Universo cheio de Terras

ESO exoplanet

Com base em observações dos últimos 5 anos a 166 estrelas do tipo G (como o Sol) e K, uma equipa de cientistas liderada por Andrew Howard e o famoso Geoffrey Marcy dizem que cerca de um quarto das estrelas como o Sol deverão ter planetas como a Terra.

Será somente “wishful thinking”? Serão extrapolações, baseadas em observações e também em desejos pessoais dos investigadores?
A previsão tem uma lógica fundamentada em observações, mas o certo é que para já não passa de uma estimativa, sem provas concretas…

planetas como a Terra

Inovação Tecnológica:
“O Universo está repleto de outras Terras, dizem astrônomos.
Cerca de 23 por cento das estrelas semelhantes ao Sol podem ter pelo menos um planeta do tamanho da Terra.
Andrew Howard e seus colegas do telescópio Keck, no Havaí, usaram medições Doppler para estudar 166 estrelas semelhantes ao Sol em busca de planetas com massas entre três e 1.000 vezes o tamanho da Terra.
Os astrônomos encontraram um total de 33 planetas orbitando em torno de 22 das estrelas estudadas, uma proporção muito mais elevada do que qualquer previsão anterior.
Também ao contrário do que se previa, não há uma “falta de planetas” com massas de cinco a 30 vezes a da Terra, como modelos anteriormente previram.
Quanto às “outras terras”, os resultados confirmam que a ocorrência de planetas tende a aumentar – e não a diminuir – conforme diminui a massa dos planetas. Pelos cálculos da equipe, planetas do tamanho de Netuno para baixo são muito mais comuns que os planetas gigantes gasosos, como Júpiter.
Se os cálculos estiverem corretos, isto significa que sistemas planetários como o nosso Sistema Solar são comuns e que quase um quarto de todas as estrelas parecidas com o Sol pode ter planetas de tamanho semelhante ao da Terra.
(…)
Os astrônomos estudaram 166 estrelas das classes G e K localizadas a até 80 anos-luz da Terra.
O Sol é a mais conhecida estrela do tipo G, que são amarelas. As estrelas do tipo K são um pouco menores e têm cor laranja ou vermelha.
(…)
“De cada 100 estrelas parecidas com o Sol, uma ou duas têm planetas com massa semelhante à de Júpiter, seis parecidas com a de Netuno e 12 têm entre três e dez vezes a massa terrestre. Se extrapolarmos a relação para planetas do tamanho da Terra, podemos estimar que encontraremos cerca de 23 deles para cada 100 estrelas”, disse Howard. (…)”

Folha:
“Cientistas americanos acabam de descobrir que planetas do tamanho da Terra são bem mais comuns do que se imaginava até agora.
De cada cem estrelas parecidas com o Sol e localizadas a até 80 anos-luz daqui, cerca de um quarto pode ter planetas do tamanho da Terra.
Esse número, que já é considerado surpreendentemente alto, pode até estar subestimado, afirma o grupo.
Como os pesquisadores só analisaram os planetas mais próximos às estrelas (a uma distância equivalente a um quarto do percurso da Terra ao Sol), pode haver ainda mais “gêmeos” terrestres orbitando sóis por aí.
Alguns deles estariam na zona habitável das estrelas –região com temperatura que permite água líquida, condição básica para a vida. (…)”

exoplanetas

JPL:
“Nearly one in four stars similar to the sun may host planets as small as Earth, according to a new study funded by NASA and the University of California.
The study is the most extensive and sensitive planetary census of its kind. Astronomers used the W.M. Keck Observatory in Hawaii for five years to search 166 sun-like stars near our solar system for planets of various sizes, ranging from three to 1,000 times the mass of Earth. All of the planets in the study orbit close to their stars. The results show more small planets than large ones, indicating small planets are more prevalent in our Milky Way galaxy. (…)”

Universe Today:
“25% of Sun-Like Stars Could Host Earth-Sized Worlds.
A five-year survey of nearby solar-mass stars has provided astronomers with an estimate of how many stars of this type could have Earth-size planets. Andrew Howard and Geoffrey Marcy from the University of California Berkeley studied 166 G and K stars within 80 light-years of Earth, determining the number, mass and orbital distance of any of the stars’ planets. Since Earth-sized worlds have not yet been found, they extrapolated the number of that size of planets, based on the fraction of stars that host Neptune to super-Earth sized planets. Their findings are encouraging, since it means planets the size of Neptune and smaller are probably much more common than gas-giant planets, like Jupiter. But what they found also conflict with current models of planet formation and migration.
“Of about 100 typical sun-like stars, one or two have planets the size of Jupiter, roughly six have a planet the size of Neptune, and about 12 have super-Earths between three and 10 Earth masses,” said Howard. “If we extrapolate down to Earth-size planets – between one-half and two times the mass of Earth – we predict that you’d find about 23 for every 100 stars.” (…)”

Space Daily:
“Solar Systems Like Ours May Be Common.
Nearly one in four stars like the Sun could have Earth-size planets, according to a University of California, Berkeley, study of nearby solar-mass stars.
UC Berkeley astronomers Andrew Howard and Geoffrey Marcy chose 166 G and K stars within 80 light-years of Earth and observed them with the powerful Keck telescope for five years in order to determine the number, mass and orbital distance of any of the stars’ planets. (…)”

Daily Galaxy:
“Search for Earth’s Twin: New NASA Research Finds Close-in, Small Planets Common in Milky Way.
“Detecting Earth in reflected light is like searching for a firefly six feet from a searchlight that is 2,400 miles distant,” wrote a panel of astronomers, when describing the challenges facing the search for other planets in the universe.
But new NASA reserach shows that nearly one in four stars similar to the sun may host planets as small as Earth, according to an extensive new study funded by NASA and the University of California.
Astronomers used the W.M. Keck Observatory in Hawaii for five years to search 166 sun-like stars near our solar system for planets of various sizes, ranging from three to 1,000 times the mass of Earth. All of the planets in the study orbit close to their stars. The results show more small planets than large ones, indicating small planets are more prevalent in our Milky Way galaxy. (…)”

Artigo Científico: The Occurrence and Mass Distribution of Close-in Super-Earths, Neptunes, and Jupiters.

grafico

14 comentários

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  1. Um outro artigo sobre o facto de poderem existir inúmeras Terras:
    http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/7249884.stm

  2. Se existe alma, um Deus e um paraízo, atrevo-me a afirmar que também o desejaria para mim. Para tal fui baptizado e não me considero um mau “terráqueo”. Todavia não tenho qualquer esperança de uma vida após a morte quando isso acontecer. Nem para mim nem para os outros claro.
    O conceito da alma para que se possa entender melhor a meu ver, será apenas o tipo de relação que se tem com uma entidade que se possa crer existir “Deus” e transversalmente também com todos os outros semelhantes “irmãos”. Esta relação poderá derivar para uma postura ainda que sincera mas “lunática” ou algo hipócrita. Na hipótese mais saudável a um distanciamento da questão pelo respeito devido à multiplicidade das diferentes formas de pensar a questão religiosa.
    O tema religião necessita de um texto mais clarividente e de boa fé que possa racionalizar toda a questão religiosa e do agrado “lúcido”de toda a comunidade humana.
    Será possível? Pessoalmente acredito que sim. Um dia escreverei sobre isso, já que o software das máquinas qualquer dia supera os humanos no “saber” e na hora das decisões. Numa frase: As religiões necessitam de contextualizarem-se de forma perceptível à lucidez e à ajuda fraterna de todos, num progresso comum. Competirá aos teólogos fazê-lo.

    Cumprimentos.

  3. Sim, o “replicator” no Star Trek é uma máquina de “teletransporte”, em que as informações já se encontram no software.

    A máquina de teletransporte, é uma máquina de clones, basicamente. Pode-se criar 10 milhões de “eu”, com as mesmas informações.

    Além de ser uma máquina que permite a vida eterna. Se eu morrer, os meus amigos podem ir às informações minhas de há uns dias atrás, e “reconstruir-me” de novo.
    Vida eterna, sempre jovem, e sem doenças
    😉

  4. A alma esta relacionada com a consciência, sendo assim seria copiada. Caso seja algo divido é uma questão mais complicada, a alma separa-se a quando da morte e ter o corpo destruído pode ser considerado morte para aquele corpo mas sendo Deus omnipotente e omnisciente teria antecipado problema e resolvido-o.

    Em tema relacionado, já imaginaram o mundo em que teríamos acesso a teletransporte(destuir em A e reconstruir em B)?? Isso significava que teríamos acesso a tecnologia de manipulação de matéria a um nível sub-atómico. Com uns ajustes no programa de teletransporte e ao reconstruir o corpo não se incluía coisas como cancro e outras doenças. Poderia-se construir comida… Etc…

  5. Bem, havendo mais “terras”, então aumenta a possibilidade de existirem mais sítios com vida…
    Quando se fala em vida, em termos científicos, pensa-se em vida simples.

    O problema é que vendo de fora, o nosso sistema solar tem 3 “terras”: Vénus, Terra, e Marte.
    E só um desses planetas tem condições para a vida… “tal como a conhecemos”.
    😉

  6. Depende do que se chama por alma, né não? 😉

    Se alma é o resultado dos processos neuroquímicos, acho que ela morre junto com o corpo – não tem jeito e nem outra alternativa.

    Se alma é algo que transcende a isso, o que inclui o próprio fato de existir – nesse ponto entra a fé -, então não há morte, já que a alma não está presa ao corpo.

    Mas… Independenteme de onde vai a nossa alma depois que morremos, o fato de existir a possibilidade de haver mais Terras do que poderia se imaginar, também não se muda a ideia de vida em outros planetas? (não estou dizendo habitantes “desalmados”;) ) Vidas inteligentes, quero dizer.

  7. Por acaso, em episódios de Star Trek, e se não me engano num episódio de “Outer Limits”, há precisamente uma discussão sobre o que acontece à alma durante o Teletransporte.
    😉

    Porque na realidade só são feitas cópias da pessoa, noutro local.
    Não há realmente um “transporte”…

    Por isso, o que acontece à alma?
    😛

  8. bigkax e carlos,

    Então, conclui-se que a nossa alma, sem corpo, não existe. E depois da nossa morte, instantaneamente, a nossa alma se apossa de outro corpo, sei lá em que planeta.

    Portanto, descobriu-se, finalmente, como funciona o teletransporte! 🙂

  9. @Carlos Oliveira
    Não duvido que estes senhores o tenham dito, mas o corrente papa também disse que os nazis eram ateus. Logicamente a palavra de 1 homem ou 10 não se sobrepõe à de um Deus Omnipotente… mas isto é religião e talvez até sim. Talvez quando a Era de peixes acabar um novo profeta se apresente com esta ideia e um novo testamento.

  10. @bigkax: Vou ter que discordar 😉

    Nicholas de Cusa, Cardeal da Igreja Católica, defendeu um ranking de seres pelo Universo (mais tarde também recriado por Benjamim Franklin, Immanuel Kant, Thomas Wright, Fontenelle, Gottfried, Humphry Davy, etc), onde uns seres eram mais perfeitos que outros.
    Na altura, Universo era o nosso sistema solar…
    Os Humanos teriam sempre hipótese de redenção, indo aos poucos para mais perto do Sol (para planetas mais perto) ou para mais longe do Sol – dependendo da forma como eles fizeram o ranking.

    Esta ideia já vinha de Plutarco, há 2000 anos atrás, quando ele dizia que os humanos quando morriam, a sua alma iria continuar a viver noutro corpo, como habitante da Lua.
    Ou seja, os habitantes da Lua, eram aqueles que já tinham morrido na Terra.

    • Paulo Ribeiro on 01/11/2010 at 21:07
    • Responder

    Desde os primórdios da humanidade, é uma das características que nos define, que tendemos a acreditar que, à hora da morte, a nossa alma terá um outra vida num plano espiritual diferente. Se calhar, emigramos simplesmente para uma dessa imensidão de terras.

  11. O Samsara nunca foi uma possibilidade na igreja, a bíblia é clara se te portares bem(depois de Cristo só tens de acreditar em Deus) vais para o paraíso, caso seja um mau menino vais para o inferno até ao fim dos tempos(na terra) e nesta altura tens direito a ter o teu caso revisto podendo seres transferido para o paraíso ou arderes em nas chamas do inferno para sempre. Portanto a não ser que invoques que o paraíso e infernos são metáforas para planetas e que na altura o Homem não poderia compreender o conceito e então escreveu os textos de forma pouco exacta…

    É facto que existe outra “Terra” algures que está cheia de restos de cylons e que os centurions nos vem visitar para tentar evitar que a guerra se repita. 😉

  12. Por acaso, através da história, várias pessoas ligadas à Igreja, disseram que havia uma transmigração de almas.
    Ou seja, a alma morria aqui, e iria para um outro planeta viver a próxima vida.
    O próximo planeta seria melhor ou pior, dependendo se a pessoa tinha sido boa ou má neste planeta
    😛

  13. Eu jà pensava nisso, mas agora se calhar quando morrer, não vou para o inferno, mas para outra terra.

  1. […] Carlos Oliveira (AstroPT) fez uma coletânea de artigos sobre este tema no post: Universo cheio de Terras […]

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