Estava a ver o episódio mais recente da série Survivor, quando um dos concorrentes olhou para o céu, viu tal mau tempo, que até disse que parecia o fim do mundo.
Isto fez-me pensar que este tipo de comentários é coisa normal.
Esta forma de pensar – ver muito mau tempo e pensar que a pessoa não se safa – era comum antigamente.
A pessoa olhava para o céu, via o céu coberto de nuvens negras, muita chuva, muitos relâmpagos, trovões muito fortes, e pensava realmente que seria o fim do mundo.
Pensava isso, porque só tinha noção do espaço em que estava, e pensava que a sua vila era todo o planeta (o mesmo aconteceu com Noé, assumindo que é uma história verídica, que viu os agora conhecidos tsunamis a engolir a sua vila, e pensou que o mundo todo estava debaixo de água).
Por outro lado, como esses povos antigos não tinham conhecimento do que se passava, não sabiam a explicação natural para o tempo que fazia, e como estavam com bastante medo de morrer, então imaginavam deuses, imaginavam que eram esses deuses que controlavam os trovões, e por isso faziam promessas a esses deuses, de modo a tentarem salvar-se do “fim do mundo”.
Tentavam assim “controlar os resultados”, com explicações fantásticas, disparatadas, e sem qualquer evidência científica.
Actualmente temos mais conhecimento sobre o que se passa na realidade.
Mas esta mentalidade que existia na infância da humanidade, ainda persiste em muitas mentes. Percebe-se isso nestes comentários casuais a medo sobre fenómenos naturais, nos medos de fim do mundo, nas crenças religiosas, na astrologia, nos medos sobre fantasmas, nos OVNIs, nas pulseiras quânticas, no Criacionismo, etc.
O mundo avançou, a explicação progrediu, o conhecimento aumentou substancialmente, mas teimosamente continuamos a ter, demasiadas vezes, uma mentalidade infantil, de medo, de crença em estorinhas “para adormecer crianças”.
Nem sempre ficamos reféns dessa mente acriançada. Se por exemplo, vamos a conduzir e o carro pára de repente, ninguém imagina uma estória de que a razão do carro parar foi porque unicórnios invisíveis voadores atravessaram o motor.
Ou seja, todos nós utilizamos por vezes a mente racional, e noutras vezes utilizamos a mente que precisa de crer em disparates (eu próprio fui de encontro à plataforma 9 e 3/4 em King’s Cross em Londres – na realidade é outra -, para ver se passava para o “outro lado” como o Harry Potter).
Mas o objectivo deve ser sempre, penso eu, tentar utilizar muitas mais vezes a razão, do que imaginar algo sem sentido.
Já agora, para quem estiver curioso: não, não consegui atravessar a parede! 🙁
Só consegui algumas marcas negras no corpo…
4 comentários
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😀 Não, nào disse que era o Coelhinho da Páscoa, se bem que que por algum tempo até que nutri essa fantasia de Coelhinho da Pásco e Papai Noel. Daí, os sem-graça cresceram e descobriram que nenhum dos dois existem. Mas se divertiram muito enquanto acreditaram. 😀
Vou ver esses videos que você linkou acima. 😉
Author
youtube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.comyoutube.com…
Mirian: aposto que lhe disse que a culpa não era dele… mas do Coelhinho da Páscoa! ehehehehehe
😀
Pedro: WOW!!!
Realmente, essa tempestade… WOW!!!
mas fugir para onde? Essa é que é a verdadeira questão 🙂
Se saísse para dentro, então a tempestade vem de lá… se fugisse para o mar, além de provavelmente me afogar, a tempestade vinha “atrás de mim”…
Ou estares na água, olhares para trás, e veres isto:
http://www.youtube.com/watch?v=AlPqL7IUT6M
(isto é feito em filme, mas mesmo assim… imagina que era real)
Sem ser pelo medo, mas falando nos apanhados, já viste se isto fosse mesmo verdade?
Um gajo a querer ser honesto, e a ir preso devido a isso?
http://www.youtube.com/watch?v=5oXjmV2Eyi0
Não me parece que eu fosse muito racional nessa situação, mas provavelmente teria o comportamento pior, menos inteligente, que seria insultar o polícia!
😛
A situação que falas, é esta no programa de apanhados:
http://www.youtube.com/watch?v=qb7zwr3vQKo
pois, eu também sairia a correr na direcção contrária…
Ou se de repente te começassem a cantar e dançar numa estação em que tu estivesses?
Liverpool:
http://www.youtube.com/watch?v=VQ3d3KigPQM
Londres:
http://www.youtube.com/watch?v=orukqxeWmM0
Bélgica:
http://www.youtube.com/watch?v=7EYAUazLI9k
Pararem em NY:
http://www.youtube.com/watch?v=jwMj3PJDxuo
Eu provavelmente, também começava a dançar e cantar
🙂
Ou estares num jogo amigável com alguns amigos, e acontecer isto:
http://www.youtube.com/watch?v=_Nbkbss7i5s
Ou aparecerem muitissimas pessoas deconhecidas, num Funeral:
http://www.youtube.com/watch?v=RkjBesGaaNo
Ou casamento:
http://www.youtube.com/watch?v=1lVS22y4uoU
Ou veres montanhas de luzes (OVNIs??? :P) numa ponte:
http://www.youtube.com/watch?v=WMNn5_OeNT0
Ou quiçá ires a subir escadas, e aquilo começar a fazer música:
http://www.youtube.com/watch?v=9hB9NxlFreo
Tudo situações não-normais, mas que certamente nos deixariam alguns momentos a pensar sobre o que deveríamos fazer, e nalguns casos talvez sucumbíssemos à irracionalidade (ou até seria racionalidade, como fugirmos quando vemos uma multidão a vir na nossa direcção).
A vida deveria ser mais surpreendente e divertida 😀
youtube.comOs nossos medos, o nosso lado irracional, estão intimamente ligados à nossa necessidade de sobrevivência. O facto de não dominarmos completamente uma situação, ou de não percebermos o que se está a passar, faz-nos ter medo, atitudes de fuga, muitas vezes irracionais.
Há aquele apanhado muito engraçado de aparecerem numa rua centenas de pessoas a correr como se estivessem a fugir de alguma coisa terrível. A reacção das pessoas que estão na rua é de começar a fugir também, apesar de não verem nenhuma ameaça real. O instinto de sobrevivência sobrepõe-se à razão e com razão para isso! É que o mecanismo de sobrevivência é muito mais rápido do que qualquer raciocínio, e isso pode ser a diferença entre viver ou morrer.
Mesmo hoje em dia sabendo tudo o que sabemos, o medo do desconhecido impregnado no nosso cérebro é tão grande, que se por exemplo, se eu visse isto a aproximar-se:
http://www.youtube.com/watch?v=s3d7ZYl7z2w&feature=related
provavelmente pirava-me mais rápido que o boneco do bip-bip! 😀
😀 Assistir você tentando ir para “outra dimensão” deve ter sido hilário! 😀
Mas isso me lembrou uns anos atrás, quando meu menino tinha 4 anos. Fazia uma seca danada por aqui e estava já com racionamento de água em plena São Paulo. Mas uma criança nunca se dá conta disso. Nós estávamos só de passagem por SP e onde morávamos era sol e sol todos os dias, e chuva, definitivamente, não era com ele.
Então, eu insistindo para que ele tomasse banho rápido, porque tínhamos pouca água, ele me perguntou o porque. Eu disse que era porque nào estava chovendo onde deveria, tinha pouca água nos reservatórios e, portanto, vinha pouca água para as casas.
– É minha culpa. – disse ele, com a culpa estampada no rosto.
– Como assim?! – até imaginei que ele tinha fechado o registro de entrada de água na casa.
– Eu pedi para Papai do Céu para que não chovesse mais. Mas eu vou pedir para ele que não precisa mais se preocupar.
Daí eu corri em seu socorro, porque deixa-lo arcar com tamanha culpa era muita safadeza.