Koronas-Foton em órbita

koronas-foton

A Rússia lançou o seu terceiro satélite num programa para o estudo do Sol e da Física do sistema Terra-Sol. O lançamento do satélite Koronas-Foton teve lugar às 1300UTC do dia 30 de Janeiro de 2009 a partir do Complexo de Lançamento LC32/2 do Cosmódromode Plesetsk, situado na região de Arkhangelsk a cerca de 800 km a Norte de Moscovo. Este foi o último lançamento do foguetãoTsyklon-3.

CORONAS (Complex ORbital Observations Nera-Earth of Activity of the Sun) é o programa russo para o estudo do Sol e das ligações física entre a nossa estrela e a Terra através de uma série de observatórios em órbita e que proporcionou o lançamento de três satélites.

O Koronas-Foton foi o terceiro satélite da série. As duas missões anteriores do projecto foram o satélite Koronas-I / Intercosmos-26lançado a 2 de Março de 1994 e o Koronas-Flançado a 31 de Julho de 2001. O Koronas-Foton é parto do programas ILWS (International Living With a Star Program).

O Instituto de Engenharia Física de Moscovo é a principal organização responsável pela carga científica abordo do Koronas-Foton enquanto que o Instituto de Presquisa Electromecânica de Moscovo é a principal organização responsável pelo satélite.

O principal objectivo do projecto é a investigação da acumulação energética e a sua transformação em energia nos processos de aceleração de partículas durante as erupções solares, o estudo dos mecanismos de aceleração, propagação e interacção das partículas na atmosfera solar; o estudo da correlação da actividade solar com os processos físico-químicos na alta atmosfera terrestre.

São três os objectivos da missão Koronas-Foton: o estudo da Física do Sol; as ligações físicas do sistema Terra-Sol; e a realização de pesquisas no campo da astrofísica.

O Koronas-Foton irá tentar determinar as funções de distribuição dos electrões, protões e neutões acelerados e a sua dinâmica com uma alta resolução temporal; irá tentar determinar diferenças nas dinãmicas de aceleração dos electrões e protões.

Irá também levar a cabo pesquisas nas variações da função de distribuição das partículas de alta energia e irá investifar a nisotropia angular das partículas interactivas através de uma análise estatística dos espectros de radiação e dos parâmetros de polarização linear dos raios-X de alta energia, e os efeitos direccionais na região dos raios gama de alta energia tentando determinar os mecanismos e requerimentos da aceleração dos protões e electrões nas diferentes fases das explosões solares, além dos parâmetros da região de propagação das partículas aceleradas.

O novo satélite será também utilizado para determinar a abundância elementar na região dos raios gama através de espectroscopia gama e determinar a captura de neutões de baixa energia na atmosfera solar; irá determinar as altitudes de formação da radiação por observação da linha dos deuterões e determinar o espectro de energia dos protões e núcleos, e a sua dinâmica tendo em conta a relação com as linhas nucleares gama.

Por fim, irá estudar a formação de elementos leves (D, 3He, Li, Be) durante as explosões solares.

Na Física das ligações do sistema Terra-Sol, o Koronas-Foton irá levar a cabo pesquisas nas composições químivas e isotrópicas dos núcleos acelerados nas explosões solares e que estão presentes na órbita terrestre, investigando também os parãmetros energéticos e temporais dos electrões e protões provenientes dessas explosões. O Koronas-Foton irá também monitorizar a alta atmosfera através da absorção dos ultravioletas solares.

No campo da Astrofísica o observatório irá concentrar-se no estudo dos raios-X e da radiação gama proveniente das explosões de raios gama e do estudo da radiação de fontes locais localizadas no plano eclíptico.

O satélite transporta vários instumentos. Para o estudo da radiação electromagnética e dos neutrões: NATALYA-21M, um espectrómetro de alta energia; RT-2, um telescópio de raios gama de baixas energias; PENGUIN-M, um espectrómetro-polarizador de raios-X; e o KONUS-RF, um espectrómetro de raios gama e raios-X. Para o estudo dos raios-X: BRM, um monitor de raios-X rápidos; PHOKA, um monitor multicanal de ultravioletas; e o TESIS, um espectrómetro / telescópio solar. Para o estudo dos raios cósmicos: ELECTRON-M-PESCA, um analizador de partículas carregadas, e o STEP-F, um telescópio de electrões e protões. O satélite está também equipado com vários sistemas de fornecimento de informações científicas: SM-8M, um magnetómetro; SSRNI, um sistema para aquisição de dados científicos e registo; e BUS-FM, um bloco de controlo e comunicações.

Os dados enviados pelo Koronas-Foton são transmitidos para as estações no solo na frequência de 8,2 GHz (banda X).

O Koronas-Foton tinha uma massa de 1920 kg no lançamento e deverá operar durante três anos numa órbita curcular a 500 km de altitude com uma inclinação de 82,5º.

O foguetão 11K68 Tsyklon-3 foi desenvolvido entre 1970 e 1977 como parte de um programa para reduzir o número de lançadores soviéticos. Os dois primeiros estágios derivaram da versão 8K68 do míssil intercontinental R-36, enquanto que o terceiro estágio derivou do lançador R-36-O.

Os trabalhos de desenvolvimento para o Tsyklon-3 foram autorizados em Janeiro de 1970. na fase final da sua vida o Tsyklon-3 foi utilizado para lançar os satélites científicos ucrânianos AUOS e os satélites Okean-O.

Com a desintegração da União Soviética, o fabricante ucrâniano tornou-se inapropriado para o lançamento de satélites militares russos. Em 1998 era referido que somente existiam quatro foguetões deste tipo.

No total foram levados a cabo 122 lançamentos do foguetão 11K68 Tsyklon-3 dos quais 10 lançamentos falharam. O foguetão desenvolvia uma força de 2713000 kN no lançamento e tinha uma massa total de 189000 kg. O seu comprimento era de 39,2 metros e a sua largura era de 3,0 metros.

2 comentários

  1. Olá não sei se me podem responder, mas eu comprei uma Konustart-700 e não consigo ver, alguém me pode dizer como funciona, pois não existe manual.

    1. Olá Gonçalo,

      Não quer perguntar no nosso Facebook? 😉

      É que neste post… ninguém vai ler… porque este post já tem quase 3 anos, e porque a sua pergunta não tem nada a ver com o tema do artigo.

      abraços

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