Correm rumores de que na próxima 3ª feira poderá ser anunciada a descoberta de um novo planeta em órbita da anã vermelha Gliese 436 (GJ436). Esta estrela na constelação do Leão e a cerca de 33 anos-luz atingiu a notoriedade em 2004 quando Geoff Marcy e Paul Butler descobriram um “Neptuno Quente” em sua órbita. O GJ436b foi o primeiro planeta desta classe a ser descoberto. Em 2007, uma equipa liderada por Michaël Gillon descobriu que o planeta realizava trânsitos, permitindo assim a medição do seu tamanho e densidade.
A confirmar-se a notícia, o novo planeta, GJ436c, poderá ser ainda mais espectacular. A julgar pelas fontes (fidedignas) o planeta efectua também trânsitos e poderá ter um raio de apenas 75% do da Terra ! Aparentemente os trânsitos do GJ436c foram detectados inicialmente em dados recolhidos pela sonda Deep Impact, depois de reconvertida para a sua segunda missão designada de EPOXI. Durante a primeira parte desta missão foi utilizado um instrumento da sonda para realizar observações fotométricas de vários sistemas com trânsitos e a GJ436 foi um dos alvos. A confirmação da descoberta poderá ter vindo de observações realizadas no início deste ano com o telescópio Spitzer.
3ª feira haverá certamente mais detalhes…
6 comentários
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Obrigado ao Luis e ao Carlos Oliveira, pelos esclarecimentos.
Concordo com o Luis que a vida não tem que existir nas chamas zonas Habitáveis.
De facto a minha ideia do conceito de Rare Earth não estava correcta.
Sendo assim concordo totalmente com Brownlee e Ward.
Mais uma vez obrigado
Olá António,
Os defensores do Rare Earth (presumo que se refere à ideia do livro do mesmo nome), sugerida pelo Brownlee e Ward, não é o que popularmente se pensa.
Rare Earth quer simplesmente dizer que não se vai encontrar um planeta exactamente igual à Terra (mesma distância, mesma estrela, mesma atmosfera, mesma Lua, etc, etc, etc), e que tenha o tipo de vida que a Terra tem.
Já tenho colocado aqui posts com palestras do Ward, e ele acredita em vida ET, mas muito diferente da nossa.
O que eles dizem é que a vida simples pode estar espalhada pelo Universo. Agora vida inteligente, com o mesmo tipo de inteligência da nossa, será muito raro.
Eu concordo inteiramente com eles
😉
Olá António,
se o planeta for confirmado e coincidir com o sinal detectado pela EPOXI então terá um período de 8.42 dias e receberá 9 vezes mais radiação que a Terra (o Neptuno Quente tem um período de 2.64 dias). Estará demasiado próximo da estrela para se localizar na “zona habitável”. Note que a definição desta zona (baseada na distância à estrela em que poderemos encontrar água no estado líquido) é no mínimo controversa. Veja-se o exemplo dos prováveis oceanos em Europa.
Author
Há algo estranho nesta história. A detecção de um planeta com 0.75 vezes o raio terrestre pela primeira vez seria uma notícia digna de algum tipo de pré-anuncio e uma conferência de imprensa pelos membros da equipa… O facto de nada estar anunciado pode querer dizer que a notícia corresponde não a uma descoberta mas antes a uma não detecção. Por outras palavras o sinal detectado durante a missão EPOXI não teria sido confirmado pelo Spitzer. Mesmo esta notícia seria significativa pois várias outras equipas têm alegado a detecção de um segundo planeta de curto período no sistema. Isto punha um ponto final na história.
Eu prefiro a primeira hipótese 😉 Vamos esperar para ver …
O que era mesmo fantástico, era a orbita deste planeta estar numa “zona habitável” e antes do “Neptuno Quente” já detectado. O que é que dirão os defensores da teoria “Rare Earth” ?…
Vamos aguardar
WOW
Mais pequeno que a Terra???
Esperemos por 3ª feira!!!
😀