Já tínhamos falado do JENAM 2010, neste post.
O Pedro Russo escreveu um texto bastante completo, neste post.
E o JENAM 2010, comunicou sobre o AIA2009, neste post.
Podem também ler o PDF com os abstracts, onde se inclui os programas de educação, clicando aqui.
Vejam também a palestra do Pedro Ré sobre as actividades pro-am em Portugal, clicando aqui.
Agora trago-vos um Comunicado de Imprensa, do JENAM 2010, sobre educação:
Novos rumos para a educação das ciências na Europa discutiram-se esta semana em Lisboa, na Semana Europeia da Astronomia e Ciências Espaciais
Durante a Semana Europeia da Astronomia e Ciências Espaciais que decorre esta semana na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, vários astrónomos de todo o mundo discutiram os recentes sucessos e desafios para o futuro das instituições educativas, através da utilização de instrumentos modernos de ensino da ciência nas escolas europeias.
Apesar de as Ciências da Educação serem reconhecidas como um dos pilares dos sistemas de ensino modernos, é impossível contornar o facto de que o interesse das novas gerações em temas de ciência tem vindo a diminuir.
É necessária uma mudança dos métodos tradicionais de ensino da ciência.
Os fascinantes avanços da astronomia dos últimos anos podem ser um poderoso aliado para atingir este objectivo.
O recém-aprovado Plano Estratégico da União Astronómica Internacional (UAI) para os próximos 10 anos prevê o uso da astronomia como um impulsionador para o desenvolvimento em vários países.
Isso só pode ser feito se houver um investimento constante em formação de educadores e na qualificação dos alunos com as ferramentas certas para enfrentar o mercado de trabalho.
Um pouco por todo o mundo têm vindo a ser desenvolvidas várias acções na área de formação de professores em novas tecnologias no ensino das ciências, através do ensino da astronomia.
Portugal não é uma excepção.
O Galileo Teachers Training Program (GTTP), um projecto internacional iniciado no âmbito do Ano Internacional da Astronomia 2009 (AIA 2009), está a criar uma rede de formadores a nível mundial, dotando-os de conhecimentos sobre os melhores recursos e ferramentas para a educação em astronomia.
Estas técnicas são, posteriormente, transmitidas a professores, através de workshops, acções de formação e ferramentas de ensino online, entre outros.
Tudo para que, no final, estes novos conhecimentos sejam aplicados nas salas de aula, designadamente através da utilização de novas tecnologias, motivando os alunos para a ciência e astronomia.
Como no resto do mundo, o GTTP é já um caso de sucesso em Portugal.
O nosso país foi um dos que teve mais professores participantes (350) durante o AIA2009 e, nas palavras da coordenadora nacional deste programa, Rosa Doran, “notou-se em 2009 um acréscimo na participação e interesse dos professores, já que houve muita divulgação e as próprias escolas se preocuparam mais em fazer chegar a informação aos docentes”.
Esta formação teve três níveis: Introdução à Astronomia, Introdução à utilização dos Telescópios e GTTP – Novas Tecnologias, e foi levada a cabo com o apoio de várias instituições no país.
Ao longo da formação, os professores aprenderam a usar software astronómico, telescópios robóticos, a fazer processamento de imagem, entre outros recursos.
Rosa Doran considera que há três grandes mais-valias deste projecto: Para além do investimento nas novas tecnologias no ensino e da promoção de um trabalho interactivo com os alunos, também o facto de os professores “terem sempre a quem recorrer para tirar dúvidas, através da rede de professores certificados” é um factor diferenciador em relação às acções de formação mais convencionais.
São, inclusivamente, promovidos encontros e campanhas nas quais os professores estão convidados a participar, usando o que aprenderam na sua formação.
O GTTP é apoiado, a nível internacional, pelo Global Hands on The Universe (GHOU) e organizado, no nosso país, pelo NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia.
O NUCLIO foi recentemente certificado como entidade formadora pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, e os cursos que ministra estão também em vias de certificação para o ano lectivo 2010/2011, o que significa que os professores que fizerem esta formação obtêm créditos.
Durante esta semana, a propósito da Semana Europeia da Astronomia e Ciências Espaciais, foi organizada uma destas acções de formação para professores que contou com cerca de 30 participantes oriundos de escolas nacionais.
Esta formação contou com alguns formadores de gabarito internacional e que têm tido um papel preponderante no sucesso da implementação do GTTP a nível mundial, como Connie Walker, cientista do Office of Education and Public Outreach do National Optical Astronomy Observatory (E.U.A.) e Anita Heward, assessora de imprensa do Europlanet.
Leonor Cabral, da Escola Secundária da Cidaleda em Cascais, uma das professoras presentes na formação, entende que “é muito importante apostar neste tipo de iniciativas, pois elas motivam a troca de novos conhecimentos, e só assim é possível avançar para novos patamares”.
Nélson Correia, professor de Física e Química na Escola Secundária Maria Lamas em Torres Novas também vê vantagens na implementação de programas como o GTTP: “estas formações permitem-nos aprender a usar novos recursos e a dinamizar as aulas, motivando os alunos para a astronomia”, explica.
Rosa Doran espera agora “que estas novas gerações de professores a receber formação vão ‘contaminando’ mais e mais professores e alunos” de forma a continuar o sucesso do programa.
O GTTP vai já colhendo os seus frutos no terreno, mas falta agora chegar a interlocutores no Ministério da Educação, de forma a poder incluir esta formação nos programas curriculares das escolas, à semelhança do que vai acontecendo em outros países europeus.
Últimos comentários