Chuva de Estrelas: Leónidas

Estamos em plena altura das Leónidas.
O seu ponto de origem, radiante, parece provir da constelação de Leão.
São restos, pó, do cometa Tempel-Tuttle, que passou pela órbita da Terra em 1567.

O ano passado previa-se uma espectacular chuva de estrelas para esta noite, 17 de Novembro. Previa-se cerca de 500 estrelas cadentes por hora! Ou seja, basicamente idêntico ao famoso “chuveiro” de 1998, apesar de ser em número inferior aos de 1999, 2000, e 2001. Mas sendo provavelmente o melhor desde aí!
A cereja em cima do bolo é que a fase da Lua é hoje de Lua Nova, como podem ver na parte direita deste blog, não estragando assim o show meteórico.

Não é preciso qualquer equipamento para observar.
Basta ir lá para fora, escolher um sítio escuro, e olhar para o céu.

As previsões do ano passado provavelmente serão demasiado altas, e teremos somente cerca de 300 meteoros por hora (na Ásia, sobretudo). Mesmo assim, é muito bom!
Por outro lado, as previsões apontam para que o pico se registe hoje às 21:50 TU, e a constelação de Leão só estará visivel acima do horizonte em Portugal 5 horas depois.

Como o radiante está em Leão, isso fará com que em Portugal se vejam menos meteoros; serão à volta de 20 por hora (em média, 1 a cada 3 minutos), e o melhor será ao redor das 3 da manhã de dia 18 de Novembro. Mesmo assim, é muito bom e superior ao que temos tido no passado recente!

Vejam uma Leónida na APOD.
Uma estrela cadente a rasgar os céus da Califórnia:

(cliquem sobre a imagem para a ampliarem)

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Em 2008, esta chuva foi fraca. Cerca de 15 meteoros por hora com o seu brilho ofuscado pela Lua.

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Em 2007, o Jorge Almeida escreveu este texto para o Guia do Viajante pelas Leónidas:

Caro viajante, lembre-se que na página 20071118 da encyclopaediagalactica do viajante solar há uma nota muito pequenina que reza o seguinte: “irá haver uma chuva qualquer. stop. algures na direcção de Leo. stop. 2007. stop. nov… riscos no céu…” e, de repente… sente-se perdido. O astropt está aqui para iluminar o caminho certo para uma melhor compreensão da mensagem.

No dia 18 de Novembro, próximo Domingo, bem de madrugada, vá lá para fora, de preferência a um local mais escuro que possa arranjar. Olhe para o céu, na direcção Este – se não sabe qual é a direcção Este então repare no movimento das estrelas – elas parecem movimentar-se na direcção Oeste, as novas estrelas aparecerão do lado…. precisamente isso que acabou de pensar: Este. E faça um “scan” de Este a Oeste virando-se para o lado Sul. No ponto em que vir donde parecem provir os meteoros estará a olhar para o radiante que será precisamente na constelação Leo (Leão), daí o nome Leónidas. Não confunda estrelas com “estrelas cadentes”. “Estrelas cadentes” são, na verdade, um termo erróneo uma vez que “estrelas cadentes” são meteoros, não verdadeiras estrelas, muito pelo contrário. Meteoros são pequenas partículas do tamanho de milímetros ou alguns centímetros que ao atravessarem a atmosfera terrestre sofrem pressão “ram” que faz com que sobreaqueçam e sucedam reacções de ionização levando à produção de calor (energia térmica) e…. luz! – o raio luminoso.

Irá observar meteoros que provém, provavelmente, na sua maioria, de restos do cometa Tempel-Tuttle que é de curto período dando a cada 33 anos uma volta em torno do centro de massas do Sistema Solar (simplificando, em torno do Sol…). Na sua viagem próximo da órbita da Terra, deixa um rasto de matéria que depois poderá ou não encontrar mais tarde com o planeta Terra. Dada a localização dessa poeira cometária, faz com que apenas em Novembro, mais concretamente nos dias 16 a 19 de Novembro de cada ano haja uma chuva de meteoros. As diferenças mínimas na alteração da órbita da Terra tornam muito difícil uma previsão mais correcta dos picos (maior actividade dos meteoros visíveis por hora) – há sempre um grau de incerteza associado, não significando que não se conheça bem sobre o tema! Hoje, dia 16 de Novembro está prevista alguma actividade, contudo, o maior pico decorrerá na madrugada de Domingo, dia 18, pouco após a meia-noite.
Não será o esplendor das Leónidas de Novembro de 1999, contudo oferecerá momentos breves de puro deleite a visualização de meteoros a “riscar” o céu nocturno.

Acima de tudo, delicie-se junto da companhia do céu com as… Leónidas, caro viajante solar.