Detectada Fluorescência de Metano na Atmosfera de HD189733b

Um grupo de astrónomos de várias instituições e liderado por Mark Swain do Jet Propulsion Laboratory da NASA publicou hoje na revista Nature um artigo no qual descreve a detecção de metano fluorescente na atmosfera superior do “Júpiter Quente” HD189733b. Este planeta orbita a estrela hospedeira, uma anã de tipo espectral K1 situada na constelação da Raposa, Vulpecula, em 2.2 dias.

Os electrões dos átomos ou moléculas num gás rarefeito quando submetidos a radiação intensa, absorvem energia e passam para níveis energéticos mais elevados. Depois de algum tempo nesse estado (o tempo depende de propriedades quânticas do átomo ou molécula) retornam ao estado de energia fundamental, libertando radiação com energia sempre igual à diferença entre os estados energéticos. Por ter sempre a mesma energia a radiação emitida tem sempre o mesmo comprimento de onda característico, a mesma “cor”. É este fenómeno que é designado de fluorescência e neste caso está a acontecer às moléculas de metano nas camadas superiores da atmosfera do HD189733b. Este efeito é algo similar às auroras boreais na Terra embora neste caso os átomos e moléculas envolvidos sejam distintos (e.g. oxigénio, azoto). A fluorescência do metano foi já observada no Sistema Solar em Júpiter, Saturno e Titã.

A detecção foi conseguida analisando o espectro infravermelho do lado diurno do dito exoplaneta (ver figura acima, note-se o pico de emissão – linha vermelha a tracejado, entre os 3 e 4 microns), utilizando para o efeito o IRTF (Infrared Telescope Facility) da NASA, situado no cume do Mauna Kea, no Hawaii. Esta é a primeira detecção deste tipo realizada a partir da Terra. Anteriormente já tinham sido identificadas na atmosfera deste exoplaneta vapor de àgua, monóxido de carbono, metano e sódio mas utilizando exclusivamente telescópios espaciais como o Hubble e o Spitzer.

Podem ver mais informação aqui.

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