Espaço-Tempo
E se o Espaço-Tempo fôr uma miragem?
É essa a ideia de Peter Horava, professor na Universidade da California, que teoriza uma separação entre esses dois conceitos, de modo a criar uma Teoria do Tudo que una a Gravidade à Quântica.
Leiam os detalhes da ideia dele, em inglês, aqui.
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Carlos Oliveira
Carlos F. Oliveira é astrónomo e educador científico.
Licenciatura em Gestão de Empresas.
Licenciatura em Astronomia, Ficção Científica e Comunicação Científica.
Doutoramento em Educação Científica com especialização em Astrobiologia, na Universidade do Texas.
Foi Research Affiliate-Fellow em Astrobiology Education na Universidade do Texas em Austin, EUA.
Trabalhou no Maryland Science Center, EUA, e no Astronomy Outreach Project, UK.
Recebeu dois prémios da ESA (Agência Espacial Europeia).
Realizou várias entrevistas na comunicação social Portuguesa, Britânica e Americana, e fez inúmeras palestras e actividades nos três países citados.
Criou e leccionou durante vários anos um inovador curso de Astrobiologia na Universidade do Texas, que visou transmitir conhecimento multidisciplinar de astrobiologia e desenvolver o pensamento crítico dos alunos.
7 comentários
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Só duas considerações sobre a última frase:
“Uma vez que a velocidade da luz é o limite superior para a transmissão de informação”
< --- não será o quantum entanglement? http://www.astropt.org/2010/12/19/macro-quantica-e-a-descoberta-do-ano/
“o universo só pode ser percebido no passado”
<--- e isso não depende da velocidade da luz. Eu posso viajar a velocidades superiores à luz, e mesmo assim é passado.
Uma coisa importante a perceber é que a ideia do Horava se aplica a altas energias, condições extremas que só ocorrem em certos casos, por exemplo, buracos negros, universo primordial. O nosso dia a dia ainda obedeceria à Relatividade Geral, conforme COMPROVADO em diversos experimentos. A opinião das pessoas, que não gostam das ideias da relatividade, não importa à natureza: relógios precisos colocados em referenciais com diferentes velocidades MOSTRAM diferenças de tempo ao serem comparados. Essas diferenças são calculáveis, e as medidas se revelam DE ACORDO com as previsões obtidas através da Relatividade Geral. Especular é bonito, mas sem confrontar com experimentos e outras teorias, não é ciência. É por isso que os “reformadores” da ciência são ignorados pelos cientistas: eles não constróem modelos científicos, apenas um conjunto de proposições mal colocado, desconexo, e inútil para a ciência.
Galileu nunca conseguiu produzir um modelo para o sistema solar, e nem acreditava no de Kepler. O papel dele foi importante na definição de uma física que fornecesse sustentação ao modelo “heliocêntrico”, superando a gravidade aristotélica.
É fácil perceber um objeto se deslocando mais rápido do que a velocidade da luz em um certo meio: é o efeito Cerenkov. Assim como é fácil ouvir um avião se deslocando mais rápido do que o som. Chama-se estrondo (“sonic boom”).
Para podermos participar do mundo científico com propriedade, é necessário estudar a ciência. A noção de que os cientistas “complicam demais” é absurda. Eles tentam descrever a natureza, e lançam mão da complicação à medida em que é requerida. Eventualmente, um detalhe complicado é abandonado, mas a maior parte da “simplificação” aludida por alguns autores de livros de divulgação ou didáticos é irreal. Trata-se de fazer analogias, que só são úteis dentro de certas condições, geralmente muito restritas. Mas, para quem não conhece esse fato, tudo parece tão simples!
Minha mensagem é a de que precisamos nos inteirar dos assuntos para podermos opinar acerca deles. De outra forma, nosso discurso não será útil para a discussão. Assim, corremos um grande risco ao deixar as populações cientifica e tecnologicamente analfabetas. A solução não é bloquear o acesso dela às decisões de base científica/tecnológica, é EDUCAR.
Rogério “filósofo”: definir o real é uma grande complicação. Einstein expôs essa dificuldade na Física, quando atacou o problema da simultaneidade. Foi verificado que não é possível lidar com um tempo absoluto; ele precisa ser relativo. Isso decorre da NECESSIDADE de que no Universo atual (pelo menos) a velocidade da luz seja uma constante, tal como foi DETERMINADO em vários experimentos. Como definir o real sem um tempo e um espaço absolutos? Esse é o desafio de (principalmente) físicos e filósofos, e tem muita gente no último grupo que ainda está tentando resisitir aos avanços da física do século XX, baseados em preconceitos, incompatíveis com a própria Filosofia. Não seja um destes. Use a física, não fique brigando à toa com ela.
Uma vez que a velocidade da luz é o limite superior para a transmissão de informação, o universo só pode ser percebido no passado, pois qualquer informação vai levar algum tempo para chegar até mim. O passado, nessa forma de pensar, é a única realidade com a qual posso ter contato.
Aplaudo também com interesse esse trabalho do Professor Peter Horava, porque vai ao centro duma questão que a meu ver é necessário teorizar com mais realismo matemático e científico, do que as teorias actualmente existentes e conhecidas que não clarificam toda a realidade do Universo.
O primeiro conceito com o qual não convivo bem é o facto de medir-se as distâncias astronómicas em “anos de luz” que leva a um efeito menos claro nos cálculos em presença com o conceito “anos tempo”.
Quando falamos de milhões de galáxias existentes no Universo, para além da nossa Via Láctea a qual tem um diâmetro calculado próximo de 100.000 anos de luz, estamos a entrelaçar, (misturar) o passado e o presente cuja precisão existencial, nunca seria possível no mesmo espaço/tempo.
Quem poderá afirmar com precisão, onde estaria a nossa Via Láctea posicionada no Universo há 100.000 anos atrás, ou qual a evolução do seu diâmetro neste intervalo de tempo. Se pretendermos utilizar milhões de anos, então a precisão terá maior margem de erro.
Tal como o passado bem com o futuro não têm existência real, mas sim apenas e só o presente que é constatado pelo observador, (é assim o meu conceito filosófico de entendimento), o espaço/tempo pode em grande parte mas não na totalidade, “ser uma miragem” ainda que necessária ao complemento do que é real no Universo.
A evidência científica só é, quando comprovada nos múltiplos cruzamentos lógicos da informação disponível, tal como nas evidências tecnológicas.
Poderá existir algum geocentrismo de observação neste comentário que antecipadamente desejo que o professor Carlos Oliveira não valorize negativamente.
Filosofar a vida e o Universo nem sempre é simples e fácil.
Cumprimentos.
Author
Só uma informação relativamente à última frase:
Aristarcus já tinha considerado o Sol no centro.
E Copérnico também, quase 2000 anos mais tarde.
No entanto, foi Kepler que, com as órbitas elípticas resolveu o grande problema da altura – é que mesmo com o Sol no centro, as observações não correspondiam à teoria.
😉
Correcto. “ Separação entre os dois ´´
Da mesma forma que eu nunca conseguirei ouvir um avião se deslocando mais rápido que o som, eu vejo um objecto se mover tão mais próximo da velocidade da luz quanto mais acima dessa velocidade ele vai… mas nunca o poderei ver acima da velocidade da luz.
Quanto à separação dos dois, tempo e velocidade, relativamente, se eu me afastar de si à velocidade da luz, vc vê meu relógio parado… mas eu tenho o meu normal e vejo parado o seu.
Quando nos reencontrar-mos, acredito que se descubra que algo está errado na interpretação da relatividade, pois teremos a mesma diferença de idades que tinha-mos quando parti.
De outra forma, não entendo se mantém constante a velocidade da luz para mim, se o tempo esticar ao ponto de parar.
A explicação disto, está em que toda a matéria no universo se movimenta quanticamente, por steps. Todo o universo está permanentemente parado… o movimento é feito em steps, ao passo que a luz se movimenta linearmente à velocidade de 300.000Km por segundo estejamos nós a que velocidade estivermos.
Sinto-me um pouco como Galileu, quando descobriu que bastava retirar o centro do sistema solar da Terra e colocá-lo no Sol, para ficar simples e claro o movimento dos planetas no fundo estrelado.
separação entre os dois?
Tenho tais hipoteses REGISTRADAS inclusive em Registros de Ocorrência pois venho sofrido plágios. coloquei o meu livro disponibilizado em certa comunidade e fui tão atacado por injúrias de pessoas quadradas e antiquadas e agoRA, PASMÉM, vão dizer que propõe isto!
sou autonômo porém, não é surpresa pipocarem dúzias de laranjas afirmado terem criado tal. Injustiça mata e no coração!
A hipotese que criei é simples, o tempo pode transcorrer de modo ondular ressoante respondendo perguntas como da matéria negra a expansão do tempo e mesmo relações quânticas. Preciso saber mais sobre a teoria deste sujeito.
Finalmente aparece alguém a defender a ideia que eu apresento há alguns anos a esta parte, só que eu não tenho conhecimentos teóricos para defender tal ideia.
Mas eu sempre disse que se o tempo varia com a variação da velocidade, a velocidade da luz terá que forçosamente variar também e tal não acontece. Sempre defendi que a “ TEORIA da RELATIVIDADE ´´ é conforme ela mesma diz, RELATIVA. O facto de ir eu ou o planeta do qual me afasto ou aproximo à velocidade da luz relativamente um ao outro, a variação do tempo observada de um para com o outro, não pode nunca ser mais que UMA ILUSÃO!
Fico feliz por saber que mais alguém, e desta vez com conhecimentos, aparece para poder defender a ideia de que a teoria da relatividade está bem dita, mas mal interpretada.