Os segredos do interior de estrelas gigantes

© ESO (concepção artística da estrela supergigante Betelgeuse)

Um grande avanço no estudo estrelas velhas, as gigantes vermelhas, foi feito por astrofísicos da Universidade de Sydney. O artigo foi publicado na última edição da revista Nature.

© Thomas Kallinger (evolução estelar)

Usando medições de alta precisão do brilho captado pela sonda Kepler, os cientistas foram capazes de distinguir diferenças profundas no interior do núcleo das estrelas.
A descoberta possibilita desvendar novas informações sobre a evolução das estrelas, incluindo o nosso próprio Sol.
As gigantes vermelhas são estrelas que esgotaram o suprimento de hidrogênio em seus núcleos durante a geração de hélio na fusão nuclear, e então entra em colapso gravitacional e sua luminosidade aumenta. O próximo estágio da reação nuclear seria a produção de carbono.

“As mudanças de brilho na superfície de uma estrela é um resultado de movimentos de turbulência no interior que causam tremores estelares contínuos, criando ondas sonoras que se deslocam para o interior e retornam à superfície”, disse o professor Tim Bedding da Universidade de Sydney.
Sob condições propícias, estas ondas interagem com outras ondas presas dentro do núcleo da estrela composta de hélio. São estes modos de oscilações que são a chave para a compreensão do estágio de vida de uma estrela. Medindo cuidadosamente características muito sutis das oscilações no brilho da estrela, foi possível observar que algumas estrelas, que esgotaram o hidrogênio no centro e agora queimando hélio, estão numa fase posterior de sua evolução.

© Travis Metcalfe (a idade das estrelas)

O astrônomo Travis Metcalfe do Centro Nacional para a Pesquisa Atmosférica dos EUA destaca a importância da descoberta, e diz: “Durante certas fases na vida de uma estrela, seu tamanho e brilho são notavelmente constante, mesmo quando profundas transformações estão ocorrendo no interior profundo”.
O professor Tim Bedding e seus colegas trabalham em um campo em expansão chamado astrossismologia. “Da mesma forma que os geólogos usam terremotos para explorar o interior da Terra, usamos terremotos estelares para explorar a estrutura interna das estrelas”, explicou.
O satélite Kepler possui o objetivo principal de encontrar planetas do tamanho da Terra que pode ser habitável, mas também nos proporcionou uma excelente oportunidade de aprimorar a nossa compreensão deste tipo de estrelas.

Fonte: NASA

6 comentários

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  1. Obrigado nós pela preferência 😉

    • Djalma Abdo Chamon on 20/08/2011 at 12:30
    • Responder

    Tenho 56 anos. Desde criança observo as estrelas, chegei a idade adulta sem ter a oportunidade de ter algo que me desse um conhecimeto sólido em astronomia. Iniciei catando, algumas reportagens em alguns jornais, revista National Geographic, Scientific American e finalmente uma que me deu um bom conhecimento básico, Astronome Brasil, que tambem deixou de circular. Esta semana consegui ter um computador e minha sobrinha que estuda na UFMG, me informou este site, que é minha primeira porta de entrada no mundo da astrofísica na internet. Obrigado.

  2. Obrigado pelo esclarecimento.

  3. é muito grande 🙂
    por isso considera-se mesmo uma vermelha supergigante 😉
    http://en.wikipedia.org/wiki/Red_supergiant

    abraço!

  4. Boa noite,
    Ao ler o post tive uma dúvida. Betelgeuse não está na fase de gigante vermelha? Como penso que sim, não estará errada a informação na primeira legenda que diz que é uma Supergigante?

    Obrigado pelo esclarecimento.

  5. Olá,

    Só queria realçar o facto do Luis Lopes também ter escrito sobre este assunto:
    http://www.astropt.org/2011/03/31/kepler-distingue-gigantes-vermelhas-de-gigantes-vermelhas/

    😉

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