Universo é Vida
Christian de Duve é um bioquímico que diz que o Universo não está feito para os astrofísicos, mas sim para os astrobiólogos, já que o Universo não é inerte, mas sim um fervilhar de biosferas com vida.
“The universe is not the inert universe of the physicist, with a little life added for good measure. The universe is life, with the necessary infrastructure around; it consists foremost of trillions of biospheres generated and sustained by the rest of the universe.”
Será? 
Obviamente que eu partilho desta visão, por motivos não-racionais.
O que pensam os nossos leitores?
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Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
3 comentários
Como o autor bem diz, os motivos para tendermos a querer ou não acreditar em tal coisa são puramente emocionais/líricos.
A menos que estendamos o conceito de “vida” para englobar todo o comportamento anímico de matéria – o que seria invulgar mas não a primeira vez que eu veria acontecer.
Caso contrário, o surgimento de vida parece-me tão pouco uma finalidade quanto a existência de actividade vulcânica, a formação de estrelas ou a radiação cósmica de fundo. Nós – seres humanos – é que gostamos de ver um propósito em tudo.
O que não significa que a existência de vida não se preste a interpretações líricas
Também partilho da mesma visão.
A astrobiologia está mais próximo de compreender e conhecer o Universo que a astrofísica sem contudo a dispensar. Diria que a biologia ou o conhecimento da vida, é o patamar mais elevado do saber e do objectivo final de toda a matéria inerte ou não. Ou seja tudo parece acontecer em função da vida. Só esta tem capacidades de conhecer, sentir, coordenar vontades e energias.
Até mesmo quando se dorme e se descansa esta relação permanece verdadeira. Sem vida, para que serviria o Universo? Este só se completa com a necessidade de conhecer-se a si próprio, cabe á astrobiologia esse conhecimento e essa resposta, num percurso de estudo também limitado às leis da astrofísica.
Cumps.
Com certeza, esta parece ser uma das melhores analogias do nosso cosmos, pois abrange plenamente o propósito do universo de uma forma inclusive, lógica.