Cientistas da NASA estão a “brincar” às guerras nucleares em simulações de computador.
As simulações são uma tentativa de determinar os efeitos de uma guerra nuclear no clima do planeta.
O líder da equipa de pesquisa Luke Oman na NASA Goddard Space Flight Center, concebeu a ideia há cinco anos atrás numa reunião da American Geophysical Union (AGU).
Ele tinha vindo a apresentar a sua pesquisa sobre o impacto dos vulcões (gás de dióxido de enxofre) no clima, usando simulações de computador.
Vários cientistas quiseram saber qual o impacto dos aerossóis resultantes de um conflito nuclear.
Os aerossóis vulcânicos podem aquecer a atmosfera superior, mas geralmente arrefecem o ar perto da superfície.
Inicialmente, os incêndios de origem nuclear produziriam um aquecimento dramático, mas a injecção maciça de fuligem para a atmosfera superior tenderia a contrabalançar, bloqueando a radiação.
A ideia é descobrir como o inverno nuclear afecta o clima terrestre.
Assim simularam uma injecção de 5 Megatoneladas de negro de carbono para a atmosfera superior.
O equivalente à detonação de 100 bombas atómicas de Hiroshima.
O assustador disto, é que 100 bombas de Hiroshima são apenas 0,03 por cento do arsenal nuclear do planeta.
A equipa de Luke Oman, descobriu que as temperaturas globais cairiam cerca de 1 °C (1.8 °F), durante os primeiros 3 anos.
Após 10 anos, a temperatura média global, de clima temperado seria 0,9 graus Fahrenheit (aprox. 0,5ºC) mais frio do que era antes da guerra nuclear.
(Crédito: Luke Oman et al. / Rutgers University)
O gráfico acima mostra que a temperatura global, em graus centígrados (a preto) e a precipitação, em milímetros por dia (a vermelho), recuperariam 10 anos após a injecção do negro de carbono na atmosfera terrestre.
O investigador Michael Mills, do “the National Center for Atmospheric Research” no Colorado, descobriu uma grande redução da camada de ozono que nos protege, permitindo que mais radiação ultra-violeta chegue à superfície da Terra, atingindo seres humanos e restante meio ambiente.
Outra conclusão da NASA, é que mesmo um conflito nuclear regional teria sempre algum tipo de impacto global negativo.
10 comentários
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Sugestão:
Simulate a Beautiful Nuclear War Right in Your Browser
http://www.popularmechanics.com/technology/apps/advice/a15978/nuclear-war-browser-simulator/?src=spr_TWITTER&spr_id=1457_192519404
There are two views, top view and elevation view. All the actors have an x, y and z.
Each of the circle structures is a nation state.
It has a capital at the center (square, blinking). Defcon is the number in the capital.
Cities (circles) send people to work at factories.
Factories (triangles) make munitions and send them to bases
Bases (square) stockpile munitions (counts, clockwise from top right: icbms, abms (anti ballistic missiles), fighters and bombers.
Bombers are big and slow (triangles) that select a target (factory, base, city, capital in that order), fly to it and nuke it, reselecting a target if somebody else destroys it first.
As defence perimeters are penetrated, defcon gets more scary.
Fighters launch at Defcon 4 and attempt to destroy bombers.
At Defcon 3, Bases launch ICBMs a low probability amount of the time.
Satellites launch at Defcon 2, and can shoot ICBMs out of the sky, but have fire/recharge lasers.
When one of a nation’s assets (factory, base, city) is nuked, they go to Defcon 1.
If your enemy goes to Defcon 1, so do you.
At Defcon 1, all ICBMs will fire.
When your capital is destroyed, it’s Game Over.
The control panel lets you tweak the starting parameters.
There are a lot more controls for all the actors (e.g, how close do bombers flock.) than are not exposed here.
Para meditar e aprofundar o tema, junto uma outra sugestão:
Humans Screwed Up Everything Forever in Either 1610 or 1964
http://www.popularmechanics.com/science/a14512/the-worst-year-of-all-time/
The Anthropocene Epoch, the time period in which humans have held dominion over the Earth, has brought countless changes to the planet.
Many of those haven’t been so good for the other species of the world—some experts, like author Elizabeth Kolbert, have even gone as far as to call this entire period the sixth major extinction event.
So scientists wondered: Is there is a single year when humanity became the most powerful force affecting the state of the planet?
Two geologists tackled this question for a study in Nature this week and came up with two answers: 1610 and 1964.
How did they get such wildly different dates?
Authors Simon L. Lewis and Mark A. Maslin have their reasons. For 1610, they point to the power of widespread European expansion that started in the late 1400s, when Europeans colonized much of the known world, and bringing guns, germs, and steel (to quote Jared Diamond) along with them.
The populations of North America were decimated, from upwards of 61 million people down to 6 million by the mid-1600s.
It was a colossal human tragedy that also had domino effects on the planet: The subsequent reforestation drew carbon dioxide out of the atmosphere in massive levels, something like 7 to 10 parts per million.
The 1610 date also captures the impact of burning fossil fuels, especially coal, in the Industrial Revolution that was to come.
The case for 1964 as the year that radically changed the Earth? Bombs. Lots of them.
As the Cold War ramped up, the U.S. and Soviet Union began large-scale nuclear testing and manufacturing, with 1964 marking the peak year.
The fact that they didn’t detonate the bombs, of course, mitigated the effects.
Now we’ll just have to ride it out until the Technocene Era*, when robots leave their biggest impression on Earth in 2055 by scorching it and enslaving us.
Source: Bloomberg
* – We made up this term.
Published in Nature:
Defining the Anthropocene — Simon L. Lewis & Mark A. Maslin
http://www.nature.com/nature/journal/v519/n7542/full/nature14258.html
Time is divided by geologists according to marked shifts in Earth’s state. Recent global environmental changes suggest that Earth may have entered a new human-dominated geological epoch, the Anthropocene.
Here we review the historical genesis of the idea and assess anthropogenic signatures in the geological record against the formal requirements for the recognition of a new epoch.
The evidence suggests that of the various proposed dates two do appear to conform to the criteria to mark the beginning of the Anthropocene: 1610 and 1964.
The formal establishment of an Anthropocene Epoch would mark a fundamental change in the relationship between humans and the Earth system.
Só agora é que li o artigo.
Está bem escrito, porém existe uma incorreção no que diz respeito à menção sobre os graus centígrados.
Efetivamente, em 1948, o nome do sistema foi oficialmente modificado para Celsius durante a 9.ª Conferência Geral de Pesos e Medidas (CR 64), tanto em reconhecimento a Celsius como para eliminar a confusão causada pelo conflito de uso do prefixo centi do SI. Com efeito, não é conveniente dizer “grau centígrado”, mas sim, “grau Celsius”.
Abraço.
exacto. sem humanidade será previsível um ‘arrefecimento global’ 🙂
Que interessa um planeta mais frio sem ninguém para o habitar? 100 bombas nucleares não ficava cá ninguém para se refrescar 🙂
A verdade, é que no inicio tinha colocado “há”, mas ao rever o artigo fiz exactamente o mesmo raciocínio que o Carlos e apaguei.
Obrigada pela dica.
Sim, de facto, aparentemente pelo menos, não tem grande lógica.
Também era um erro que eu cometia, mas os professores caíam-me sempre em cima 😀
Mas como disse, não é importante. Desde que o conteúdo esteja lá e se consiga perceber, mais h menos h é tudo igual !
ciberduvidas.pt…
Olá Nuno,
Para te ser sincero, ia-te dizer que estás enganado, porque “há” é do verbo haver, existir.
Logo, não faria sentido dizer “existe 5 anos”.
Mas fui ao ciberdúvidas, e tens toda a razão.
A excepção à regra, são os períodos temporais.
http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=8189
Daí que já corrigi 😉
Obrigado!
Isto não é propriamente importante, mas há uma gralha no segundo parágrafo. Onde diz “concebeu a ideia à 5 anos”, deveria estar “concebeu a ideia há 5 anos”.
Esta é uma ideia que já há algumas dezenas de anos atrás, Carl Sagan andava a discutir.
😉
Mas curiosamente, esta ideia do inverno nuclear, foi primeiramente pensada por um cientista soviético:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inverno_nuclear
http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_winter
Pessoalmente, prefiro o calor 😀
O artigo original (TTAPS study) é de 83.
Depois vieram dois livros em 85 e 90 cujas edições portuguesas são:
Europa-América – O Frio e a Escuridão – O Mundo após a Guerra Nuclear,
Donald Kennedy, Paul R. Ehrlich, Carl Sagan e Walter Orr Roberts
Gradiva – O caminho que nenhum homem trilhou,
Carl Sagan e Richard Turco
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