Astrologia e Pirâmides
(imagem aqui)
Numa altura em que alguns astrónomos se resignam ao facto de que as pseudociências, como a astrologia, sempre irão existir, porque as pessoas não detém literacia científica, só 35% dos alunos universitários nos EUA discordam da “ideia de que ETs teriam visitado civilizações antigas da Terra e ajudado a construir monumentos como as pirâmides do Egipto”.
Se bem que olhando para o gráfico, só 15% concordam com essa ideia.
Afinal, o que dizem os outros 50%?
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Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
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Dário: tens toda a razão.
António: supostamente, segundo o jornal FOLHA, este questionário foi feito pelo astrónomo Chris Impey. Além das somas estatísticas mal feitas, o que a mim também me surpreende é que não consigo ver a mesma notícia em inglês. É como só o jornal brasileiro tivesse acesso a esta notícia, o que é MUITO ESTRANHO. Não devia haver links para sites americanos a dizer o mesmo? Pois é, eu não os encontro…
Daí que não sei se a culpa foi de quem fez o questionário, ou do jornalista brasileiro que o divulgou, mas que alguém cometeu erros, isso é certo.
Porventura, até cometeram os dois. O jornalista não fez bem as contas, e o astrónomo não fez as perguntas correctas (como o António disse).
Cada vez mais reparo que não é por se ter um papelinho a provar que frequêntou X cadeiras que a pessoa é inteligente. Por vezes é o contrário. Há muita mas mesmo muita gente que compra cadeiras e professores, ou seja, compra esse diploma e continua burro. Outros sem diploma sabem bastante mais e têm muitíssimo mais competências e conhecimentos.
Infelizmente temos uma sociedade viciada no dinheiro. O mais importante é a inteligência e o pensamento crítico e não o diploma bem comprado.
O problema é que o questionário é tendencioso e a interpretação dos dados também!
Vejamos:
1º – A soma das percentagens das respostas em cada gráfico não soma 100% (a percentagem de cada barra deve ser sensivelmente o dobro do que está indicado na ordenada do gráfico);
2º – Se me perguntassem se “Algumas civilizações antigas foram visitadas por ET`s” eu responderia como pouco ou muito pouco provável.
Agora se me perguntassem se “Concordo” ou “Não Concordo”, apetece responder que nem concordo nem deixo de concordar!
Admito que quem acredita piamente nisso responda “Concordo fortemente”, quem ache provável responda “Concordo”, quem ache pouco provável responda “Discordo” e quem rejeite a ideia responda “Discordo fortemente”.
Segundo a interpretação dos valores do gráfico referida no 1º ponto, tem-se para o 1º grupo cerca de 5%, para o 2º cerca de 25%, para o 3º cerca de 50% e para o 4º cerca de 20%.
Portanto, dizer que “só 35% discordam da ideia” é tendencioso, na realidade são cerca de 70%, o dobro(!), quanto a mim uma percentagem perfeitamente “normal” mas que não “vende” notícias.
3º – Perguntar se “concorda que há fenómenos que a física e as leis da natureza não conseguem explicar?” é também tendencioso, muita gente será tentada a responder “sim”.
Os resultados seriam radicalmente diferentes se perguntassem “concorda que há fenómenos que a física e as leis da natureza nunca vão conseguir explicar?”…
Estes americanos são muito espertos…
António Castanheira
Ainda bem que está mal, senão seria ciência. 😀
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Pois, eu acho que há alguma coisa mal nas estatísticas em cima 🙂
Booooa pergunta! 🙂
Eu tenho um amigo, engenheiro, empresário, que sempre levou muito a sério a astrologia. Eu, muito amiga dele e conhecendo sua inteligência, fiquei admirada por isso. Claro, fui tirar satisfações! 🙂
Então ele, disse simplesmente: Mirian, tira essa história de planetas de lado. Esqueça. Agora, trace o perfil das pessoas que nasceram em determinadas épocas do ano e coloque isso numa tabela estatística. Você tem aí os signos, com perfis generalizados e que, surpreendentemente, nada tem a ver com astros. Previsão? Bobagem. Tendo o perfil, você mesma pode traçar o futuro lógico.
No fim, eu acabo brincando de observar as pessoas e seus pontos em comum. Mas, claro, uma brincadeira que eu jamais chamaria de ciência e nem mesmo botaria a mão no fogo por ela. 😉
[…] enganados em relação a eles/as nestes 8 anos de AstroPT, como podem ler aqui, aqui, aqui, acolá, ali e ainda […]