A China levou a cabo o lançamento do primeiro satélite venezuelano, Simon Bolivar (ou VENESAT-1, tal como foi registado na ONU). O satélite Simon Bolivar foi lançado por um foguetão CZ-3B Chang Zheng-3B às 1654UTC do dia 29 de Outubro após um atraso de 17 minutos devido a problemas técnicos. O lançamento ocorreu a partir do Complexo de Lançamento LC3 do Centro de Lançamento de Satélites de Xi Chang.
Desenvolvido na base do foguetão CZ-3A Chang Zheng-3A, o foguetão CZ-3B Chang Zheng-3B é o lançador mais poderoso da frota de foguetões chineses. O CZ-3B possuí maiores tanques de propolente, sistemas de computadores melhorados, uma ogiva de protecção maior com 4,2 metros de diâmetro e a adição ao primeiro estágio de quatro propulsores laterais de combustível líquido hipergólico que auxiliam na fase inicial do lançamento. O foguetão é capaz de colocar uma carga de 11200 kg numa órbita terrestre baixa ou uma carga de 5100 kg numa órbita de transferência para a órbita geossíncrona. O CZ-3B tem um comprimento de 54,84 metros e um diâmetro de 3,35 metros. O primeiro lançamento de um foguetão CZ-3B Chang Zheng-3B teve lugar a 14 de Fevereiro de 1996 mas acabou no que é agora conhecido como o “Massacre de São Valentim”, quando o primeiro CZ-3B teve uma avaria 2 segundos após a ignição e desenhou-se perto de uma aldeia matando dezenas de pessoas.
O lançamento do satélite Simon Bolivar foi a 11ª utilização de um foguetão CZ-3B, o 7º lançamento bem sucedido da China em 2008 e o 112º lançamento orbital com sucesso.
O satélite Simon Bolivar tem por base o modelo chinês DFH-4 e é o primeiro satélite lançado pela China para a América Latina. O acordo para o desenvolvimento, construção e lançamento do Simon Bolivar foi assinado a 1 de Novembro de 2005 com o objectivo de ser colocado em órbita em Julho de 2008. O desenvolvimento do satélite foi classificado como de importância estratégica e histórica para a Venezuela e para a China, acordo com as palavras do Presidente Hugo Chaves.
A Venezuela teve um papel de igual nível no desenvolvimento do satélite que será utilizado para comunicações governamentais e militares, dando também às áreas remotas do país acesso a comunicações por telefone, fax, videoconferência, Internet de alta velocidade, rádio, tele-medicina e tele-educação. De acordo com a Ministra da Ciência e Tecnologia, Nuris Oriuela, o custo total do projecto foi de cerca de 241 milões de euros mais 165 milhões de euros para a construção de duas estações de controlo nas regiões de Bolivia e Guarico.
O acordo para o lançamento do satélite venezuelano também envolveu a transferência de tecnologia entre os dois países. No acordo foi contemplado o envio de especialistas venezuelanos para trabalharem na construção do Simon Bolivar que também será utilizado pelo Uruguai que permitiu a utilização da sua posição orbital geostacionária a 78º E sobre o Equador pela Venezuela.
O Simon Bolivar tinha uma massa de 5100 kg no lançamento com painéis solares com uma envergadura de 12,1 metros. O satélite está equipado com 12 repetidores em banda C (rádio e TV), 14 repetidores em banda Ku (dados e Internet de alta velocidade) e2 repetidores em banda Ka (TV digital). O satélite deverá operar por 15 anos.
O Centro de Lançamento de satélites de Xi Chang está situado na Província de Sichuan e é o local por excelência para os lançamentos geossíncronos da China. Equipado com duas plataformas de lançamento, o centro possuí uma rede de caminho-de-ferro e auto-estrada. O centro de comando e controlo está localizado a 7 km de distância e proporciona controlo de voo e segurança durante os lançamentos e ensaios. Outras instalações no centro incluem os sistemas de abastecimento, sistemas de comunicações para os lançamentos, telefone e envio de dados, além de equipamento de suporte para monitorização e previsão meteorológica.
O primeiro lançamento levado a cabo desde Xi Chang teve lugar às 1225UTC do dia 28 de Janeiro de 1984 quando o foguetão CZ-3 Chang Zheng-3colocou em órbita o satélite Shiyan Weixing.
Imagem: Xinhua
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