 – a ideia da Inflacção Cósmica (IC), no meu ver, é absurda. E penso que o Magueijo foi demasiado brando nas críticas que lhe faz. Mesmo sendo “somente” uma teoria, e apesar dele ter dito que não há confirmação observacional, para mim a própria “resolução do problema” com a ideia de expansão é ridícula. Ele poderia ter sido mais incisivo nesse ponto.
5 – a única analogia que não gostei foi a do gato e do rato. Não tem nada a ver. A conclusão tirada pelo Magueijo do que vê no gato-rato exemplo é uma conclusão lógica, baseada em experiências passadas e argumentos racionais. Já a conclusão tirada com a IC não é baseada em experiências passadas, e é basicamente uma ideia disparatada (na minha opinião, que não sou Físico Teórico nem Cosmólogo).
6 – quando ele diz que as evidências para a teoria dele (VSL) estão (ou não) no Universo, penso que fez bem ao afirmar a sua falsibilidade, mas por outro lado penso que também deveria ter sido mais incisivo. É que se critica a IC pela falta de evidências… a teoria dele sofre do mesmo. Porque não então deitar fora a VSL (como fez à IC) e começar outra?
7 – gostei de vê-lo dizer que se a VSL não der, tem já muitas outras ideias. Óptimo! Quais são elas? 🙂
8 – adorei a parte de ele se mostrar como uma pessoa normal, que está com os amigos, que vai a festas, que bebe, que se diverte, e as ideias cosmológicas aparecem-lhe. Como ele disse: “as melhores ideias não me aparecem no trabalho”.
9 – não gostei da parte em que estão aquelas palavras todas a passar: “maverick”, “iconoclast”, “heretic”, “radical”. Penso que eram desnecessárias. Ele simplesmente está a fazer ciência, a fazer avançar a ciência. Toda a gente que vem nos livros de história da ciência poderia ter esses epítetos, e assim eles perdem o valor.
10 – gostei quando ele diz: “Não acredite em tudo que lhe dizem na escola!” E como isso é verdade…
6 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
Author
Já agora, corrigi o texto no caso em que disseste, porque sim, tinhas razão.
Só não tinhas razão no resto.
Author
Olá João,
LOLLLLLLLLLLLL
Surpreende-me que venhas com essa crítica à escrita, e que se tem que ter cuidado e não sei que mais… e depois escreves isto: "A escola como qualquer lugar de transmissão de conhecimento só pode tranmitir o conhecimento de é depositária."
Faltam 2 vírgulas (aliás, no teu comentário faltam uma enorme quantidade de vírgulas), escreves "tranmitir", e a expressão "conhecimento de é depositária" (que não entendo).
aiiiiiiii os telhados de vidro… 😉
Fico também à espera dos teus comentários, quando a escrita estiver correcta 😉
"gostei de ver ele "
Fico triste pela falta de cuidado com a língua portuguesa que se tem hoje em dia.
Por favor, saber ciência não exclui cuidado com a língua que se fala e muito menos se escreve. Em vez de "de ver ele " diga e escreva "vê-lo".
“Não acredite em tudo que lhe dizem na escola!”
A escola como qualquer lugar de transmissão de conhecimento só pode tranmitir o conhecimento de é depositária. Falta-lhe ainda compreender que aquilo que sabemos e conhecemos está condicionado no tempo e no modelo civilizacional em que vivemos mas os professores que se respeitam já vão fazendo essa afirmação de humildade dizendo aos alunos que o que lhes ensinam está dentro dos limites do que se sabe no momento ou pelo menos nas condições que eles têm para compreender, que é outra condicionante para o que a escola transmite aos seus alunos.
Author
Filipe,
Ninguém falou no sotaque como medição de um cérebro.
Se eu disser que o meu carro é preto, não estou a falar da potência do motor.
Logo, penso que não faz muito sentido essa relação.
Mas o sotaque tem influência quando se fala, quando se transmite o conhecimento, quando se divulga, quando se ensina.
Eu próprio tenho obviamente sotaque estrangeiro, e reconheço esse sotaque, como é óbvio.
É algo que faz parte da comunicação de informação.
No exemplo do carro, a côr nao diz nada sobre a potencia do motor, não tem nada a ver uma coisa com outra, MAS tem a ver com os meus gostos – posso gostar mais de um ou de outro devido à cor.
A mesma coisa para os sotaques, posso gostar mais duma comunicação do que outra devido ao sotaque.
Tu ouves os discursos do Einstein, e o sotaque dele é fortissimo. Isso é independente do génio que ele foi.
O sotaque é natural.. É o sotaque internacional Mourinho a funcionar. Mas um cérebro não se mede pelo sotaque!..
Independentemente de a VSL poder ou não explicar o problema do horizonte, eu gosto muito da clareza com que o João Magueijo consegue transmitir as ideias e os conceitos.
Quanto às palavras que vão atravessando a imagem, bom…acho que a intenção é mesmo criar a imagem de alguém não convencional, de alguém que tem capacidade de revolucionar e de questionar.
Eu confesso que também as dispensava.
Mas, tal como tinha apreciado muito o livro, também gostei muito deste programa.
Obrigado por ter chamado a atenção para ele.
Alberto