Há muito tempo que não íamos a Serpa.
Eu, o Alfonso, o Filipe e a Rute, o J. Ribeiro, O Luís Evangelista e o Luís Carreira resolvemos retomar a tradição.
Fomos no sábado, a tempo de ir almoçar. Visitámos o Museu do Relógio, comprámos o habitual petisco para a noite e rumámos ao local do costume.
Surpresa!
Uma vedação de arame impede agora o acesso ao “nosso” altinho.
Por isso resolvemos ir mesmo até ao Pulo do Lobo e encontrar um local adequado lá perto.
O Guadiana, naquela zona, tem muito pouca água e o lobo não teria grande dificuldade em dar o salto de um lado para o outro.
Acabámos por instalar-nos junto a uma casa em ruínas, mesmo à beira do caminho.
Ainda era meio de dia quando acabámos de montar os equipamentos. Havia algum vento e, por isso, não instalei a saia de protecção do Obsession.
A observação começou pela Lua e logo se percebeu que a noite seria magnífica, com muita estabilidade atmosférica.
Ainda com os olhos ofuscados pela Lua, virámo-nos para Antares.
Quase de imediato, Antares B saltou à vista, muito próxima, azul, absolutamente pontual. Foi uma separação fácil para todos os presentes.
Seguiu-se Saturno, com os anéis quase de perfil.
Mais tarde, observámos Urano e Neptuno; com Neptuno pudemos também identificar a lua Tritão.
Dos planetas, Júpiter foi o último, mas também o que ofereceu melhores imagens. De início, IO estava em eclipse e a Grande Mancha Vermelha fazia a sua aparição junto ao limbo; já tinha ultrapassado o meio quando a observámos pela última vez, e Io também já tinha reaparecido. Foram imagens de grande nitidez, das melhores imagens de Júpiter até ao momento.
Quanto a céu profundo, foi uma noite muito rica, não muito especial para galáxias e nebulosas, mas excelente para enxames e nebulosas planetárias.
M57, com a estrela central de magnitude 15.3,a dupla dupla, M51, M97, M101, M106, M81, M82, Nebulosa Olho do Gato, M11, M17, M20, M22, M6, enxames abertos em Cassiopeia e bastantes outros que agora me escapam, encheram a noite até às 03:30, hora a que resolvemos arrumar o equipamento e iniciar a viagem de regresso.
Já tinha saudades de um céu assim.
Mesmo nestas noites curtas, o Pulo do Lobo continua a ser um dos melhores céus de Portugal.
Alberto
Crédito das imagens: 1ª – Filipe Alves; 2ª e 3ª – Luís Carreira
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