Lua quase nova – Atalaia cheia

Não foi preciso apagar luzes.
A Atalaia encheu.
Encheu com gente de todas as idades; encheu com frequentadores habituais; encheu com frequentadores ocasionais; encheu com frequentadores neófitos, e que passarão a ser frequentadores frequentes, tal o entusiasmo demonstrado.
Foram vários os que observaram por um telescópio, pela primeira vez. E ficaram fascinados.
O Obsession esteve de serviço. M22, M11, M17, M8, M13, M15, M31, M27, M76, NGC 4631 (Olho do Gato), Nebulosa “Blinking”, Nebulosa do Véu, duplas como Cor Caroli, Gama de Andrómeda, Eta de Cassiopeia, Urano, Neptuno, foram aperitivo e sobremesa para a estrela da noite: -Júpiter.
Jupiter estava muito belo.
Assistimos ao aparecimento de Ganimedes, saído de um eclipse, para logo de seguida começarmos a ver a sombra de Europa, bem nítida, projectada na superfície do planeta. Europa entraria depois em trânsito. Assistimos ao seu desaparecimento à frente do planeta, enquanto a sua sombra progredia sobre o equador.
É de referir que, neste momento, o plano de translação das luas de Júpiter está praticamente de perfil, ocorrendo todos os dias vários fenómenos entre elas, como ocultações, eclipses parciais ou eclipses anulares.
A noite terminou pelas 03:30, para mim, porquanto ainda por lá ficaram bastantes resistentes.
Após paragem na área de serviço, a chegada a casa foi já de madrugada.

venus
Quando acabei de arrumar o equipamento já era quase dia e o par Lua/Venus brilhava alto a leste, como se vê nesta imagem feita com o telemóvel.
Atalaia cheia, sem marcações prévias, na noite em que os prometidos apagões chamavam à astronomia e que antecedia a histórica alunagem, há 40 anos,do módulo lunar Eagle, da missão Apolo 11, no Mar da Tranquilidade.
Uma noite a recordar.

Alberto

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