O objeto massivo mais distante conhecido

© CfA (aglomerado de galáxias SPT-CLJ2106-5844)

As galáxias frequentemente formam grupos. Nossa galáxia, a Via Láctea, por exemplo, e cerca de 50 galáxias formam o Grupo Local, na borda do aglomerado de Virgem que é uma coleção de 1.200 a 2.000 galáxias.

Os aglomerados de galáxias são os objetos de maior massa no Universo, e sua formação surgiu a partir de pequenas variações espaciais na densidade de matéria no Universo primordial. Eles são indicadores do crescimento da estrutura no início do Universo, e seus números e massas ajudam os astrônomos a testar modelos cosmológicos, incluindo a formação de galáxias.
Os astrônomos do CfA (Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics) Ryan Foley, Matt Ashby, Mark Brodwin, Giovanni Fazio, Bill Forman, Christine Jones, Steve Murray, Brian Stalder, Tony Stark, e Chris Stubbs, juntamente com uma vasta equipe de colegas, acabam de publicar a descoberta do papel dos aglomerados mais distantes e maciços conhecidos, o SPT-CLJ2106-5844, com massa de 1,3 quatrilhões de massas solares (mais de cerca de mil vezes a massa da Via Láctea). Isso torna o objeto de maior massa atualmente conhecido no Universo distante. Existem alguns poucos maiores nas proximidades, mas eles tiveram bilhões de anos mais para efetuar o acúmulo de matéria. Sua detecção contou com a propriedade de que a maioria da matéria normal em aglomerados, ou seja, não considerando a matéria escura, não parece constituir as galáxias em si, mas sim no vasto espaço intergaláctico entre as galáxias em um aglomerado. Este gás intergaláctico é muito quente e seus átomos estão ionizados, o resultado da acreção de matéria no aglomerado. O gás quente emite raios-X, e também distorce a radiação milimétrica quando interage com a luz da radiação cósmica de fundo.
Os cientistas usaram o Telescópio do Pólo Sul para o levantamento de cerca de 3% de todo o céu em comprimentos de onda de milímetros, buscando as quedas de brilho característico produzido por esses grupos. Imagens de raios X realizadas pelo Observatório Chandra foram usadas ??para determinar a característica do gás quente, e espectros de raios X mediu a distância do aglomerado de sua velocidade. Sensíveis observações da velocidade no óptico e no infravermelho também foram obtidas para confirmar a distância através de seu redshift: é tão longe que sua luz viaja há mais de 7,5 bilhões de anos.

Um dos resultados mais interessantes desta descoberta é que, se os modelos atuais de como o Universo evoluiu são precisos, os aglomerados deste tamanho são muito raros no Universo jovem. Na verdade, este aglomerado poderia mesmo ser único!

matéria original: CfA

Fonte: Smithsonian Astrophysical Observatory

13 comentários

Passar directamente para o formulário dos comentários,

  1. Exacto. Totalmente de acordo 🙂
    Eu fui respondendo… mas eu também tenho dúvidas 😛

    Por exemplo, não cheguei a perceber quantas galáxias tem esse SPT-CLJ2106-5844 … para poder, pelo menos mentalmente, perceber se as diferenças são assim tão evidentes (para ser um cluster e não um supercluster).
    E não cheguei a ler em lado nenhum… mas assumi que ao ser cluster, deverá fazer parte do Virgo SuperCluster… lá está, assumi, mas sem ter evidencias para isso…

    Assumi, neste caso, quer dizer que depreendi do que li, e sobretudo do que não li nas buscas pelo Google
    😛

  2. Obrigado pelo esclarecimento.
    Afinal é perguntando e respondendo que se aprende 😀

  3. Eles chamam-lhe Cluster e não Super-Cluster:
    http://www.cfa.harvard.edu/news/2011/su201114_images.html
    😉

  4. Pois com nomes iguais torna-se um bocado confuso xD
    Mas afinal o SPT-CLJ2106-5844 é um enxame (grupo) ou Super-enxame (aglomerado)

  5. no texto original do CfA diz Virgo Cluster, e não supercluster.
    Daí que ficou só com dois níveis: grupos de galáxias (mais pequenos, de algumas dezenas), e enxames/aglomerados (maiores, com alguns milhares).
    😉

    http://en.wikipedia.org/wiki/Virgo_Cluster
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Aglomerado_de_Virgem

    Na verdade, depois ainda existem os superclusters, como o super-aglomerado da Virgem que por acaso tem o mesmo nome e inclui o Aglomerado da Virgem:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Virgo_Supercluster
    😉

  6. Sim, assim percebe-se muito melhor 🙂
    Depois, no 2.º parágrafo não ficaria melhor alterar aglomerado para Super-aglomerado?
    Mesmo assim ainda tenho uma dúvida. Afinal trata-se de um Enxame ou Super-enxame? 😀
    Se for mesmo um Super-enxame então também tem que alterar a legenda da figura.

  7. ok. No 1º parágrafo, incluí a referência a “grupos” e a “Grupo Local”.
    Vê se ficou melhor assim 🙂

  8. Boa noite,
    Como nunca tinha ouvido tal nomenclatura decidi perguntar, mas obrigado pelo esclarecimento.
    Porém, ainda fiquei com uma dúvida: será que poderia explicar o que querem dizer com a segunda frase “Nossa galáxia, a Via Láctea, por exemplo, e cerca de cinquenta galáxias na borda do aglomerado de Virgem, uma coleção 1.200 e 2.000 galáxias.”, pois deduzo que quer dizer que a Via Láctea e cerca de cinquenta galáxias formam o Grupo Local (que está localizado na borda do Super-enxame da Virgem). Depois penso que se refere ao Super-enxame dizendo que contém cerca de 1200 a 2000 galáxias. Se for assim, penso que o Angelo queria referir-se aos aglomerados como o Grupo Local.

    Abraço!

  9. Olá Nuno,

    Sim, há enxames/aglomerados, e super-enxames/super-aglomerados.
    Ou então também se pode dizer que as galáxias formam grupos (mais pequenos) como o Grupo Local, e esses grupos depois formam Aglomerados/Enxames (maiores) como o da Virgem.
    😉

    abraços!

  10. Olá,
    Os superenxames de galáxias são mais massivos que os enxames, certo? Então, penso que esta informação: “Os aglomerados de galáxias são os objetos de maior massa no Universo” deveria ser mudada para (…) Superaglomerados (…).
    Para além disso, no primeiro parágrafo diz: “As galáxias frequentemente formam aglomerados. Nossa galáxia, a Via Láctea, por exemplo, e cerca de cinquenta galáxias na borda do aglomerado de Virgem, uma coleção 1.200 e 2.000 galáxias.” Para ser franco não percebo muito bem a segunda frase. No entanto, penso que para se ser coerente deveria dizer-se das umas das duas: ou “As galáxias frequentemente formam superaglomerados” e alterar “e cerca de cinquenta galáxias na borda do aglomerado da Virgem” para (…) Superaglomerado (…) ou deixar a primeira frase e alterar a segunda para: Nossa galáxia, a Via Láctea, por exemplo, e cerca de quarenta galáxias formam o enxame Grupo Local.

    Espero ter-me exprimido de forma a ser entendido.

    Abraço!

  11. Olá,
    O radiotelescópio em Portugal, cuja principal missão será analisar emissões de microondas e de rádio com origem na Via Láctea, que tem a participação de astrónomos portugueses, com certeza irá desvendar os mistérios dos primórdios do Universo. Porém, a pesquisa sobre o objeto mais massivo e distante foi realizada por uma equipa de cientistas do Smithsonian Astrophysical Observatory, coletando dados do South Pole Telescope. Veja mais detalhes no link:
    http://pole.uchicago.edu/ e no artigo: http://arxiv.org/abs/1101.1286v1
    Abraço.

  12. Olá,

    Coloquei uma adição de comentário, aqui:
    http://www.astropt.org/2010/07/03/radiotelescopio-em-portugal/
    🙂
    Cheers!! 😉

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.